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Capítulo 07: Kim Dahyun

Minho saiu do banheiro devidamente vestido com uma blusa folgada de mangas compridas e uma bermuda, estava completamente confortável com o seu pijama simples. Tinha uma toalha de rosto ao redor do pescoço e seus cabelos ainda estavam um pouco úmidos já que ele não secou direito. Olhou de relance para a direção que Haneul estava vendo-a abraçada a sua nova pelúcia enquanto assistia a um desenho que passava na televisão super concentrada.

O Lee caminhou a passos lentos e silenciosos em direção a cozinha aberta onde Hyunjin estava, porém antes de cruzar o balcão de mármore que era como um limite da sala para o outro cômodo a campainha soou atraindo a atenção de todos presentes na casa.

— Você está esperando alguém? — Minho perguntou confuso, imaginou que o irmão havia convidado o namorado ou algum outro amigo.

— Não e você? — Hyunjin respondeu ainda mais confuso.

Minho negou com a cabeça e depois de soltar um suspiro caminhou de volta a sala, abrindo a porta vagarosamente se assustando ao ver Dahyun ali. A garota pulou em cima de si o abraçando com força enquanto sorria abertamente mostrando todos os seus dentes alinhados e brancos.

O Lee ficou imóvel, sentindo-se incomodado com o abraço apertado que estava recebendo. A mulher então o soltou, correndo ate o sofá onde Haneul estava e a pegando no colo enquanto deixava vários beijos no rosto da garotinha que gritava pedido para que ela a soltasse e parasse. Assim como o pai, ela odiava esse tipo de contato - principalmente com pessoas que não tinha tanta afinidade.

— O que faz aqui? — Minho perguntou fechando a porta e se virando para a mulher que estava em pé próximo ao sofá.

— Eu avisei que iria vir fazer um jantar delicioso para os meus dois amores. — Ela respondeu, apertando levemente a bochecha de Haneul que deu um leve tapa em sua mão fazendo a mulher a olhar meio irritada e sorrir forçadamente para o Lee logo depois. — Omo! Você não ouviu a mensagem que deixei em sua caixa postal?

— Eu tenho coisas mais importantes para fazer do que ouvir as mensagens em minha caixa postal, Noona. — Minho suspirou, fechando os olhos e os apertando levemente impaciente com toda aquela situação. Estava cansado.

— Não é qualquer mensagem em sua caixa postal, hyung. São as mensagens de sua namorada. — Hyunjin se pronunciou, dando a volta no balcão e se aproximando da mulher sorrindo abertamente. — Está radiante como sempre. — Elogiou, abraçando Dahyun que sorria.

— Ela não é minha namorada, Hyunjin. — Minho olhou para o irmão completamente irritado com aquilo.

— Só não sou porque você não quer, sabe disso né? — Dahyun retrucou, segurando uma das mãos do Lee tentando entrelaçar seus dedos. —Jisoo foi embora há anos, Minho. Você precisa supera-la, precisa de alguém para cuidar de você e da pequena Hannie. 

— Alguém que não seja você. — Haneul resmungou emburrada, cruzando os braços pequenos e fazendo biquinho. — Chata. Dahyun chata!

— A piolhenta sempre tão amorosa comigo. Titia também gosta de você, meu amor. — Dahyun se agachou na frente da garotinha, forçando um sorriso para a Lee enquanto bagunçava levemente os cabelos curtos da criança e ria.

Minho cruzou os braços ao ouvir aquele comentário, estava prestes a retrucar de maneira rude quando Hyunjin se apressou a convidar Dahyun para jantar com eles e ela aceitou sem pensar duas vezes. O Lee revirou os olhos e então foi para a cozinha acompanhado dos outros, se serviram em silêncio já que o Hwang deixou a mesa pronta antes de ir receber a mulher e então começaram a comer tranquilamente.

O clima estava levemente estranho e o silêncio ensurdecedor, porém o Hwang tentava quebra-lo as vezes fazendo alguns comentários bobos na tentativa de descontrair. Aquele convite havia sido uma péssima ideia.

*

Depois do jantar o Hwang se despediu com a desculpa de que precisaria encontrar o namorado em algum pub qualquer. Ele saiu tão apressado da casa do irmão que acabou esquecendo a jaqueta de couro que amava vestir. Haneul dormiu logo depois de jantar por estar cansada e pelo passeio agitado que havia feito com o seu tio, Minho a carregou completamente adormecida para o quarto da Lee colocando-a na cama e a cobrindo com cuidado logo depois.

Também iria dormir e estava indo para o seu quarto, quando lembrou que a visita inusitada ainda estava em sua casa esperando pelo seu retorno. O Lee deu meia volta indo para a sala, encarando de longe a mulher que estava sentada no sofá com as pernas cruzadas.

— Noona, ainda não foi embora? — Perguntou o óbvio, completamente descontente com a presença ainda ali.

— Estava esperando você, queria conversar. 

— Não temos nada para conversar, Noona... — Minho suspirou.

— Por que você se faz de difícil, Minho? — Dahyun levantou, parecia estar um pouco irritada. — Você sabe que gosto de você, sabe que quero me tornar parte da sua família e ser mãe da Hannie e ainda assim está sempre me destratando e ignorando meus sentimentos. 

— Eu não sinto o mesmo, Noona. — Minho observou ela se aproximar, mas sequer se mexeu. — Você deveria parar de insistir, nunca haverá um nós. A Haneul está muito bem somente comigo e não precisa de uma mãe.

— Toda criança precisa de um amor maternal, Minho. 

— Talvez. Mas você não está propicia a dar esse amor a ela. — O Lee falou sincero. — Assim como a Jisoo não estava.

— Você não se relaciona com outro alguém porque no fundo tem esperanças de que a Jisoo volte, não é? — Dahyun perguntou retoricamente, abaixando a cabeça e suspirando. Ela então riu, concordando. — Tudo bem. Irei parar de insistir nisso. Você nunca será capaz de me amar como amo você.

— Me desculpe, Noona...

Dahyun abraçou o Lee mais uma vez, um abraço menos apertado do que o outro. A cabeça da mulher estava encostada no ombro largo do Lee enquanto os dedos apertavam com força o tecido fino da camisa larga que Minho usava. Não passava mais nada na cabeça dela a não ser como poderia mostrar ao policial que ele poderia sim amar outra mulher que não fosse a mãe biológica de sua filha.




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