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Capítulo 16 - Crimes do Desejo

Todos os olhares fixaram-se em Ronny, e Zelda tomou-lhe uma das mãos nas suas.

— O que está dizendo, Ronny?

Gotas de suor formaram-se na testa do homem e ele engoliu em seco! — Vi o Mercedes saindo daqui, naquela noite. Pensei que era você e fui atrás. — Olhou para Alessa e depois para Morinette.

— Vi Alessa sair correndo da casa do contador e ir direto ao encontro do senador Ferraz, assim que percebi que ela havia saído da casa de praia, eu entrei para saber o que acontecera. Ele e eu discutimos e...

— Qual foi o motivo da discussão? — Indagou a detetive com voz calma.

— Que diferença isso faz agora? Bati nele, mas não pretendia matá-lo. Quando percebi que estava morto, derramei uísque sobre ele, limpei a garrafa e... pensei em fazer com que sua morte parecesse acidental.

— E então atirou o corpo da sacada?... — Morinette completou.

— Foi isso, sim.

Terminada a confissão, a policial pediu a Ronny que fosse com ela para a delegacia e logo depois os dois saíam. Zelda correu para uma janela com olhos esgazeados, e viu Ronny sentar-se no banco traseiro da viatura entre Morinette e outro homem, enquanto um terceiro ocupava o assento atrás do volante. Descontrolada, correu para o carrinho de bebidas, que só era usado quando havia visitas. Destampou uma garrafa de cristal e serviu- se de uísque puro e sem gelo. Alessa correu para ela e arrancou-lhe o copo das mãos, derramando o conteúdo no carpete.

— Voltar ao vício não vai resolver nada! — Gritou em desespero. — As filmagens começam na próxima semana! Você precisa estar em forma!

— As filmagens que vão para o inferno! — A atriz exclamou chorando. — Vou ficar aqui para ajudar Ronny. Somente ele me importa agora!...

Pegando a mãe pelos ombros, Alessa falou o mais suavemente que pôde, procurando acalmá-la.

— Vou contratar o melhor advogado da região para defendê-lo. Se você romper o contrato e recomeçar a beber, apenas conseguirá magoá-lo.

— Não posso seguir em frente sem ele ao meu lado!... — Zelda gemeu. — Não posso fazer mais nada depois do que aconteceu com Ronny.

Correndo para a lareira, onde ficavam os dois prêmios ganhos pela atriz, Alessa pegou uma das estatuetas. Brandiu-a no ar.

— É claro que pode, Zelda! Olhe para isto! Você é uma grande atriz!

Damon ficou penalizado ao ver a mulher desabar numa poltrona, pálida e desfeita. — Há coisas mais importantes na vida do que fazer um filme!... — Ele observou.

— Fique fora disto, Damon. No momento nada é mais importante para mim do que ver Zelda fazer esse filme.

— Eu não posso! — A atriz choramingou.

— Ronny e eu trabalhamos demais para que sua carreira não se arruinasse de uma vez, Zelda. Não pode falhar agora.

A mulher ergueu uma das mãos num gesto suplicante, olhando tristemente para Alessa. — Para que serviu tanto sacrifício?

— Porque era de sua carreira que você precisava. — Respondeu Alessa atônita com a pergunta. — Era o que você queria.

— O que eu queria? Ou o que você desejava, acima de tudo?

Chocada com a acusação, Alessa perdeu momentaneamente a capacidade de pensar e uma expressão de puro desamparo tomou conta de seu rosto.

— Zelda não deixa de ter razão!... — Damon arriscou outro aparte.

Aquilo bastou para que Alessa descarregasse a frustração sobre ele. — Não se mete, Damon! Você não sabe do que está falando.

Zelda saiu correndo do salão e Damon examinou o rosto transtornado de raiva voltado para ele. As duas mulheres sentiam-se infelizes e desesperadas, mas seu coração pendia mais para o lado da atriz, não saberia dizer por quê.

— A vida tem o péssimo defeito de sempre nos pregar peças, não é? — Monologou Alessa, pondo o prêmio no lugar. Depois colocou as mãos no rosto.

— Nem sempre conseguimos da vida o que queremos, concordo. — Disse ele, aproximando-se. — Precisa ter paciência, Alessa.

— Talvez eu deva me afastar de tudo isto e começar uma nova vida. — Ela riu fracamente. — Não. Eu nem saberia por onde começar. Por onde seria? Dando as costas a Zelda? A Ronny?

— A mim também? — Ele perguntou.

Ela nem o ouviu.

— Não sei fazer mais nada a não ser evitar que a grande estrela desmorone. Se eu me afastar, ela cairá aos pedaços e desta vez Ronny não estará aqui para ajudá-la.

— Talvez ela não caia aos pedaços. Voc\~e não tem certeza de nada. — Damon sugeriu.

— Não posso me arriscar a acreditar nisso.

— Como já disse uma vez, a lealdade é uma qualidade admirável.

— Ela vai fazer o filme!... — Murmurou Alessa. — De um jeito ou de outro. Como posso levá-la a raciocinar, Damon?

Seria inútil dizer que ela devia olhar o problema sob o ponto de vista de Zelda, mas não podia ignorar seu pedido de ajuda.

— Em primeiro lugar, precisamos pensar em Ronny. É engraçado, mas há algo que não convence na história que ele contou a Morinette. Ronny é uma pessoa simples, mas possui inteligência. Não agira do modo como disse que fez.

— Não acredita no que ele contou?

— Não completamente. Tenho a impressão de que está protegendo alguém.

O golpe da insinuação atingiu-a com violência. — Damon! Pensa que fui eu?

— Não disse isso, Alessa.

— Então, quem ele estaria protegendo?

— Essa é outra peça do quebra-cabeça que precisamos procurar. Talvez a encontremos na casa de praia. E não temos tempo a perder. Zelda começa a filmar na próxima semana e precisa estar tranquila.

Damon cronometrou a viagem até a casa de Ferraz, na praia. duas horas se dirigisse com calma, sem nenhuma pressa.

Seguindo as indicações de Alessa, saiu da rodovia e enveredou por uma estradinha asfaltada que contornava os rochedos alaranjados na borda da propriedade de luxo. Havia um enorme jardim com palmeiras imperiais.

— É a segunda casa a direita, a primeira pertence a uns conhecidos meus. Eles estão de férias fora do país. — Ela informou ao fazerem uma curva.

Ele observou as duas residências, separadas uma da outra por cerca de doze metros. A de Ferraz ficava num terreno um pouco mais alto que a outra, mas as duas exibiam pátios de concreto que se abriam sob sacadas de madeira voltadas para o mar. A terceira e a quarta casa de praia tinham o mesmo estilo, apenas os jardins eram diferentes. A quarta tinha muitos brinquedos infantis feitos de madeira, significando que a família possuía muitos filhos.

— Olhe. — Alessa apontou para a barricada com as insígnias da polícia. — Não vamos poder entrar.

— Talvez não seja permitido, mas entraremos.

Damon parou na frente da garagem da casa vizinha, esperando que os donos estivessem ausentes. Alessa saltou do carro e foi envolvida pela brisa do mar. O sol da tarde batia-lhe no rosto e ela olhou para cima, sorrindo ao ver as gaivotas em seus revoluteios preguiçosos. Era uma cena tranquila. Virou-se para a casa de Ferraz. Parecia impossível que ali tivesse acontecido uma tragédia. Seguiu Damon para os fundos da casa interditada, sentindo o coração agitado.

— E se a polícia estiver lá dentro? — Perguntou estremecendo.

— Não há viaturas por aqui, mas se houver algum policial de guarda, ele nos repreenderá por havermos ultrapassado a barricada e nos mandará embora. Vão achar que somos bisbilhoteiros atrás de uma boa aventura ou no mínimo repórteres chatos. — Disse piscando para ela que sorriu com timidez.

No topo da elevação, onde se erguia a moradia, ele parou e bateu na porta dos fundos. Não houve resposta.

— Onde era que Ferraz escondia a chave reserva? — Perguntou.

— Naquele vaso ali, de acordo com o que Vina disse.

Ele tateou na terra, coberta pela folhagem, e encontrou o que procurava. Abriu a porta e guardou a chave onde a encontrara.

— O que estamos buscando exatamente, Damon? — Ela indagou quando entraram.

— Não sei. E desde quando Vina se relacionava com o senador? Fez a pergunta.

— Não exatamente com o senador, mas com o filho adotivo dele. Erasmo Ferraz, um idiota que se acha o máximo dos homens! Vai me dizer ou não, o que devemos procurar?

— Não sabe?

— Mas não é um detetive? Indagou ela irritada.

— E dos bons, modéstia à parte.

Numa das paredes da sala ele viu várias fotos. Em cada uma delas aparecia o mesmo homem, acompanhado de pessoas diferentes. Inclusive de Zelda mais jovem.

— Esse é o Ferraz, suponho.

— Sim. Com alguns de seus amigos do passado.

— Era alto, não? Calculo um metro e noventa. E cerca de cem quilos de peso depois que se aposentou. Muito grande para ser arrastado por uma mulher delicada e atirado por cima da balaustrada da sacada. E, de acordo com Morinette, ele não pulou sozinho.

— Damon, não faça gracinhas. Zelda e eu gostávamos do Ferraz apesar de tudo.

— Espero que você não gostasse demais dele.

— Como parceiro de negócios, gostava bastante. Tanto, que lhe trouxe uma miniatura da torre Eiffel, de jade, como lembrança de Paris. — Olhou para o balcão do bar, no outro lado da sala. — Estranho, Ferraz sempre a deixava ali.

Damon procurou nas prateleiras atrás do balcão, mas não viu a torrezinha. O que viu, porém, deixou-o muito mais interessado. Um isqueiro de ouro, ostentando um pequeno rubi, encontrava-se perto de algumas garrafas.

— O homem deve ter comprado dúzias, não? — Comentou. — Ele o Beco tinham as mesmas manias!

— Dúzias de quê, Damon?

— De isqueiros iguais àquele!... — Apontou para a prateleira.

— Ferraz não fumava. Na verdade, ele era alérgico.

— Então pertencia a alguma de suas amiguinhas íntimas.

Alessa foi até a escrivaninha num dos cantos da sala e pegou uma pasta.

— A pasta de Zelda que Beco me mostrou para provar que repusera o dinheiro. —

Explicou pensativa.

— É melhor não mexer em nada, Alessa...— Ele aconselhou, continuando a examinar a sala até que seu olhar caiu sobre as fotos na parede. — Quem cuidará das finanças de Zelda, agora que Beco foi afastado do escritório de finanças?

— Um dos sócios dele, assim que eu passar as contas por uma auditoria.

— Estarão faltando mais de duzentos e quinta mil reais ou talvez até mais.

— Eu sei.

Damon olhou para o grande tapete que forrava o chão, verificando se havia alguma coisa ali. Depois, deslizou a grande porta de vidro que levava ao terraço. Caminhou até a grade de madeira e olhou para o pátio de concreto que se estendia oito metros abaixo.

Viu o contorno de um corpo marcado a giz, que a polícia desenhara para marcar o lugar e a posição em que Ferraz caíra. Voltou a entrar na sala e seu olhar descobriu um frasco de inalante nasal caído sob o sofá.

— Ferraz sofria de sinusite? Pois você me disse que ele era alérgico?... — Perguntou fitando Alessa, que ficara perto do bar.

— Alérgico ele era. Mas nunca usou nenhum tipo de medicamento. Ele tinha horror a remédios industrializados.

— Talvez tenha piorado e passado a usar.

— Não, que eu saiba. Por quê?

— Foi algo que me ocorreu agora. — Explicou, pensando que vira Lúcia Martins usar um inalante. — Tem ideia de onde ele guardava papéis particulares? Gostaria de verificar quem é seu beneficiário nas apólices de seguro.

— Não sei, mas suponho que ele tivesse um cofre no banco. Como a maioria de nós, Ferraz estava solteiro, tinha se divorciado a pelo menos cinco anos. A família foi morar nos EUA, digo a ex-esposa e a filha de sangue dele, talvez Carlos Daniel, o seu irmão gêmeo, que vive junto do seu pai, Francisco em Brasília sejam os beneficiários.

— Talvez. Veja se algo parece fora do lugar aqui na sala, enquanto vou dar uma olhada no quarto.

No instante em que Damon saiu da sala, ela correu para trás do bar e silenciosamente abriu um armário. Várias pastas alinhavam-se numa prateleira. Procurou entre elas e encontrou a que mostrava o nome de Zelda na capa. Dentro havia documentos que datavam desde o ano em que ela, Alessa, nascera. Rapidamente escondeu a pasta na bolsa tipo sacola que carregava.

— Encontrou alguma coisa? — Perguntou Damon voltando.

— Não. E você?

— Nada. Só descobri que o homem tinha roupas suficientes para abrir uma loja. E tantos sapatos que davam para umas mil centópeias serem felizes. Nunca vou conseguir entender o consumismo de gente rica, pra quem tanta coisa se no final caixão nenhum tem gaveta.

— Damon, isso foi cruel.

— Cruel ou não, eu estou falando a verdade! Afirmou com o semblante sério. — Bem, não vamos abusar da sorte. Está na hora de ir embora.

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