Carta ao leitor
Querido leitor,
Talvez você seja amante de romance, suspense ou quem sabe crimes reais, daqueles em que uma pessoa entra em colapso e comete uma barbárie, porém, eu tenho certeza que, no mínimo, você seja curioso o suficiente para ler esta carta.
Como amante da língua portuguesa, preciso confessar que acho interessante o fato do termo paixão ter origem no latim e ser derivado de patiens, que significa, ironicamente, patologia. Em outras palavras, o amor é uma doença oriunda de uma reação química; um conjunto de emoções e comportamentos, ligados à intimidade, comprometimento. E o que isso tem a ver com o crime? Oras, tudo.
Para cometer um ato ilegal, você tem que conhecê-lo minimamente, talvez em um encontro casual; compreendê-lo e aceitar suas condições, seus defeitos e admirar, ao menos um pouquinho, suas vantagens; e se comprometer, arriscando sua impunidade e liberdade.
Acontece que o crime e o amor são uma soma de fatores, onde você tenta calcular o quanto pode dar certo, mas é óbvio que é muito mais fácil falhar nisso, e caso você faça parte das 0,01% das pessoas que acertou no amor, sinto muito, mas essa obra não é para você.
Por isso, para evitar que você confunda um romance incrível com uma droga crime, ainda que sem qualquer intenção legítima, apresento a você a minha tese de que essa reação química pode ser só uma ilusão e lhe transformar na sua pior versão. Espero que até o fim dessa história tosca de amor eu te prove que ele é sua sentença, e fique tranquilo, eu tenho provas e testemunhas para sustentar essa tese detestável.
Atenciosamente,
Autora
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