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Capítulo 44 - Padrinho

21/09/2022 - 434 dias antes do assalto a Florence Joalheria

Dacre Montgomery

Um dia eu pagaria caro por estar seguindo ao lado de Sadie, mesmo tendo plena consciência de que isso nunca poderia dar certo; nem em meus melhores sonhos. Porém, sentir seu corpo ainda quente, colado a mim, após tê-la feito esquecer seus problemas - como ela mesmo pediu -, permita-me fantasiar isso.

Era engraçado como depois de nossa ida à Malibu estávamos mais abertos um ao outro; ou pelo menos eu achava isso, já que o fato de me importar demais com ela era quase um crime confesso. Nunca, em 27 anos, imaginei-me deitado, sentindo o coração de uma mulher bater depressa ou tendo os seus cabelos grudados em meu peito devido o suor. Aparentemente, eu estava vivendo muitas "primeiras vezes" com Sadie, e só não sabia distinguir ainda até que ponto aquilo poderia ser instigante ou fatal.

— Qual a cor favorita da Emilly? — Sadie perguntou após uma respiração profunda.

— Acho que é alguma entre o lilás e o lavanda. Por quê? — fiquei curioso.

— Amanhã vou procurar alguma coisa para decorar a mesa do bolo da Lily. Eu pensei em algo simples, como algumas flores ou talvez balões, não sei... Mas sem dúvida precisaremos de velas, e se forem coloridas é melhor ainda, porque... — eu tive que rir de sua empolgação, o que consequentemente a fez parar de falar e levantar a cabeça do meu peito para me encarar. — Do que está rindo?

— Nada. — respondi dando de ombros. Não contive a tentação de tirar um pouco do seu cabelo, que cobria seu rosto e encarar, tão de perto, aquelas sardas realçadas. — É que ainda me parece estranha essa ideia de uma festa para a Lily. — admiti; eu admitiria qualquer coisa para ela ultimamente.

— Está com inveja? — riu.—- Não se preocupe, prometo pensar em algo até novembro para o seu aniversário. — ela brincou ao recostar-se em mim de novo.

— Não... — torci o nariz em reprovação. — Pode focar no da Emilly e agora tem o William pela frente também. Me deixe fora de festinhas surpresa, a não ser que seja você o presente. — passei a ponta dos dedos sobre suas costas nua.

Ela riu baixinho envergonhada. — Eu ainda não creio nisso, confesso. — referiu-se a ser madrinha; ela pausou e voltou a erguer seu rosto para me encarar. — Mas acho que será incrível.

— Vai se sair bem, ruivinha. — comentei. — Vai se acostumar com a Dyer e o seu temperamento tranquilo, que não é muito diferente do atual.

Sadie riu, subindo o corpo para ficar com seu rosto mais próximo ao meu.

— Eu preciso admitir que ainda estou me acostumado com essa versão irmão mais velho sua. — sorriu. - É quase um Dacre diferente.

Ri nasalado diante do seu comentário; Deus me livre ela descobrir as outras versões minha.

— E acho que você ter encontrado aquela merda não tenha ajudado também, não é? — perguntei retoricamente. — Porra, ainda não acredito nisso. — passei minha mão livre pelo rosto.

— Esqueça isso. — ela segurou em meu pulso. — Já falamos sobre isso e, por mais que eu quisesse muito que atirasse no meu ex ou até no filha da mãe daquele maldito assaltante... — riu levemente, mas não pude imita-la, já que teoricamente, se referia a mim. — Sei que se preocupa, mas relaxe, está tudo bem, Dacre, em todos os sentidos.

— Lembra da cara dele? — arrisquei perguntar; vai que eu estivesse com sorte de ela ainda não me achar meramente familiar.

Sadie revirou os olhos. — Como posso me lembrar de quem não vi? Está parecendo o Joe.

— O Joe... Certo. — disfarcei meu alívio com um ciúme ridículo, o que pareceu convencê-la, já que jogou o corpo para trás — É melhor eu ir trabalhar e parar de parecer como o Joe. — comentei, levando em consideração que já eram mais de sete da manhã.

— Aih por Deus. — ela fechou os olhos balançando a cabeça em negativa. — Depois que eu sou complicada.

— Estou falando sério, Sink. — insisti mesmo rindo, tendo ela ainda sobre meu braço esquerdo.

Sadie suspirou. — Eu realmente não faço ideia, só lembro dos suspeitos graças ao delegado D'Almas, sinto muito. — deu de ombros, e eu apenas sorri fraco diante da fatia de esperança de nunca mostrarem uma maldita foto minha a ela. — Mas eu com certeza reconheceria um cara que tem o cabelo grande e mais bem cuidada que o meu. — acrescentou, olhando diretamente a mim.

Eu ri pelo nariz para ganhar tempo para dizer algo que não fosse "sei quem é". Puta merda, eu realmente deveria usar aquela merda de arma contra o infeliz do assalto: eu mesmo no caso.

— Ótimo ponto de partida, querida. Vou ficar de olho nisso, ainda que eu prefira e ache as ruivas mais interessantes. — virei-me para si e embrenhei meus dedos em seu cabelo, fazendo-a sorrir e a obrigando a encerrar o assunto que eu mesmo provoquei.

— De qualquer forma, deixa isso para lá. — ela comentou. — Não vou mais questionar suas preocupações se assim preferir.

— Eu prefiro que você só foque no aniversário da Lily, e deixe essas merdas para mim. — grudei seu corpo no meu, fazendo-a fechar os olhos brevemente. — É minha função fazer isso, lembra? Porque eu ainda lembro. — completei intercalando, quase involuntariamente, minha atenção entre seus olhos e sua boca.

— Eu lembro. — Sadie afirmou após um suspiro. — Mas não precisa fazer literalmente tudo que peço. — corou.

— Sinto muito, mais não é negociável, Sadie, só aceite. — falei tão próximo a ela que pude sentir meus lábios roçarem nos dela ao fazer isso.

Até tentei conter a vontade de beija-la, mas o que seria um simples beijo para quem já estava fodido. Pressionei mais nossos corpos, ainda que de uma forma desconfortável e ela sorriu quando mordi levemente seu lábio inferior, mas não sei se foi exatamente por isso ou por minha mão ter soltado seu cabelo e descido pelo seu corpo ainda quente do sexo de quinze minutos atrás.

— Você não tinha que ir trabalhar? — perguntou ao passar sua perna esquerda sobre mim.

Não era comum que Sadie tomasse partido para uma transa, era raro na verdade e dava para contar nos dedos; e aquilo particularmente me deixava excitado, o que me fazia desejar que fizesse mais vezes. Ela não era a mesma de meses atrás, que ficava tímida com qualquer coisa imprópria que eu dizia; ela tinha literalmente me deixando mergulhar em si e eu aceitei isso, mesmo que não tivesse certeza se saberia nadar.

— E eu vou. — respondi-a. — Mas eu preciso resolver uma coisinha com a senhorita antes. — completei próximo ao seu ouvido só para vê-la e senti-la se arrepiar quando segurei firme em sua coxa. — Entende o que eu digo, ruiva?

— Pode resolver mais tarde se estiver com pressa. — comentou com seus olhos brilhantes sobre mim.

— Está brincando comigo, Sink? — girei e me coloquei sobre seu corpo, pressionando-a contra a cama. — Você me dá trabalho. — apertei próximo a poupa de sua bunda. — Mas, puta merda, é um trabalho que eu gosto de ter. — completei antes de descer minha boca lentamente pelo seu corpo e vê-la fechar os olhos ao soltar um suspiro contido quando passei por seu umbigo.

Eu adorava saber que a deixava fora de controle.

(...)

Sadie Sink

— Você está mais ansiosa que eu, acalme-se Sadie. — Natalia riu enquanto me via mostrar os panos de boca bordados que eu havia trazido para William. — Pode pegar aquela bolsa na última prateleira, por favor. — pediu.

— Desculpe, mas sou mesmo ansiosa. — ri ao pegar a bolsa de maternidade de cor creme e a entregá-la. — Will merece.

Ela balançou a cabeça negativamente com um sorriso. — Só você mesmo. — comentou ao ajeitar-se confortavelmente na poltrona de amamentação do quarto. — Você até os lavou? — riu de novo ao cheirar os panos. Assenti, sentando-me no pufe a sua frente; era lindo vê-la assim empolgada. — Obrigada. — agradeceu novamente.

— Agradeça ao Dacre depois. Ele não quis admiti, mas está tão empolgado quanto eu. — declarei. — Ele vai negar até a morte, mas eu vi o sorrisinho bobo que deu quando o mostrei.

— Ele é um idiota. — revirou os olhos rindo. — É o primeiro a negar e último a admitir que não é o mesmo Montgomery do início do ano. Você iria rir se pudesse comparar os dois.

Eu sorri levemente ao ouvir isso. — Já acho diferente se comparado a dois meses. — Natalia deu de ombros, fechando a bolsa e a entregando para que eu a guardasse no lugar. — Nós conversamos sobre aquilo... Sobre a arma. — comentei; jamais poderia conversar sobre isso com Maya, por exemplo.

— E como foi?

Deixei a bolsa sobre a cama, já que não queria desviar do assunto. — Foi estranho um pouco, confesso. — fiz uma leve careta, me lembrando do olhar apreensivo de Dacre. — Mas você estava certa. — ela sorriu levemente. — Foi bom ter dito, ele tem os motivos dele, sabe, os quais são mais sobre mim, na verdade, então... Era preciso. — suspirei.

— É como eu disse, aos poucos ele acaba se abrindo com você. — comentou. — Nós nos conhecemos há... Sei lá, dez anos? —:puxou na memória. — Não sei, eu o conheço desde que Charlie e eu estávamos juntos, no ensino médio ainda. Então, o que posso dizer é: não se sinta culpada se as vezes ele a encarar com uma cara de idiota ou ficar nervoso depois de você dizer um "obrigada". — acrescentou e eu ri disso, obviamente.

— Ele te contou sobre o aniversário da Lily?

Ela riu e balançou a cabeça. — E acha que não? — perguntou sarcástica. — Aquela menina é tudo para ele. — completou.

— E agora o Will também, tenha certeza. — declarei ao tocar em sua barriga levemente. — Não é, meu bem? — falei em um tom doce, como se o bebê fosse me ouvir.

Nós duas rimos daquilo; era algo engraçado, mas quando Willian chutou, como se realmente tivesse escutado, nos encaramos no mesmo instante. Natalia deu um suspiro breve, quase anestesiada pela sensação, que sem dúvidas deveria ser maravilhosa; e eu gostava de pensar que ela não se importava por eu continuar tocando sua barriga, coberta pelo vestido azul claro com margaridas. Talvez fosse abuso da minha parte, mas ela sabia como aquelas coisas simples eram importantíssimas para mim; ela quase estava me dando a chance de ser mãe também.

— Antes de vir para cá, eu fui atrás de algumas coisinhas para a Emilly. — comentei, suspirando e me levantando para guardar a bolsa no guarda-roupas. — Acho que ela vai gostar, por mais que seja algo muito simples. — dei de ombros.

— A Lily é uma pessoa fácil de agradar. — ela disse, levantando-se e ajustando o vestido ao corpo, depois de uma leve careta. — Vocês farão onde?

— Na minha casa. — sorri, enquanto a seguia pelo corredor de sua casa. — Ele quer que ela conheça a Pandora. — pausei. — Tem razão, ela desmonta ele.

— Estou lhe falando... — disse um tanto irônico. — Dacre não é a melhor pessoa do mundo, mas aparentemente, se for alguém que use saia, ele até é meramente gentil.

Natalia era o tipo de pessoa sincera, acho que não colocaria panos quentes sob algum assunto importante para alivia-lo e tomo a nossa conversa de sábado como exemplo. Ela desde o início deixou muito claro que reprovava algumas atitudes de Dacre, do quanto poderia ser um tanto fechado e sistemático quando fosse forçado a falar sobre algo que o incomoda, mas acredito que a maior virtude dela, acho que dos dois na verdade, era a cumplicidade. Pois ainda que eu insistisse ou dissesse algo propositalmente para lhe arrancar informações sobre o passado do rapaz, ela sempre se recaia no "é melhor que ele a diga, não eu", o que me fazia pensar que ainda que eu dissesse algo pessoal a ela, ficaria entre nós, independentemente.

— Eu estive pensando sobre nossa ida a Malibu ontem. — comentei, enquanto a via colocar uma chaleira com água para ferver; Natalia me olhou brevemente como uma confirmação para que eu continuasse falando. — Foi bom termos passado esse tempo juntos, muito bom na verdade... — deixei um risinho escapar. — Pensei muito sobre toda a nossa relação e_ — ela me interrompeu.

— Não vai me dizer que está insegura com isso, Sadie? — colocou as mãos na cintura, quase como se estivesse indignada.

— Não é bem isso. — sorri nervosa. — Acho que isso já está muito claro. — acrescentei ao me lembrar da nossa conversa na praia e principalmente pela ocasião na minha cozinha. — É mais sobre como... Como nossa relação funciona, digamos assim. — minhas bochechas estavam vermelhas com certeza.

— Seja mais específica, Sadie, por favor. — cruzou os braços sob a barriga.

Suspirei chateada. 

— Eu não sei se sou exatamente o tipo de mulher para o Dacre, você conhece ele, então... Talvez entenda o que quero dizer.

Ela riu, balançando a cabeça negativamente. — Certo, confesso que não esperava por esse assunto.

— Mas você entende o que quero dizer, não é?

— Entendo, por mais que seja estranho falar sobre a vida sexual de alguém tão específico. — ela riu nasalado.

— Maya não me leva a sério ou não entende, ou finge que não as vezes. — suspirei. — De qualquer modo, sei que seja incomodo, mais você o conhece. — apoiei os cotovelos no balcão da cozinha, que ficava de frente a ela no fogão. — Sei que acharia pouco provável alguém como eu ser a escolha dele.

Por mais que eu gostasse de pensar que tinha algo de muito interessante para ter chamado sua atenção, eu não sabia o que era este algo. Talvez fosse o cabelo? O temperamento calmo, mas com uma oscilação de humor gigante? Muito provavelmente não era meu estilo de vida, já que esse é caótico; quem sabe o fato de eu sempre dizer sim a tudo? É, com certeza seja isso; o meu maldito hábito de dizer sim quando quero berrar um grande não.

Natalia pareceu pensativa e coçou a testa. 

— Não deveria pensar nisso, Sadie, é bobagem. Se está tudo bem nesse quesito, não tem porque procurar um problema.

— Natalia, seja sincera, eu não sou o perfil de mulher do Dacre. Até nos demos bem, mas talvez eu pudesse ser melhor, nesse ponto. E se ele perceber que_ — ela me interrompeu com uma risada.

— Não, Sadie, não. — balançou a cabeça negativamente.

— É sério, e se ele enjoar de certa forma?

Ela suspirou depois de mais um riso. — Para de pensar nessas coisas. Olha, entenda que para eles, é tudo mais fácil, não precisam de muito, sempre somos nós as esquecidas. — fez um gesto indicando a si mesma e desligou o fogo.

— Mas_ — me cortou novamente.

— Além de que, se está bom para você é o que importa, fique tranquila. — acrescentou e eu suspirei, não estava totalmente convencida. — Deus... Não creio que vou perguntar isso. — ela riu levemente ao olhar para cima e depois dar um passo em minha direção.—- Está insegura por estar sentindo prazer? Porque se for isso _ — interrompi-a.

— É bom não ser questionada depois do sexo. É tão bom, que chega a ser estranho. — nós nos encaramos por alguns segundos e rimos; era uma verdade triste.

Era bom saber que eu não era a única que me sentia constrangida com determinadas atitudes dos homens no período pós-sexo. A clássica pergunta "E aí, gozou?" era péssima, mas ainda há quem insista; Joe insistiu e Nicholas não perguntava, pois talvez temesse escutar um não. Senti-me aliviada por não estar sendo chata ou ignorante por sempre querer reprimir essa pergunta idiota.

— Acho que já tem sua resposta, então... — Natalia comentou.

Ri um tanto envergonhada. — É bom saber que eu não estava sendo mal agradecida por achar idiota o lance do "você sempre tem que dar para receber, sem questionar". — revirei os olhos.

— Nós os aturamos demais. — disse ao colocar a água quente na xícara, ainda que fossem 11h40min. — O mínimo que eles precisam fazer é nos fazer gozar. Ah, pronto, falei; é a verdade. — completou em um tom sério; inevitavelmente ri. — O que? É sério.

— Certo, certo. Vou parar de pensar nisso e aceitar que está tudo bem, que é coisa da minha cabeça. — abaixei o rosto corada.

— Já devia ter feito isso há tempos. — disse. — Mas como vocês fazem isso... — olhou-me por cima dos ombros. — Não importa nem um pouco, só faça. — piscou.

Eu não queria ser tão direta, mas ao lembrar do dia que mandei Joe embora ou de quando fingia uma dor de cabeça para Nicholas, percebi que só estava querendo escapar de transas ruins. Porra, eu queria o olhar sobre mim, a respiração pesada, o desejo, um toque delicado e logo em seguida uma pressão, dizer algo sacana que soasse engraçado em outra circunstância, mas que me fizesse delirar; eu só queria me sentir plena, e talvez tivesse encontrado a pessoa para me permitir isso.

— Caramba, nunca achei que quando eu fosse saber de alguma qualidade do Montgomery, seria que ele fosse bom nisso. — Natalia balançou a cabeça negativamente.

— É, com certeza é uma quantidade. — ri com gosto, ainda sentindo minhas bochechas quentes. — Eu meio que aprendi muita coisa, mas não sei..

— Você acabou de dizer, Sadie... Você mesma sabe as respostas para tudo isso. — respirou fundo. — Deleta as experiências ruins e, sei lá que diabos vocês fazem, mas aproveite isso. — concordei diante de um suspiro. — E o cobre, o mínimo que aquele idiota tem de fazer é isso. — deu de ombros. - Que merda, estou achando melhor rever sobre minha escolha do padrinho do Will. — riu e passou a mão pela barriga antes de me oferecer uma xícara do chá de camomila.

— Pelo menos ele nunca perguntou nenhuma merda depois do sexo. — dei de ombros, soprando a bebida quente; e nunca perguntaria, já que ele era atento o bastante para ler minhas respostas mudas, quer dizer, as vezes mudas.

(...)

Dacre Montgomery

Eu estacionava o carro quando vi Caleb aproximar-se do garoto, que estava com um corte de cabelo militar; eu sempre me esquecia de seu nome, mas só pela camiseta de banda julgo ser algum nome bem popular e que a própria avó não sabia pronunciar.

— Cadê o restante? — perguntei ao descer e fechar a porta do carro; como sempre a rua do lote vazio estava deserta.

— Eles não vão demorar, acho que querem que essa merda acabe logo, como eu. — o rapaz mais novo comentou. — Depois a gente precisa conversar, é importante. — olhou-me sério.

Eu até cogitei que aquelas suas palavras fossem só para me deixar ansioso, mas seu suspiro em sequência me fez mudar de ideia; talvez fosse realmente sério.

— Está tudo bem? Sua irmã... Está tudo bem com ela? — questionei um tanto preocupado com quanto aquilo poderia estar relacionado a Sadie; e eu apenas torci para que McLaughlin entendesse minha indireta.

— Está sim, pelo menos quando a vi pela manhã estava. — raspou a garganta. — Já esteve pior com certeza.

— Érica? — o outro rapaz perguntou. — O que ela_ — Caleb o cortou.

— Virose, mas está melhor. — respondeu depressa.

Eu não soube exatamente onde me perdi na conversa e entrei no mundo paralelo em que eu agradecia Caleb por mudar de assunto e ter uma resposta pronta. Suspirei com isso, ainda pensativo com sua resposta, logo, peguei o telefone e abri a conversa com Sadie.

"E aí, como está com a Dyer? Ela já xingou você ou ainda está civilizada?", perguntei um tanto despretensioso, rezando para ter uma resposta que me tranquilizasse, mas não tive retorno algum.

— Espero que não tenham esperado muito, eu estava resolvendo algumas coisas, afinal é quarta-feira, dia útil. — Ryan disse ao se aproximar com seu típico costume de caminhar com as mãos no bolso.

— É incrível como quando não é sobre grana vocês se atrasam, não é. — comentei, cruzando os braços. - Cadê aquile merdinha do Michel? — questionei ao olhar no relógio, 15h37mim.

O rapaz latino que acabara de chegar deu de ombros.

— Talvez não venha. Não é como se fosse um dever nosso estar aqui. — ele ainda pontuou, o que quase fez meu olho direito piscar de nervoso.

— Vou fingir que não ouvi isso, Ryan. — respondi. — Estamos aqui porque deu merda, simples assim, sabíamos da possibilidade.

— Certo, e agora eu preciso resolver os problemas que não são do meu departamento? É fácil se for assim, não é.

— Está insinuando que eu sou o único culpado? — Caleb questionou. — Pode dizer, hermano. — ironizou. — O Dacre todo dia me lembra disso, mas não vem tirar o seu dá reta, não.

— Acho que não é essa questão. -- escutei o garoto, que eu ainda tentava lembrar o nome, dizer um tanto receoso.

Dei as costas aos três, encarando assim o asfalto e ignorando a discussão estúpida que surgiu. Inevitavelmente suspirei, só pensando em como Charlie conseguia lidar com esse tipo de coisa; acho que ele merecia ter ganho um grande um prêmio por isso.

Olhei meu telefone de novo e nem sinal de Sadie. Por alguns segundos, até achei que não aguentaria ficar por muito mais tempo ali; eu estava me tornando alguém questionável, já que nunca tive vontade de dar as costas a essa responsabilidade e apenas querer saber o que duas mulheres faziam ou deixavam de fazer em casa.

— Podem fazer uma pausa na reunião do Clube da Luluzinha agora? Depois vocês decidem de quem é a culpa. -— comentei cansado com aquilo.

— Ainda que o Andrew tenha razão e estejamos aqui por irresponsabilidade do Caleb... — Ryan comentou após um riso irônico. — O que pode ser pior, não é? — olhou diretamente para mim após dar de ombros.

Dei um passo a frente. — Bom, por onde começar? — balancei a cabeça negativamente, ao rir nasalado. — Uma pessoa me contou que a ficha de suspeitos está crescendo. — não diria que era a ruiva, óbvio, mas Caleb sabia, pois me olhou diretamente. — O que me faz pensar que, ou vocês são muito burros ou a polícia resolveu trabalhar.

O garoto de olhos apreensivos, Andrew, segundo Ryan, me olhou depois de encarar McLaughlin, como se tivessem algum código de amizade; diferente do mexicano, que riu como se aquilo fosse uma piada ruim.

— E que pessoa é essa? — ele perguntou cruzando os braços. — É alguém de confiança pelo menos?

Revirei os olhos diante disso. — É a Megan Rheene. — não era a melhor pessoa para meter na conversa, mas servia por hora. — Ela ainda está chateada comigo pelo lance de foder o Steven, mas vai ficar bem. 

Caleb riu com gosto, já que sabia que era uma merda de desculpa. 

— Eu não sei que diabos estão fazendo, com quem estão saindo, mas... — ele pausou. — Ainda que me odeie, Montgomery, não é minha culpa... Dessa vez. — o filho da puta era um porre quando queria; inferno.

— Incrível, McLaughlin, vou te dar uma estrela dourada por isso. — olhei-o brevemente. — Será que não poderia ser nenhum dos seus clientes que abriu a boca, não? — virei-me para Ryan, o qual negou com a cabeça.

— Não, eu gosto do profissionalismo. — deu um sorriso sarcástico.

— Deem uma pensada aí, porque alguém fez merda... — completei ao lhes dar as costas para voltar ao carro em busca do cigarro; eu teria um infarto se não acendesse um.

— Talvez... Sei lá, cara, talvez a Ashley tenha dito algo, não sei. — ouvi a voz do garoto, que eu já tinha esquecido o nome de novo, enquanto fechava o porta luvas e voltava até eles. — Eu não me lembro de ter dito algo sobre isso, mas sei lá, porra... 

Eu traguei com tanta força aquele cigarro, que senti uma leve dor de cabeça; acho que eu poderia morrer, bem ali, na grama, porque de fato, toda a minha existência e trabalho nessa merda tinham ido para a puta que pariu. Poderia não ser uma empresa incrível, talvez como Sadie imagina, mas era um negócio importante.

— Contou isso para tua garota? Está maluco, porra? — Ryan virou-se para o garoto, que parecia um cão acuado naquele momento.

Respeitei fundo antes de afastar o homem quatro anos mais velho que eu e ficar, cara a cara, com o aspirante a ladrão.

— Você se escutou, garoto? — questionei-o.

— Estou falando, cara... Eu posso ter deixado escapar algo, sabe como é. — riu nervoso. — Porra, depois do assalto eu saí para fumar um com ela, talvez eu tenha dito algo sem querer. Qual é? Até parece que nunca fizeram isso. 

— Caralho, moleque... — Ryan resmungou atrás de mim, e eu não precisava olhá-lo para saber que estava prestes a enforcar o garoto; eu também estava.

— Eu vou ignorar a forma merda como se dirigiu a mim... — inspirei, tragando e pude ouvir um leve riso vindo de Caleb; acho que sem querer, ele lembrou de si mesmo. — Fala para mim que você não encheu o rabo de farinha e disse coisas demais por aí.

— Eu acho que disse algo sobre a grana para ela, mas... Foi meio sem quere, porque... — tive que o interromper.

— É bom que você apenas ache que disse algo. — expirei lentamente, vendo a fumaça o incomodar um pouco. — Vê se não me fode, cara. — bati levemente em seu rosto para, literalmente, acordá-lo para a vida real.

— Posso voltar para o meu trabalho agora? Satisfeito? Agora já sabe quem é o foco. — Ryan perguntou após passar uma das mãos pelo rosto.

Dei de ombros. — Eu francamente não sei o que dizer a não ser "não façam merda". — disse entre um riso nervoso.

— É um começo, não é. — ele ainda disse. — Principalmente para você... Está se saindo bem no lugar do Charlie.

Eu traguei pela última vez o cigarro antes de descartá-lo. 

— Eu não estou no lugar dele. — encarei por alguns segundos suas feições sarcásticas. — Não faria isso, ainda mais em um grupo rachado como esse.

— Não sei exatamente o que está pensando, chamando a gente até aqui para isso: para nada, então, não conte comigo. — o homem por fim disse, dando-me as costas.

— Filho da puta... — murmurei baixo.

Não que eu detestasse Ryan ou o quisesse morto, mas ele também não era exatamente a melhor pessoa com quem se trabalhar, e digo isso pela sua personalidade. Fogo com fogo só inflama mais, então era ótimo tê-lo o visto ir embora e assim, parado com as perguntas.

— Eu realmente não queria que_ — o garoto se manifestou após alguns segundos de silêncio.

— Que se foda, já era, caralho. — o dei as costas, voltando a encarar a rua deserta; eu estava realmente pegando o lugar de Charlie?

Talvez eu tivesse pego alguma responsabilidade, especialmente com relação ao dinheiro e de estar ali, tapando o buraco da sua presença; ainda que fosse como tapar o sol com a peneira, já era alguma coisa. Eu estava predisposto a organizar tudo da melhor forma, até que eu não precisasse fugir da polícia a cada esquina, mas isso era um mero detalhe é claro. Minha vontade mesmo era que o assunto do roubo sumisse da mídia e da memória de Sadie principalmente, e se continuar com meu trabalho de bosta garantisse algo de bom a ela, então eu ficaria.

— É foda como não precisa de muito para te deixar puto. — Caleb disse, me trazendo de volta a realidade; até aquele momento a sua conversa com o outro garoto era apenas um eco na minha cabeça. — Megan, não é? — riu nasalado, cruzando os braços ao ficar ao meu lado.

— Cala a boca. — balancei a cabeça após um suspiro. — O que queria me contar?— perguntei logo, queria ver a ruiva o quanto antes.

— Depois que nos falamos ontem, vi que o tal Nicholas estava com Merle. — contou e eu o encarei no mesmo instante; aquela não era uma notícia muito boa, na verdade era péssima. — Eu particularmente não fiquei surpreso, mas vai da sua perspectiva achar estranho que o ex merda, da sua mina, que você roubou, esteja batendo papo com aquele filho da puta.

— Estavam onde? Talvez só quisesse alguma dessas merdas que o Merle revende pelo Ryan... — questionei, talvez ainda tivesse uma pequena esperança de não ser algo tão ruim assim.

Caleb negou com a cabeça, com uma expressão desconfortável. 

— Não julguei ser um lugar ruim, mas eu_ — ele não terminou de falar, uma vez que pausou assim que meu telefone tocou.

Eu dei um suspiro longo, mas cedi a olhar quem ligava, já que eu ainda estava no aguardo de um retorno de Sadie, e era justamente ela.

— E então, como_ — ela não me deixou dizer.

Tem razão, a Natalia não sabe ser civilizada. — riu levemente. — Mas dou um desconto para ela, mas só hoje. — riu mais.

Respirei um pouco mais aliviado com isso, era bom ter notícias delas. Dei alguns passos para longe de Caleb, escondendo ao máximo o sorriso idiota que eu tinha.

— Só hoje? Eu a aguento por onze anos. — respondi-a; o garoto me olhou um tanto curioso, mas não disse ou expressou nada, talvez quisesse tanto saber o assunto quanto eu.

É. — suspirou. — Espero que não esteja ocupado.

— Não, eu_ — ela me cortou novamente.

Menos mal, me encontra no hospital municipal, "padrinho", tem alguém esperando por você, e não sou eu. — disse em um tom descontraído, com certeza achava engraçado meu silêncio diante daquilo.

— Puta merda... — foi só o que disse em meio a uma risada de desespero, obviamente.

Sadie riu de fato dessa vez. — Anda logo, Dacre. — e por fim, desligou. Eu apenas ri, já que estava ainda sem reação.

— O que aconteceu? — ele me questionou, confuso diante do meu silêncio.

Respirei fundo, ainda anestesiado com a notícia  e segui até o carro. 

— Avisa o desgraçado do Ryan Collins, que, sim, eu tomei a porra do lugar do Charlie nessa merda. — comentei ao passar por ele.

— Onde vai? — perguntou. — Não queria saber sobre o tal Hanhenn? Eu não_ — interrompi-o.

— Agora esse detalhe não importa muito, ela vai estar comigo, então... — pausei ao dar partida. — A menos que o Nicholas queira levar um tiro, ele vai ficar na boa. — creio que ele tenha me escutado, já que riu.

— Você é de foder, Montgomery. Olha a merda que você está fazendo. Está se ouvindo, caralho? Eu estou falando algo sério e... 

Não ouvi mais nada depois disso, já que estava ansioso o bastante pensando como eu havia chego naquela situação. Eu havia agora uma nova responsabilidade, e das grandes. 

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