Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 13 - Terça-feira chuvosa

05/04/2022 - Dia do assalto a Conceptum Corporation

Dacre Montgomery

Caleb não havia dito nenhuma palavra desde que havíamos deixado Charlie no hospital. Eu dirigia a pelo menos 100km/h dentro da cidade, o que com certeza me garantiria uma multa; mas esses era o menor dos problemas sem dúvida.

Minhas mãos apertavam o volante com força, porém, eu evitava as olhar, já que estavam levemente avermelhadas - não sei se pela força que eu fazia ou por Charlie -.

— O que a gente faz agora? — o jovem ao meu lado ousou perguntar.

— O que vamos fazer agora? — repeti a sua pergunta em um tom irônico. — Não sei, me diz você, já que tem ótimas ideias pelo visto. — olhei-o sem esconder meu ódio e aumentando meu tom de voz.

Caleb não disse nada, apenas devolveu meu olhar com um semblante assustado. Imagino que estivesse repensando em todo ocorrido provocado por ele.

— Ela veio em minha direção, eu não pude evitar... — manifestou-se após alguns segundos.

— Não pode evitar? — repeti sua pergunta de novo. — Você atirou na mulher, caralho! E fez com que atirassem no Charlie... Puta que me pariu! — não consegui controlar meu nervosismo. Bati a mão direita sobre o volante pelo menos umas cinco vezes para despejar minha raiva. — Tem noção do que fez? O cara está morto. — completei.

— Talvez ele só esteja desacordado e_ — cortei-o.

— Cala a merda da boca. — olhei para ele novamente; suas feições mesclavam entre o desespero e uma culpa aparente. — Você fez tudo que não era para fazer, que inferno. — eu ainda continuava falando extremamente alto, definitivamente, não conseguia controlar. — Eu sabia que você ia foder com a droga do plano, sabia.

— Mas queria que eu fizesse o que? Ela estava vindo na minha direção, quando era para ela ficar quieta na dela. Não tive opção. — tentou defender-se aumentando um pouco a voz.

— Que não atirasse nela, porra! Era essa sua opção. — respondi-o grudando meus olhos nos dele e pisando fundo no acelerador. — Que merda você acha que ela faria? Meu Deus do céu... — passei a mão esquerda pelo rosto como se realmente fosse me acalmar. — Seu trabalho era ficar parado na porta, nada mais.

— Mas eu_ — interrompi-o outra vez.

— Mais o que?! — esbravejei. — Por sua causa estamos todos fodidos.

— Nós conseguimos sair de lá, não? Então pronto! — Caleb gritou gesticulando.

Eu apenas acelerei mais, uma vez que estávamos quase entrando na rodovia. — Saímos de lá com um cadáver, caralho! — gritei por cima.

— Eu já entendi isso, porra. — acrescentou. — Agora será que dá para diminuir a velocidade antes que a gente também morra.

Eu mantinha meus olhos no asfalto, mas isso não quer dizer que eu o via bem. — Talvez fosse melhor que isso acontecesse, não acha? — perguntei de forma retórica. — Quem sabe não merecemos, já que atirou em uma vadia por nada.

— Eu não fiz por querer, caralho. E diminui essa merda logo.

— Eu falei para calar a boca! — olhei para ele novamente; eu quase podia sentir o sangue nos meus olhos, tal como se minhas vistas escurecessem.

— Eu não preciso ouvir esse seu discurso, chega. Eu já entendi que fiz merda. — falou baixo, recostando-se no banco.

Tentei regularizar minha respiração ao máximo, mas não conseguia de nenhuma forma, pois cada vez que eu piscava, a cena de minutos atrás vinha a minha mente.

— Você vai contar a ela. — falei firme. Pude ver pelo canto dos olhos que sua feição de choque havia voltado.

— E-eu não vou conseguir, não posso dizer isso a ela. — disse de imediato.

— Você vai. — afirmei. — Vai olhar nos olhos dela e dizer a merda que fez. Dizer que por sua causa, mataram o pai do filho dela.

— Como vou fazer isso? É impossível.

— Não sei, não é problema meu. Não fui eu quem apertou o gatilho. — dei de ombros, retirando o revólver que ainda estava em minha cintura por debaixo da camisa. — Vamos ver como se sente ao contar para ela que você fodeu com a vida da única pessoa que confiava em você.

Isso fora o suficiente para cala-lo o restante do caminho. Minha visão ainda estava turva e apena torcia para que chegássemos a cidade de Davis logo, para me desfazer da placa do carro. Até porque, era uma questão de minutos para que chegassem até nós.

Sadie Sink

Quando abri a porta do banheiro do escritório, eu sentia que meu coração iria sair pela boca. Em minha mente ecoava-se ainda o som do vidro se partindo em mil pedacinhos e principalmente, os três disparos. Minhas pernas ainda estavam um tanto bambas, mas nada comparado a sensação que eu tive quando estava naquele maldito cofre.

Joe e Maya seguiam ao meu lado, enquanto eu estava sendo abraçada na altura dos ombros pelo rapaz. Meus olhos corriam por todo o saguão, observando cada centímetro daquele cenário de guerra que havia se tornado. As mesas estavam bagunçadas, tendo milhares de papéis espalhados; inclusive os que eu trazia de casa, que continuavam largados no chão junto da pasta. Os paramédicos já haviam ido embora, restando apenas os policiais, que conversavam com o segurança da entrada e com o senhor Harbour em um canto.

— Você está bem, senhorita? — perguntou o único homem do prédio todo que disse algo durante o assalto. — Eu queria ter feito algo quando a vi descer do elevador, mas não consegui. — disse enquanto se aproximava de nós.

— Está tudo bem... Oliver. — li o nome em seu crachá, com o sorriso mais falso que já dei em toda minha vida e com isso, ele simplesmente se afastou.

— Vem, vamos pegar suas coisas e sair daqui, pelo amor de Deus. — Maya comentou ao seguir na minha frente até nossas mesas.

Joe desvencilhou seus braços de mim e ficou nos observando. Eu evitava ficar olhando para o lugar, tentando focar apenas em minha bolsa, que estava totalmente aberta e revirada sobre a mesa de Maya.

— Mais que porra. — esbravejei ao olhar dentro e perceber que meu celular e os únicos quinhentos dólares que eu tinha para passar o mês haviam sumido.

— Eles reviraram a bolsa de todas nós. — Maya comentou. — Não era suficiente causar o inferno, tinham que nos roubar também.

Xinguei-me mentalmente de todos os nomes possíveis; se eu soubesse que levariam tudo que eu tinha, teria sido mais cautelosa com minha ideia idiota de pegar algumas notas. Bufei irritada, jogando a bolsa novamente sobre a bagunça e esfregando meu rosto com as mãos. Eu só queria sumir dali e ascender uma droga de cigarro.

— Calma Sadie, vamos resolver isso. Você vai ver. — Joseph disse ao colocar as mãos outra vez sobre meu ombro.

— Resolver como, Joe? Eu não tenho grana nem para cair morta. — respondi-o um tanto rude ao olha-lo nos olhos, o que o fez tirar suas mãos de mim. Obviamente percebi minha atitude, mas eu estava sendo engolida pelo nervosismo. — Desculpe. — falei um pouco mais baixo, pegando minha bolsa e o que restava dos meus pertences; pelo menos em casa eu entraria.

Dei as costas aos dois, que me olhavam um tanto surpresos com minha reação. — Hey! Espere por mim, Sadie. — ouvi a voz de Maya ao fundo, mas eu estava concentrada em apenas sair dali sem escorregar nos estilhaços de vidro devido ao salto. — Me espera. — ela finalmente me alcançou, sendo lógico acompanhada de Keery.

Se antes a rua estiva cheia de carros, agora estava lotada de pessoas curiosas e a imprensa, principalmente na entrada do prédio. Segui para meu carro escutando ao longe algum dos homens fardados e até um repórter me chamando, mas naquele momento eu não queria trocar uma palavra com ninguém, especialmente alguém que me encheria de perguntas.

— Você vai para casa? — ela perguntou assim que me aproximei do Creta.

— Vou, minha cabeça está doendo demais para ficar nessa confusão. — falei indo em direção da porta do motorista.

— Eu vou com você. — sorriu levemente. — E o senhor vai para casa e para de dizer coisas idiotas. — disse virando-se para Joe antes de atravessar a rua.

O rapaz balançou a cabeça negativamente diante disso e deu alguns paços até meu carro, dando algumas batidinhas no vidro do passageiro. Eu estava pronta para dar partida, mas cedi em abrir a janela.

— Se precisar de algo, me ligue. — disse. Não pude evitar um olhar irônico. — Digo, me mande uma mensagem, um e-mail, tanto faz. — corrigiu-se.

— Claro Joe, claro. — falei sem olha-lo e finalmente sai daquele lugar.

(...)

— Quando eu vi, você estava com uma droga de arma nas costas e um caos instaurado. — Maya comentava, sentada em uma das cadeiras da cozinha. — Não sei porquê diabos a Marie teve de abrir a boca e pronto, ai a merda começou mesmo.

— Francamente, eu não conseguia pensar em nada. — suspirei, encostada sobre a pia, esperando que a lasanha congelada ficasse pronta para almoçarmos; ou melhor, ela almoçar, eu não tinha estômago para isso.

— Eu imagino. — ela arregalou os olhos. — Primeiro foi a Marie, depois um deles e eu ali, apenas congelada — negou com a cabeça. — Acho que se fosse eu no seu lugar, quem levaria um tiro seria eu, porque eu não iria conseguir dar um passo.

— Eu só queria que tudo acabasse logo, sabe. — suspirei, cruzando os braços. — Ainda mais por não estar vendo nada do que estava acontecendo. Ele ficava o tempo todo dizendo para não olhar. Foi de longe a pior sensação.

— Nunca imaginei que diria isso, mas... Ainda bem que ele fez isso. — disse com uma voz um tonto sarcástica, como se a atitude do assaltante tivesse sido gloriosa.

— Talvez, mas ainda assim, foi péssimo. — respirei fundo.

— Mas ele não fez nada, certo? Não lhe disse nada? Sadie, se ele_ — interrompi-a, que perguntava tão nervosa quanto Joe.

— Não, nem encostou em mim. — neguei com a cabeça. — É o que te disse, só sabia me mandar fechar os olhos.

— Menos mal. — debruçou a cabeça sobre uma das mãos que estavam apoiadas na mesa.

— Que seja. Eu só queria esquecer isso, e logo. — falei ao finalmente ver a lasanha que estava no formo.

— Vamos mudar de assunto e falar de coisas boas então. — ela se ajeitou na cadeira. — Seu dia está chegando. Já pensou no que fazer? — sorriu para mim, enquanto eu colocava a assadeira sobre o fogão.

— Não, não tive nem tempo de pensar nisso e, francamente, com tudo isso agora, só tenho vontade de ficar em casa e economizar. — dei de ombros. — Além de que, ainda não digeri tudo. Será que estou mesmo viva depois daquilo?

Ela riu. — Sadie, pelo amor de Deus, é seu aniversário, jamais fará vinte e cinco anos de novo.

— Assim como nem vinte dois, vinte três. — revirei os olhos. — Estou sem coragem para fazer qualquer coisa.

— Podemos ao menos sair para beber algo, igual aquele dia. O que acha? — sugeriu.

— E encontrar com o Nicholas naquele bar de novo? Nem pensar. — falei ao pegar os pratos no armário e arrumar a mesa.

— Vai passar o fim de semana em casa então? Sozinha? Vamos fazer algo aqui pelo menos, um bolinho talvez.

— Vou pensar sobre isso.

— Meu Deus, o Joe merece parabéns por lidar com você, como é teimosa. — Maya riu e recebeu um sorriso sarcástico da minha parte.

Dacre Montgomery

O percurso a Davis, que durava em média trinta minutos, eu havia feito em vinte, já que eu acelerava o máximo que podia. Felizmente, Caleb não tinha aberto mais a boca para dizer uma silaba durante o trajeto e eu agradecia a Deus; minha cabeça já estava atordoada demais para suportar isso.

Praticamente invadi a oficina improvisada de Sebastian, o qual obviamente já estava lá a minha espera. Desci do carro, deixando a arma que, até então estava entre minhas pernas no banco, dentro do porta luvas.

— Finalmente, achei que tinha sido pego, Montgomery. — o mais velho disse assim que bati a porta com força.

— Demorei porque voltei para buscar o Charlie, não é.

— Cara, sobre isso... — ele suspirou. — Não tinha o que ser feito. Foram duas balas, e uma delas bem no meio do peito.

— Mas poderiam ter tirado o cara de lá pelo menos e não passado por cima, como se fosse um saco de batata. — retruquei.

— Aih vai começar de novo... — escutei Caleb murmurar atrás de mim, escorado no Jeep. Apenas o olhei fixamente em seus olhos e foi o suficiente para ele desviar os olhos de nós.

— Dacre, você também não fez nada, deu continuidade ao plano. — Sebastian se levantou do caixote de madeira em que estava sentado. — Pronto, já foi. É uma pena, mas não podemos fazer nada.

— Ah que se foda. — virei-me de costas, andando de um lado para o outro.

Minha cabeça ainda estava doendo e não consegui segurar a vontade de fumar, obviamente. Minhas mãos ainda estavam um tanto manchadas de vermelho, mas nessa altura, apenas ignorei. Dei a tragada mais lenta dentre semanas; mas ainda não era o suficiente para diminuir meus batimentos cardíacos.

Sebastian desistiu de falar qualquer coisa e apenas começou a desparafusar a placa do meu carro, no mais profundo silêncio; o qual foi quebrado pelo motor do carro dos outros rapazes. Eles mal haviam estacionado quando Andrew e Jason desceram desceram.

— Como tem coragem de vir para cá depois da merda que fez? Está maluco, garoto? — Andrew avançou sobre Caleb. — Eu poderia bem meter uma bala em você e fazer você ver como é bom.

Tanto eu quanto Sebastian somente observamos. O jovem estava com as mãos em redenção, sendo segurado pela camiseta e com um revólver apontado para seu maxilar.

— Por sua culpa perdemos o Charlie e aqui, a gente não deixa passar essas coisas. — Jason comentou ao se aproximar lentamente, como se torturasse o moleque.

Ri pelo nariz diante daquilo, pois por mais que eu quisesse matar Caleb, com minhas próprias mãos, pela atitude estúpida, eu tinha em mente que já havia o feito se martirizar demais.

— Rapazes, vamos nos acalmar, tudo bem. — Sebastian finalmente disse algo.

— Acalmar? O filho da puta ferrou com tudo. — Jason respondeu de imediato, encarando o homem.

— É, fodeu, mas pode relaxar, seu dinheirinho está aqui. Feliz? — pronunciei, me mantendo no mesmo lugar.

— Você é outro. Seguiu com a merda do plano como se nada tivesse acontecido. — Andrew retrucou. — Então também não tem muita moral para falar nada.

Eu ri de nervoso. — Vocês foram embora e largaram o cara lá, caralho. Não vem com essa para cima de mim. — falei ainda tentando controlar-me. — Eu só não deixei que aquela merda fosse atoa, porra. Ou acha que teria como pedir desculpas e irmos embora ilesos? Acorda, porra! — não pude segurar minha irritabilidade.

O silêncio pairou no ar, como se o que eu tivesse dito tinha feito suas cabeças explodirem, enquanto Caleb parecia soar frio.

— E cadê a merda dessa grana? — Andrew ainda segurava o rapaz.

Joguei a bituca do cigarro ao chão, pisando sobre a mesma e indo devagar até a mochila que estava sobre uma mesa de metal ao fundo da oficina.

— É só isso que importa no fim, não é? — soltei a bolsa no chão em frente aos dois. — Peguem logo essa merda e vazem. Anda, 180 para cada e não se fala mais nisso. — completei.

No mesmo instante, o rapaz de cabelos castanhos e curtos soltou Caleb, empurrando-o bruscamente e o fazendo dar alguns passos para trás. Jason e Andrew atacaram as notas de cem dólares como crianças buscando doces em festa de aniversário. Sebastian observava-os, quase que hipnotizado.

— Troca logo essa placa, preciso ir para casa. — fiz o despertar de seus pensamentos ao bater levemente em seu ombro. Ele apenas olhou-me brevemente e voltou ao trabalho, enquanto eu tomava a responsabilidade de vigiar os dois jovens. — É só cento e oitenta, volta a merda desses duzentos dólares, agora. — falei, quebrando aquele silêncio mórbido.

Pude escutar Jason bufar. Foi só então que Michel saiu de dentro do carro, para obviamente buscar sua parte. No fim, era somente isso que importava: o dinheiro, e não a morte de Charlie ou o incidente com a mulher azarada; era apenas o ganho por passar por aquilo. Algo que, dali para frente, coloquei em mente que preferia, talvez, passar sozinho.

(...)

Assim que abri a porta do apartamento pude voltar a respirar como antes. Deixei o envelope com o dinheiro sobre balcão da cozinha e só então voltei a ligar o telefone.

"Como foi? Estão bem? Tentei ligar várias vezes para o Charlie, mas ele não me atende"; as mensagens de Natalia pipocaram em minha tela, mas não seria agora que eu a responderia.

Fui direto para o banheiro; sentia que era mais que necessário lavar aquela sensação de remorso. Joguei as roupas no chão de qualquer jeito e entrei no chuveiro; a água quente não era um remédio milagroso, mas aliviava até certo ponto o sentimento angustiante que eu tinha.

Eu lavava as mãos com tanta força, que com certeza depois iria senti-las arder, mas eu precisava tirar a evidência de que, querendo ou não, eu tinha sangue nas minhas mãos depois desse roubo, literalmente. Perdi no mínimo quinze minutos embaixo do chuveiro, mas não tinha a menor pressa, uma vez que o pior já havia acontecido e não se tinha o que fazer.

Declarar que, de fato, Charlie estivesse morto não era fácil, porém, tentei manter um pingo de esperança; mas não por mim, eu já havia aceitado isso, mas sim por Natalia. Ainda com os cabelos molhados,  sentei-me no sofá da sala, relendo as várias mensagens da possível viúva, a qual parecia desesperada, enquanto ouvia o ruído da chuva forte que caia lá fora.

Até tentei ligar para Caleb, o culpado de me fazer sentir no próprio inferno, mas não fui atendido em nenhuma das quatro ligações. — Agora é só essa que me faltava mesmo. — falei em voz alta comigo mesmo.

Eu poderia ser um cara um tanto frívolo, do caráter mais duvidoso possível, mas não tinha sangue frio o suficiente para dar a Dyer a notícia; não hoje.

Sadie Simk

Eram quase duas da tarde quando Maya foi embora e me deixou sozinha com meus pensamentos, algo que no momento não era minha primeira opção, pois eu sabia que ficaria revivendo aquele inferno. Eu estava a pelo menos meia-hora atualizando a caixa de entrada do meu e-mail, como se alguma notícia fosse surgir e salvar minha vida.

Eu me autoflagelava mentalmente por estar me submetendo àquilo, mas fui interrompida quando escutei a campainha tocar. Levantei devagar do sofá, olhando discretamente pela janela da sala, mas falhei miserável, já que a Sra. Wheeler havia me visto e consequentemente acenou com um sorriso leve nos lábios, impedindo-me de não abrir a porta para ela.

— Merda. — sussurrei para mim mesma, abrindo a porta da frente. — Olá, Sra. Wheeler. — falei, tirando uma simpatia de onde não existia.

— Boa tarde, querida. Eu fiquei sabendo sobre o ocorrido dessa manhã na empresa que você trabalha, não param de passar isso no jornal.

— É, pois é, pegou a todos de surpresa. — suspirei, apoiando uma das mãos na cintura.

— Eu só queria saber se está bem e, também, conversar com você sobre o assunto de mais cedo. Posso entrar? — a mulher de meia idade e cabelos castanhos sorriu levemente, tentando me convencer com seus olhos claros e doces.

— Mesmo? Não poderíamos nos falar outra hora? — não pude disfarçar minha impaciência.

— É que preciso muito falar com você, é importante e estou preocupada. — ela respondeu, cutucando as próprias unhas e assim tirando seu esmalte rosa.

— Entra. — desisti e acabei dando passagem para ela, a qual se sentou um pouco nervosa no sofá de três lugares ali  próximo a entrada.

Encostei a porta e sentei na outra ponta do móvel. — Então, o que ia dizer é que ontem tinha uma camionete parada em frente a sua casa, ficaram ali quase a tarde toda eu acho. — respirou fundo. — Eu estava com a Holly na varanda quando um deles desceu e apertou a sua campainha insistentemente e bateu na porta. Pareciam nervosos com algo.

Eu a olhava sem esconder meu olhar de confusão. — E você disse algo? Eles viram você?

— Não, eu entrei em casa com a Holly. Não pareciam muito amigáveis — sorriu nervosa.

Meu corpo estremeceu no mesmo instante, bem como horas atrás na empresa. Karen me olhava um tanto perplexa, já que eu não dizia sequer uma palavra; mas não era para menos, pois eu tentava organizar aquela informação na minha mente, junto de toda a confusão que vinha sendo aquela terça-feira ferrenha.

— Você anotou a placa? Lembra como o cara era? — perguntei, começando a andar de um lado ao outro na sala.

— Não consegui. — ela suspirou. — Eu levei um susto tão grande que travei um pouco, sinto muito. — disse. — Só lembro que ele era alto e o cabelo escuro, mais nada.

A sensação de pânico estava voltando pouco a pouco, eu podia sentir lentamente meu coração acelerar, segundo a segundo, como se eu fosse perder o controle de tudo. E como em um estalo, surgiram aquelas mensagens de número desconhecido em minha mente.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro