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Capítulo 01 - É a porra da Califórnia

25/02/2022 - 39 dias antes do assalto a Conceptum Corporation

Sadie Sink

Faltavam menos de quinze minutos para que eu fosse para casa e pudesse finalmente me livrar daqueles sapatos e desfazer o rabo de cavalo apertado do cabelo. Eu apenas sonhava com um bom vinho rose.

— O que acha de irmos a Luxx hoje? Estou doida para esquecer essa droga de trabalho. — Maya me despertou dos pensamentos.

— Não sei, Maya. Eu não estou muito no clima de balada. — torci o nariz em reprovação.

— Sadie, desse jeito nem parece que ainda está na casa dos 20 anos. Parece uma idosa. — revirou os olhos, girando em sua cadeira no escritório; estava tão empolgada para sair, que já desligava o computador de sua mesa. — Vamos, vai ser divertido. — tentou me convencer uma última vez.

Eu neguei com a cabeça ao me concentrar em enviar o último e-mail do dia. Confesso que até me surgiu a dúvida, mas sei que não aguentaria enfrentar fila, som alto e multidão; não hoje.

— Até segunda-feira você pode resolver isso? — Marie disse ao passar por minha mesa e deixar uma pasta amarela sobre ela.

Seu tom de voz foi mais de ordem do que realmente uma pergunta. Eu apenas assenti e a observei seguir até a saída.

— Mas que filha da puta. — xinguei baixo, ouvindo o riso contido de Maya na mesa ao lado. — Ela só pode estar de sacanagem.

— E é por isso que você deveria encher a cara comigo hoje, Sadie. — ela pegou sua bolsa e o casaco.

— O que? Ela não vai conosco de novo? — Joe intrometeu-se na conversa. — Não acredito nisso. — acrescentou ao apoiar-se na mesa da moça loira.

— Divirtam-se por mim. — foi a única coisa que eu disse antes de me levantar e pegar meus pertences, incluindo o trabalho extra, e encarar o rapaz de cabelos castanhos volumosos e bem arrumado.

Pude ouvi-los rirem baixo enquanto me distanciava; faltava pouco para meu momento de paz e tranquilidade.

~*~*~

— Ela acha que não faço nada da vida, que não trabalho igual um idiota. Ela quer me tirar do sério! — Nicholas despejou a raiva que sentia da ex-mulher em mim como se eu fosse solucionar seus problemas em um passe de mágica.

— Nick, ela só quer deixá-lo irritado, relaxa. As coisas vão se resolver. — comentei após um suspiro. Estava exausta, eram 21h30min daquela sexta e eu só queria dormir.

— Eu sei que vão, mas atualmente as coisas estão tão merda, que minha única certeza é de que você sempre estará ao meu lado. — disse ele ao beijar minha testa.

Estávamos sentados no sofá da sala de casa há pelo menos cinquenta minutos, lado a lado, dividindo uma cerveja, que já durava tempo demais para o meu gosto e encarando a televisão desligada.

— Sabe que amo você. — pausou. — E sabe também que detesto pedir isso, mas... Eu preciso muito de sua ajuda. — seu tom era de desânimo, e eu já podia prever seu pedido. — Poderia me emprestar mais uns quinhentos ou seiscentos dólares? — perguntou.

Eu apenas suspirei e esfreguei a testa com umas das mãos, minha enxaqueca estava me matando e aquela sua falação na minha cabeça, só piorava. Mesmo eu dando mil desculpas para não nos vermos, ele ainda assim veio, o que me deixava extremamente irritada.

— Quinhentos dólares? Mas Nicholas... — ri diante do absurdo. — Não tenho isso e, mesmo que tivesse, é muita coisa, não acha? — questionei.

— São para os exames da Kate. — respirou fundo. — Aquela filha da puta não ajuda em nada e agora, ela está lá, internada e passando por poucas e boas há semanas. Eu quero muito fazer algo, é minha filha, Sadie. — Nicholas literalmente cuspiu as palavras sobre mim.

— Certo. — suspirei. — Mas por que não tenta fazer um empréstimo? Não seria mais fácil? — sugeri. — Eu ando um pouco apertada, você sabe disso.

— Com os créditos que tenho? — ele riu nasalado e deu um longo gole na cerveja que já esquentava. — Não consigo nem duzentos e eu preciso disso, urgente. — pausou. — Eu detesto ter que recorrer a você, mas...

— Tudo bem, posso ver o que posso fazer. — declarei por fim, somente para que mudássemos de assunto.

Eu não devia isso a ele, mas toda a situação crítica de saúde que Kate, com apenas três anos, passava há quase um mês no hospital, era a maior crueldade que eu pensava já ter visto em toda minha vida.

— Você é a melhor, meu amor. — disse, beijando minha têmpora; apenas sorri fraco.

Eu gostava da sensação de ajudar, mas no fundo sabia que não era a decisão mais inteligente.

Dacre Montgomery

— O que acha disso? — Charlie perguntou após um longo discurso, mas que, particularmente, não ouvi nem a metade por conta do som alto do bar. — O Caleb já está por dentro de tudo e topou. Só falta você, cara.

— Caleb? Quem? Aquele moleque de, sei lá, 19 anos? — estreitei os olhos dando um breve gole em minha cerveja. — E ele vai ajudar em que? Ele não sabe nem ao menos dirigir bem. — completei, balançando a cabeça negativamente.

— Qual é, Dacre... O moleque é esperto, vai ser útil. — declarou, cruzando os braços. — Pensa bem, vai ser quase um milhão e meio, se não, até mais.

Certo. Tudo isso era uma puta oferta; na verdade uma das melhores em meses. Um milhão e meio para assaltar uma das maiores empresas de investimento financeiro de Sacramento, infestada de mauricinhos e patricinhas egocêntricas; parecia algo meramente viável.

— Não é tão simples assim, Charlie. — comentei, pensando na hipótese de realmente aceitar.

— Eu sei que não. — respondeu. — Por isso estou discutindo com você sobre isso, além de que... — ele olhou em volta, temendo provavelmente que alguém estivesse prestando atenção na nossa conversa. — Se repassarmos o plano que comentei, não tem erro.

Mantive-me em silêncio, pressionando os lábios um contra o outro e correndo os olhos pelo lugar. O bar estava meramente cheio, o som ao vivo atrapalhava qualquer um de conversar e não era à toa que Charlie e eu optamos por uma das mesas mais afastadas.

Ainda que fosse praticamente fim de semana, eu não era capaz de me desligar de todos meus problemas e na minha cabeça, diante da sua ideia questionável, meus pensamentos se atropelavam; eu tinha várias perguntas sobre aquilo e, infelizmente, não tinha resposta para elas.

— E então? — o rapaz questionou outra vez. 

Ainda que o cabelo um pouco cumprido caísse sobre seu rosto, eu ainda consegui ver seus olhos verdes arregalados, implorando por um posicionamento meu.

— Como tem tanta certeza de que dará certo? — demonstrei o menor do interesse ao tirar um dos cigarros do maço sobre a mesa e o acender. — O que impede de não dar merda?

Charlie sorriu sarcástico para mim, parecia que estivesse esperando por essa pergunta.

— O que mais comove as pessoas nesse tipo de coisa? — ele arqueou uma das sobrancelhas. Não aguentei seu argumento, tive que rir. 

— Espero que as moças sejam bonitas pelo menos, senão, não valerá de nada. — ironizei a consideração ao soltar a fumaça do cigarro em um suspiro pesado.

Eu considerava muito a opinião e as decisões de Charlie, mas naquele dia em particular, eu não estava com disposição para uma longa conversa sobre algo que poderia foder comigo. Assim, concentrei-me em buscar com os olhos algo interessante o suficiente para não ir embora e fazer a ida até o bar não valer a pena.

— Então é um sim? — instigou empolgado.

— Que se foda. — respondi, por fim, ao me levantar e jogar o cigarro no chão, dando-o as costas.

~*~*~

Inspirei e expirei lentamente; era como se o ar faltasse nos meus pulmões, e isso era provavelmente culpa da fumaça densa dentro do carro ou o calor que a boca quente da garota gerava em mim.

Eu não sabia exatamente que horas eram, nem que dia, muito menos porque uma desconhecida fazia um boquete em mim em uma rua escura e deserta, mas sabia que acharia essa situação escrota um dia que estivesse sóbrio, é claro.

Anna. Milenni. Sarah. Chloe; Chloe... Ela realmente tinha cara de Chloe; e eu presumia isso pelo cabelo cacheado e volumoso, a pele negra que parecia brilhar com a iluminação fraca da rua ou só porque seus dedos, que faziam pressão contra minha coxa, pareciam finos demais para alguém que tivesse mais de 23 anos.

Fechei meus olhos ao sentir ela intensificar seus movimentos, obviamente não contive um suspiro diante disso e ela pareceu rir com isso, mas eu me limitei apenas a respirar fundo e tragar mais uma vez o baseado quase no fim.

— Acho melhor irmos. — ela disse quase em um sussurro, levantando-se e passando os dedos nos lábios.

— Está cedo. — comentei arrastado, entregando o baseado a ela.

Ela sorriu. — São três da manhã, meu bem. -— respondeu-me ao tragar e soltar a fumaça devagar.

Eu a olhava pelo canto dos olhos, já que estava tão mole que mal podia virar o rosto para encará-la de fato. Ela bateu levemente em meu ombro.

— Vamos? — chamou minha atenção.

Com custo eu a encarei. O sorriso largo, a boca carnuda e os cílios longos eram realmente atrativos, o que me fazia lembrar vagamente do seu convite para beber horas atrás. Enrolada, acho que foi assim que ela se definiu quando perguntei se estava sozinha.

Ela passou as mãos pelo cabelo e sorriu outra vez e estalou os dedos em frente ao meu rosto, fazendo-me despertar.

— Está me ouvindo? 

Apenas respirei fundo e desviei a atenção, tentando ao máximo voltar ao controle da situação. Eu deveria parar de misturar álcool com maconha urgentemente.

— Está tarde, preciso ir para casa. — e com sua insistência, eu tinha quase certeza de que ela se chamava mesmo Chloe.

02/03/2022 - 34 dias antes do assalto a Conceptum Corporation

Não se passava muito das sete da manhã quando comecei a me arrepender de estar ali. Eu podia ter certeza que minha cabeça iria explodir graças ao álcool da noite passada. Minha concentração estava no ruído do meu cigarro recém aceso e no vento fresco que balançava as árvores da Avenida Fulton.

O movimento nas ruas começou a aparecer, o vai e vem de pessoas nas calçadas e, principalmente, a conversa alta dos funcionários da loja de móveis do outro lado da rua ao receber mercadoria. Tudo só colaborou para a minha ressaca piorar. Porém, eu me limitei a ficar encostado na parede da cafeteria, arriscando olhar às vezes para quem entrava ou saia do estabelecimento, fazendo qualquer coisa para matar o tempo, enquanto esperava Natalia aparecer.

"Vai vir ou está difícil? Não tenho tempo para ficar aqui te esperando"; foi tudo que eu digitei na mensagem para a garota diante dos seus quinze minutos de atraso.

Por fim, voltei a observar o movimento à minha frente, dando uma longa tragada no cigarro e sentindo a nicotina invadir-me; um péssimo hábito, de fato, mas o único que me acalmava diante de tantas vozes ao meu redor e na minha própria cabeça.

Eu me sinto uma idiota, não acredito que fiz isso... — uma voz, dentre tantas, chamou-me a atenção, tanto que não hesitei muito ao virar-me à minha esquerda e acompanhar com os olhos as duas moças entrarem na cafeteria.

A brisa leve passou por elas e carregou o perfume doce de uma delas quando passaram ao meu lado; ou talvez eu só estivesse enlouquecendo, mas ainda assim era um cheiro bom. Finalmente tinha encontrado algo para me concentrar.

As duas pareciam discutir algo importante, enquanto esperavam a mulher de avental dar-lhes atenção, já que uma delas parecia realmente irritada ao gesticular com frequência. Cheguei a abaixar um pouco os óculos de sol para olhá-la melhor; haviam detalhes interessantes demais nela para eu não contemplar.

Ambas pareciam concentradas em continuar conversando e quando a atendente lhes cumprimentou, finalmente lhes dando atenção, apenas uma se manifestou, sorrindo levemente para a mulher do outro lado do balcão; enquanto a outra buscou por uma mesa livre e consequentemente, deu as costas para mim. Seu caminhar era sutil, mas seu rosto ainda continha irritação e só pude concluir isso quando ela se sentou em uma mesa direcionada ao lado de fora do estabelecimento, dando-me uma vista privilegiada de seus olhos azuis e o rosto avermelhado.

— Na próxima marcamos mais tarde para você não encher o meu saco. — a voz de Natalia me despertou dos meus pensamentos bruscamente, obrigando-me a desviar minha atenção.

— Demorou demais para o meu gosto, está atrasada, Dyer. — virei de volta a rua, pegando outro cigarro no bolso.

Ela revirou os olhos e ajeitou os cabelos que o vento bagunçou. — Vai se ferrar, Dacre. — resmungou.

— E então, vai me entregar o que combinamos ou vai só reclamar? — encarei a sacola de papel pardo em suas mãos, junto a outras sacolas de lojas de grife; tudo para disfarçar a merda que carregava.

— Aqui, seu presentinho. — ela sorriu cínica, entregando-me.

Levei o cigarro à boca, deixando minhas mãos livres para abrir o embrulho. Lá estava a pistola calibre 40 que Charlie havia prometido, logo, fechei a sacola satisfeito. Soltei finalmente a fumaça e ajeitei novamente os óculos no rosto.

— Agora entendi porque o Charlie gosta tanto de você. — comentei ao aproximar-me dela e quase sussurrar em seu ouvido, como se fosse um legítimo agradecimento; ela ainda sorria e eu a imitei por meros segundos.

— É melhor que essa merda dê certo. — acrescentou entredentes, assim que afastei.

— Não é para mim que deveria dizer isso. — disse por fim.

— Só... — pausou ao olhar em volta. — Só me promete que não vai ter sangue dessa vez, por favor. — sua feição não era mais o sorriso cínico, agora tinha tensão no seu tom de voz.

— Se cuida, Dyer. — falei e logo dei as costas a Natalia, olhando brevemente em direção do interior da cafeteria.

As duas moças ainda estavam lá, só que agora, a mais baixa chorava, enquanto gesticulava e balbuciava alguma coisa para a outra a sua frente. Revirei os olhos diante daquilo, arrumando outra vez o óculos.

Pelo menos a pior parte do dia tinha acabado e com sucesso, aparentemente, já que tenho certeza de que ninguém suspeitaria de uma mulher bem vestida e com as mãos cheias de sacolas ridículas, trocando sorrisos cínicos com um cara qualquer.

É a porra da Califórnia, aqui todos sorriem cinicamente.

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