|  Darina Einstein  |

Pela madrugada ouvi um barulho meio estranho. Parecia Grandes asas batendo contra o chão.

Levei um susto ao ver a pequena grade da janela cair no chão causando ruídos.

— Quem está ai? – Meio hesitante levanto com dificuldades me aponhando à parede -– Por favor responda-me.

— Sou eu, Dara. Venha... Depois lhe explicarei tudo. – Safira diz com a voz baixa; só consigo observar suas grandes asas negras.

— Venha! Não temos tempo. – Ouço uma voz desconhecida por mim.

Sem mais delongas trasformo-me em loba por partes, liberando minhas unhas e cravando-na parede para então subir a mesma.

— O que está acontecendo? O que é você? E quem é ela? – Pergunto com o pouco de força que me resta.

— Você precisa descansar... Todas suas perguntas serão respondidas no tempo certo.

"Transports ad locum tutum, transfer me ad locum luporum"

( Transporta-me para o lugar que seja seguro, Transporta-me para o local dos lobos) A mulher ruiva murmura.

Faíscas de luzes saem de suas mãos deixando-me tonta.

Tudo se torna branco e quando
pisco, reconheço meu lugar de Origem, minha aldeia.

— Estou em casa. – Sussurro antes de desmaiar.

(...)

Zumbidos altos são ouvidos por mim, mas a medida que meus sentidos acordam, consigo escutar vozes nitidamente

— Então eu ainda sou o companheiro de Darina? – A voz que perguntou parecia surpresa.

-– Sim, Ethan. Não tem como cortar a ligação de companheiros, é algo impossível, nenhum ser mortal conseguiu fazer isso.

— Então porquê me fez passar por tudo aquilo, Ângelo? – Sua voz parecia magoada.

— Você estava determinado a cortar a ligação de companheiros... Não poderia deixar você ir mais a fundo nisso, pois se procurasse uma feiticeira. – Por um tempo a voz se calou, então retomou a falando bem baixinho — Ela usaria magia negra, e isso acabaria matando vocês dois.

— Então Darina pagou por tudo aquilo que fiz? Você me fez não sentir o que ela sente por um tempo? – Sua voz era puro desespero, agonia e arrependimento.

Não obteve respostas, nesse momento eu acordei por completo, recobrando todos meus sentidos, mas algo estava errado, e eu não me sentia "eu".

Me sentia uma Worth Wolf.