Capítulo vinte e seis - Onde reina a escuridão...
— Eu não posso fazer isso. — Naomi afirmou para ninguém em especial ao se deparar com as sombras negras tomando conta da cidade dos caídos, numa luta nada justa contra seus amigos.
Ela podia ver a cabeleira esvoaçante do anjo da morte fazendo voos rasantes e letais na penumbra da mata; o machado celestial sempre a tiracolo estava manchado com um líquido viscoso e escuro característico de essências malignas. Dave tinha total cobertura da celestial para acertar suas flechas celestes em cada criatura bestial que ousasse se aproximar da tenda; eles trabalhavam em equipe e isso só fazia Naomi se sentir ainda pior por não estar lá para dar-lhes a devida cobertura.
A raposa não fora capaz de tomar uma iniciativa heróica. Estava assustada com o que via, afinal, eram demônios; Criaturas malignas criadas somente para trazer o inferno a terra. Ela não podia lidar com aquilo, na verdade, mal conseguia se mover da entrada da tenda e desgrudar seus olhos castanhos do caos que se multiplicava rapidamente lá fora. Seus pés haviam congelado, a espada em suas mãos parecia ainda mais dura e pesada e as batidas de seu coração estavam aceleradas. Medo. Era o que a sobrenatural sentia naquele momento e se envergonhava muito por isso.
Dakota estava pronta para estraçalhar aquelas criaturas horrendas quando a voz trêmula da raposa a fez retroceder seu caminho. Ela viu o medo crescente se expandindo nas íris da menina e sabia que precisava acalmá-la antes que fosse tarde demais, afinal, eles precisavam se unir para vencer.
— Ei, me escute — a loba chamou a atenção da kitsune, num tom brando e caloroso. —Você pode fazer isso, Naomi. Está em seu sangue, correndo nas suas veias, enluvando seu coração. Eu sei que você pode fazer isso. — discursou com bravura, enquanto segurava o rosto macio da raposa em suas mãos. — Nós precisamos de você. Precisamos da raposa astuta e ansiosa que vive em você há muito tempo e que anseia em se mostrar útil. Liberte-se! — ela instigou, vendo o olhar assustado da sobrenatural aos poucos se transformar numa fúria milenar há muito tempo contida; o espírito da raposa.
Não era segredo para ninguém que o lobo e a raposa seguiam rivais naturais desde os primórdios dos tempos, mas havia algo no olhar, nos gestos e na postura de Naomi que fazia a loba se esquecer completamente de seus instintos; ela era leve e ainda assim feroz e astuta, apenas ainda não sabia disso.
— Obrigada, Dakota. — sem nenhum tipo de provocação, a kitsune agradeceu o gesto encorajador da loba à sua frente. Ela podia sentir o carinho que as íris carameladas da sobrenatural lhe transmitiam e gostou muito disso. Gostou de saber que Dakota se importava com ela e que apenas seu toque aconchegante era o suficiente para dar-lhe tudo aquilo que precisava no momento; coragem e determinação.
— Que Sam e Dean nos protejam. — a loba brincou, antes de deixar toda sua ferocidade animal vir à tona e juntar-se ao caçador e o anjo da morte.
Naomi riu, se sentindo nostálgica e respirou fundo antes de empunhar sua espada corajosamente e marchar com sangue nos olhos para cima da primeira sombra negra que apareceu na sua frente.
Na noite atípicamente gélida, machado, flecha, espada e garras lutavam contra o mal. Lutavam com bravura contra criaturas asquerosas de essência maligna e pura maldade que possuíam apenas um objetivo: mantê-los ocupados. No calor do momento, um grande detalhe havia sido deixado para trás, um detalhe que poderia causar ainda mais destruição e apenas Elizabeth e Enzo, presos dentro da tenda, haviam se atentado à esse ponto.
— Enzo...— Elisabeth grunhiu, ainda um pouco alucida. Seu abdômen exposto exibia feridas profundas do fogo celestial sólido que havia penetrado suas entranhas e o querubim tentava a todo custo diminuir a dor do caído, utilizando seus dons de cura.
— Não se esforce. Ambos sabemos o quão crítica a situação está aqui. — O anjo alertou.
Elizabeth revirou seus olhos úmidos pelas lágrimas e ignorando as palavras do anjo, segurou em seu ombro e forçou seus músculos a se sentarem. A ação proporcionou uma dor excruciante ao caído, mas ela se conteve em extravasá-la apenas com caretas, o que fez o querubim lhe enviar um olhar irritadiço.
— Você sabe muito bem que não sou de ficar quieta enquanto aqueles vermes nos distraem para que os malditos caídos localizem minha filha. —ela explicou, como se fosse a decisão mais sábia do mundo. — Me dê isso. — sem muita delicadeza puxou o pedaço de pano ensanguentado nas mãos do querubim e passou a enrola-lo ao redor do seu abdômen perfurado.
Enzo não aprovou a ação, porém decidiu não discutir e ajudou a mulher a tapar a ferida. Elizabeth estava certa. Tudo não passava de uma simples distração para que o plano maior pudesse acontecer sem imprevistos; a ascensão de Scarlett e a destruição global.
— O que você tem em mente ?
Um querubim e um anjo caído debilitado não eram pessoal suficiente para deter uma legião de caídos, no entanto, Elizabeth tinha uma ideia. Era insana, perigosa e tinha tudo para dar errado, mas era isso ou aceitar que fariam de sua filha, uma prisioneira.
— O que os anjos caídos odeiam mais do que anjos ? — ela abriu um sorriso revelador e logo o querubim soube do seu plano.
— Nephilins. — o aceno de cabeça do caído confirmou as suspeitas de um anjo estupefato com tamanha audácia. — Você pretende criar uma caça ao tesouro ? Céus, isso é loucura! Podemos não dar conta disso. — Enzo pareceu apreensivo.
— Nos temos a incógnita, Enzo. Essa equação é nossa. — convicta de suas palavras, ela continuou com seu plano mirabolante: — Você ainda tem como entrar em contato com os nephilins, certo ?
Enzo acenou sua cabeça, confirmando o questionamento do caído e ao rogou aos seus que aquele plano desse certo, do contrário ele perderia sua posição na hierarquia e o universo se transformaria numa zona infernal de guerra.
Não muito longe da tenda, Liv e Dave uniam-se contra as trevas. Ela com seu machado, impregnado de restos demôniacos cortava, surrava e excomungava qualquer criatura asquerosa nos arredores. Ele, ágil com o arco celeste, disparava suas flechas com velocidade, dando cobertura à celestial e fazendo jus a sua linhagem de caçadores de demônios. Se alguns meses atrás lhe contassem de sua procedência, o rapaz provavelmente morreria de rir de tamanha besteira, jamais poderia imaginar que faria parte de algo tão inusitado, surreal é importante, porém, ele gostava disso. Gostava de se sentir útil e saber que poderia salvar seus amigos e melhor, o mundo.
Enquanto isso, o número de demônios ao seu redor diminuía aos poucos, no entanto, aquela briga ainda estava longe de acabar.
O fedor podre que as criaturas exalavam era notório para todos na cidade dos caídos e preenchia toda a cúpula tempestuosa e maligna que havia se formado na floresta com a presença dos demônios. Dave tentava não demonstrar, mas estava exausto. Seus braços pesados não suportavam mais repetir o mesmo movimento para disparar as flechas três vezes por cada segundo. Seus músculos pediam arrego, mas ele não podia desistir, não quando logo a sua frente estava a garota por quem ele havia se apaixonado em tão poucos dias, a garota que havia mentido para ele mas que mesmo assim preenchia a maior parte de seus pensamentos, mesmo nesse momento de guerra. Não apenas uma garota, um anjo da morte, que sabia muito bem como usar um machado e estraçalhar um demônio com apenas um golpe.
Entre um disparo e outro o caçador perdia alguns segundos analisando a beleza selvagem de Olívia. Seus cabelos louros que brilhavam na noite estavam parcialmente cobertos pela essência podre e maligna daquelas criaturas, assim como o resto de seu corpo e suas asas negras. A pele bronzeada parecia brilhar ainda mais sob o manto grotesco que os envolvia, exalando uma ferocidade celestial e incomum. Ele seria um tolo se não admitisse que ela continuava linda daquela forma.
— Dave, atrás de você! — ela o alertou, com a voz preocupada, antes que uma criatura atravessasse seu tridente infernal nas costas do caçador.
Olívia mantinha seu foco em exterminar as criaturas demoníacas que se aproximavam, mas a ação se tornava difícil quando ao seu lado estava Dave, guerreando com demônios e arriscando sua vida por outras pessoas, ainda mais quando uma dessas pessoas era ela, a quem ele estava dando cobertura. Ela sabia que tinha errado muito com o caçador e vê-lo ali ao seu lado, frente a frente com uma possível morte, fazia coisas estranhas com seu coração angelical. Não que a celestial o achasse fraco, na verdade, ela se sentia orgulhava por ele e também sentia um aperto enorme no peito com a pequena possibilidade de perdê-lo naquele momento, não sem antes se redimir por seus atos.
Olívia decidiu que aquele silêncio de ambas as partes já tinha ido longe demais e tomou a iniciativa corajosamente:
— Dave, eu sinto muito, de verdade. Você tem todo o direito de não me perdoar. Eu sei que eu errei com você, que te enganei, mas por favor, se esta for nossa última noite juntos, eu não quero que você me odeie. — entre cortes certeiros nas criaturas da noite, ela disparou aquilo que há tanto tempo queria dizer.
Sentimento. Ela podia sentir a palavra vibrando em seu peito, aquecendo sua essência, como há muito tempo não acontecia. As pessoas costumavam se enganar a respeito da personalidade da celestial, por ser um anjo da morte, todos acreditavam que era a mais fria, insensível e incapaz de sentir. No entanto, aqueles que se davam ao trabalho de conhecê-la sabiam que as coisas estavam longe de serem frias com o anjo da morte.
Dadas as palavras da celestial, a surpresa no rosto do caçador foi imediata. Ele obviamente não estava esperando por aquilo e quase se desequilibrou ao ouvir a voz dela tão necessitada. Sem pensar duas vezes, Liv se esquivou das criaturas ao seu redor e se apressou na direção de Dave, temendo que ele fosse atingido.
— Eu não estou pedindo que você esqueça o que eu fiz, mas por favor, considere pelo menos pensar no assunto. Considere não me odiar pra sempre. — apelou. Seus olhos cinzentos transmitiam uma necessidade quase dolorosa, como se ela precisasse ser perdoada mais do que tudo.
Alguns segundos de silêncio verbal; apenas lâminas, garras, flechas e grunhidos cortavam o ar, quando um Dave atônito finalmente se lembrou de responder a pergunta da celestial. Em seu interior, travava uma batalha árdua entre a razão e a emoção, e no calor do momento, no sentimento no olhar do anjo da morte e no fundo do seu coração, ele sabia exatamente qual seria sua resposta.
— Eu jamais poderia odiar você, Olívia. O que eu sinto por você é bem mais forte que isso. — respondeu, como se fosse a coisa mais simples no mundo; admitir seus sentimentos por alguém. Porque, na verdade, para o rapaz, emoção sempre vencia a razão.
Olívia o encarou boquiaberta pela sinceridade e reciprocidade do rapaz e apenas não o agarrou porque ainda estavam envoltos por sombras gananciosas do mal.
Compartilhando de um sorriso e um sentimento mútuo, o anjo da morte e o caçador de demônios dançaram na noite a mais antiga das canções, lado a lado, numa batalha aparentemente interminável na linha tênue entre o bem e o mal.
Próximo ao casal recém conciliado, a loba e a raposa também guerreavam. O espírito de raposa de Naomi havia finalmente dado as caras e ela estava conhecendo seu próprio poder enquanto exterminava criaturas assombrosas em cortes perfeitos. Se a realidade fosse outra, ela jamais sucumbiria as suas habilidades, então todo aquele alvoroço entre profecias, criaturas sobrenaturais e destruição havia servido a um propósito: conhecer melhor a si mesma. Agora, ela sabia quem era. Não mais a modelo fotográfica e paqueradora de plantão nas horas vagas. Alguém com uma missão maior e mais importante; salvar seus amigos.
Tudo se resumia a isso naquela noite: salvar.
Dakota observava a raposa sem que ela percebesse, com tamanha adoração ao vê-la usar seus dons para o bem. A loba bem conhecia raposas malignas, também conhecidas como nogitsunes, que usavam de todo seu poder para destruir. Inicialmente, esse era um dos medos da loba no dia em que conheceu Naomi, no entanto, ele logo se desfez. Qualquer possível rivalidade que pudesse nascer ali se desfez no momento em que a asiática sorriu e cedeu as provocações da sobrenatural. Ela não sabia ainda se sentia algum tipo de sentimento pela raposa, mas a atração física estava ali, latente e queimando todo seu ser, enquanto estavam lado a lado, ambas eliminando as presenças malignas que rodeavam todo o perímetro.
— Ei, raposa — a loba chamou — estamos acabando. — vangloriou-se ao acenar para a quantidade de demônios evaporando vagarosamente. — Bom trabalho. — elogiou jogando uma piscadela para a asiática que não demorou a enrubescer. Dakota sabia que isso aconteceria e não conseguia evitar deixar a raposa constrangida apenas para ver suas bochechas rechonchudas avermelhadas.
— Obrigada. — Naomi respondeu, um pouco desconcertada, mas não soube dizer se a loba escutou. Sua espada chinesa eletrizada se encarregava de estraçalhar as carcaças dos demônios que vinham em sua direção.
A raposa não sabia se eles morreriam quando sua lâmina cortou um deles pela primeira vez. Sua expressão havia sido a mais surpresa possível, quando a espada perfurou a superfície negra da criatura e jorrou um líquido viscoso em seu corpo, antes de se desmaterializar por completo. Ela não soube dizer para onde o corpo podre foi, apenas sua poeira maligna caira sobre o solo após aquela reação tão estranha. Não poderia se esquecer de questionar isso aos anjos depois, mas por enquanto, seguia desmaterializando qualquer sombra negra que se aproximasse dela e de Dakota, e melhor, se orgulhava muito de seu trabalho.
Todos estavam concentrados em seu árduo trabalho de mandar todas aquelas criaturas de volta para as profundezas infernais. Apenas Enzo e Elisabeth esgueiravam-se cuidadosamente pelas sombras, evitando serem vistos pelos demônios e chamar a atenção de seus amigos de forma sútil. Criaturas infernais não eram inteligentes, principalmente demônios viribus - média escala, fortes, porém sem capacidades cognitivas. No entanto, aquela espécie em especial se alimentava de vitalidade humana, o que não era um problema para Enzo, mas ainda era um problema para Elisabeth, pois após tantos anos convivendo com a humanidade ela havia adquirido um pouco da essência humana, e ferida como estava, seria letal ser descoberta por uma daquelas criaturas.
Enzo se apressava entre as árvores com o caído em seus ombros, tentando encontrar o resto da turma naquela nuvem negra que havia se formado ali. Restos malignos, quando se fundiam, formavam uma cortina tempestuosa e minimamente ácida para qualquer ser humano ou sobrenatural – com exceção dos anjos – que se submetesse a ser envolto por ela. Esse era mais um fator que fazia o querubim e o caído se apressarem, pois havia um humano e três sobrenaturais naquela redoma que provavelmente não sabiam das consequências que aquela fumaça infernal poderia lhes trazerr.
— Ali, eu os achei. — Elisabeth apontou para onde os quatro aventureiros eram vistos com dificuldade. Todos estavam lutando arduamente.
— Essa fumaça bloqueia meus dons mentais de comunicação. Eu não posso chamar Olívia sem fazer um grande alarde aqui. — exasperou inconformado.
Havia uma última tentativa, no entanto, poderia dar errado e piorar ainda mais a situação. Tanto Elisbeth quanto Enzo, conheciam muito bem aquela técnica milenar.
— Eu sei no que você está pensando. Pode ir e faça. Eu ficarei bem aqui me recuperando. — o anjo caído assegurou, ciente dos planos que se passavam pela cabeça do querubim.
— Você tem certeza ?
Certeza era a última coisa que Elisabeth tinha naquele momento, no entanto, não se deixou vacilar por possibilidades negativas e respondeu:
— Ah, vamos lá, Enzo! Eu ainda tenho meus truques. Estou machucada mas não estou morta. — piscou sugestivamente.
Um aceno de cabeça e um sorriso sacana foi a única coisa que ela recebeu como resposta antes que o anjo empunhasse sua espada e corresse determinado em direção à cortina espessa de fumaça maligna.
Logo que avistou a cabeleira brilhante de Olívia, ele foi em seu encalço, usando sua arma para se livrar de estorvos assombrosos durante o percurso. Assim que a celestial o viu, arqueou sua sobrancelha, porém não teve muito tempo de questioná-lo pois o anjo foi rápido em suas próximas palavras:
— Lucem ac tenebras.
Olívia não pensou duas vezes antes de repetir o mesmo, ciente das intenções do amigo:
— Lucem ac tenebras.
O que veio a seguir, causou espanto em todos no campo. De forma surreal, Enzo e Olívia se fundiram, unindo sua essência corpórea, transformando-o em uma só aura celeste que causou uma explosão de luz e iluminou todo o campo tenebroso. O chão tremeu e as árvores balançaram quando a luz celeste expandiu-se por toda a floresta e atmosfera, numa claridade cegante e altura inimaginável que destruiu até o mais pequeno e singelo dos átomos malignos de cada demônio ali presente. O acontecimento perdurou por apenas alguns segundos e por tempo suficiente para que os demais no local fossem obrigados a fechar os olhos, temendo cegá-los com tamanha claridade, afinal, aquela era a mais pura essência celestial unida e expandida.
Silêncio no campo foi o que restou após o uso daquele mecanismo celestial de conhecimento dos dois anjos. Antes que os demais abrissem os olhos e retornassem a sua realidade, os celestiais voltaram a sua forma humana e conferindo ao redor, ficaram satisfeitos com o sucesso do seu plano.
Nenhum demônio ao redor.
— Olhem ao redor, aventureiros. Nós conseguimos. — a voz celestial do querubim despertou os três mais novos de um transe surreal.
Eles não puderam presenciar a potência celestial dos dois anjos, então sentiam-se perdidos, no entanto, aquele sentimento vago logo foi substituído por uma euforia contagiante quando notaram apenas aquela poeira fantasmagórica cobrindo o campo, misturando-se a restos de essência celestial.
— O que vocês fizeram exatamente ? — Dave analisava a cidade dos caídos estupefato. Tudo o que se lembrava de minutos atrás era de ver Enzo correndo na direção de Olívia e uma luz cegante preenchendo o campo logo em seguida.
Os Celestiais se entreolharam e compartilharam um sorriso milenar, que apenas eles conheciam.
— Nós trouxemos a luz nas trevas. — Liv se limitou a dizer, ainda compartilhando um sorriso com o querubim.
Apenas os dois sabiam o poder daquele sorriso e o que ele significava; aquele que os mantinha unidos, aquele que os havia ensinado tal mecanismo. Nicholas.
— Preciso que vocês mantenham segredo sobre isso se acaso encontrarmos outro anjo. Esse mecanismo é...proibido. — segredou aos demais.
Na verdade, ambos sabiam, que a maioria das coisas que Nicholas os ensinava era terminantemente proibido.
— O que vocês estão esperando? Nós temos que salvar minha filha. — andando com dificuldade na direção deles, o anjo caído se fez ouvir da forma mais impaciente e ranzinza possível.
Mesmo pela falta de parentesco no sangue e na essência, Dave e Naomi poderiam confirmar, que nesse quesito Scarlett e Elizabeth eram iguais.
— Liz! — o caçador e a raposa se apressaram na direção da mulher que há tanto tempo havia lhes servido como uma segunda mãe.
Com muito cuidado, formou-se um abraço triplo e caloroso naquele momento, enquanto reviviam memórias antigas de tempos tão diferentes. Tempos em que toda aquela realidade surreal era inexistente aos seus olhos.
— Nós sentimos tanto sua falta. — Naomi se emocionou ao dizer e uma pequena lágrima deslizou por seu rosto coberto por poeira maligna.
— Eu também. — o anjo caído afagou suas costas calorosamente.
O momento fraterno foi interrompido pelo pigarrear sutil de Olívia:
— Eu não quero interromper esse momento, mas nosso tempo está correndo e precisamos agir agora.
Compartilhando sorrisos os três se afastaram e cada um, na sua particularidade, pensava numa forma diferente de agir, no entanto, o caído já tinha um plano.
— O plano é seguinte. — ela começou, ganhando a atenção de todos. — Para salvar minha filha, nós temos que criar uma guerra. Onde os três lados desse moeda brigarão entre si e como prêmio, eles supostamente terão a incógnita em suas mãos. Uma espécie de caça ao tesouro, mas o que eles não sabem, é que o "tesouro" já é nosso.
Os aventureiros se entreolharam, atônitos mediante aquele plano mirabolante. Mesmo Olívia, parecia incrédula e resolveu se pronunciar:
— Isso é loucura! Nós quebramos regras, o céu está prestes a entrar numa revolução e fechar seus portões, nós podemos não dar conta disso. — argumentou sensata.
— Liv, mas se não o fizermos, o que acontece depois ? Demônios, nephilins, caídos, todos eles querem ela. Todos eles queimarão o mundo, se for preciso, apenas para tê-la. Nós temos que mudar as regras desse jogo. — contrapôs o querubim.
— É da vida da minha filha e do futuro do planeta que estamos falando, Olívia. — o anjo caído completou.
Pela primeira vez em muito tempo, Olívia sentia em seu cerne que precisava impedir que este plano acontecesse, mas todos pareciam concordam, então suas asas estavam atadas. Ela só esperava que sua intuição estivesse errada ou aquele plano destruiria mais do que salvaria.
Com um pequeno gesto, ela se afastou do grupo que discutia entre si, o próximo destino, não apenas um simples local ou um simples plano, mas o destino que mudaria literalmente, todas as regras do jogo da vida.
— Espero que estejam prontos, pois nossa próxima parada é o clã dos nephilins de Londres. — a voz determinada de Elisabeth se fez ouvir, e Olívia contrariada não tinha escolha a não ser segui-los e esperar que tudo acabasse bem no final.
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Depois de muuuuuuuuito tempo, o sol voltou a brilhar por aqui, não é mesmo ? Hahahaha
Miiiiiillllllllll desculpas pela demora, não me matem ❤️❤️❤️❤️❤️
Bom, como sempre, as coisas estão esquentando por aqui 👀 e eu quero saber quais são as expectativas de vocês para o que vem a seguir. Mas onde estão Nikki, Joe e Scarlett ? Isso vocês terão no próximo capítulo. E esse plano maluco, será que vai dar certo ? MUUUUUITAS perguntas sem resposta, não é mesmo ? Prometo que serão respondidas nos próximos capítulos.
Um grande beijooooo, eu estava com saudades! Comentem bastante pra eu saber a opinião de vocês e até a próxima! ❤️
Uma pequena dedicação pra essa pessoa que mesmo após tanto tempo, não esquece de me cobrar por novos capítulos hahaha, obrigadaaaa Mandy <3
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