Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo vinte e cinco - O Portador de Más Notícias


— Joe ? Inferno, por onde você esteve ? — Scarlett correu na direção do irmão e o abraçou calorosamente, sentindo-se aliviada por finalmente vê-lo e constatar que ele estava ileso.

— Em Cambribge. — ele respondeu e a assassina arregalou os olhos assim que o soltou. — Olha, eu sei o que você deve estar pensando, mas tem algumas coisas que você precisa saber...Coisas que eu deveria ter contado há muito tempo... — Joe comprimiu seus lábios, apreensivo.

— Joe, ela já sabe de tudo. — Nicholas interviu, ganhando um olhar questionador da garota.

— Tudo mesmo ? — o nephilim arqueou uma sobrancelha para o arcanjo que assentiu calmamente. — Ela sabe que eu...?

Nicholas negou com um leve acenar.

— Você o quê, Joe ? — Scarlett interrompeu, semicerrando seus olhos para o irmão.

Nicholas sabia que essa era sua deixa e se locomoveu o mais rápido que pôde para fora do quarto, mas não sem antes se pronunciar:

— Vou deixá-los a sós. Assuntos de família tendem a ser...complicados. — e se retirou.

Joe acompanhou o arcanjo sumir para fora do quarto rapidamente; Os dois irmãos dividiam o mesmo ar que se tornava cada vez mais claustrofóbico e o nephilim temeu que suas próximas palavras arruinassem tudo.

— Eu...— ele respirou fundo e encarou o olhar obstinado e imponente da irmã. — Eusempresoubedetudoantesdevocê. — as palavras saíram da sua boca com velocidade.

Joe pensou que ela não entenderia, mas no instante em que a viu arregalar os olhos para depois preenchê-los com toda sua fúria, ele recuou.

— Acho que eu não entendi muito bem. Poderia repetir ? — ela abriu um sorriso cínico; Enquanto Joe se afastava, ela avançava obstinada.

— Eu...— ele engoliu em seco e encarou os olhos verde-dourado da assassina, criando coragem para dizer as palavras que ele sabia que trariam sua ruína. — Eu sempre soube de toda a verdade antes de você, Scarlett. Elisabeth me contou há algum tempo. —proferiu as palavras com cuidado.

Scarlett estancou onde estava; inspirou e expirou mais vezes do que conseguia contar procurando acalmar seus ânimos ferozes. Piscou mais vezes do que era necessário, numa tentativa de buscar nos olhos castanho do irmão por algum resquício de humor; infelizmente, ela não o encontrou.

— Isso não pode estar acontecendo...— ela disse a si mesma enquanto cerrava seus punhos.

Traída.

Enganada por sua própria família.

— Dave e Naomi também sabem. Eu contei e exigi que esse conhecimento se limitasse apenas a nós. — ele continuou, com a última centelha de coragem que lhe restava. Talvez contar toda a verdade de uma vez, tirasse aquele peso de seus ombros.

Na hora em que Scarlett levantou seu olhar para o nephilim ele jurou ter visto o inferno transpassando suas íris cintilantes; a respiração dela estava descompassada e ela apertava tanto seus punhos que o menino notou sangue escorrendo de onde suas unhas se cravavam.

Perigo. Ele sabia que ela estava perto de explodir, mas desta vez, ele contaria toda a verdade.

— E tem mais... — insinuou, analisando a reação dela. Quando Scarlett não argumentou, ele continuou.— Tanto eu, quanto Naomi, somos...sobrenaturais. Com exceção de Dave, que é de uma longa linhagem de caçadores de demônios. — enquanto ele explicava, a garota permanecia estática no mesmo lugar, tentando assimilar toda aquela revelação.

Depois do que pareceu longos minutos de um silêncio atormentador, ela explodiu em fúria:

— Como você pôde EXIGIR que meus melhores amigos omitissem algo tão catastrófico de mim ? É da MINHA VIDA que estamos falando, Joe. COMO PUDERAM ME TRAIR DESSA FORMA ? Eu pensei que fôssemos uma família, porra! — acusou impiedosamente. — Vocês, todos vocês, são malditos hipócritas! Quando você ama alguém, jamais deve mentir pra essa pessoa. Sabe o que isso significa ? — ela pausou apenas para rir com escárnio. — Significa que mais uma vez eu fui uma idiota. Mais uma vez eu fui enganada. E justamente pelas pessoas que eu jurei proteger com a minha vida e amar incondicionalmente!

Do outro lado da parede, Nicholas escutava a discussão, temendo pelo momento em que fosse obrigado a intervir; com seus dons, ele podia ouvir as batidas do coração da garota acelerando perigosamente, quase excedendo o limite cientificamente impossível. Ela emanava perigo.

— Scarlett...— Joe chamou, arrependido. Mas o olhar enviado a ele pela assassina o fez se encolher e recuar.

Mágoa...e ódio.

— Cale sua maldita boca! Eu ainda não terminei! — ela vociferou em resposta; suas mãos trêmulas rapidamente se encarregaram de desgrenhar seus fios escuros, buscando uma solução inexistente.

Não se exalte. Não se exalte. Ela podia ouvir o alerta de sua consciência, mas a fúria transbordando seu ser, escolheu ignorá-la.

Não havia sensação pior do que ser traída por aqueles que ela jurava que a amassem. Um buraco negro havia perfurado seu coração e ela temia que jamais fosse capaz de restaurá-lo.

— Durante toda minha vida amaldiçoada, eu sempre repeti a mim mesma que era um monstro e que devia protegê-los de mim. Mas imagine minha surpresa ao constatar que eu não escolhi ser assim, mas que vocês poderiam ter escolhido me contar a verdade. Vocês me enganaram! — ela atirou; a traição corroendo sua estabilidade emocional aos poucos. Ela queria gritar e espancar e fugir e nunca mais voltar. — Uma coisa é estranhos mentirem pra você, outra bem diferente é ser enganada por aqueles que você pensava amar. — sua voz se tornou mais baixa. Não riu, como era característico de sua personalidade sarcástica, o que tornava as próximas palavras do nephilim uma linha tênue entre a sanidade mental e autodestruição propícia da garota.

Joe sentiu o peso daquelas palavras como a lâmina de uma adaga perfurando seu coração impiedosamente. Mesmo Nicholas, se obrigou a engolir em seco perante aquela afirmação; ele também tinha errado ao omitir os fatos desde o começo.

— Scarlett, eu sinto muito. Sinto por ter mentido pra você. Nós pensamos que você surtaria e tentamos evitar isso ao máximo. Eu juro, eu não queria te magoar, nem te trair. Eu queria te proteger. Todos queremos isso. — ele tentou se explicar, desesperado.

— Saia daqui, Joe. — foi categórica e autoritária; ela sequer foi capaz de encará-lo.

— Mas...

— Saia. Daqui. Joe. — repetiu pausamente.

— Você precisa se acalmar, Scarlett...

Percebendo que o nephilim não se moveu, ela ignorou seu aviso e continuou:

— SAIA DA MERDA DESSE QUARTO ANTES QUE EU FAÇA JUS A ESSA MALDITA PROFECIA! E DIGA AO NICHOLAS QUE É DESELEGANTE OUVIR A CONVERSA ALHEIA! — explodiu indo até a porta em passos pesados e num gesto pouco amigável, indicou que ele saísse; seu olhar sanguinário estava inundado com lágrimas que ela tentava conter a todo custo.

Joe se assustou, mas fez o que ela pediu, ouvindo a porta bater com força logo atrás de suas costas. Do outro lado da parede, o arcanjo o encarava lançando-lhe um raro sorriso reconfortante, que perdurou por apenas alguns segundos.

— Vamos dar um tempo à ela. Nas últimas horas, ela passou por muita coisa. E eu e você temos muito para conversar. — ele instruiu e guiou o nephilim para a sala de estar, onde indicou que o garoto se sentasse no estofado de couro sintético.

Depois de sentar, Joe olhou para o arcanjo receoso. A imponência emetida pelas vibrações que gravitavam ao redor do celestial eram no mínimo, assustadoras.

Nikki encarou o mestiço por um bom tempo, antes de finalmente quebrar o silêncio que ele sabia que incomodava o garoto:

— Você não veio até aqui pra contar a verdade. Se quisesse, poderia tê-lo feito antes. Sua motivação é outra, e eu quero saber qual. — sem meias palavras, ele foi direto ao ponto.

Joe comprimiu seus lábios e limpou suas mãos suadas no jeans fornecido por Amara, antes de finalmente responder o celestial:

— Eu descobri o paradeiro de Elisabeth.

— E... ? — Nicholas pressionou. Sem ao menos precisar ler a mente do híbrido, ele sabia que havia algo mais naquela informação.

— É o mesmo lugar para onde Dave, Naomi, Dakota, Enzo e Olívia foram. A Cidade Dos Caídos. — finalmente confessou, apenas para ver o celestial levantar abruptamente e com fúria exalando de seus olhos azuis.

— O quê ? Eles foram pra Cidade dos caídos ? Inferno, como eu não fiquei sabendo dessa merda ?! — exasperou.

Joe nada respondeu, apenas deu de ombros perante ao furacão celestial à sua frente.

— Ah, a culpa é toda minha. — Nicholas riu sem humor, desapontado consigo mesmo. — Durante as últimas vinte quatro horas me tornei incomunicável e agora eles podem estar com problemas. — suspirou, acalmando a si mesmo. Não era do seu feitio explodir dessa forma na companhia de estranhos, mesmo que este em particular fosse irmão do seu maior pecado.

Ah, Ariella...

Apenas o simples fato de lembrar do beijo de minutos atrás fazia coisas estranhas com o celestial, que supostamente deveria ser imune a sentimentos.

Maldita hora que eu disse sim pra ele.

— ...Nicholas ? — a realidade – vulgo Joe – lhe chamou, tirando-o de seus devaneios.

O nephilim o olhava com uma expressão interrogatória. Nicholas por outro lado, tinha um plano borbulhando em sua mente e o garoto à sua frente de repente se tornou vital para o sucesso da missão.

— Você sabe usar arco e flecha ? — o arcanjo finalmente questionou.

Quando o nephilim acenou positivamente, ele continuou:

— É, garoto, parece que hoje é seu dia de sorte. Vamos matar alguns caídos. — completou com um riso sombrio ao se locomover para um armário que Joe não havia notado até então.

De lá, ele tirou um gigantesco arco dourado com suas respectivas flechas da mesma cor. Joe arregalou os olhos, mas se lembrava superficialmente qual era o nome do objeto reluzente; o arco celeste.

— Nós vamos precisar da Ariella. — ele disse ao entregar o arco ao nephilim visivelmente deslumbrado; Nicholas conteve uma risada debochada.

Joe agarrou o metal celeste; frio, pesado e letal. O nephilim franziu o cenho perante a forma que o arcanjo chamou sua irmã, mas resolveu não censurá-lo. Eles precisavam de toda ajuda possível nessa aventura, pois algo lhe dizia que seria memorável.

★★★

Ao ouvir o passo dos dois se afastando a assassina chutou a porta do quarto com força e liberou o mar de emoções preso em seus olhos.

Idiota, idiota, idiota. Seu subconsciente a xingava sem piedade.

Vocês os deixou brincar de boneca com você. Ele relembrou mais uma vez.

Com o coração em farelos e as mãos trêmulas, ela se arrastou para o banheiro do quarto e encarou seu reflexo no espelho de moldura vitoriana.

Scarlett se viu destruída. Em pedaços que nem o melhor dos restauradores poderia consertar, afinal, confiança não se restaura. Uma vez destruída o caminho para tê-la de volta é íngrime e doloroso.

Cabelos desgrenhados, bochechas rosadas e olhos com um toque de vermelho que cintilavam entre o verde e o dourado; a assassina não se importou em secar suas lágrimas. Ela espalmou suas mãos na bancada de mármore e colocou para fora tudo aquilo que durante um bom tempo havia guardado dentro de si. Toda a dor reprimida que ela tentava esconder com afinco queimava seu ser, lenta e dolorosamente.

Fraca. Seu subconsciente excomungou sem piedade.

Ela esmurrou o mármore com avidez, se negando a deixar que seu subconsciente a maltratasse daquela forma.

— Eu. Não. Sou. Fraca. — ela disse a si mesma, encarando seu reflexo de forma dura e autoritária.

Mas infelizmente, seu subconsciente já parecia ter vida própria.

Foi apenas o tempo da garota piscar seus olhos lacrimejando, para que seu próprio reflexo fosse substítuido por uma afronta de sua mente conturbada; o que ela via não era mais si mesma, mas sim as dezenas de rostos ensanguentados que a própria havia tratado de enviar para o inferno.

Suas vítimas.

Não apenas os criminosos que ela havia matado, mas também aqueles que um dia fizeram parte de sua vida, que se aproximaram dela, que foram inseridos em seu círculo de sangue para depois caírem num sofrimento agonizante; mensageira da morte, dor e destruição. Todos eles a olhavam com desprezo, com remorso e com ódio. Entre os escombros de uma Londres devastada, eles marchavam na direção da menina na frente do espelho, atônita e com lágrimas quentes transbordando de seus olhos cintilantes.

Dentre eles, caminhavam Phill, Elisabeth, Dave e Naomi. Destruídos, exaustos e furiosos. Todos se mantinham fiéis ao mantra que levava a assassina a insanidade mental:

Você é a destruição, Ariella. Você nos destruiu. Você nos queimou com seu toque profano e fará o mesmo com o universo todo.

Outros murmuravam com crueldade:

Assassina. Nosso sangue está impregnado em sua pele. A mancha negra do inferno se expande em seu cerne.

Aturdida, a garota passou a mão pelos próprios braços e notou que o sangue estava mesmo ali; quente, pegajoso e escuro. Desesperada, ela tentou se livrar do líquido escarlate manchando seu corpo, mas a tentiva fora inútil.

— Não, não, não, não. — ela murmurava inconsolável enquanto esfregava seus braços com avidez. O sangue continuava impregnado em seu ser, como se agora fizesse parte da coloração de seu corpo; ela podia sentir a esponja esfolando sua pele impiedosamente, mas não parou. Sentia-se suja e precisava se livrar dessa sensação.

Ariella...— uma voz chamou ao longe, penetrando sua audição com maestria. Não era odiosa, como as vozes que saíam do espelhos, era doce e celestial.

No entanto, o alvoroço da horda de pessoas ensanguentadas que marchavam sobre Londres em cinzas sobrepôs o ser que lhe chamava docemente.

— Você precisa morrer! — Eles berraram.

Scarlett tapou seus próprios ouvidos tentando evitar escutá-los, mas as vozes pareciam ter fonte dentro de sua própria cabeça e foi só então que ela cogitou a possibilidade de estar alucinando. Tantos traumas fariam isso com uma pessoa, certo ? Ela esperava que a resposta fosse sim. Estava quebrada, destruída e a mercê de sua mente cruel. Ela precisava se concertar.

— Não é real...— ela sussurrou tocando a superfície do espelho.

A imagem refletida tremeu e as vozes se tornaram mais baixas, no entanto, o ódio no olhar de cada pessoa dentro do espelho era cada vez mais fatal.

Você é o monstro embaixo da cama de todos aqueles que permitem-se sentir medo. — a voz macabra e odiosa vinha do reflexo de Phill.

Scarlett tremeu ao ouvir tais palavras que perfuraram de forma rude sua armadura invisível. Ela ainda tentava dizer a si mesma que aquilo não era real, mas a sensação de culpa era maior. As lágrimas já voltavam a ter espaço em seus olhos avermelhados quando um toque suave em seu ombro a preencheu de uma coragem descomunal.

Ela olhou para trás e a imagem que viu a deixou deslumbrada. A garota via seu próprio reflexo; trajava um longo vestido de seda na cor creme, cabelos bem penteados e sorriso fácil. Aquela versão de si mesma exalava uma coragem e imponência inigualável, uma alma pura e guerreira; um sentimento que lhe transmitia uma sensação celestial. E ao lado de seu próprio reflexo pacífico, estava o guardião das almas renegadas; Ariel, flamejante e imponente como o guardião de sua própria imagem.

Seus amigos precisam de você. Precisam de nós. Precisam daquilo que podemos ser quando a coragem superar o medo. Está na hora de crescer, Ariella.— sua própria voz, comedida e imponente sobrepôs o murmúrio arrastado do outro lado do espelho.

Ela sorriu para a imagem de si mesma e para o leão flamejante ao seu lado, sendo preenchida por aquela ferocidade celestial. Scarlett tocou seu pêlo flamejante e mais uma vez sentiu-se segura e poderosa de si mesma. A conexão era ainda mais forte do que no encontro entre os dois no Purgatório.

— Não é real. — ela repetiu, dessa vez mais convicta de suas palavras.

Seu próprio reflexo sorriu e o leão ao seu lado rugiu alto e feroz, antes de ambos desaparecerem. Scarlett olhou mais uma vez para a paisagem caótica que o espelho refletia e não sentiu mais medo, nem remorso, nem culpa. Ela se sentia poderosa e inatingível.

Ela se sentia corajosa.

— Eu não sou fraca. Não sou a destruição. Não sou um monstro. Não sou vítima, nem vilã. Eu sou Scarlett Ariella Knipper. Eu sou a filha do fogo celestial. E posso ser quem eu quiser. — e então chocou seu punho contra o espelho, que imediatamente se partiu em pequenos cacos irreparáveis.

Scarlett sorriu imensamente ao se deparar com o seu próprio reflexo em um dos cacos; ela encarou a si mesma e limpou qualquer resquício de lágrima. Seu punho, manchado de sangue, já havia se curado, mas ela não se surpreendeu, pelo contrário, sentiu orgulho de si mesma e do peso sobre suas costas. Ela queria ser aquela Scarlett Ariella Knipper.

Ariel havia lhe transmitido uma coragem colossal, apesar do buraco negro que ainda habitava seu coração. Mas ela sabia que tinha uma missão: salvar seus amigos. Não sabia onde, como ou porquê, mas os salvaria sem hesitar.

Afinal, ela era a filha do fogo celestial.

Sem os fantasmas que habitavam sua mente para lhe atormentar, Scarlett reuniu toda sua recém coragem e o espírito guerreiro que corria em suas veias e se recompôs, a tempo de ouvir aquela voz tão marcante que desviava seus pensamentos de todos os problemas, para uma necessidade física e mental avassaladora:

— Scarlett ?— Nicholas questionou cauteloso, temendo assustá-la. Mas para sua surpresa, o que aconteceu foi exatamente o contrário de suas expectativas.

— Me chame de Ariella. — Apertou o rabo de cavalo que dava um visão mais limpa de seu rosto, agora mais sereno do que nunca e como em poucas vezes acontecia, ela sorriu. O sorriso de alguém que agora conhecia seus próprios limites, sua missão, seus dons, alguém que conhecia a si mesma e se orgulhava muito disso.

O Arcanjo se sentiu emocionado presenciando aquele momento tão puro, tão cheio de esperança e devoção; ela havia conseguido aceitar quem realmente era e o orgulho do celestial não poderia ser maior do que o aumento drástico de sua afeição pela garota. Ele queria abraçá-la, envolvê-la em seus braços e clamar por beijo seu, mas a situação não era propícia aos seus desejos, fossem eles carnais ou sentimentais.

Aquele momento era dela. Puramente dela e de mais ninguém, ele não tinha o direito de intervir e sabendo disso sorriu para a garota de alma renovada uma última vez antes de dar-lhe as costas, sentindo-se muito mais do que orgulhoso.

— Nicholas... — ela o chamou, com a voz suave e uma urgência carregada de sentimentos que o arcanjo não soube definir, pela primeira vez em muito tempo.

Seu chamado preciso fora o suficiente para o celestial sentir um tremor agradável percorrer seu corpo e encará-la com devoção. Apenas com o som de seu nome saindo daqueles lábios que ele tanto almejava tomar nos seus, era possível que ele notasse que algo havia mudado dentro de si mesmo. Ele a olhou, ansioso, encontrando em seus olhos verde-dourado a permissão sútil de fazer parte daquele momento tão único e raro.

— Eu me encontrei e agora preciso encontrar meus amigos. Suponho que queira me acompanhar nessa aventura super perigosa ? — um sorriso brincalhão e sincero pintou os lábios de Scarlett, enquanto ela caminhava obstinada até o arcanjo.

A feição ansiosa do celestial rapidamente deu lugar a um sorriso sacana e pretensioso, como Scarlett bem se lembrava.

— Você está me propondo um encontro onde eu possivelmente precise salvar sua vida de criaturas assombrosas ? — ele arqueou uma sobrancelha, sugestivamente. Sentia falta de seus diálogos provocativos.

— Exatamente isso. Está com medo, Nikki ? — ela abriu um sorriso desafiador e arrebitou o nariz para o arcanjo que não deixava de exibir seu sorriso arrebatador.

— Nunca me senti mais corajoso. — rebateu com humor. Por mais que a garota exalasse um ar celestial, guerreiro e pacífico, ele ainda temia por sua sanidade mental e se obrigou a questioná-la sobre isso: — Você tem certeza que por você tudo bem embarcar nessa aventura ao lado do seu irmão ? — seu tom era suave, gentil e preocupado, como tudo que ele fazia quando se tratava da garota.

Ouvir Nicholas falar daquela forma mexia com Scarlett mais do que ela gostaria de admitir. Era oficial, ele se importava com ela e não tentava em momento algum esconder isso, e por mais que tentasse negar, a garota sabia, que o sentimento era recíproco. Ela ainda não entendia a reação do arcanjo após o beijo, mas ansiava muito em descobrir; Nicholas parecia desolado, aborrecido consigo mesmo depois que a havia beijado, como se tivesse cometido o maior dos crimes.

— Salvar vidas é muito mais benéfico do que guardar rancor. Esse sentimento corrói, machuca e destrói e eu cansei de me autodestruir, Nicholas. — declarou com sinceridade, agarrando-se ao sentimento celestial que agora habitava seu cerne.

— Eu estou muito orgulhoso de você.— admitiu, tentando soar casual.

Scarlett se espantou com tais palavras que de forma tão inesperada aqueceram seu coração, mas o momento passou depressa e foi substituído por um aperto desconhecido quando ela notou uma tristeza agonizante atravessando as íris azuis do celestial. Mais uma vez ele parecia desapontado consigo mesmo e a garota estava prestes a questioná-lo quando sua postura temporariamente abalada deu lugar a sua imponência irremediável.

No mesmo instante, Joe irrompeu pelo cômodo, trazendo consigo o arco celeste e uma mochila com suprimentos, retirando o arcanjo e a filha do fogo celestial daquela redoma magnética e tempestuosa que sempre os envolvia quando estavam juntos.

— Estou atrapalhando algo ? — o nephilim comprimiu seus lábios, sentindo o ar diferente especialmente naquele cômodo, onde o arcanjo e sua irmã se encaravam de forma intensa e incompreendível para o garoto.

— Não! — ambos responderam ao mesmo tempo, fazendo o nephilim franzir seu cenho.

Era notável que algo acontecia entre os dois e o mestiço havia percebido o fato mais tardiamente do que gostaria.

— Então, como vamos saber onde meus amigos estão ? Eu ainda não tenho bola de cristal. — Scarlett quebrou o silêncio no cômodo e o olhar intenso que trocava com o arcanjo, com seu característico humor ácido.

Nicholas não conteve uma risada e ganhou um olhar feio da garota como resposta.

— Na verdade, nós já sabemos onde eles estão...— Nicholas pigarreou, evitando a intensidade no olhar da garota de feição interrogativa. — Cidade dos Caídos, é lá que eles estão e é para lá que nós vamos.

— Cidade dos Caídos...?

—  É, longa história. Te conto no caminho. — Joe a respondeu, mas um detalhe até então não mencionado preencheu seus pensamentos. — Espere, como chegaremos lá tão rápido ? — ele olhou para o arcanjo que imediatamente abriu um sorriso revelador e lançou-lhe a Scarlett.

— Já ouviu falar em viagem interdimensional ?

O estômago de Scarlett se revirou lembrando de sua experiência recente. Ela fez uma careta estranha e encarou o arcanjo, desacreditada.

— Você está brincando, né ?

Nicholas apenas balançou sua cabeça negativamente e abriu seus braços, pronto para acolher Scarlett e Joe ao seu lado.

— O que estão esperando ? — instigou os dois irmãos que se entreolhavam receosos. — Não há nada a temer, eu garanto. Ainda sou especialista em salvar garotas indefesas. — piscou sugestivamente na direção de Scarlett.

Depois de um longo minuto de hesitação, ele pôde sorrir vitorioso quando Scarlett agarrou sua mão esquerda contrariada e Joe segurou em seu ombro direito. E então apenas esperarão que o furacão nauseante os envolvesse rapidamente e os levasse ao seu destino.

A Cidade dos Caídos. Onde um grande acontecimento mudaria todo o curso de suas vidas.



*

*

*

Depois de MUUUUUUITA procrastinação o capítulo finalmente saiu, YAYYYYYY!!!!
O que vocês acharam desse novo "espírito" da Scarlett ? Acham que vai durar ? 👀
E Nicarlett parece estar finalment e tomando um rumo certo, não acham ? Agora é só esperar que as circunstâncias ( ou a autora ) colabore rsrsrs.

Enfim, espero que tenham gostado, e nos vemos no próximo capítulo com mais um pouco dessa batalha contra os caídos e os demônios, YAY. Já escolheu seu lado ? Prepare sua Caelesti e seu cântico dos caídos, porque vamos precisar. Beijinhossss ❤️❤️❤️

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro