Capítulo Três
Sarah acordou com o som de um gotejar. Xingando, ela levantou-se correndo para fechar a janela direito. Seria possível que ela tivesse esquecido a droga da janela aberta? Com aquela chuva? Mas não era sua janela que estava aberta; pelo contrário, ela estava bem fechada e trancada. Mas então...
– Johanna, olha se a janela do quarto dos meus pais está aberta, por favor! – ela gritou. Era sábado, não havia aula, mas ela acordara cedo.
Não ouve resposta por parte da mulher mais velha. Sarah a chamou mais uma vez, e... nada. Ela tentou não entrar em pânico. Johanna devia estar dormindo, ou, quem sabe, tivesse saído para fazer algo e já voltaria. Sair a esta hora da amanhã?, seu subconsciente indagou. Cale a boca!, ela retrucou, pensando.
Foi ali que um cheiro metálico a atingiu. Sarah cobriu o nariz com a mão, tentando amenizar o odor. Não deu certo. Estava forte – demais. E... vinha de seu guarda-roupa.
Com passos hesitantes, ela avançou pelo quarto. Algo escorria pela fresta da porta do guarda-roupa. Algo vermelho. Ela esticou a mão para a porta, pronta para abri-la. Sarah não teve tempo de gritar, antes do corpo de Johanna cair, respingando sangue para todos os lados. Johanna.
O grito entalado na garganta de Sarah se libertou, ecoando pela casa. Deitada ali, jazia o corpo de Johanna. Johanna. Não haviam marcas de tiros, mas a garganta da mulher estava dilacerada, e, ao julgar pela quantidade de sangue espalhado pelo quarto e no guarda-roupa, a pessoa que a matara não se preocupara em fazer o serviço rápido. Sarah entendia o suficiente desse tipo de cena, afinal, seria perita criminal quando mais velha, então, sabia que quem quer que fizera isso, deixara Johanna para se afogar no próprio sangue. Mas... como? Quando? Por que não a mataram também? Por que?
A garota sentiu o estômago se revirar, e caiu de joelhos ao lado do corpo da mulher, da amiga, vomitando tudo que comera no dia anterior. Johanna estava morta. Esse foi seu último pensamento, antes do mundo começar a girar e escurecer, pelo enjoo, pelo susto, medo, por tudo.
***
A menininha observava a maior perder os sentidos ao lado da mulher morta. Ela já ouvira falar de pessoas sensíveis que desmaiavam ao ver pessoas queridas feridas ou mortas. Já ouvira dizerem que, às vezes, a tristeza era tão grande, que a pessoa queria escapar de tudo isso, e a única forma era recorrer ao desmaios, mesmo que inconscientemente.
Ela poderia matar Sarah agora. Poderia acabar com seu sofrimento naquele momento. Mas... qual seria a graça disso? Ela precisava se divertir antes. Não culpariam Sarah pelo assassinato, não sem provas, e, caso a considerassem suspeita por homicídio, a própria garotinha tiraria esse peso dos ombros da mais velha. Qual seria a graça da garota desmaiada levar a culpa? Isso não a desestabilizaria tanto assim. Na realidade, precisava faze-la acreditar que havia alguém à espreita, alguém pronto para matá-la enquanto dormia.
Então, apenas observou quando um vizinho que ouvira o grito da menina chamou a polícia, que arrombou a porta da casa de Sarah ao perceber que ninguém respondia. Chamaram os paramédicos ao ver que a garota deitada no próprio vômito ainda respirava. Os peritos criminais logo apareceram, removendo o corpo do quarto da garota e examinando-o assim que tiveram a chance. Claro que não encontraram nenhuma digital de Sarah nele. A menininha se encarregara de fazer com que tudo apontasse que o culpado era qualquer um, menos a adolescente que agora era sua vítima.
Ela assistiu aos paramédicos tentarem fazer Sarah recobrar a consciência. A garota estava coberta de sangue e vômito, então eles a limparam um pouco, para conseguirem saber se ela estava ferida, antes de partirem com a ambulância para o hospital. Não, não estava. Pelo menos, não fisicamente. A menina sorriu cruelmente, com o pensamento.
***
E aí? Estão gostando da história até aqui? Alguma observação a fazer? Por favor, estou aqui para responder à todos! Rsrsrs eu estava com saudade de postar, responder comentários e rir junto com leitores... :3
Bjs!
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