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2 - O guerreiro

São Joaquim, Santa Catarina, dois dias antes

O viajante chegou ao hostel junto com os primeiros flocos de neve que o céu escuro que o solstício de inverno atira na superficie da serra. Os dias são mais curtos nessa época do ano, e suscitam discussões interessantes entre as pessoas. Há quem prefira dias quentes e compridos. Há quem prefira dias frios e curtos.

O hostel merecia algumas estrelas e muitos elogios. Havia um fogão de lenha na sala comum e os hóspedes se espremiam nos sofás, embuçados até às orelhas com grossos travesseiros e gorros, segurando cuias de chimarrão que expeliam fumaça para o alto. A rede hoteleira das cidades serranas de Santa Catarina ganha fôlego nos meses de julho e agosto. É a alta temporada. Turistas vem do sudeste para dar de cara com a nevasca, com as temperaturas de 4 graus negativos, com as belezas naturais da serra.

O recém chegado era um rapaz alto, trajado com um poncho e um capuz, do qua escapavam cabelos negros e desgrenhados. Ele sorriu para seus futuros colegas de acomodações, desejando-lhes em seguida um boa noite. Dirigiu-se ao homem cuja profissão sempre definira como estalajadeiro, tirou um voucher de um dos bolsos da capa grossa.

— Sou Eric Rossini. Aluguei um quarto compartilhado.

O homem, um senhor de traços bugres, conferiu o número da reserva. Ao contrário da maioria das cidades catarinenses, que foram colonizadas por alemães, açorianos e italianos, São Joaquim tinha uma herança índia e portuguesa.

— Seja bem vindo, Eric. Vou mostrar teu quarto.

O proprietário conduziu o rapaz por um corredor um tanto exíguo, abriu uma porta com o desenho de uma araucária, árvore típica do sul do Brasil, estendeu o braço para dentro.

Três beliches estavam com vários cobertores dobrados nas cabeceiras. Cinco mochilas cargueiras descansavam no chão de tablado.

Tirando o homem barbudo que lia um livro numa das camas da parte de cima, próxima à janela fechada, Eric se agradou de tudo. Desceu sua mochila cargueira, tirou o poncho, baixou o capuz. 

Era estranho, pensou o hospedeiro, que numa temperatura tão gélida, o moço usasse pouco agasalho.

— De que cidade tu é, guri? — ele sempre fazia esse tipo de pergunta às pessoas que se hospedavam em seu hostel.

— Sou de São Paulo, bom senhor. 

— É a primeira vez que vem às São Joaquim?

— Sim. Conheço várias cidades do sul do país, mas só agora estou tendo a oportunidade de conhecer sua cidade charmosa.

— As pessoas vem para fazer bonecos de neve e tomar café colonial de manhã. Tu desse sorte. Amanhã a temperatura ficará em - 5 graus.

— Sim. Gosto de temperaturas baixas, e tenho certeza que vou apreciar minha estadia aqui.

— Nesta gaveta — o velho apontou para um tipo de criado mudo — tem folhetos de pizzarias, churrascarias. Caso queira pedir comida, basta ligar. 

— Obrigado, mas vou sair e jantar.

— Que coragem, pôr o nariz fora nesse frio de renguear cusco. Brrr!

— Não ligo. Gosto.

Dando de ombros, o proprietário do hostel entrega uma cópia da chave ao visitante e se retira.

— Quando não neva, eles servem aqui picanha assada no disco de arado.

Eric volta sua atenção para o barbudo que lia sossegadamente um volume de bolso de Guerra e Paz, de Tolstoi.

O leitor pôs um marcador numa das páginas, sentou-se na cama e olhou para o rapaz.

Eric não gostava que homens o olhassem, por isso culminou o colega de quarto com uma rajada de desafio que fe-lo se encolher. Que os outros quatro colegas fossem menos inconvenientes. 

Tirou um maço de cigarros de um dos bolsos da mochila, saiu, vendo com o canto do olho os hóspedes se aquecendo junto ao fogão de lenha da sala.

Faz muito frio, ele pensou. Comparado ao inverno glacial que assolava Asgard e os nove mundos, porém, é verão tropical.

Se o recém chegado a Sao Joaquim fosse um humano qualquer, aquela temperatura absurdamente baixa poderia causar em seu corpo efeitos devastadores, como uma hipotermia. Mas Ulrik estava longe de ser um humano qualquer. Ele era um semideus asgardiano. Um guerreiro, versado na arte da espada, à procura de uma pessoa que ele trouxera para o sul do país há muito tempo atrás.

O guerreiro andava calmante pelas ruas quase desertas da cidade, agradecendo aos céus que as pessoas estivessem abrigadas. Não porque fosse antisocial. Longe disso. Ulrik gostava de conviver com os mortais, há séculos convivia com eles. Como enviado de Odin para estudar o comportamento dos mortais, o nórdico participou de algumas das maiores carnificinas da História. Presenciara a extinção de Sodoma e Gomorra em meio ao fogo. Ajudara os bárbaros a destruir o Império Romano. Presenciara as mortes de milhões de pessoas pela Peste Negra. Auxiliara os vikings a sangrar e conquistar reinos na Europa e no Oriente Médio. Combatera em algumas das maiores guerras do século XX. Onde houvesse morte, ele estava lá, sempre com um nome diferente.

Desde que Asgard caira em poder da entidade sombria chamada Hel, Ulrik se dividia entre combater os guerreiros das sombras ao lado dos deuses destronados e caçar os invasores em pontos específicos  do Midgard, para que não encontrassem a menina que ele salvou da morte. 

Fazia tão pouco tempo, e no entanto parecia que fora à séculos. Como ela deveria estar hoje? 

Um motivo fortuito o obrigara a ir ao sul do Brasil. A película, a membrana que servia de fronteira natural entre Midgard e Asgard, se afinara, permitindo a Hel saber o paradeiro da deusa foragida e de todos os destronados. Ela havia enviado seus assassinos para extinguirem a garota. O semideus rumava apressadamente para as terras do sul caçando pelo caminho esses guerreiros, mas uma vez no Midgard, seu corpo, embora forte e vigoroso, necessitava de descanso como os dos mortais. Por isso se hospedara no Hostel Araucária da Serra.

Ulrik caminhava por uma rua cheia de restaurantes. Mas seus sentidos estavam alertas. Era uma noite especialmente gelada. Dentro dos restaurantes, os clientes, agasalhados com ponchos e mantas, comiam churrasco ou fondue com chocolate, regados a vinho produzido na região.

O semideus tencionou entrar numa churrascaria, quando seus instintos gritaram.

O vento soprou forte.

Um grunhido incomum.

Instante sepulcral de silêncio.

E eles apareceram!

Cinco cavalos surgiram em meio à nevasca. Montados, homens com armaduras negras completas, com máscaras de metal com rosto de caveira. Sob as armaduras, os ginetes usavam mantos com capuz, cobrindo-lhes as cabeças.

Ulrik não hesitou quanto a ação por ele a ser tomada e correu. Sua velocidade era muito superior a de um humano. Vez ou outra, olhava para trás, quase sentindo o bafo congelado dos cavalos na nuca.

Os guerreiros das sombras saltavam sobre os veículos, atropelaram pedestres, causavam alvoroço.

Ulrik aumentou a velocidade, encontrou a saída em direção a vizinha Urupema, e deu carreira até chegar a uma zona de mata, cheia de araucárias, longe dos mortais.

Os cavalos o fecharam dentro de um círculo. Agora era impossível fugir. Se bem que isso lhe passava longe de cogitação, agora que vidas humanas não corriam mais risco.

Ulrik estendeu o braço direito, com a mão aberta, e com um comando mental, a espada Balmüng, uma das mais afiadas, se materializou. Ele segurou a empunhadura da arma com ambas as mãos, encarando cada um dos cavaleiros, que logo se decidiram pelo ataque.

O primeiro sacou uma espada de lâmina negra e galopou com seu corcel contra o semideus, objetivando decapita-lo. Era a forma de execução preferida dos fantasmas, que apesar de serem guerreiros sem alma ou coração, não se apeteciam de fazer suas vítimas sofrerem. Ulrik, de rápido reflexo e instinto de defesa aguçado, esquivou-se no último instante. A lâmina passou rente a seu pescoço.

O guerreiro das sombras cometeu o erro de dar as costas ao inimigo. Ao puxar as rédeas do cavalo para tentar um novo ataque, Ulrik suprimiu o espaço entre ambos, correndo em direção a sua presa como um tigre esfomeado. Saltou e desferiu um golpe vertical que cortou a criatura ao meio. Ele viu cair do cavalo uma pilha de ossos, sem carne ou tecidos, que logo se transformaram num montículo de cinzas.

Dois outros saltaram das montarias, e não hesitaram em atacar o semideus. Ulrik esquivou-se de uma estocada e de uma varredura lateral e girou sobre os calcanhares, dando uma rasteira num dos assassinos que abriu a guarda, e decepando sua cabeça. Antes que o segundo agressor tentasse outra investida, foi atingido no local onde deveria haver um coração e tombou inerte. Ambos tiveram o mesmo fim do primeiro. Cinzas. Nem mesmo a armadura restou.

Só restaram dois.

Mas onde estavam?

Ulrik olhou em volta. Aspirou. Nenhum cheiro de podridão. Andou vários passos rumo à um grupo de araucárias, sempre virando-se.

Uma das peculiaridades daqueles combatentes descarnados, além de serem pilhas de ossos dentro de armaduras, em pé graças aos poderes de Hel, é que não sabiam o momento de parar. Nunca fugiam de um adversário.

Algo caiu no chão, fazendo um baque seco.

Uma pinha.

Ulrik ergueu a espada em riste, olhou fugazmente para os dois lados.

Trincou os dentes, rodopiou o corpo em torno do próprio eixo e cortou ao meio os dois últimos guerreiros da Rainha dos mortos.

Ao ve-los se reduzirem à cinzas que voavam, levadas pelo vento polar, o semideus compreendeu que tinha de chegar ao fim de sua demanda logo. Hoje foram cinco. Amanhã poderia ser uma horda. 

Midgard corria perigo eminente de extinção, e Ulrik, mesmo conhecendo as técnicas de combate dos sombrios, não podia fazer nada sozinho.

Ele tomou fôlego, encostou-se no tronco de uma das araucárias, fechou os olhos.

Num momento, reviu a Grande Extinção, os dias em que Asgard esteve sob sítio das forças de Hel e na noite em que caiu em poder dela e de seus irmãos monstros.

Ele fizera tudo o que estava a seu alcance. Lutara com todas as forças ao lado de seus companheiros.

O caos e a destruição venceram.

— Se Thor e Sif estivessem lá… — ele lamentou.

Ulrik jamais perdeu uma luta. Em Fenrir, encontrou um adversário formidável e ardiloso. Recebeu vários golpes de suas garras retalhadoras de aço, mas a pequena Thrud fora salva. Desejava ter terminado o duelo ali mesmo. A vida do bebê era mais importante, porém.

A sorte o ajudara, daquela vez. Enquanto lutava com apenas um braço ( o outro carregava a filha de Thor), aproveitou um descuido do Lobo Devorador do Sol para cortar uma coluna da sala do trono, que caiu sobre ele. Como guerreiro, seu instinto o empurrava sempre ao duelo. Naquele momento, Thrud era mais importante do que tudo.

Ele passou correndo velozmente em meio aos contendores, matando os invasores que apareciam em seu caminho. Atravessou a ponte Bifrost, deixou a criança em segurança. E desde então, permaneceu em Midgard. Como um exilado.

O perigo se dissipou e a Balmüng desapareceu.

Ulrik enxugou o suor da testa, suspirou profundamente.

Percebeu que não estava sozinho.

— Sua perícia com a espada continua impressionante. — uma voz de idoso estrugiu às suas costas.

O jovem se virou. Um velho de barba e cabelos compridos e brancos, e com um tapa olho vinha em sua direção. Usava uma capa poncho e botas, e dois corvos sobrevoavam sua cabeça.

— São guerreiros ocos. Fortes, porém previsíveis.

— Todo esse tempo em Midgard o tornou muito parecido com os mortais.

— Devo tomar isso como um elogio, Pai de Todos?

— Obviamente. Gosto deles, apesar de se corromperam facilmente e terem um senso de justiça controvertido. Não desejo que sejam destruídos por Hel. É uma luta nossa.

— Por que o senhor está aqui?

— Obviamente quero encontrar minha neta. Sempre quis saber como ela é.

— Há muito não a vejo. Desde que a deixei com aquela família. Achei prudente me manter a distância, para que o inimigo não desconfiasse e viesse atrás dela.

— Mas como saberá como ela é?

— Pai de Todos, ela é uma deusa. Tem a aura pulsante do pai e da mãe. E tem os traços da mãe. Saberei quem é. Além disso, eu guardei o cheiro dela.

— Então, vamos deixar de conversa fiada  e cingir os rins. Temos que chegar até a menina, antes que essas ossadas a encontrem.

Ulrik riu.

— Não há com que se preocupar por enquanto. A película se torna densa depois que a atravessam. Ninguém de Asgard ou do mundo das trevas conseguirá passar para cá antes de dois ou três dias.

— Hummm… Tinha me esquecido disso.

— Cheguei hoje a São Joaquim. Quero fazer um boneco de neve amanhã e tirar algumas fotos, além de provar o café colonial. Dizem que é ótimo.

— Tirar fotos! Isso rouba as almas das pessoas.

— Asseguro que não. É uma coisa dos mortais que incorporei. Eles gostam de imortalizar imagens. E quando morrem, deixam as fotos como lembranças.

Odin estendeu as mãos, fazendo um muxoxo.

— Nunca vou entender os costumes deles. Não sei como Thrud conseguiu viver aqui esse tempo todo. Em meio a esses mortais tão ambíguos. Quero levá-la logo para Asgard, para liderar a retomada do Palácio de Inverno.

— O senhor está negligenciando um detalhe, Poderoso Odin.

— Qual?

— Ela viveu toda a vida entre os humanos. Pensa como eles. Sonha como eles. Tem sonhos. Pode ser que não queira ir conosco.

A face de Odin se revestiu de cólera e seus corvos levantaram vôo de seu ombro ao sentirem a mudança de seu dono. Sentindo o sangue ferver, deu um soco no tronco de uma grande araucária, pondo-a no chão.

— Essas árvores estão em extinção. — Ulrik observou, se divertindo com o ato impulsivo do monarca deposto. — O senhor pode ser preso.

— Thrud voltará conosco, mesmo que acorrentada. — o mais sábio dos æsires decidiu.

O jovem guerreiro se divertia quando seu senhor se irritava. Apesar da diferença, eram amigos e confidentes. Companheiros de exílio em Midgard, não existia diferença entre os dois, embora Ulrik conhecesse bem qual era seu lugar.

Odin tinha uma lança poderosa, a Gungmir. Uma arma tão letal que podia reduzir as muralhas do Pentágono à escombros. Mas ela fora tirada de seu dono e agora simbolizava o poder de Hel.

Contudo, o jovem sabia que o Pai de Todos era ardiloso e usava de malícia para se dar bem. E não aceitava ser contrariado.

— Vamos partir amanhã à noite. — sentenciou o ancião. — Nem um minuto a mais.

— De acordo.

Odin fez o enlevo de um sorriso sob a barba branca. Apesar de idoso, entrado na casa dos sessenta anos ( pelos padrões humanos) , gozava de um físico vigoroso. 

Pôs a mão por baixo de seu pala e tirou uma garrafa de Velho Barreiro, que estendeu ao mais jovem.

— Para rebater a friagem. — explicou.

— Vou recusar a aguardente.

— Desde quando não bebe?

— Faz algum tempo que não consumo álcool. Quando bebo, sinto uma vontade extrema de matar pessoas. Mesmo que seja só um gole, se eu beber, ao voltar para o hostel, vou matar alguém.

Odin anuiu e tomou um gole da aguardente pelo gargalo.

— Nesse caso, vou indo. Preciso dormir.

Os dois se cumprimentaram segurando o punho um do outro e se separaram.

Ulrik voltou ao centro da cidade, andando sem pressa alguma. Grupos de pessoas conversavam sobre os cinco cavaleiros negros com máscaras de caveira, que se tornaram sensação.

Felizmente não eram trolls, ele pensou. Os homens não tinham preparo emocional para presenciar coisas fantásticas que existiam apenas no imaginário coletivo.

Ele entrou num restaurante, se dirigiu a uma mesa afastada, próxima a janela, pediu cordeiro. Comeu e se fartou, deliciando-se com a visão das belas moças catarinenses .

A mulher catarinense é a mais linda deste país,  ele pensou.

Voltando para o hostel, Ulrik notou que a sala comum estava vazia, porque os hóspedes com cobertores haviam se deitado. Sentou-se numa das poltronas, pegando o controle remoto, e zapeando pelos mais de duzentos canais, encontrou um seriado que achou interessante: Vikings.

Ulrik achava ridículo que os mortais tivessem caricaturizado o povo nórdico como homens com trança nas barbas e capacetes com chifres, que portavam machados na cintura e comiam almôndegas. Os vikings não se referiam nem a eles como vikings.

Sempre temidos na Europa como bárbaros assassinos, o povo que criou Ulrik até ele completar idade para combater ao lado de Thor se dedicou não só a pilhagem e aos assassinatos. Eram também excelentes marinheiros, prósperos comerciantes e fundadores de povoados. Ulrik fizera parte da expedição de Ruriak que fundou Kiev e originou a Rússia.

Tempos do combate puro e simples, só com espadas. As modernas armas de fogo puseram fim à classe dos guerreiros.

Ulrik não terminou de assistir ao filme. Levantou-se com sofreguidão, suspirando com tédio, foi ao quarto e pegou uma muda de roupa e uma toalha, notando que o cara de quem não gostara e que lia um livro quando chegou não estava.

Foi ao banheiro, despiu-se, tomou um banho.

Esse chuveiro é dos deuses,  pensou enquanto a água escorria pelo seu corpo. Quente ou frio. O que tu quiser.

O guerreiro se vestiu, deitou-se, pôs uma coberta sobre si. Apagou a luz. Esperava que os outros cinco hóspedes voltassem sem fazer barulho.

Prestes a pegar no sono, seus sentidos gritaram que havia perigo. Deslizou a cabeça agilmente para o lado no mesmo instante em que uma faca cravou-se no travesseiro.

Ulrik acendeu a luz e viu a face encolerizado do barbudo. Uma baba escorria do canto de sua boca e seus olhos eram vermelhos.

Saltando agilmente para o chão, Ulrik mostrou os punhos, aguardando um novo ataque, que não demorou. O agressor veio a toda carga, dando um abraço de urso no semideus, erguendo-o do chão e intentando quebrar-lhe as costelas e perfurar-lhe os pulmões. Seu aperto era monstruoso. 

Ulrik se debateu, ofegando, dando socos no agressor que emitia sons parecidos com urros de fera. Só se desvencilhou com um soco no queixo do homem. O soco de um semideus possui uma força descomunal, capaz de atravessar aço, porém só fez o barbudo cambalear.

Não era humano.

O agressor se projeta novamente contra o jovem, que desfere um soco certeiro na caixa torácica e atinge o coração. Com o impacto, órgão se esfacelou, e o homem caiu no assoalho, tendo convulsões e espasmos, e transmutou-se numa criatura com pele cinzenta, olhos amarelos e dentes de tubarão. Deu um urro e por fim, morreu, com os olhos esgazeados.

O corpo inerte foi envolvido por uma névoa negra e virou cinzas, que Ulrik juntou, jogou no vaso sanitário e deu descarga.

— Troll idiota! — ele murmurou.



















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