Projeto - Akashi Seijurou x Leitora
⇢ ˳;; ❝ Kuroko no Basket ᵕ̈ ∗: Cannon
>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Prólogo
Eu o conheci quando era jovem, inocente e alheio do império sujo que se erguia a sua volta. Quando o vi pela primeira vez, seus olhos rubis estavam cheios de uma alegria ingênua — que assim como os meus transmitiam a felicidade de ter um novo amigo —, ainda que hoje tenha conhecimento de todas a podridão ao nosso redor, naqueles dias de pureza eramos completamente iguais.
Bastou um pouco de ganância para que aquilo que eu conhecia como vida se transformasse num completo inferno. Fugi deixando tudo que era para trás e sozinha jurei que traria a tal grande império sua ruína, forcei-me a moldar a perfeição. Criei usando os segredos de meu falecido pai, meu próprio reino.
O caminho fora traçado, bem antes de eu poder o caminhar, para ter infames desejos de meu coração realizados, tempo era um ponto crucial. Uma vingança sem planejamento não passa de uma retaliação infantil, o que anseio tão profundamente está além da destruição, minhas ações, minhas falas, e movimentos nesse grande tabuleiro precisam ser perfeitas. Num mundo regido por lobos como esse, não era permitido ter pontas soltas.
No meio das pessoas amontoadas no ginásio, eu não passava de mais uma jovem curiosa para ver o jogo entre os Jabberwocks e o recém-formado time Vorpal Swords. Daria aos desafiantes os créditos pelos nomes, Jabberwocks foi a referência feita ao Jaguadarte — de Lewis Carrol o autor de 'Alice no País das Maravilhas'—, um monstro com olhos de fogo e retentor de um riso louco. O qual foi morto pela espada 'vorpal' da jovem Alice, decapitado numa escada em espiral.
Ter a cabeça arrancada teria sido o melhor que poderia acontecer à aqueles tolos de natureza parva, especialmente após tanto debochar do país e dos jogadores, agora teriam que voltar humilhados para suas casas com a língua enrolada em vergonha pela derrota trancada atrás dos dentes.
Meus sapatos me levaram para o vestiário, podia ouvir de longe os gritos de fúria bradados pelos perdedores da noite. Sem me importar com o que veria do lado de dentro, empurrei a porta, seguida de um bom segurança disfarçado com vestes comuns.
Ergui a cabeça esperando o silêncio de cada um, Silver foi o primeiro a se pronunciar, andou em minha direção como um touro furioso e completamente cego. Bruto pronto para atacar o toureiro supostamente indefeso.
— Você! Tem que organizar uma revanche agora!
Nem mesmo mais um passo, o som do tapa que dei em seu rosto ecoou pelo vestiário bagunçado, provendo o silêncio que desejava. O tilintar da espada que calou a fera.
— Não disse poder falar comigo, muito menos me tocar.
Minha voz era séria, ainda que minha aparência fosse de uma jovem de ensino médio — porque realmente sou — a firmeza com que disse tais palavras me colocava a inúmeros patamares acima deles.
— A partir desse momento o grupo Fawkes está retirando todo o apoio e patrocínio dado aos Jabberwocks — anunciei —, contudo ainda será permitido o retorno de vocês para a América. As passagens estão agendadas para essa madrugada.
— Espere um momento — Nash aquele no posto como capitão do time se pronunciou —, não pode retirar nosso patrocínio por conta de uma derrota. Está no contrato.
— Fiz o contrato, sei muito bem o que está escrito — andei em sua direção —, parece se esquecer que a fama que vocês tão energeticamente usufruíram só existe por minha causa. Zombar do país, e da nacionalidade do seu principal patrocinador, não foi inteligente da sua parte. Na verdade, acredito que nem um primata faria algo tão estúpido.
Empurrei seu peito com meu dedo indicador, foi quando o homem caiu no banco completamente surpreso — Um cachorro que morde a mão que lhe alimenta, não passa de um ingrato digno de punição.
— Cláusula 13 do contrato: a publicação ou declaração de uma difamação, ou calúnia, ou outro material depreciativo; difamatório, ou a publicação, ou declaração na violação do direito de privacidade e honra de um indivíduo, grupo ou nação pode implicar no encerramento das atividades por meio do patrocinador — narrei para o loiro pegando seu rosto entre minha mão apertando suas bochechas —, tem sorte de eu deixar você sair andando como uma pessoa normal depois desse circo que armou. Não preso numa gaiola como o animal estúpido que se provou ser.
Empurrei seu rosto para trás, fazendo Nash bater a cabeça na parede — Nathan, as passagens.
Meu segurança tirou um envelope do casaco e andou até mim me entregando — Se qualquer um de vocês sequer pensar em fazer queixa, ou mover um dedo contra o grupo Fawkes saibam que estarão traçando um caminho para uma vida de miséria. Vivam suas vidas tranquilamente com o resto de dignidade que possuem, se é que existe alguma.
Coloquei o papel ao lado do capitão e saí sem dar uma última olhada para trás, suas escolhas a partir de agora não me interessavam. Tive sorte em ter mais coisas para resolver no Japão do que apenas um jogo do ex-time que patrocinava, meu tempo não seria completamente perdido.
Rumo a saída foi quando o vi, me lembrava do garoto de cabelos rubros que vestia o uniforme com número quatro uma vez que sua performance em quadra foi magnífica. E, além disso, por sua família ter sido o motivo de minha desgraça, com um pai tão poderoso e controlador, me surpreendia que ele tenha conseguido jogar basquete — que poderia ser considerada uma atividade inútil para o herdeiro —, por tanto tempo. Ainda mais tendo sido uma atividade proposta por sua falecida mãe.
— Senhorita, deseja se aproximar? — Nathan me questionou quando viu que fiquei parada por mais do que alguns segundos olhando para longe.
Recompus-me — Não, não é o momento, vamos embora. Nossos assuntos por aqui estão finalizados.
Eu podeira me aproximar de Seijurou Akashi sendo uma rainha, poderia o enfrentar sendo uma imperatriz, mas para lhe presentear com a ruína preciso ser uma deusa.
Nosso primeiro encontro ainda não pode acontecer.
>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Capítulo 1
Como esperado de uma grande companhia, o hall do império Akashi demonstrava grandeza desde as escadas até as paredes altas de mármore que decoravam de maneira imponente a entrada do prédio. Painéis tecnológicos ficavam atrás do balcão de recepção, catracas separavam os visitantes dos elevadores que levava os funcionários para seus andares de trabalho.
— Senhorita Maier, olá me chamo Akari Satou — uma jovem me esperava na entrada. As vestes impecáveis, cabelo bem-arrumado, levava uma agenda no braço e parecia ansiosa —, seja bem-vinda a Corporação Akashi. Iriei guiá-la até o nosso diretor de operações, ele fara sua acolhida e a entregará para a nova equipe.
— Obrigada pela recepção senhorita Satou — me curvei levemente —, conto com sua ajuda para guiar também o Sr. Werner nas tarefas do secretariado.
Os cabelos loiros de minha companhia e os olhos verdes brilhantes fizeram sua mágica instantaneamente, ainda que com japonês carregado Nathan a cumprimentou cordialmente. Misturando um pouco de etiqueta japonesa com a ocidental com qual havia crescido. As bochechas da garota se pintaram de vermelho e com um breve sorriso ela pediu gentilmente para que nós a acompanhássemos.
Era como ser uma nova substância entrando num grande e musculoso corpo, uma corporação viva onde cada pequeno micro-organismo tinha seu papel e função, função essa que deveria ser cumprida com perfeição, caso contrário seria 'expelida' do sistema sem um segundo pensamento. Precisaria ter muito cuidado para que os anticorpos não me notem.
O elevador subiu, e subiu, mais andares do que eu poderia imaginar e quando chegou ao seu destino o que nos encontrou foi uma grande porta de cipreste japonês — também conhecido como hinoki —, a madeira falava por si própria. Templos e palácios eram construídos com ela, não me parece ter sido uma escolha completamente estética, mas sim uma mensagem aqueles que eram aptos a entender, sem falar na ornamentação rica. Chanfros e entalhes que fazia a peça de madeira ser por si só uma obra de arte. O tom era de um marrom-rosado claro com uma textura em linhas retas. Havia também uma mesa menor logo a frente com um computador, uma flor que eu não conhecia disposta na bancada junto de telefones e documentos. O móvel também era feito do mesmo material nobre, as paredes ao nosso redor eram de um tom de creme suave que deixava o andar todo com uma aparência tranquila. Também havia um aroma suave de limão, misturado com os das pétalas que serviam de ornamento.
Satou andou até a mesa com passos rápidos, pegando o telefone com uma destreza silenciosa — até mesmo com certa graça —, discando alguns números em seguida que imaginei ser a chave para o contato com o lado de dentro da sala.
— Senhor, a senhorita Maier está aqui junto de seu secretário. — uma pausa para a resposta do outro lado — Sim, imediatamente.
— Por favor o diretor pede para que entrem — ela se adiantou e abriu a porta para que ambos passássemos, mas sendo um cavalheiro, Nathan a segurou para que a mesma também tivesse o privilégio.
Se do lado de fora a sensação era juvenil e gentil, do lado de dentro havia uma aura austera, as corem eram sérias, sem vida, sóbrias como o mesmo homem que era o dono da sala. Comicamente o único que também tinha nos cabelos a única cor viva do escritório.
Por conta do salto em meus pés havia alguns centímetros de diferença entre nós, eu sendo mais alta, mas isso não parecia importar. Já que o ar envolta dele me fazia sentir pequena como um filhote de leão, o homem também tinha uma beleza perigosa naturalmente atraente.
— Seijurou Akashi — se apresentou em inglês, o sotaque era identificável, mas não tão forte quanto eu imaginaria, também estendeu a mão colocando de lado a boa cortesia japonesa e adotando uma apresentação ocidental —, diretor-geral. Estava ansioso pela sua chegada Srta. Maier.
Apertei sua mão fazendo questão de responder em seu idioma — Digo o mesmo Sr. Akashi, após tantos e-mails trocados e preparações é bom ver o rosto do homem que me fez a proposta de emprego.
— Quase não há sotaque, suponho que seja familiar com o japonês — comentou com um tom de surpresa sutil.
— Laços antigos — mantive a explicação breve, completamente ciente de que ele me observava da mesma maneira que meus olhos traçavam cada minúsculo movimento dele. — Nathan também é letrado no idioma, embora seu sotaque seja de fácil identificação.
Uma estratégia simples de usar meu acompanhante como distração — Inclusive agradeço pela oportunidade de manter um membro do meu antigo time por perto.
— Deixou seu país, para essa proposta atender uma exigência como essa não foi de grande dificuldade, estendo a recepção a você Sr. Werner.
— Obrigado diretor-geral.
Seijurou Akashi alisou o paletó — Suponho que possamos dar início as atividades então, como bem sabe Srta. Maier você foi convidada a integrar o corpo de colaboradores da nossa empresa por um motivo. Com o crescimento constante do nome 'Akashi', como marca temos que nos atentar a alguns pontos.
— Não é suficiente que sejamos uma empresa competitiva e de renome, as pessoas, os funcionários também precisam acreditar e espalhar isso. Marketing, é uma das ferramentas mais poderosas no mundo de hoje, faça os consumidores gostar da sua marca e você passa a ter fãs e não apenas clientes — discursou andando em direção a porta e abrindo por si mesmo —, é esse o tipo de trabalho que esperamos que você faça.
— Srta. Satou, levarei nossos novos colaboradores até seu local de trabalho. Temos quanto tempo até a reunião com o diretor comercial?
— Cerca de trinta minutos.
— Mais do que o suficiente, então, por favor — indicou o elevador e assim que entramos, sua fala continuou.
A voz do diretor era sedosa, ainda assim não deixava de lado a profundidade e o tom comercial — se é que poderia dizer isso —, claro que as promessas eram boas, o salário, os benefícios, contudo numa empresa que buscava a perfeição em todas as áreas de mim não era esperado nada menos do que excelentes resultados. Essas intenções estavam entremeadas em seu discurso de maneira quase imperceptível, um aviso de que todo o investimento feito em mim, deveria ser eventualmente devolvido para a empresa.
Realmente os 'Akashi's' eram uma família assustadora, principalmente quando relacionado aos negócios.
— Como gerente de projetos de Marketing, esperamos de você essa melhora na visão da empresa. Todos os outros gerentes já foram avisados de sua presença e aconselhados a prestarem auxílio se assim achar necessário. Teremos uma reunião amanhã ao fim do dia para alinhar apropriadamente todas as áreas.
— Claro, sem problemas — concordei e Nathan já anotou imediatamente na agenda se mantendo em silêncio o tempo todo.
O elevador parou no sétimo andar, sete era um número bastante valorizado em muitas culturas ao redor do mundo, no japão não era diferente. Tudo que eu sabia do homem na minha frente me fazia questionar suas ações, extremamente meticuloso, Akashi Seijurou não fazia movimentos desnecessários. Não precisava agradar ninguém porque estava acima de todos, o único herdeiro de Akashi Masaomi nasceu para ser absoluto.
— O sétimo tem duas equipes, marketing do lado direito e tecnologia da informação do lado esquerdo. São duas áreas, complementares, por conveniência os deixamos fisicamente próximos.
— Excepcionalmente apropriado — concordei o seguindo. O diretor-geral empurrou uma porta que se abriu para o escritório, era a penúltima do corredor, tinham 8 mesas cuidadosamente dispostas e atrás de uma divisória de vidro outra sala que eu presumia ser a minha, uma vez que estava separada dos outros funcionários. Ainda no caminho passamos por uma saleta de reunião e uma copa com área de descompressão, nesta havia um sofá simples e duas poltronas.
Assim que o homem de cabelos rubros passou, os funcionários ali dentro de levantaram para o cumprimentar.
— Bom dia a todos — ele os cumprimentou educadamente —, como sabem a partir de hoje uma nova pessoa estará no comando da equipe. A Srta. Maier. Com ótimas credenciais e boas recomendações, ela aceitou o desafio de liderar esse time a partir de agora.
Era um grupo de sete pessoas no total, quatro garotas e três rapazes, a princípio visualmente bem distintos.
— Obrigada pela apresentação, diretor, presumo que posso assumir nesse momento.
Mais uma vez um sorriso educado, porém falso, dançou nos lábios do homem. Porém, no brilho de seus olhos escarlates vi algo que julguei como interesse.
— Caso precise de qualquer coisa, entre em contato com Srta. Satou. Deixo o time em suas mãos.
Ele saiu e os funcionários deixaram os ombros cair de maneira relaxada quase que instantaneamente, pude jurar ouvir também um suspiro aliviado e murmúrios. Nathan fechou a porta atrás de mim, sinalizando que Akashi já havia deixado o corredor.
— O diretor-geral certamente tem uma aura diferenciada — disse alto o suficiente para os meus novos funcionários —, agora que esse é o nosso time vou me apresentar novamente.
No canto havia uma lousa com alguns avisos e lembretes colados, ela era mais alta e tinha alguns degraus. Perfeito para que eu me fizesse bem clara naquela primeira interação.
— [Nome] Chiara Maier, podem me tratar por qualquer um dos nomes, sem honoríficos, realmente não me importa. Desde que mantenham o respeito — subi os dois pequenos níveis me virando para eles novamente —, vim de uma equipe de sucesso da 'Pharaon' para construir outra equipe de sucesso aqui na corporação Akashi.
Espanto estava completamente escancarado em seus rostos, afinal era a maior e principal concorrente da empresa no ocidente, e também aquela que não deixava os Akashi adentrarem as Américas e parte da Europa. Seria uma declaração de guerra corporativa se eu não tivesse deixado o caminho livre para isso acontecer.
— Não planejo guiar vocês da mesma maneira que meu predecessor, porém isso não significa que não quero bons resultados ou que possuem permissão para realizarem suas funções de maneira desleixada. Dito isso, eu realmente espero que possamos nos dar bem — sorri genuinamente —, eu tenho um bom olho para pessoas. Não vejo ninguém aqui nessa sala que pareça ser fraco, pelo contrário vejo talentos que merecem ser valorizados.
— Se antes vocês tinham um chefe, autoritário e sistemático, agora possuem uma líder disposta a ouvir e recompensar. Antes de colocar o trabalho de lado um pouco e nos conhecer melhor alguma pergunta?
Sem resposta — Ótimo, vamos começar, primeiro: essas mesas tem quem mudar.
A organização do espaço era horrível e nada funcional para um trabalho em equipe, dei algumas orientações e junto dos funcionários começamos a mudar os móveis do lugar. Parecia fútil e bobo, mas inconscientemente era uma dinâmica de trabalho em equipe. No momento que dou um passo para trás e me coloco ao lado deles, estão mais propícios a ouvir meus direcionamentos e seguir as decisões.
Planos, etapas, um objetivo que começou a ser traçado no exato momento em que coloquei os pés na recepção. Como esperei por esse momento, como um bom veneno que aguardou pacientemente no frasco o momento de ceifar. Para percorrer as veias daquele prédio enorme e chegar até o cérebro comandante de tudo ainda havia um grande caminho, para isso precisaria das mesmas células que me ajudavam a arrastar mesas. Ganhar atenção, ganhar reconhecimento, ganhar poder dentro do próprio sistema construído com a minha dor. Contra os Akashi's meu plano era de vingança, tirar-lhes tudo que é querido, os forçar a ver seu mundo e império ruir; por fim os deixar para morrer com nada além da roupa do corpo e do gosto amargo envolvendo suas línguas.
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