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Capítulo 98

Brunna

Quatro meses depois...

Condomínio Alphaville - São Paulo

📆 sábado - 🕚 20:12

Esses dias se passaram como um verdadeiro conto de fadas. Embora eu veja o esforço da Ludmilla, as vezes ela ainda sente vontade de fumar - e eu acabo não ligando tanto pra isso, já que ela sempre está em casa - Minha empresa está no melhor patamar possível, nos últimos quinze dias, tive um lucro igual a um ano de trabalho - graças ao meu ótimo desempenho e a ajuda do Mário - Michael está cada vez mais esperto. No último fim de semana fizemos sua festa de 4 anos. Foi tudo incrível, da forma que planejamos. Todos os nossos amigos e nossa pequena família reunida para fazer a felicidade do pequeno.

Hoje era pra ser mais um dia tranquilo, mas a morena está surtando. Pela manhã ela já havia me avisado que iríamos jantar em um restaurante da capital paulista. Porém a cada passo que ela dá pela nossa casa, percebo o seu nervosismo estampado em seu rosto e isso também está me deixando nervosa. Mas ela faz questão de dizer que está tudo bem e que eu não preciso me preocupar. Porém na última vez que ela me disse isso, nós tivemos um término.

- Amor, se vai ser só um jantar, porque você está assim tão nervosa? - a questionei e ela permaneceu em silêncio - Porque a gente não pede uma pizza e fica em casa mesmo?

- Não! - praticamente gritou e eu me assustei dando um passo para trás - Desculpa! - ela sorriu sem graça - Eu só quero ter uma noite legal com você. Fiz nossas reservas em um ótimo restaurante, estou apenas esperando você se arrumar, pra gente poder ir.

- Mas você está assim toda nervosa. Confesso que estou me assustando. - confessei - Está acontecendo alguma coisa que eu deveria saber?

- Não, princesa. Eu só quero chegar na hora que marquei, porém você está nos atrasando e isso me deixa assim. - me empurrou em direção ao closet, já que eu já tomei o meu banho - Escolha sua melhor roupa. Você tem vinte minutos pra estar pronta.

- Mas que mulher maluca. - resmunguei antes de entrar no grande cômodo. Passei o meu olhar por todas as peças de roupa, mas apenas uma chamou minha atenção. Um vestido, na cor rosa claro, que possui um veludo e poucos brilhos. Como a noite não está tão gelada, será ótimo usa-lo, já que as alças são finas. Vesti o vestido calmamente e calcei um salto na cor preta. Fiz uma simples maquiagem e soltei meus cabelos morenos sobre meus ombros. Sai do quarto a procura da Ludmilla, mas só a achei na sala - Já estou pronta, vida. - chamei sua atenção.

- Nossa... - ela se levantou e caminhou em minha direção, com um sorriso no rosto - Você é a mulher mais linda de todo esse universo, Brunna.

- Gostou? - perguntei mesmo sabendo a sua resposta.

- Você está de brincadeira, ao me fazer essa pergunta. - tocou minha cintura - Você está perfeitamente bonita.

- Obrigada, amor. Você também está preciosa. - analisei a roupa que ela está usando, uma calça preta e uma camisa vermelha.

Depois dos rápidos elogios, saímos em direção a garagem. Confesso que senti falta da presença do nosso filho - que hoje está com a Dona Vilma, a pedido da mesma com a desculpa que faz muito tempo que não vê o seu bisneto favorito - Trinta minutos depois o carro era estacionamento enfrente ao Adega Santiago. Um restaurante que eu já tinha dito a minha namorada que queria visitar e ela se lembrou desse detalhe. Entrei logo atrás dela, com nossas mãos entrelaçadas e fui guiada até uma mesa de frente para a linda vista do restaurante. Ela puxou a cadeira para que eu sentasse e deu a volta na mesa, se sentando a minha frente.

- Me lembro de uma vez você ter me dito que queria conhecer esse restaurante. E eu aproveitei essa noite especial para te trazer aqui. - comentou delicadamente e eu sorri em sua direção.

- Você é perfeita sabia? Cuida de todos os detalhes e me faz sentir especial. - toquei as pontas do seu dedo - Obrigada por isso.

- Não precisa agradecer! - sorriu - Então me diga, o que quer comer nessa noite?

- Já vamos pedir? - questionei e ela me olhou curiosa.

- Quer esperar mais um pouco? - perguntou e eu concordei com a cabeça - Muito bem, vamos conversar enquanto isso. Nossa vida mudou muito, não é?

- Sim, eu gostaria que tudo tivesse dito registrado, em um filme. Para eu poder rever todos os detalhes. - suspirei.

- Está tudo registrado. Mas é em nossas memórias, o que eu não lembrar você me conta e o que você não lembrar eu te conto. - deu de ombros - O que importa é que mesmo passando por muito desafios, nós estamos juntas.

- Aprendendo uma com a outra. - completei - Se não fosse aquela boate, eu nunca teria te conhecido. E é bizarro pensar isso.

- Serei eternamente grata as suas amigas por ter te levado ao meu encontro. Mesmo que acidentalmente. - gargalhou baixo e eu a acompanhei - Eu te achava tão metida.

- Nunca julgue um livro pela capa, meu bem.

Conversamos por mais longos minutos até a vontade de comer realmente chegar. O meu pedido foi frutos do mar, enquanto o dela foi massas. Pedimos um vinho branco para acompanhar a refeição e comemos entre conversas e brincadeiras. De sobremesa, pedi um sorvete na chapa, enquanto ela se contentou um simples brownie. Quando pensei que iríamos embora, o nervosismo da morena veio a tona novamente.

- Você está se sentindo mal? Que um copo de água? - perguntei aflita e ela negou com a cabeça, secando suas mãos na calça - Quer ir embora? Eu dirijo.

- Não, Bru. Não é isso, é que... - ela suspirou pesado e ajeitou os cabelos - Eu tô meio nervosa porque vou te pedir em casamento. - contou de uma só vez e eu arregalei os olhos - Não era pra eu ter contado assim, mas eu realmente tô muito nervosa, então não quero que você de risada do meu discurso e nem me ache brega ok? - perguntou e eu relaxei na cadeira.

- Ok. - falei simples, ainda pensando no que ela havia dito.

- Sabe, eu pensei muito antes de tomar essa decisão, porque eu sei como sua vida foi complicada no passado. E eu não quero nunca cometer os mesmos erros com você. E eu prometo que não vou. - sorriu - Eu tive medo de você sumir de um dia para o outro, e nunca mais querer a minha companhia. Só que nesse último ano, o destino reforçou que nós duas nascemos para ficar juntas. As eu dou risada, porque a gente fez tudo errado. Moramos juntas antes de ter um namoro, tivemos um filho antes de nos casar, mas é isso que faz o nosso relacionamento ser especial, porque nos não temos um roteiro, a gente só vive a vida e espera os acontecimentos. Saber que você vai estar comigo nos momentos ruim e nos momentos bons, me inspira a ser uma pessoa melhor. Pra você tudo está bom do jeito que está, mas pra mim é importante ter esse momento de união matrimonial. Não precisa se apavorar porque não vamos casar na próxima semana ou no próximo mês, eu só tenho a necessidade de saber se você quer ser minha pro resto da vida.

- Ludmilla, eu sou sua nessa e nas próximas vidas. E é claro que eu quero me casar com você, mesmo você não tendo feito a pergunta explícita. - falei brincando e ela suspirou aliviada.

- Ah, Bru. Eu te amo tanto. - falou procurando algo em sua roupa e quando achou, era um caixa vermelha. Ela abriu em minha direção e haviam duas alianças de ouro - Você quer se casar comigo? - dessa vez ela fez a pergunta.

- Quero, meu amor. - sorri e ela colocou o acessório em meu dedo e eu fiz o mesmo com ela - Eu te amo mais que tudo.

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