Capítulo 96
Ludmilla
Vila Olímpia - São Paulo
📆 quarta-feira - 🕚 18:15
- Mas como assim, você decide sair em cima da hora e deixa o meu filho ir pra escola com uma pessoa que eu mal conheço, Ludmilla? - escutei a loira reclamar pela quinta vez seguida.
Hoje o universo não facilitou a minha vida.
Surgiu um imprevisto na escola do meu irmão e fui obrigada a ir às pressas para Campos do Jordão tentar resolver todos os problemas. Aproveitei a oportunidade e marquei um exame oftalmológico para minha avó, que estava adiantado isso a um bom tempo. Sabendo que não iria conseguir voltar a tempo para São Paulo liguei para a mãe da amiguinha do Michel, pedindo para que ela levasse o menino para escola. O que eu não imaginava era que isso seria um grande problema para a Brunna que está furiosa em minha frente nesse exato momento.
- Amor, eu não sabia que iria demorar mais que o normal. - argumentei - Fui na casa da minha avó resolver uns problemas, quando vi a hora já tinha passado e acabei ligando pra Márcia, pedindo pra que ela levasse ele. Não tem mal algum, a filha dela é amiga dele.
- E porque você não me ligou, Ludmilla? - questionou brava - Não tem meu número salvo no seu celular?
- Tenho vida, mas você estava lá na empresa. Não queria te incomodar e a Márcia já estava indo pra escola do Michel. Não foi um incomodo para ela. - suspirei - Tenho certeza disso.
- A certeza que eu tenho, é que quero te bater. - esbravejou e eu gargalhei a puxando pra um abraço apertado.
- Fica assim não, gatinha brava. Eu te amo muito. - beijei seu pescoço enquanto ela relutava para que eu me afastasse, porém com o tempo se acostumou com o contato - Você anda muito brava.
- Você me estressa. - falou abafado, já que seu rosto estava em meu peito - Te odeio muito.
- Mentira. Você me ama. - beijei seus cabelos - Vai dormir aqui comigo hoje de novo?
- Não. - falou manhosa - Você vai se acostumar. E eu preciso resolver a reforma da minha casa.
- Deixa eu dormir com você então. Eu não vejo problema de ir até lá. - falei a olhando - Levo o Michel e a gente faz uma noite, só nossa, em família.
- Ainda somos uma família? - perguntou curiosa e eu concordei com a cabeça - Mesmo?
- Claro, Bru. Hoje nós duas não estamos tão juntas como antes... Porém eu sinto que em breve você vai ter uma aliança de ouro em seu dedo, simbolizando o nosso amor. - falei aos poucos - Eu vou ser... Eu quero ser uma pessoa boa pra você. Sei que errei e depois da nossa conversa de ontem tive ainda mais certeza que estou no caminho errado.
- Porque diz isso? - tocou meu rosto em um carinho leve.
- Ah, Bru. - suspirei - Minha mente tá uma confusão. Acho que perdi tempo demais com as coisas da boate que me acostumei em ter uma vida sozinha. Eu te tinha em casa, mas queria ter uma vida a sós.
- Eu sentia isso. Me doía muito te ver estressada comigo, enquanto eu apenas queria te dar amor. - falou triste.
- Acho que me acostumei com a sua presença, e agora que você se foi eu entendi que não existe Ludmilla sem Brunna. - falei com sinceridade - Meu vício em cigarro foi me consumindo e quanto mais eu fumava, mais eu queria. E quando eu via, já tinha passado a noite fora de casa. Quando eu chegava você só brigava comigo e isso me deixava ainda pior.
- Eu queria entender o que estava acontecendo com você, Lud. Eu também estava confusa. Eu imaginava você com outras pessoas, com outras mulheres e... - segurou o choro - Me sentia muito triste. Você estava bebendo muito, passei várias vergonhas.
- Eu não queria outras mulheres, amor. Eu tenho você do meu lado e isso me basta. - zelei nossos lábios - O que importa é eu ter reconhecido os meus erros e estou tentando mudar. Por mim, por você e pelo nosso filho.
- Nossa família. - coçou os olhos para afastar as lágrimas - Eu não quero que você continue fumando e muito menos bebendo.
- Não vou, Bru. - suspirei - Hoje mais cedo, organizei meus horários com a Dai. Irei a boate um dia sim e um dia não, mas com horário para ir e para voltar. - comentei - Preciso aproveitar meu tempo, do jeito certo. A vida é muito curta pra ser vivida do jeito errado. Quero sair com você e o Michel, brincar no parque, ir pra roça, fazer viagens, passear em Santos, comprar uma casa no Rio de Janeiro.
- Gostei da parte de comprar uma casa no Rio de Janeiro. - disse sapeca e sorriu com a língua entre os dentes - Gostei muito.
- Só nesses instantes eu te disse que vamos casar, vamos viajar muito e ir pra Santos. Porém você só importou na parte de comprar uma casa no Rio de janeiro? - gargalhei e ela concordou com a cabeça.
- É o mais importante. - fez um biquinho com os lábios.
- Eu te amo muito, sabia?! - a abracei apertado e ela beijou meu pescoço.
- Eu também te amo muito, minha vida. - levantou seu olhar - Muito mesmo.
- Vai voltar pra casa? - questionei como quem não queria nada.
- Não sei. - se fez de desentendia - O que você acha?
- Que você está morrendo de saudades de mim e que vai voltar a dormir aqui todos os dias. - dei de ombros.
- E se eu te disser que acertou? - meu sorriso se abriu ainda mais - Porém eu tenho uma ideia ainda melhor.
- Qual? - perguntei curiosa.
- Você morar comigo, na casa que eu comprei pensando na gente. É perfeita pra gente, pro Michel, pra um cachorro e nossos futuros filhos.
- Futuros filhos? - me animei.
- Michel vai precisar dividir a herança você não acha? - questionou e eu gargalhei.
- O que tem eu, mamãe? - escutamos a voz do Michel e nos viramos para olha-lo.
- O que tem você? - me auto perguntei, buscando uma resposta.
- Eu estava dizendo que hoje nós vamos lá pra minha casa, fazer uma noite do filme. - Brunna respondeu e ele se empolgou.
- Jura mamãe?
- Sim, arruma suas coisas que daqui a pouco vamos sair!
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Passando pra avisar que a fanfic está acabando.
Mais 4 capítulo chegamos ao fim.
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