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Capítulo 81

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Brunna - Vila Olímpia (São Paulo)
Terça-feira - 06:30

- Porra, Ludmilla. - controlo meus gemidos ao sentir três dedos da morena entrarem em minha intimidade - Caralho.

- Você é muito gostosa, Brunna. - ela morde o lóbulo da minha orelha, depois de sussurrar e isso é o suficiente para que meus olhos se revirem e eu arranhe suas costas, tentando controlar o prazer que sinto - Filha da puta.

- Eu estou quase gozando. - confessei ainda de olhos fechados - Não para, por favor.

Não demorou muito para que meu corpo se relaxasse, após breves segundos de prazer absurdo. Ela retirou os dedos de dentro de mim e os chupou lentamente. Ela sorriu de lado e finalmente voltou a se deitar do meu lado. Nossa noite de prazer começou as três da manhã, quando a morena chegou em casa com um tesão incontrolável, depois de lhe proporcionar quatro orgasmos seguidos, ela me retribuiu com dois múltiplos. Isso tudo foi o suficiente para que a gente esteja todas suadas, cansadas e ofegantes sobre a cama de casal. O ar condicionado está ligado no 18, mas mesmo assim nosso calor é incessante e algumas gotas de suor escorrem por nossos corpos. Demoramos quase dez minutos pra controlar as respirações e começar uma boa conversa decente.

- Como foi na boate ontem? - questionei a olhando.

- Tudo tranquilo. - ela se ajeitou na cama para só então voltar a falar - Contratamos um Dj novo e atraiu mais pessoas. Alguns clientes foram lá apenas para se despedir da Luísa e no final as meninas fizeram uma pequena despedida para ela. E claro a Daí fez questão de ter sua última noite.

- Mas e a Emilly? - questionei assutada e escutei a risada alta da Ludmilla, como se tivesse se lembrado de algum acontecimento.

- Também participou. - contou - Fizeram um trisal e tanto. Se você estivesse lá, eu iria te chamar pra fazer também.

- Que ideia boba. - falei e fiquei um tempo em silêncio, pensando se ela realmente tem vontade, para matar a curiosidade, decidi perguntar - Você tem vontade de fazer?

- Não, amor. Eu apenas brinquei. - sorriu - E eu não teria coragem de te dividir com ninguém.

- Entendi. - falei simples e ela mudou de assunto depois que o silêncio preencheu o nosso quarto.

- Michel dormiu bem a noite?

- Sim. Demorou muito, mas dormiu. - contei -  Pedi pizza salgada e doce pra gente ontem e deixei ele brincar lá na cobertura. Quando a gente desceu ele tomou banho e vou um filme, só então dormiu.

- Meu bebê. - falou orgulhosa - Hoje a Maya vai vir ficar com ele? Tenho um monte de coisas pra resolver, sobre a saída das garotas.

- Envia uma mensagem pra ela, confirmando. Preciso de um banho, daqui a pouco preciso estar na empresa. - me levantei sentindo seu olhar em meu corpo exposto - De tarde eu vou até escola, como te disse ontem. Então vai precisar para o dia todo, avise de uma vez.

- Tadinho, imagina ter que passar o dia todo com aquela mulher sem sal. - falou fazendo uma careta, enquanto pegava o celular para enviar a mensagem.

Ignorei sua fala e caminhei para dentro do banheiro, onde tomei um rápido banho na água morna. No closet, eu me vesti com um vestido longo, na cor azul claro, e calcei uma simples sandália. Fiz uma maquiagem leve e no cabelo fiz uma trança embutida. Peguei o meu notebook que estava sobre o criado do quarto e guardei dentro da bolsa. Coloquei tudo que eu iria precisar para o dia e fui pra cozinha, já sentindo o cheiro do café feito pela Nete.

- Bom dia, Dona Brunna. - a senhora sorriu em minha direção, assim que eu adentrei o seu lugar de trabalho - Acordou cedo hoje!

- Mal dormi. - segurei o sorriso ao lembrar da noite com minha namorada - Michel não teve uma boa noite de sono. - coloquei a culpa no menino, que estava dormindo no seu próprio quarto - Mas, bom dia também.

- Vai tomar café por aqui, ou irá direto pra empresa? - questionou ao pegas xícaras no armário.

- Vou tomar aqui. - falei simples me sentando a mesa. Minutos depois minha namorada apareceu, de banho tomado, usando uma blusa larga o suficiente para não me dar a visão da sua roupa de baixo - Cheirosa. - a elogiei e ela sorriu.

- Obrigada, amor. Você também está. - beijou minha testa - Bom dia, Netinha linda do meu coração.

- Bom dia, menina. - a senhora sorriu em sua direção - Quanto tempo eu não te via, estava morrendo de saudades!

- Ah, eu sabia que você me ama, mas eu não sabia que era tanto assim. - a morena brincou - Eu também estava com saudades.

- Bom dia, pessoal. - escutamos a voz calma da Maya preencher o ambiente e de repente, ou não, a Ludmilla revirou os olhos - Aí, esse cheiro do café da Nete me mata.

- Bom dia, Maya. - eu disse simples, sendo educada, mas sem olhar para a mulher que estava atrás de mim - Fica a vontade para se sentar e comer.

- É. - foi a única coisa que a Lud disse antes de caminhar de volta para o quarto.

Um clima tenso preencheu o ambiente e não passou despercebido pela Nete, que foi rápida em fazer as panquecas preferidas da minha namorada e a convidada para comer. Depois de longos minutos ela voltou e se sentou ao meu lado, ficando de frente para a babá que estava do outro lado da mesa.

- A Lud te disse que precisará ficar o dia todo com o Michel? - questionei depois de um tempo em silêncio.

- Disse sim, não será um problema. Eu estou aqui para isso. - disse simpática e eu apenas concordei com a cabeça.

- Amor, depois você me passa o contato da Patrícia? - perguntei para Ludmilla que no momento estranhou minha pergunta.

- Passo, vida. Mas porque?

- Preciso de um cargo na empresa, se ela estiver precisando vou dar a ela, como eu já a conheço. - expliquei - Uma secretária pessoal pra pegar meus cafés.

- O Mário se rebelou? - gargalhou e eu concordei com a cabeça - Safado!

Não demorou muito para que eu terminasse o meu café e deixasse o apartamento com os planos para o dia de trabalho na empresa. O trajeto foi tranquilo, cheguei mais cedo que o costume, encontrando a empresa vazia, só com a secretária, Fernanda, no seu posto de sempre. Ao me ver ela abriu um sorriso, na esperança de eu ter esquecido o acontecido do dia anterior, mas isso não aconteceu e eu a chamei para minha sala. Subimos em um silêncio e só fomos falar quando chegamos em minha sala.

- Primeiramente, bom dia. - deixei minha bolsa sobre a mesa e me sentei na cadeira giratória - Segundamente, senta-se, por favor.

- Bom dia, senhora Gonçalves. - ela se sentou de frente para mim - Eu gostaria de me explicar pelo ocorrido de ontem. - fiquei em silêncio, para que ela falasse - Eu não sabia que o menino era seu filho e muito menos que a... - ela tenta lembrar o nome da Lud - Oliveira, era sua esposa. Ontem não tivemos o dia muito bom, e eu acabei deixando de ser profissional. Me perdoe, não vai mais se repetir.

- Fernanda, o problema não foi nem você ter impedido a Ludmilla de subir. Até porque você não é obrigada a saber sobre o meu relacionamento com ela. - a olhei - O problema foi você ter sido grosseira, ainda mais com uma criança. E se fosse filho de algum empresário? E se isso prejudicasse a minha empresa?

- Não pensei por esse lado. - ela suspirou se ajeitando na cadeira - Mas e se ele fizesse com que algum cliente caísse, ao correr por todos os lados?

- É uma criança, é normal correr. Mas ele não correu por todos os lados. Só estava um pouco apressado para subir. - falei - Eu não gostei daquela situação de ontem.

- Me perdoa. Como eu disse não vai mais se repetir! - ela me olhou apreensiva e eu a olhei por longos minutos, antes de voltar a falar.

- Vá pra casa. Fique essa semana por lá, até eu decidir o que fazer. - ajeitei meus cabelos.

- A senhora está me despedindo? Eu estou aqui desde o início da empresa. O que aconteceu ontem foi um incidente que não vai mais acontecer, Brunna! - ela falou um pouco afobada.

- Eu já entendi o que você quis dizer e está tudo bem. Mas ainda assim, vá pra casa. Eu vou pensar sobre tudo e entro em contato com você. - suspirei - Não vou te demitir.

- Tem certeza? - concordei com a cabeça - Eu preciso muito desse emprego.

- Você vai continuar. Só vai pra casa. - forcei um sorriso - Fique em paz.

A mulher se desculpou mas uma vez antes de deixar a sala. Pelas divisórias de vidro eu pude ver Mário praticamente correndo em direção a minha sala - para saber a fofoca - E eu agilizei o serviço, abrindo a porta para que ele pudesse entrar, e assim ele fez.

- O que aconteceu por aqui? - questionou fechando as persianas, para nos dar uma privacidade maior.

- Apenas uma conversa. - fechei a porta - Ontem aconteceu um acontecimento nada agradável. - o contei todo o ocorrido.

- Acho que você está brava assim por ter sido com o Michel e com a Lud. Daqui a pouco vai passar, amiga. Não precisa demitir ela apenas por isso. - sorriu - Ela é boa no que faz.

- Sei disso. - voltei a me sentar - Não vou a demitir. Só dei essa semana de folga pra ela se desestressar.

- Olha só como é uma boa chefe. - falou com ironia - Eu também estou estressado, posso ter uma semana de folga?

- Não. - falei seria - Chupa uma pica que vai melhorar na hora.

- Principalmente se for do Erick!

- Safado. - sorri de lado.

- Nem vem, que a sua cara de uma noite de transa é reconhecida. - ergueu as sobrancelhas - E hoje teve!

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