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Capítulo 74

Brunna - São Paulo 📍
Sexta-feira 20:30

Nosso prato principal foi um dos mais caros do restaurante - À siciliana, um prato de espaguete com iscas de filé mignon com molho à napolitana, um acompanhamento de cebolas e azeitona - Por fim pedimos uma das sobremesas favoritas da minha linda namorada - sorvete de creme - Ainda tinha meia garrafa de vinho e nós fizemos questão de tomar. Mas antes de irmos embora eu a presenteei com um colar que eu havia comprado pra ela durante a tarde.

- Eu tenho algo pra você, antes de irmos embora. - falei retirando a caixa de dentro do bolso interno do blazer - Espero que goste, porque foi feito só pra você. - a enteguei.

- O que é? - perguntou curiosa.

- Pode abrir. - falei e ela rapidamente obedeceu - Eu sei que estamos juntas faz quase um ano, mas não usamos alianças, então eu quis eternizar o nosso amor nesse colar, porque sei que você não gosta de anéis.

- Ah, minha princesa. - ela sorriu enquanto admirava o colar que tinham as nossas iniciais, separadas por um pequeno círculo que ao ser colocado na claridade, refletia uma foto nossa - Eu não sei como agradecer por isso, é incrível.

- Fico muito feliz de ter gostado, ele simboliza todo o amor que sinto por você. Então toda vez que você duvidar e sentir medo é só olhar para ele e ver que o meu melhor sorriso é com você. - depositei um beijo na sua mão.

- Eu te amo muito, sabia? - me olhou com carinho - Você é muito especial pra mim, princesa.

- Você também é especial para mim, Lud. - sorri - Quer colocar o colar? - ela concordou e eu dei a volta na mesa para colocar o acessório em seu pescoço - Ficou lindo.

- Obrigada! - voltou a agradecer e eu deixei um beijo em seus lábios.

- Não precisa agradecer! - voltei a me sentar e chamei pelo garçom - Ainda quer mais alguma coisa, ou podemos ir?

- Podemos ir, já estou satisfeita.

O homem me entregou a conta e eu fiz questão de pagar - mesmo a morena tendo insistindo depois de ver que o valor ultrapassou mil reais - Segurei sua mão de forma firme e a levei até o carro que estava estacionado no final da rua. Abri a porta para que ela fosse a primeira a entrar e logo em seguida dei a volta, me sentando no banco do motorista.

- Agora nós vamos para um outro lugar, muito especial. - comentei ao dar partida no carro e ela me olhou curiosa.

- Bru! Você vai me sequestrar? - falou divertida e eu neguei com a cabeça.

- Vou te levar pra nossa cidade, amor. - contei e ela franziu as sobrancelhas - Santos!

Ela apenas sorriu e apoiou a cabeça no vidro da janela. Antes de dar início a nossa pequena e rápida viagem, fiz questão de conectar meu celular no rádio do carro e dar play na nossa playlist favorita. Eu diriji tranquilamente pelas ruas vazias e escutas de São Paulo, até chegar na divisa com Santos e ser obrigada a parar em um sinal vermelho. Aproveitei a pequena oportunidade e enviei uma mensagem pra Juliana, pra saber como o Michel está e na mesma hora recebi uma foto do pequeno já dormindo, agradeci a ela pelo cuidado e quando o sinal abriu, voltei a dar partida.

Diriji por mais dez minutos, até meu carro ser estacionado na porta de um hotel bastante conhecido por nós duas - o mesmo em que ela me trouxe para nossa primeira vez - Retirei o cinto de segurança e me virei para encarar a minha morena, que estava dormindo tranquilamente. Demorei um pouco para desperta-la, mas quando obtive sucesso, recebi um sorriso aberto seguido de um beijo rápido. Fui a primeira a sair do carro e peguei uma pequena mocinha com roupas que eu mesma guardei.

- Vamos entrar? - perguntei a morena que estava observando o mar, que fica do outro lado da rua.

- Queria pisar na areia. - confessou e eu sorri - Rapidinho!

- Pode ir, minha vida. Eu só vou subir e guardar nossas coisas, depois eu desço pra te fazer companhia. - disse a olhando.

- Tudo bem. - fez um buquinho com os lábios e eu aproveitei para deixar um selinho - Não demora.

Fiz o check in e peguei o cartão para abrir a porta do quarto, que fica no quinto andar do hotel. O elevador me deixou no corredor e eu apenas caminhei até a porta com o número 111. Estava tudo organizado como eu planejei - um buquê de rosas vermelhas sobre a cama e ao lado um vinho tinto com duas taças - Deixei a mochila no chão e tirei uma foto do quarto, para postar em um futuro breve. Liguei o ar condicionado e fechei as janelas, para já deixar em uma boa temperatura na hora que a gente dormir.

Ludmilla - Santos 📍
Sexta-feira - 22:00

Atravessei a rua e ainda no calçadão já tirei meus sapatos. Meus pés foram rápidos em sentir a textura gelada da areia limpa da praia do Boqueirão. Me sentei um pouco distante do mar e fechei meus olhos, sentindo a brisa e ouvindo o barulho das ondas - melhor sensação - A praia está vazia e o único quiosque aberto já está juntando as coisas para poder fechar e isso me dá uma liberdade maior para relaxar sobre a areia, observando o céu estrelado, mas sem lua.

Não demorou muito para que eu sentisse o calor do corpo da Brunna se aproximar do meu, seu perfume caro e importado invadiu minhas narinas me fazendo sorrir discretamente. Abri os olhos e vi que ela estava descalço e com os cabelos soltos e molhados. Ela está usando apenas um short soltinho e uma regata marrom, que se não fosse pelo sutiã, deixaria seus seios a mostra. Seus olhos castanhos me encararam por longos minutos até a sua voz preencher a nossa bolha.

- A noite está linda. - suspirou encaixando seu rosto no meu pescoço - Assim como você é.

- Eu te amo, sabia? - questionei e ela concordou com a cabeça - Você é uma mulher maravilhosa, sou muito grata por ter você ao meu lado.

- Vida, não fala assim que eu choro. - brincou, mas sua voz estava falha - Eu também sou grata por ter você. Não quero cometer um erro e te perder. - voltou a suspirar - Me desculpa por ter te chateado, não foi a minha intenção. Eu não quero mais ninguém além de você.

- Vamos esquecer esse assunto, Bru. Já passou e está tudo bem agora. - beijei a sua testa - Nada vai separar a gente.

Ficamos em silêncio por alguns minutos até ela voltar a falar, mas agora um assunto aleatório.

- Como vão as coisas com a boate?

- Descobrimos quem roubou. - contei e ela me olhou curiosa - Foi um cliente que frequentava a boate. - expliquei - Não sei se vamos conseguir recuperar tudo, foi muita coisa.

- A justiça vai acontecer. De forma um pouco lenta, mas vai acontecer. - me olhou - No que eu posso te ajudar?

- Em nada, princesa. Eu vou dar o meu jeito, a Daiane está apoiando tudo que está acontecendo. - sorri feliz por ter a amizade dela - Mas acho que vamos ficar fechados por essa semana.

- Porque? - se apoiou no próprio cotovelo, para ficar um pouco mais alta e poder ver meu rosto - Estão com medo?

- Não, vida. Só não vai ter como reabastecer o bar, pagar os funcionários por esse mês e essas coisas de administração. - suspirei - Prefiro esperar ter uma resposta.

- Vida, não seja por isso. - ela sorriu sem mostrar os dentes - Pode usar a minha conta, para comprar as coisas da boate.

- Não, Brunna. Sabe que eu não gosto disso. - falei séria - Quando tudo estiver bem, eu vou abrir de novo.

- Lud, não tem nada demais em você usar as minhas coisas. Somos uma família, eu te ajudo e você me ajuda. - fui falar, mas ela continuou - Você faz todas as compras de casa com o seu dinheiro e também paga as contas. Eu não me sinto totalmente bem com isso e agora é a minha vez de fazer alguma coisa, amor.

- Eu compro as coisas porque é o meu jeito de lidar com isso. - a olhei - Eu quero dar um bom futuro pro Michel e também pra você. Não precisa se preocupar com as coisas que eu compro ou pago. O apartamento é nosso.

- Da mesma forma que tudo que é meu, também é seu. - tocou meu rosto - Isso envolve roupas, acessórios, carro e também dinheiro. Você pode usar quanto quiser e quando quiser.

- Bru, eu não acho boa ideia.

- Não tem que achar. Se você mesma não usar, eu entrego o cartão pra Dai e mando ela comprar tudo. - me ameaçou - Somos uma família.

- Somos uma família. - repeti a sua fala e sorri - Obrigada por isso.

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