Capítulo 71
Brunna - São Paulo 📍
Domingo - 19:27
Mais fácil eu dar em cima de você.
Seus dedos gelados tocaram a minha pele quente, causando um brusco choque térmico que fez meus pelos se arrepiarem. Os seus olhos azulados - ou talvez esverdeados - me encaram com desejo e minhas bochechas se ruborizam - maldita hora para sentir tanta vergonha - Tentei pronunciar algo, mas antes que palavras saísse da minha boca, escutei a voz grave da Ludmilla - eu deveria agradecer por isso, mas ao ver sua mandíbula travada e os punhos fechados me causou tudo, menos conforto.
- Atrapalho? - questionou me olhando fixamen.
- Oi, meu amor. - me apressei para ficar de pé e sorri sem graça - Você nunca atrapalha, meu bem. - tentei deixar um beijo em seus lábios mas ela virou o rosto, me fazendo beijar sua bochecha - Me beija direito. - pedi.
- Pede a ela. - ela sussurrou em meu ouvido e levou sua atenção até a babá que ainda estava sentada - Pelo visto está tendo uma ótima noite, Maya.
- Boa noite, senhora Ludmilla. - foi a única coisa que a mulher conseguiu falar antes de caminhar em direção ao Michel que brincava sozinho.
- Que caralho estava acontecendo aqui, Brunna? - Ludmilla apertou a minha cintura, mas diferente das outras vezes, hoje me causou uma dor.
- Não estava acontecendo nada, Lud. - me apeoximei do seu rosto e senti o cheiro de álcool - Estavamos apenas conversando. - suspirei - Você bebeu?
- E o que isso importa pra você? - me olhou séria - Estava muito bem com a sua companhia.
- Ludmilla, por deus. - revirei os olhos - Não aconteceu nada demais, era só um conversa.
- Claro, até porque eu também saio por ai conversando e tocando as mulheres, não é mesmo? - perguntou irônica.
- Você está alterada, vendo coisas onde não tem. E eu não vou discutir com você aqui. - voltei a me sentar.
- Você não quer discutir porque sabe que está errada. - aumentou o tom da voz.
- Não surta, beleza? - a olhei - Para de paranóia. Eu só estava conversando com ela, se eu quisesse beijar eu tinha beijado e você nem saberia disso.
Se o lugar estivesse um pouco mais iluminado eu poderia ver as chamas que saiam dos seus olhos. Ela pareceu pensar em alguma coisa, mas não me disse mais nada. Apenas se virou e foi em direção ao Michel que brincava no carrinho de bate bate. Maya ao ver a presença da mais velha, se afastou um pouco rápido, mas não o suficiente para que Ludmilla a segurasse pelo braço e falasse alguma coisa.
Tentei esquecer esse pequeno caos e comprei mais uma lata de Coca- Cola, para tomar enquanto eles brincavam. A babá voltou a se sentar, mas agora em um banco muito distante do que eu estava. Suspirei pesadamente por algumas vezes e só então criei pouca coragem para ir em direção aos meus maiores amores. Michel estava muito concentrado em atirar no pequeno alvo para ganhar um bichinho de pelúcia.
- Meu amor, qual você quer? - perguntei para ele - Eu compro pra você.
- Não está vendo que ele esta tentando fazer isso sozinho? - Ludmilla me perguntou séria - Se fosse pra comprar eu mesma fazia isso.
- Ludmilla. - a repreendi por falar dessa forma na frente do menino que nos olhava curioso, mas ela pareceu ignorar isso.
- Vamos, Mi. Tenta novamente que você consegue. - falou com ele que foi rápido em obedecer. E como ela disse, conseguiu.
- Um tigre. - ele falou animado ao pegar o bichinho de pelúcia, que não valeria 10,00 - Bonito!
- Eu disse que você iria conseguir, meu lindo. - ela pegou ele no colo - Onde vamos agora?
- Roda Gigante. - o me menino apontou para o brinquedo e ela o levou, me deixando ali, apenas observando a cena.
Caminhei um pouco atrás deles, mas resolvi mudar o meu caminho, para sentar ao lado de Maya que estava mexendo no celular. Ela se assustou com a minha presença e fez menção de levantar, mas eu não deixei.
- O que ela te disse? - questionei.
- O que? - se fez de desentendida e eu suspirei, me estressando com essa situação.
- A Ludmilla, Maya. O que ela disse pra você? - perguntei e ela analisou se deveria ou não me falar - Diz logo.
- "Se eu ver você mexendo com a minha mulher, está demitida e vai se ver comigo." - tentou imitar a voz da minha namorada e eu segurei a risada pra não piorar a situação.
- Me perdoa. Ela é um pouco ciumenta e acho que bebeu antes de vim. - fui sincera e ela sorriu simples.
- Eu também teria ciúmes se eu fosse sua namorada. - alternou olhares entre minha boca e meus olhos.
- Maya, não faz assim. Você sabe que eu sou casada e ela está bem aqui com o nosso filho. - suspirei - E eu não vou ser responsável por tirar você da vida do Michel, ele está gostando muito de você.
- Se ela não estivesse aqui eu teria uma chance? - sorriu de lado.
- Não! - me apressei para falar.
- Tudo bem, esse fora eu aceito levar. - sorriu sem graça - Eu não vou insistir nisso. Pelo bem no Michel.
- Por favor! - pedi e ela concordou - E não ligue pra grosseira dela, ela só não está em um bom dia.
Ludmilla - São Paulo 📍
Domingo - 20:00
A paz que eu esperava sentir ao ver a minha família depois desse péssimo dia, não aconteceu. Muito ao oposto, a raiva percorreu ainda mais rápido pelas minhas veias. A minha vontade era de socar a cara daquela babazinha de última qualidade, eu a avisei para não chegar próximo da Brunna, mas isso não resolveu porque elas voltaram a conversar tranquilamente enquanto eu tentava me concentrar em brincar com o Michel.
A energia do pequeno se esgotou bem antes dos seus ingressos, então eu o peguei no colo e caminhei em direção a loira, avisando que eu estava indo para casa. Infelizmente tivemos que parar no McDonald's porque ela prometeu ao menino que o levaria - e ele fez questão de não esquecer isso - Mas o clima não está dos melhores, eu estou sentada ao lado dele enquanto ela esta a nossa frente. E a infeliz da babá sentada em outra mesa.
- Batata frita? - o meu bebê perguntou a Brunna, já que ela quem regra suas refeições.
- Hoje você pode o que quiser, amorzão! - ela sorriu deixando o celular sobre a mesa - Podemos pedir um combo para nós duas? - ela me olhou.
- Faz o que você quiser. Eu estou sem fome.
O tempo dentro daquela lanchonete do centro de São Paulo pareceram eternos. O menino estava se divertindo horrores com as batatas e o refrigerante, só consegui o convencer de ir embora quando ele já estava com a barriga cheia.
Cada uma de nós voltou em seu respectivo carro, quando eu cheguei ela já tinha chegado e tinha colocado o menino para dormir, já estava de banho tomado e me impediu de entrar no banheiro sem falar com ela.
- Vai ficar assim mesmo?
- Você quer que eu fique como?
- Ludmilla...
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