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capítulo 7

Brunna - São Paulo📍
Domingo - 10:40

Acordo sendo envolvida de forma um tanto quanto possessiva, pelos braços fortes do Caio. Abro meus olhos me assustando com a cena e então me dou conta de que dormimos no sofá da sala enquanto assistimos o filme. No meu colo ainda está um balde de pipoca vazio e uma lata de refrigerante aberta, com líquido até na metade.

Me afasto do homem com um pouco de cuidado para não o acordar e deixo as coisas sobre a mesa de centro, que está toda suja. Estico meus braços na tentativa de melhorar a dor que está em meu pescoço. Suspiro de forma pesada e caminho até a cozinha. Abro a geladeira e pego uma jarra de água, coloco o líquido no copo e dou um grande e demorado gole.

Por sorte hoje é domingo e eu não terei o trabalho de trabalhar ou de ter que fazer alguma coisa útil - poderei procrastinar o dia todo. No mesmo instante me recordo de que hoje é domingo e a morena me contou que a boate fica bastante movimentada.

Caminho a largos passos até a sala e pego meu celular que está jogado no sofá. Abro o aplicativo de mensagem e entro no grupo de conversas com as minhas amigas. Digito a mensagem e espero ansiosamente pela resposta delas - que coincidentemente recebo na mesma hora.

📱Brunna ➡️ : meninas hoje é o dia de folga de todas. Vamos naquela boate que fomos da última vez! Me disseram que hoje é o melhor dia.

📱Juliana ⬅️ : Vamooos! Eu adoro ir lá. Não importa o dia.

📱Ramana ⬅️ : Eu já marquei um compromisso com meu namorado, dessa vez não vou conseguir ir.

📱Irys ⬅️ : Bora, amiga. Que horas?

📱Brunna ➡️ : Pode ser às 20h?

📱Juliana ⬅️ : Tô dentro. Vocês querem carona?

📱Irys ⬅️ : Eu quero!

📱Brunna ➡️ : Vou no meu próprio carro.

📱Irys ⬅️: Nos encontramos lá, então!

📱Ramana ➡️ : Se divertem meninas!

Bloqueio o celular e o deixo no mesmo lugar que antes. Tomo a iniciativa e retiro os lixos que estão jogados pela sala, coloco tudo na lixeira da cozinha e sigo para o quarto para tomar um banho.

Fecho a porta atrás de mim e abro as portas do guarda roupa a procura de algo para poder vestir. Encontro um short jeans curto e uma camisa da Gucci que ganhei de presente do Caio, pego uma lingerie lilás e sigo até o banheiro.

Retiro o pijama que eu estava usando e coloco no cesto de roupas sujas - que por sinal estava precisando ser esvaziado. Abro o registro do chuveiro e sinto as gotas de água quente cair por meu corpo, me fazendo uma massagem relaxante.

O banho dura certa de vinte e cinco minutos. Me enrolo na toalha e volto para o quarto, onde está minha roupa. Passo um hidratante corporal e visto tudo. Penteio meu cabelo na frente do espelho e o deixo preso em um rabo de cavalo alto.

Depois disso, volto para sala e vejo Caio sentado sobre o sofá, com uma das mãos sobre a nuca e a outra coçando os olhos, demonstrando que ele havia acabado de acordar. Assim que ele me vê um pequeno sorriso surge em seus lábios - tudo bem, isso seria fofo se eu o amasse.

- Bom dia, minha Bru. - fala ainda me olhando.

- Bom dia, Caio. - sorrio sem mostrar os dentes - Está com dor?

- Um pouco. - faz uma careta - Ficamos aqui a noite inteira?

- Ficamos. - respondo simples - Toma um banho quente, vai melhorar, acabei de fazer isso.

- Estou vendo. - ele se levanta - Está linda e cheirosa.

- Obrigada. - agradeço - Vou preparar algo pro café da manhã enquanto você toma banho, depois vou dar uma volta com a Nina.

- Eu quero ir também. - pede com os olhos brilhando e eu nego com a cabeça.

- Eu quero ir sozinha. - suspiro - Não irei muito longe daqui. Mas se quiser te espero pra tomar café.

- Tudo bem. - fala animado - Me de dez minutos e eu estarei aqui.

O homem se apressa em caminhar até seu quarto e minutos depois escuto as gotas de água caírem no chão, dando a entender que ele já está no banho. Vou até a cozinha e abro a geladeira, a procura de algo para fazer. Encontro presunto, mussarela, requeijão e no congelador uma sacola de pão de queijo. Coloco tudo sobre a mesa e na dispensa pego laranjas para fazer um suco.

Quando tudo está quase finalizado o homem adentra a cozinha sem camisa usando apenas um short de moletom que deixava todo o seu pênis marcado me fazendo calcular quantos centímetros ele teria, embora eu já tenha visto - foram poucas as vezes.

- Está cheiroso. - ele comenta.

- São pão de queijo que compramos no super mercado, já vem pronto, só coloquei pra assar. - falo óbvia e ele gargalha.

- Acho incrível sua capacidade de não aceitar nenhum elogio que eu te faço.

- Eu só disse a verdade, Caio. - deixo o restante das coisas sobre a mesa e me sento para comer, sendo acompanha do homem que ainda sorria.

- Hum, eu consegui pegar umas férias prolongadas. O que acha da gente fazer uma viajem pra casa da minha mãe? - pergunta enquanto eu mordo o pão de queijo.

- Péssima ideia. - reviro os olhos - Eu não gosto dela, ela não gosta de mim, não tem o que fazer lá.

- Mas você pode ir, eu estou dizendo que não gostei da parte que você me envolveu nisso. - escuto ele suspirar.

Termino de comer e me despeço com um simples tchau. Vou até o quintal e pego a coleira da nossa cachorra, coloco o objeto dela e caminho para fora de casa. O objetivo não é ir para muito longe de casa, mas o dia estar perfeito para dar uma volta longa.

Ludmilla - 12:50 - 5° graus.
Campos do Jordão (SP)

Um grande moletom envolve todo o meu corpo, enquanto eu observo meu irmão - que está usando apenas uma regata - jogar bola no quintal da casa da nossa avó. Hoje eu tiro o dia para aproveitar com eles e voltarei a São Paulo apenas a noite, quando terei a necessidade de ir a Boom Room.

Minha vó que está a uns metros de distância têm em suas mãos duas xícaras transparentes que eu julguei ter chocolate quente, apenas pela cor, ao me ver ali, ela sorri abertamente e caminha em minha direção.

- Olha o que eu preparei para vocês dois. - fala em um tom alto, para chamar a atenção do Yuri.

- É a melhor vó do mundo. - pego a caneca de sua mão e dou um gole.

- Obrigado, vó. Está uma delícia. - o pequeno menino agradece depois de beber.

- Quando eu era pequena a senhora fazia isso todos os dias antes de eu ir pra escola. - me lembro desse detalhe e ela sorri feliz.

- Eu amava. - se assenta ao meu lado - Mas aí você foi crescendo e hoje vem aqui apenas nos visitar.

- Eu já expliquei vó. - suspiro.

- A Lud podia morar aqui com a gente, não é vovó? - meu irmão pergunta enquanto pula animado.

- Não é tão fácil assim, pequeno. Eu tenho meu trabalho e as minhas coisas lá na capital. - explico.

- Essa maldito trabalho. - Vilma revira os olhos - Eu já lhe disse que isso é errado, Ludmilla.

- Oh vó, não é errado. - falo, mesmo sabendo que ela não irá mudar de opinião - Só vai até lá, quem quer, eu não obrigo.

- É, e as garotas que você paga pra estar lá fazendo um serviço sujo?

- É um serviço como qualquer outro por aí, dona Vilma. A senhora que está tratando comigo. - falo brincando, na tentativa de evitar uma briga.

- Lud, vamos jogar bola. - o menino pede depois de deixar a caneca no chão.

- Eu não tenho mais idade pra essas coisas, Yuri. Fora que eu estou sentindo um frio danado. Não sei como você está usando apenas essa regata, vai ficar gripado. - falo com preocupação.

- Isso aqui está calor pra nós, menina. - minha vó fala gargalhando - Vai logo brincar com o pequeno.

Obedeço o pedido dos dois e caminho até o cercado de grama que foi feito especialmente pro menino jogar bola, tiro meus tênis, ficando apenas de meia e corro atrás da bola, na intenção de ser mais rápida que ele, mas no meio do caminho sou derrubada com um empurrão seu.

- Seu safado, isso não valeu. - me levanto reclamando.

- Para de frescura. - minha vó grita enquanto se diverte com a cena.

Eu sentia falta disso.
Eu sinto falta disso.
E sempre sentirei.

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Quem mais aqui sente pena do Caio??? Hahaha, tadinho! Já não basta os chifres e ainda tem que aguentar a grosseria da Bru!

Comentem. É muito importante saber se vocês estão gostando e o que acham dos capítulos.

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