Capítulo 52
Narradora
Todos os planos feitos por Brunna e a equipe da Gonçalves'Coin pareceram ir por água abaixo depois da reunião com Pedro, filho do Senhor Hélio. O menino de recém dezoito anos, sem alguma experiência foi o principal motivo da empresa estar chegando na sua pior decadência. Uma realidade paralela, ao se lembrar do passado a diretora executiva se recordou de que sua trajetória na maior e melhor empresa de cliptomoedas começou recentemente e ela também não havia nenhuma experiência, se não fosse Mário Jorge em sua vida a agência teria sido fechada no primeiro dia do seu comando.
Quase quinze milhões de reais, em dinheiro virtual foi depositado na conta de Pedro, e só será utilizado com a supervisão do diretor financeiro da empresa, para que não ocorra outra erro tão grave quanto esse. Essa foi a única solução achada e utilizada para poder ajudar momentaneamente aquele lugar que tem tanta importância na vida da empresária. Tanta importância que ao sair da reunião, ela foi direto para casa do Sr. Hélio o visitar e dar seus sentimentos pela perda de memória que o atingiu tão grave que não pode mais se lembrar dos seus afazeres na empresa.
Nesse momento tudo parecia ter se resolvido, mas apenas para Brunna. Porque do outro lado do país, os problemas atingiram com todas as forças a dona da boate Boom Room, o seu desentendimento com sua sócia Dayane e a saudade de sua namorada, só terminaram de piorar toda a situação. Hoje ela acordou sem nenhuma vontade de levantar da cama, mas mesmo assim levantou. Colocou sua roupa de malhar e caminhou até sua academia que fazia meses que não via sua presença nos aparelhos de levantamento de peso. E foi neles que ela descontou toda a sua frustração dos últimos dias, até sentir uma dor no ombro que a impossibilitou de continuar com o treino e foi obrigada a ir embora para casa.
- Menina Ludmilla, aconteceu alguma coisa com você? - sua secretária, ou talvez uma segunda mãe (depois de sua avó) perguntou ao vê-la com a mão sobre o ombro esquerdo e uma careta no rosto.
- Me machuquei na academia. - falou simples e se sentou o sofá da sala - Acho que peguei um jeito, deve melhorar rápido. - isso é o que ela espera.
- Quer que eu faça uma compressa de água morna, para você colocar em cima? - a olhou preocupada - Ou quer que eu marque uma consulta com algum ortopedista?
- Não precisa de médico. - se apressou para falar - Só a compressa está ótimo, mas antes vou tomar um banho pra tirar o suor do meu corpo.
A morena de um metro e oitenta demorou cerca de quarenta minutos, para tomar o seu banho e vestir apenas um vestido, sem usar as roupas íntimas. Ela se jogou no sofá e sua funcionária fez a compressa de água morna para aliviar sua dor. "Sou uma burra, pra não ter levantado aquele caralho direito", Ludmilla passou a tarde toda pensando a mesma coisa, o único detalhe que mudava era o cômodo da casa que ela se fazia presente. Quando o sol começou a se pôr, na cozinha do apartamento mediano, a senhora terminava de arrumar suas coisas para ir embora, quando se assustou com a presença de uma pessoa bastante conhecida por ela.
- Meu Deus, dona Brunna, que susto. - a senhora levou a mão até o peito.
- Desculpa, Nete! Não foi minha intenção. - a morena falou sorrindo simples - Eu estava com saudades.
- Eu também estava, patroa. - falou sincera, porque além dela sentir saudades da mulher de um metro e sessenta, ela também sentia saudades do bom humor da Ludmilla - Não sabia que iria voltar hoje.
- É que não estava nos meus planos. - ela deixou a mala ao lado da porta e adentrou ainda mais o apartamento - Mas eu não estava mais aguentando ficar longe e não tinha mais o que fazer por lá.
- Foi muito cansativo? - perguntou curiosa, até porque ela não entendia nada sobre o trabalho da Brunna.
- Não muito, o maior problema foi não ter uma solução imediata. - suspirou triste e cansada - Mas acho que agora vamos entrar no caminho certo.
- Entendi. - a senhora falou simples, mas na verdade ela não havia entendido muito coisa, e não queria continuar questionando porque era notório o cansaço da outra mulher - A senhora quer algo para comer?
- Eu quero sim, sei que passou do seu horário de serviço, mas eu prometo te pagar depois. - a olhou com carinho.
- Não se preocupe, vou fazer o jantar.
- Cadê a Lud? - questionou confusa por ainda não ter visto sua namorada - Já foi trabalhar?
- Não, senhora. Ela se machucou na academia hoje cedo, passou o dia todo reclamando. Agora está no quarto. - explicou.
- Foi grave? - se preocupou.
- Ela não entrou em detalhes, talvez com a senhora ela diga. - falou procurando pelos utensílios para fazer a comida.
- Muito obrigada, Nete. Eu vou ir até lá, ver ela. - deixou um beijo na testa da mais velha antes de caminhar a passos largos para a suíte principal do apartamento.
Ao abrir a porta ela teve a visão - e que visão - De Ludmilla deitada nua, sobre a cama de casal, dormindo de forma tranquila. Aquilo foi o suficiente para fazer a morena se emocionar. Hoje ela percebeu o quanto ama e o quanto é incapaz de viver longe de sua namorada. É um amor que ela jamais foi capaz de sentir por alguém, nem mesmo pelo seu ex marido. Com muita pena de acorda-la, ela decidiu prolongar o sono da morena e foi direto para o banho antes de desperta-la.
Ela lavou os cabelos com o melhor shampoo importado. Vestiu um macaquinho na cor marrom, que além de a deixar muito confortável a deixava sexy - do jeito que Ludmilla amava - O perfume foi o último produto a ser passado, e só então ela deslizou as mãos geladas pela pele quente da mulher que estava deitada. Como de ocorresse um choque térmico, no mesmo instante os olhos pretos se abriram e um sorriso aberto surgiu no rosto de ambas.
- Brunna? - a mais alta perguntou, como se estivesse confusa, "será um sonho ou uma realidade?"
- Oi, meu amor. - ela deixou um beijo em seus lábios - Que saudades eu estava de você.
- Eu não estou sonhando? - Ludmilla questionou coçando os olhos, como se fosso uma criança que acabou de ganhar um presente e não estava acreditando.
- Não, amor. - Brunna gargalhou - Eu voltei mesmo, e estou com saudades.
- Eu também, amor. Eu estava quase morrendo sem você aqui. - a puxou para um abraço, mas quando sentiu o peso sobre seu ombro, reclamou e isso não passou despercebido pela outra.
- Nete me contou que você se machucou na academia. O que houve? - perguntou.
- Peguei mais peso do que conseguia, estava tentando me livrar da raiva desses últimos dias. - explicou a olhando, mas não desistiu e a beijou apaixonadamente.
- O que mais aconteceu? - Brunna questionou depois de recuperar o fôlego.
- Briguei com a Daiane. - contou triste - As coisas na boate estavam um caos.
- Não se resolveram?
- Ainda não, mas depois eu vou pedir desculpas ela, fui um pouco ignorante.
- Nada melhor do que reconhecer o próprio erro. - ela concordou com a cabeça - Agora vai vestir uma roupa que a Nete já deve estar terminando o nosso jantar.
- Não vai querer se aproveitar um pouco de mim? - perguntou com um sorriso safado no rosto.
- Vou, porém mais tarde e só depois de verificar que seu ombro esta perfeito.
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Me desculpem a demora, estou voltando a rotina de trabalhar e estudar! Mas prometo atualizar nesse feriado prolongado!
É a primeira vez que fiz um pov na terceira pessoa, espero que não tenha ficado ruim.
Agradeço muito pelas mensagens de apoio que todos vocês me mandaram. Eu não sabia que essa fanfic era tão importante assim.
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