Capítulo 50
Ludmilla - São Paulo 📍
Domingo - 18:00 - 27° graus
Quando o sol começou a se fazer ausente no céu da cidade, eu percebi que era a hora de irmos embora. Me despedi da senhora com um abraço apertado e um beijo estalado na sua bochecha, logo após peguei o menino no colo e o fiz prometer que comportaria essa semana, para que eu voltasse no próximo fim de semana. Brunna apenas acenou para os dois e adentrou o carro em silêncio. Foi assim durante toda a viagem, ela só foi falar comigo quando chegamos no apartamento, e eu agradeci por ela não estar brava - apenas queria o seu silêncio e eu respeitei - Percebi que ela ficou bastante incomodada na casa da minha avó, e esse é o melhor momento para conversar sobre isso.
Ela já tomou o seu banho e está assentada no sofá da sala, procurando algo para ver na tv, enquanto o seu celular estava aberto na sua conversa com Mário Jorge - algo sobre a sua empresa - Me sentei ao seu lado e antes que eu começasse a falar, deixei um beijo rápido e molhado em seu pescoço.
- O que você está querendo, Lud? - ela me olhou sapeca e eu sorri.
- Tô querendo nada não, mozão. - me ajeitei no sofá e cruzei minhas pernas - Queria só conversar com você.
- Aprontou alguma coisa? - questionou um tanto quanto preocupada enquanto deixava o controle remoto sobre o sofá.
- Não. - falei sincera - Só quero saber como você está se sentindo depois que conheceu a minha vó. Senti que você não gostou muito de estar lá, não quero te levar pra um lugar que você não se sinta bem.
- Eu gostei de lá. - me olhou - A casa é muito confortável, casa de vó. - sorriu - Eu só acho que ela não gostou de mim. E sei que isso é muito importante pra você, então eu fiquei preocupada.
- Bru, ela gostou de você. - a confortei - Ela só não esperava que eu chegaria lá com você e a apresentando como namorada.
- Eu não senti isso. Parece que ela queria me convencer de que nós duas não vamos dar certo. - suspirou - Eu sei que começamos de uma forma muito errada, mas o que eu vivi com o Caio, não interfere do que eu estou e vou viver com você.
- Eu sei disso, amor. - sorri - Mas eu tenho a certeza de que ela gostou de você. Vocês só precisam de uma outra oportunidade de conversarem melhor.
- Tudo bem, vou acreditar em você. - selou nosso lábios.
- E o Yuri, o que achou dele? - questionei e vi sua expressão facial mudar.
- Ah, é uma criança. - falou depois de longos segundos em silêncio - Ele se parece muito com você, até o jeito de falar. Mas isso não muda o fato dele ser uma criança. - falou com um certo nojo.
- Ele gostou muito de você. - coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha - Ficou todo feliz.
- Não posso dizer o mesmo. - falou divertida e eu neguei com a cabeça - Mas eu vou fazer muito esforço pra tratar ele bem.
- Por favor. - supliquei - Mas qual são os seus problemas com crianças, hein? Ele é tão fofo.
- Problema nenhum, eu só não gosto muito, Lud. - falou simples - Já tomou o seu banho? - mudou de assunto.
- Vou ir daqui a pouco. - descruzei minhas pernas e me encostei no sofá - Não queria ir trabalhar hoje. - confessei.
- Trabalhar? - perguntou com uma única sobrancelha levantada - Aquilo é uma diversão.
- São muitas burocracias. - me defendi - No meu escritório tem vários papéis pra assinar sobre as chegadas de bebidas, tem que fazer o pagamento do mês pros funcionários e claro, tenho que experimentar as bebidas pra ver se meus clientes estão bem servidos.
- Falsa. - revirou os olhos e voltou a passar os canais da televisão - Vai voltar muito tarde?
- Não sei, Bru. Porque?
- Estou querendo fazer macarronada, mas se você for demorar eu faço amanhã no almoço pra gente comer juntas. - explicou.
- O Masterchef está perdendo você, Bru. - me levantei - Já que vamos ter um date, eu já vou ir me arrumar, quanto mais cedo eu for, mais cedo eu volto.
Corri em direção ao quarto e separei a roupa que vou usar - um short jeans curto e uma blusa branca com detalhes vermelhos e nos pés, um tênis da nike, na cor branca - Tomei um banho rápido e penteei meus cabelos, o deixando solto. Vesti a roupa e peguei uma bolsa pequena, apenas para guardar meu celular e minha carteira. Voltei pra sala e me despedi da morena com um beijo lento - que quase me fez ficar em casa - Desci para a garagem e adentrei meu carro, demorando vinte minutos para chegar na boate, que a esse horário já estava aberto e com muito movimento.
- E aí, Ludzinha. - as mãos finas da Daiane se relaxaram em minhas costas, logo após eu entrar na boate - Como foi lá, com a Vilma e a Brunna? - perguntou curiosa.
- Acho que tudo bem. - fiz uma careta - Ela só ficou com ciúmes.
- Ela quem? - fez uma careta - A Brunna ou a Vilma?
- A minha vó. - gargalhei - Você sabe como ela é, faltou só chorar, quando eu apresentei a Bru como "namorada".
- Tadinha, eu não tiro a razão dela. - me olhou - Deve ter chorado de orgulho, depois de vinte e sete anos você encontrou sua alma gêmea.
- Me erra, insuportável. - me afastei dela - E você que já tem trinta e um e só foi corna até hoje.
- Corna não. - me olhou brava - Colecionadora de chifres. Mas isso está quase mudando.
- Epa, que história é essa? - perguntei surpresa.
- Eu estou tendo um lance com aquela amiga da Brunna, que eu conheci na praia. - falou animada.
- Com a Emilly? - questionei alto e ela me bateu - Isso doeu. - resmunguei.
- Não era pra gritar. - falou brava - Não precisa de ninguém saber que eu estou morrendo de amores por ela.
- A Brunna vai surtar quando souber disso, Daiane. - meu espírito fofoqueira estava querendo dar as caras - Faz quanto tempo?
- Desde a praia. - deu de ombros - Eu peguei o contato dela aquele dia e no outro dia nós fomos jantar e desde então está rolando.
- Nem pra você me contar antes. - fingi estar chateada - Quase com uma aliança no dedo e eu sem saber.
- Não começa. Está muito cedo pra aliança. - se sentou ao meu lado - Mas eu tô feliz, ela é uma pessoa muito especial.
- Pelo menos vamos estar entre amigos. - dei de ombros - Não vou precisar conhecer ninguém.
- Depois a insuportável sou eu.
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Perdão se ficou ruim, to criando forças pra continuar. Obrigada pelo apoio de vocês! ❤️
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