Capítulo 40
antes de tudo eu queria pedir desculpas, não sei se vocês estavam brincando quando disseram que estava com raiva, ou se era verdade mesmo. hahaha! mas é isso, fiz esse capítulo grande como um bom pedido de desculpa! a partir de agora está tudo bem, eu prometo.
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Brunna - São Paulo 📍40 dias depois
Segunda-feira 16:00
Estou ajudando - ou pelo menos tentando - a funcionária da morena, a arrumar a sala de estar. Hoje o dia foi um pouco cansativo, tive uma reunião de última hora com o um dos meus ex funcionários, ele fez questão de me retratar os últimos dados da empresa, como o esperado, o ex médico esta gastando muito mais do que a empresa recebe, com isso há alguns setores falidos, sendo eles o de adm, marketing e o financeiro. Como eu não posso ajudar em nada, apenas consolei o rapaz que sempre esteve presente na vida da empresa e terminei a reunião. Ludmilla não está em casa desde o almoço, ela e Daiane foram na cidade vizinha, tentar convencer uma garota de programa a fazer parte da boate, já que a Isabelly pediu demissão depois de contar o seu pequeno e rápido caso com o Caio.
A senhora de quase sessenta anos - que Lud me apresentou como sua segunda mãe - me lança um sorriso terno, ao me ver arredar o sofá, para tirar a poeira. Tenho certeza que ela se surpreende ao chegar aqui todos os dias e ainda me encontrar - acho que ela se surpreende ao ver alguém ao lado da Lud por tanto tempo - e isso é até engraçado. Porque desde que eu e Ludmilla começamos a morar juntas - por vontade sua - Aconteceu somente uma briga, por ciúmes de uma nova vizinha que está morando no nosso andar. Fizemos as pazes no mesmo dia e depois disso aprendemos a sempre conversar sobre tudo.
Escuto meu celular vibrar e lanço meu olhar sobre o móvel da sala, vendo o visor acesso e uma foto do meu amigo Mário - ele ficou ainda mais próximo de nós duas, todas as sextas ele vem até aqui para fazermos a noite das meninas. Caminho até o móvel e passo meu dedo no pequeno símbolo verde, atendendo a ligação e logo em seguida coloco no auto falante.
📱
- Oi, migo! - falo voltando minha atenção para o pequeno núcleo de poeira que estava embaixo do tapete.
- Brunna. - fala assustado - A empresa.
- O que tem, migo?! - questiono sem muita empolgação.
- O Caio. - fala como se fosse óbvio e solta uma risada alta.
- Credo, Mário Jorge. - falo com medo - Você tá igual aquelas bruxas de filme de terror. Tá repreendido.
- É sério, Brunna. Você não está entendendo a gravidade da situação. - ele faz uma pausa antes de continuar dizendo - O Caio foi preso.
- O que? - é a única coisa que consegue sair da minha boca.
- É Brunna. Eu acabei de ver em um site de notícias da cidade. - consigo perceber que ele está segurando mais uma risada - Tem uma foto dele saindo algemado da empresa.
- Mas, porque? - questiono caminhando de volta até o celular, o tiro do auto falante e coloco sobre a orelha.
- Estava falando que era algo sobre fraude e pelo que eu entendi ele também abusou de uma funcionária. - explica - Amiga, ele foi preso e tá ferrado.
- Puta que pariu. - falo o xingamento e vejo Nete me olhar brava, essa é uma das únicas coisas que ela odeia que eu ou Ludmilla faz dentro de casa - E agora?
- A empresa é nossa. - fala animado - Ou melhor, a empresa é sua.
- Não é possível, Mário. Antes dele assinar o divórcio eu tive que passar para o nome dele, continua sendo ele. - suspiro.
- Deixa de ser burra. - fala estressado - Ele não vai sair da cadeia tão cedo. E o Erick esteve me enviando os últimos documentos da empresa e tudo ainda estava no seu nome.
- Como assim? - pergunto sem entender - Eu assinei os papéis.
- Eu fiz questão de pesquisar e descobri que pela lei estadual, não tem como uma herança ser utilizada em divisão de bens. - explica - Talvez os advogados se equivocaram durante o processo de divórcio, ou é apenas o destino.
- Onde você está? - pergunto caminhando até meu quarto.
- Em casa. - fala óbvio - Porque?
- Eu estou indo até a empresa, quero você lá comigo. Vou ligar pro doutor Augusto. - falo procurando por alguma roupa mais decente.
- Colocou o cropped e reagiu, finalmente né vaida. - ele solta um grito afinado - Vou vestir minha melhor roupa e estar na porta daquela empresa em vinte minutos.
- Não se atrase. - foi a última coisa que eu disse antes de desligar o celular.
📱
Tirei no closet uma calça wed legg jeans e a vesti, optei por uma blusa branca e nos pés um pequeno salto na cor preta - eu nem ao menos me importei em tomar banho - Fiz uma rápida e prática maquiagem e peguei a chave do carro e o meu celular. Voltei pra sala de estar e vi que a senhora agora estava limpando os quadros da decoração.
- Está de saída, senhora Brunna? - perguntou ao me ver arrumada.
- Estou, Nete. - falo agitada - Eu não sei se a Lud vai chegar por agora, mas caso ela chegue a senhora ainda estiver por aqui, avise ela que não precisa fazer nada pro jantar, porque eu quero comer comida japonesa e a roupa pra ela trabalhar já está pronta sobre a cama é só ela vestir e ir.
- Quantos recados. - fala divertida - E se a menina perguntar por você, o que eu digo?
- Diga que eu fui resolver uma emergência de última hora e não precisa dela se preocupar porque Mario foi comigo. - falo a olhando - Não precisa entrar em detalhes, eu resolvo com ela quando eu chegar.
- Tudo bem, senhora Brunna. - sorri - Boa sorte nessa sua emergência de última hora.
- Obrigada, Nete. - deixo um beijo em sua testa - Prometo que vou te ajudar em uma próxima oportunidade.
- Não se preocupe, pequena. - me tranquiliza - Cuidado se cuida.
- Você também. - grito antes de fechar a porta.
Desço as escadas o mais rápido possível, abro a porta da garagem, já dando de cara com o meu carro estacionado. O adentro com agilidade e dou partida até a empresa que fica a bons quilômetros daqui. Mas bato meu recorde e chego lá em trinta minutos. Ao sair do carro vejo alguns funcionários que estão na calçada, me olharem assustados, enquanto Mario está com uma pequena xícara de café na mão e fofocando com o Erick - um dos funcionários do setor financeiro. Faço um sinal para que eles entrem na empresa e faço o mesmo, logo atrás deles. Um dos seguranças tentam me barrar, mas o olhar bravo do Erick é o suficiente para que eles se afastem com medo.
- Você poderia ser meu segurança pessoal, o que acha? - questiono brincando ao abri a porta da sala que antes era minha.
- Imagina te aguentar todo dia? - fala em um tom de brincadeira e Mario o acompanha.
- Não sei como a Ludmilla aguenta. Brunna deve ter dado um bom chá de buceta. - se assenta no pequeno sofá que ainda estava ali, porque toda a decoração mudou, desde cor até enfeites. Um péssimo porta retrato com uma foto do Caio em sua formatura está sobre a mesa e só de ver um enjôo atinge meu estômago sensível.
- Ela me ama. - abaixo a foto - Isso já é o suficiente.
- Por isso dizem que o amor é cego. - o contador fala em um tom baixo, mas ainda auditivo.
- Eu ainda não estou acreditando que isso aconteceu. - falo em choque, pelo acontecido.
- O que você esperava, amiga? - Mario me olha curioso - O cara fez um inferno na sua vida, e sabe-se lá em mais quantas vidas. Isso ainda é pouco, por tudo que ele merece.
- Podia ganhar uma surra quando chegar na cadeia. - Erick fala e eu o repreendo com o olhar.
- Sou contra violência. - falo séria - Mas eu não consigo imaginar ele usando uma roupa laranja e se misturando com as pessoas que ele tanto odeia. - solto uma gargalhada alta.
- O auge. - Mário solta um beijo no ar - Onde está seu advogado?
- Ele disse que estava vindo. - me assento na cadeira giratória - Se a empresa ainda for minha, eu não sei o que vou fazer pra subir com ela.
- É amiga, não está nada fácil. - Erick fala triste - Algumas filiais já fecharam e a dúvida está absurda.
- Tenho certeza que sua conta bancária ainda é alta. - meu amigo fala tranquilo.
- Quem dera. - o olho - Eu gastei um horror com advogado. Fora que agora eu estou ajudando a Ludmilla com as despesas de casa e como eu não estava trabalhando, não rendeu muito.
- Fica tranquila, Bru. Tenho certeza que tudo vai dar certo. - Erick sorri.
Vejo o doutor Augusto caminhar tranquilo pelos corredores da empresa - usando um terno preto e gravata vermelha - ele não se dá o trabalho de bater na porta, apenas entra na sala e sorri em nossa direção.
- Boa tarde, queridos. - deixa sua pasta sobre a mesa de vidro - Acreditem, é um prazer ver todos vocês aqui novamente. - fala e eu posso ver o orgulho em seu olhar, ele fez questão de me acompanhar em todos os processos, inclusive na perda da empresa.
- Só não sabemos até quando. - solto um riso sem vontade - Mas sente-se, vamos conversar.
- Claro. - ele me obedece - Antes, eu gostaria de te informar que um amigo próximo, teve a sorte de pegar o caso do Caio. Ele me disse que as chances do Caio sair da cadeia são quase nulas, foram muitos crimes.
- Não sei se deveria ficar feliz com isso. - falo depois de uns minutos em silêncio - Ele foi uma pessoa bastante presente em minha vida.
- Por Deus, Brunna. - Mario me repreende - Você deveria soltar fogos e estourar uma garrafa de champanhe. - sorrio com sua fala.
- Concordo. - o senhor ajeita a gravata - Mas então, sobre o que a senhora gostaria de conversar?!
- Esse é o Erick. - aponto para o rapaz sentado de pernas cruzadas - Ele trabalha no setor financeiro aqui da empresa. Estive em uma reunião mais cedo com ele e agora pouco Mario me contou que ele verificou alguns documentos e meu nome ainda consta em todos eles. - falo.
- Poderia me contar mais? - ele vira sua cadeira em direção ao mais novo.
- Sim. - ele retira um documento da sua bolsa - Caio me pediu para lançar algumas poucas entradas da empresa durante esse mês e eu fui entrar no site e imprimir alguns dado, só que não há nenhum que mostra que o Caio é o dono da empresa, estão apenas os nomes dos pais da Brunna, Jorge Coelho Gonçalves e Miriam Coelho Gonçalves. Eu tentei fazer uma atualização, pensei que era algum erro, mas mesmo assim continuou. Até os administradores me passaram a mesma informação.
- Engraçado. - o homem fala sem entender - Eu estive com a Brunna quando ela assinou todos os documentos, passando tudo para o nome do Caio Henrique Nogueira.
- Doutor. - Mario chama sua atenção - Eu li uma lei de São Paulo, que diz que não pode compartilhar algo que seja herança. Nem mesmo na divisão de bens pós divórcio.
- Onde está essa lei? - o advogado retira seu notebook da pasta e o abre sobre a mesa.
- Em um site verificado da prefeitura. Meus pais tiveram um problema parecido quando se separaram. - o moreno conta e eu decido não prestar atenção, levanto meu olhar até meu celular que estava aberto na conversa da Ludmilla.
📱
Amor ❤️: vida, cheguei em Sp agora.
Amor ❤️: estou indo pra casa
Amor ❤️: quer que eu leve alguma coisa?
Amor ❤️: estou perto do seu restaurante favorito.
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Sorrio com as mensagens e começo a digitar sua resposta.
📱
Bru: oi vida, já estava preocupada com esse seu sumiço.
Bru: conseguiu a garota?
Bru: não estou em casa, vim resolver umas coisas na empresa.
Bru: não quero nada. Vou pedir japonesa quando você sair da boate e a gente janta juntas.
Bru: obrigada.
📱
Ela visualizou na mesma hora e voltou a digitar.
📱
Amor ❤️: está com o Caio, Brunna?
Amor ❤️: o que você tem na cabeça.
Amor ❤️: parece que não aprende.
📱
Suspiro com suas mensagens e volto a responder.
📱
Bru: não fala assim comigo.
Bru: Caio foi preso agora pouco, estou tentando solucionar alguns problemas.
📱
Percebo que ela parou de responder, com certeza já está com raiva. Volto minha atenção ao senhor que ainda conversava com o Mário, mas escuto o celular vibrar.
📱
Amor ❤️: como assim preso?
Amor ❤️: não sei se deveria, mas estou feliz por isso, bu.
Amor ❤️: vou comprar um champanhe pra gente comemorar.
📱
Sorrio discretamente e a respondo.
📱
Bru: Mário sugeriu a mesma coisa, kkk.
Bru: a roupa pra você trabalhar está em cima da cama, avisei a Nete.
Bru: vê se não demora muito pra fechar a boate, tô morrendo de saudades.
📱
Sua mensagem vem logo após a minha.
📱
Amor ❤️: também tô com saudades, amorzão.
Amor ❤️: vou apenas pra resolver umas coisas que estão pendentes.
Amor ❤️: vou chegar cedo.
Amor ❤️: te amo, beijos.
📱
- Brunna, você está escutando? - o homem chama minha atenção e eu escondo o sorriso bobo que apareceu em meus lábios, após ler as mensagens.
- Perdão, Augusto. - me desculpo - O que estava dizendo?
- A empresa. - faz uma pausa - É toda sua.
- Mentira. - minha boca se abre.
- Dias de glória. - Mario bate palmas.
- Seja bem vinda de volta, patroa. - Erick fala feliz.
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