Capítulo 35
Brunna - Santos 📍 12:10
Não demorou mais de duas horas e meia, pra Daiane estacionar seu carro do outra lado da rua - quase enfrente a pousada - Observando da sacada, percebi uma mulher alta, usando um impecável vestido azul marinho, julgo-a a ter aproximadamente quarenta anos. Logo após, um homem que eu julgo ter cinquenta anos, usando uma bermuda jeans no joelho e uma regata branca. Daiane deixa o carro por último, usando um macacão verde, e os cabelos presos em um coque alto. Ludmilla já estava lá embaixo quando eles chegaram, então a vi os cumprimentar com um abraço apertado. Caminhei de volta para dentro do quarto e me olhei no espelho, tendo a plena certeza que eu não estava parecendo uma presidiária. Deixo o quarto, e fecho a porta, a pousada não é muito grande, mas é muito aconchegante, as paredes de dividem entre um tom amadeirado e tinta branca. O chão é de cerâmica, dando um ótimo contraste.
Por sorte eu já me comuniquei com o Mário Jorge, expliquei a ele toda a situação e pedi para não deixar Caio entrar na empresa. Ele prontamente mandou reforçar a segurança e me desejou sorte para toda essa situação, meu advogado já recebeu os documentos que salvei do notebook do Caio, e irá abrir um processo contra o médico. Me perdi em meus pensamentos e não me dei conta de que eu já estava próxima demais, da família da Daiane e todos me olhavam com atenção. Até mesmo Ludmilla. Minhas bochechas se esquentaram e provavelmente estão muito vermelhas. A morena tocou minha cintura e me aproximou do seu corpo, tentando me trazer conforto.
- Bru, esses são o Senhor Augusto Martins e a Senhora Margareth Martins. Os pais da Dai. - Lud me apresenta aos senhores que estão com um pequeno sorriso nos lábios.
- É um grande prazer conhecer vocês, senhores Martins. - apresso para falar.
- Brunna! - o senhor me abraça - Por favor, não precisa de tanta formalidade. Não seja igual a Ludmilla que nos conhece a anos e continua com essa bobeira de "senhores".
- É o costume. - a morena fala envergonhada.
- Muito feliz em conhecer você, Brunna. - a mulher deixa três beijos em minha bochecha - Daiane veio o trajeto todo nos falando sobre você e quando chegamos, Lud fez questão de continuar com os elogios.
- Desse jeito eu fico com vergonha. - sorrio simples - Mas a filha de vocês é uma ótima pessoa, assim como a Ludmilla.
- Ahh, que isso Brunninha. - Daiane me abraça apertado - Eu sei que eu sou incrível.
- Você tem a auto estima muito boa! - brinco.
- Porque não sentamos para conversar um pouco? - Ludmilla sugere - Na parte de trás da pousada tem um quiosque.
Todos nós concordamos com essa sugestão e caminhamos tranquilamente até o lugar. Ao meu lado, Ludmilla segurava minha cintura, como se quisesse me guiar e ao seu lado está Daiane, mexendo em seu celular. Em nossa frente, os senhores Martins, elogiando a bela vista da pousada. Sentamos todos em volta da mesa amadeirada e o senhor foi o primeiro a puxar assunto, logo após das bebidas que Ludmilla pediu chegarem.

- Então, Bru. - ele sorri - Creio que posso lhe chamar assim, não é?
- Pode ficar a vontade senhor Augusto. - falo.
- Minha filha começou a contar sobre o que veio a acontecer com você nesses últimos dias. - dá um gole na bebida - E eu quero saber, se posso lhe ajudar.
- Então, Senhor Augusto. - suspiro antes de falar - Não é uma situação muito fácil, então toda ajuda é bem vinda. - falo e sinto o corpo de Ludmilla relaxar ao meu lado.
- Ótimo! - segura minhas mãos - Eu preciso que você fale todas as verdades, tudo bem?
- Tudo. - concordo.
- Se quiser nós podemos ir para um lugar mais reservado para conversar. - ele fala após ver meu desconforto de ter outras três pessoas me olhando com atenção.
- Estou bem aqui. - falo depois de uns segundos em silêncio.
- Comece a me contar, como você conheceu o homem, quando se casaram, como eram as brigas e o que veio a te fazer pedir o divórcio. - pede com atenção.
- Nos conhecemos em uma festa na escola em que estudávamos. - seguro a mão da Lud, por baixo da mesa, criando coragem pra falar - Depois de um tempo eu descobri que nossos pais eram amigos, por causa dos negócios da empresa. - conto - Eles jantavam juntos quase todos os fins de semana e em um deles meu pai fez questão de me levar e os pais de Caio também o levou. Nós viramos amigos, ele era muito carinhoso comigo, em todos os lados. - suspiro - Acho que ele confundiu os sentimentos e apareceu na porta da minha casa com um buquê de flores e um par de aliança. Eu sabia que se eu negasse, iria atrapalhar os negócios dos meus pais, então aceitei.
- Quais os negócios dos seus pais? - pergunta curioso.
- Cliptomoedas. - falo.
- Seus pais gostavam dele? - questiona.
- Óbvio. Era como se ele fosse o meu príncipe encantado. - sorrio irônica - E eu tentei fazer que ele fosse, eu realmente só o via como um amigo.
- E o casamento? Quem teve a ideia?
- Ele. - falo simples - Fizemos um viagem pra Inglaterra, durante as férias, e ele me pediu em casamento. Eu não aceitei logo de início, mas ele insistiu pela terceira vez e eu acabei aceitando. Três meses depois estávamos dentro de uma igreja, dizendo "sim", perante as testemunhas. - conto.
- Você sempre deixou claro a ele, que não o amava e que não queria estar sobre a sua companhia? - pergunta sério.
- Sim, eu reforçava isso a ele todos os dias. Antes do casamento eu considerava ele um grande amigo. - desvio nossos olhares - Só que eu comecei a perceber onde eu havia enfiado e a consideração acabou.
- Vocês tinham o costume de brigar?
- Não, eram poucas as vezes que nós discutimos. - falo sincera.
- Por quais motivos? - pergunta.
- Eu não poder engravidar era o principal motivo. - falo - Era o sonho dele, dar o primeiro neto aos pais. - suspiro - E os outros eram por eu estar sempre fora de casa ou não fazer as coisas do jeito que ele queria.
- Ele se demonstrou ser agressivo?
- Antigamente não, ele sempre chorava e se sentia culpado na situação. - solto a mão da Lud - Mas nas últimas duas brigas sim, em uma delas ele apenas me segurou com força e na última. - faço uma pausa - No caso ontem, ele chegou a me agredir.
- Realmente é uma situação complicada. - ele se ajeita no banco e da um gole na bebida - Mas não é impossível para mim.
- Esse é o meu pai. - Daiane fala orgulhosa.
- Eu vou entrar novamente com o processo de divórcio e entregar pessoalmente. - ele fala confiante - Se novamente ele não assinar, vou criar um plano b.
- Brunna disse que ele a ameaçou de morte. - Ludmilla fala e eu a repreendo com o olhar.
- É verdade? - me olha preocupado.
- Sim, por isso estamos aqui. - falo em um tom baixo.
- Eu vou enviar todos os papéis ainda hoje, pode ficar despreocupada. - me garante - Ele não ira fazer nada com você.
- Obrigada, Senhor Augusto. - sorrio aliviada.
Ludmilla - Santos 📍 13:00
Depois da longa conversa sobre o casamento da Brunna, nós engatamos em uma conversa sobre a boate - por incrível que pareça esse é o maior orgulho do Augusto, em relação a Daiane - Brunna e Margareth foram até o restaurante, buscar os almoços. Enquanto Augusto fazia algumas ligações em seu celular. Daiane que está a minha frente me olhou com ternura.
- Brunna tem muita sorte de ter você, sabia, Lud?!
- Eu que tenho sorte de ter ela. Não queria que ela estivesse passado por tudo isso. - falo triste.
- Amiga, tem coisas que vêem pra fortalecer, é uma fase difícil, mas vai passar, e vocês vão ficar mais forte. - sorri.
- Isso é verdade. - falo antes de levar minha atenção até a loira que vem acompanhada da mais velha, com dois pratos de almoço nas mãos.
- Trouxe pra você, peguei um pouquinho de cada coisa. - me entrega o prato.
- Ahhh, obrigada Bu. - selo nossos lábios - Eu estou com fome.
- Augusto, trouxe um prato para você. - a mais velha entrega o prato ao homem que está em pé, um pouco afastado.
- Hey, e eu? - Daiane a olha intrigada.
- Ninguém mandou ser encalhada. - disse causando uma gargalhada em nós.
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