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Capítulo 22

Ludmilla - Campos do Jordão 📍
Domingo - 08:38

Acordei mais cedo que o de costume, e isso me custará muito - uma forte enxaqueca durante a tarde - Uma baixa musica está tocando na sala de estar, anunciando que Nete está fazendo sua querida limpeza de rotina. Segui até o banheiro do quarto e fiz todas minhas higienes, inclusive tomei um longo banho gelado e vesti as roupas mais frescas que tenho no guarda roupas.

Quando sai do quarto a senhora já estava no corredor, tirando a poeira dos quadros que fazem parte da decoração. Ela me olhou com um sorriso nos lábios e eu deixei um beijo na sua testa. Na mesa da cozinha, tinha um prato com algumas torradas, em dois potes diferentes haviam requeijão, uma bandeja com jarras de suco de laranja e goiaba e em um prato específico, pão de queijo. Provavelmente Nete deve ter pensado que Brunna dormiu por aqui essa noite. Me servi com as torradas cobertas por uma camada de requeijão e tomei um copo de suco de goiaba. Hoje o dia está ensolarado e sem nenhuma previsão de chuva, um ótimo dia pra visitar minha avó e meu irmão. Voltei pro quarto e peguei as chaves do carro que estavam sobre a cômoda, junto com meu celular.

- Vai sair logo cedo, menina?! - a funcionária perguntou ao me ver com as chaves na mão.

- Estou com saudades da minha vó. - explico a olhando - A senhora quer ir comigo?

- Não, minha menina. - volta sua atenção para os quadros - Tenho muito serviço por aqui. Um outro dia eu vou até lá visitar minha querida amiga.

- Como quiser. - sorrio simples - Eu vou lá, antes que fique muito tarde e eu perca as melhores paisagens.

- Se cuide. - pede preocupada - Nada de ficar dirigindo como se estivesse em uma competição.

- Relaxa, Nete. - gargalho - Eu sou uma ótima motorista! Ah, e se Dayane ligar pro telefone residencial, avise ela que não irei até a boate hoje a noite.

- Que dia atípico. - fala surpresa - Mas eu irei avisa-la.

- Muito obrigada, até hoje mais tarde ou até amanhã. - falo já estando na sala.

Em menos de cinco minutos eu já estava na garagem, adentrando meu carro e o ligando, indo em direção a Campos do Jordão. Ficam a quase 175km da capital paulista e com isso eu demoro quase três horas pra estacionar o carro enfrente a casa da minha avó. Durante o percurso eu fiz algumas paradas pra fazer o registro de uma vista bonita - que irei postar em um outro dia. Deixei leves batidas na porta de madeira e passado alguns minutos meu irmão a abriu, e feito um urso, se jogou em meus braços me abraçando apertado. Passei minhas mãos por seus cabelos, o bagunçando, e deixei um beijo estalado em sua testa.

- Bom dia, irmãozinho preferido. - falo ainda com ele no colo.

- Bom dia, irmã. - sorri engraçado - Eu sou seu único irmão, então é óbvio que sou o seu preferido!

- Você está cada vez mais esperto. - gargalho e o coloco no chão - Onde está a nossa vovó?

- Ela está na cozinha, fazendo o nosso café da manhã. - conta e me puxa pelo braço, para que eu entrasse na casa - Vem, Lud. Vamos brincar!

- Yuri, meu filho. - escuto nossa vó o chamar, ainda na cozinha - Não me diga que está de novo conversando com seu amigo invisível?

- Não, vovó. - ele se apressa para responder - A Lud está aqui!

- Eu não gosto de quando você mente, está muito cedo pra sua irmã estar aqui. - a senhora fala brava e eu gargalho alto.

- Bom dia, Vilminha! - grito da sala e ela rapidamente aparece no cômodo, carregando em seu ombro um pano de pratos.

- Minha filha! - ela sorri - Eu pensei que era mais uma das brincadeiras do Yuri e ainda está muito cedo.

- Não tinha muitas coisas pra fazer em casa, então me apressei para vim. - conto - Espero que isso não seja um problema.

- Jamais seria um problema. - me abraça apertado - Eu estou fazendo panquecas, espero que não tenha tomado café ainda.

- Eu já tomei. - a olho - Mas eu jamais iria recusar suas panquecas, são minhas favoritas.

- Me de dez minutos. - fala afobada e volta para cozinha.

- Enquanto isso, eu a Lud vamos jogar bola no quintal, tá bem vovó? - o pequeno pergunta já com o brinquedo na mão.

- Tudo bem, mas nada de ficar pulando a cerca, isso está estragando suas roupas.

Por sorte, como na capital, aqui também está ensolarado e não tão frio quanto estava na última vez que estive aqui. Retirei o tênis e pisei na grama verde recém cortada, peguei a bola da mão do menino e corri em direção ao pequeno gol que ele havia feito para brincar com seus amigos.

- Você sempre rouba, Ludmilla. - ele fala bravo com os braços cruzados abaixo do peito.

- Ah, garotinho! Você que é devagar, e não consegue me pegar. - chuto a bola em sua direção - Vamos lá, é a sua vez!

Brunna - São Paulo 📍 10:41

Me espreguicei sobre a cama e abri meus olhos, lentamente, encarando o teto branco em cima da minha cabeça. Ainda usando a camisa da morena, senti o seu perfume percorrer por todo o quarto, nesse mesmo momento soltei um suspiro cansado e frustrado. Peguei meu celular, na esperança de ter alguma mensagem sua - mas eu se quer tenho seu contato.

Em um só impulso, me levantei e caminhei até o banheiro. Tomei um banho demorado e vesti um vestido que eu havia comprado em uma das minhas viagens de férias. Não fiz nenhuma maquiagem - até porque nem ao menos irei sair de casa - apenas calcei um chinelo e sai do quarto, indo até a cozinha.

Na sala de estar, Caio estava assentado sobre o sofá com seu notebook sobre o colo e uns papéis espalhados ao seu lado. Senti seu olhar em minha direção, mas não fiz questão de retribuir, apenas segui até a cozinha para preparar meu café da manhã. Enquanto eu fazia um misto quente, senti sua presença atrás de mim.

- Bru, bom dia. - cumprimenta, mas eu não o respondo - Eu queria conversar com você sobre o que aconteceu ontem.

- Eu não tenho nada pra falar com você, Caio. Então por favor, me deixe em paz. - peço ainda arrumando meu lanche.

- Eu sei que você está chateada, mas eu quero te pedir desculpas. - suspira - Eu não sei o que aconteceu comigo, eu fiquei muito triste. Quando me contaram que você estava se envolvendo com uma mulher, eu surtei.

- Quem te disse isso, Caio? - pergunto rápida.

- Isso não vem ao caso. - ele toca minha cintura - Imagina se meus amigos descobrem isso, eu vou virar chacota.

- Caio, se afasta. - peço tocando seu peito.

- Não Bru, eu tô aqui pedindo desculpas, eu te machuquei, olha só seu braço. - ele pega meu pulso e passa seus dedos - Eu não sou essa pessoa ruim, eu amo você.

- Não complica. - reviro os olhos.

- Me perdoa, eu prometo ser uma pessoa melhor e podemos esquecer que você se envolveu com essa vadiazinha. - sinto meu sangue ferver ao escutar ele se referindo a Ludmilla.

- Seria muito mais fácil se eu pudesse esquecer que eu me envolvi com você. - falo brava - Me solta, por favor.

- Só se você disser que me perdoa. - coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha - Eu estou triste.

- Tudo bem, Caio. - suspiro - Eu te pedoo, agora se afasta.

- Eu te amo, minha Bru. - ele deixa um beijo em meus lábios - Muito.

Ele saiu da cozinha com um sorriso enorme nos lábios, enquanto eu tentava a todo custo me livrar da saliva que o homem deixou ali. Voltei minha atenção para o lanche que eu estava fazendo - mas minha fome já tinha sumido - Eu preciso conversar com a Lud, sobre isso.

Forcei comer o pão e quando terminei, peguei a coleira da minha cachorra e a levei para dar uma volta pelo bairro - ela estava tão necessitada para dar uma volta quanto eu.

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Desculpem o capítulo merda, eu não estou muito inspirada esses dias.

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