Capítulo 21
Ludmilla - São Paulo 📍 22:40
- Nós temos sim. E são muitas coisas que nós precisamos conversar. - a luz fraca do poste me dá a visão do seu olhar furioso.
- É sério, Caio. Nós não temos absolutamente nenhum assunto em comum. - suspiro.
- Não precisa mentir pra mim, eu sei muito bem de todas as coisas que acontecem nessa boate. - aperta meu pulso com força - E eu não estou satisfeito.
- Não tenho culpa nenhuma nisso. - tento o empurrar - Me deixa em paz.
- Olha aqui, sua vadiazinha. - ele me segura pela gola da camisa - Se eu ficar sabendo que você continua de casinho com a minha esposa, eu vou fazer um inferno na sua vida.
- Você não é doido. - falo séria.
- Eu tenho poder pra fazer coisas que você nem imagina. - aperta meu pescoço - Então não entre no meu caminho de novo.
- Não é assim que as coisas funcionam no meu mundo. - aperto sua mão que ainda está em meu pescoço.
- Ah, Oliveira. - ele sorri - Com uma denuncia eu fecho as portas da sua queria boate, são tantas infrações cometidas.
- Vagabundo. - xingo entre dentes - Me deixa em paz.
- Você já entendeu o meu recado. - me solta - Se eu precisar conversar com você de novo, não será uma conversa muito amigável.
- Não será necessário. - falo.
- Ótimo. - ele pisca um de seus olhos - E se esse assunto chegar aos ouvidas da Brunna, se considere uma mulher morta.
O homem caminhou a passos tranquilos até seu carro e deu partida, enquanto eu estava com as mãos no pescoço, tentando me livrar do desconforto que ele me causou. Fiquei ali por uns minutos tentando digerir tudo que aconteceu e só então adentrei meu carro que já estava destravado. Liguei o carro e dirigi o mais rápido possível até minha casa. Quando cheguei no prédio já se passavam das onze horas da noite, não fiz nenhuma refeição, só tomei um banho rápido e me joguei na cama de casal. O cheiro da loira ainda estava ali e além de suas marcas em minha bunda, agora eu tenho as marcas do seu inútil marido em meu pescoço.
Suspirei pesado e desbloqueei meu celular que estava sobre a cama. Abri a tela inicial e deslizei o dedo até o Instagram. Já fazem um tempo que sigo Brunna pelo perfil da boate, mas esse é o momento exato para deixar de fazer isso. Além disso, apaguei algumas das fotos do perfil, que poderiam me prejudicar, mas sei que pela inteligência do homem, ele já salvou, pra ter suas provas. Tento entrar em contato com Dayane para proibir a entrada, tanto de Caio, quanto de Brunna, mas para o meu azar, seu celular está desligado.
- Porque eu fui me meter nessa situação? Eu nunca precisei disso. - resmungo abafando um grito com o travesseiro.
Brunna - São Paulo 📍 02:50
Não consigo dormir, meu corpo se mexe por toda a cama, enquanto eu procuro por uma posição confortável que me traga o sono - mas tudo é em vão - já faz um tempo que eu escutei o carro do médico saindo da garagem me dando a certeza que ele já não estava mais em casa. Tirei meu pijama e vesti a camisa da Ludmilla, que ainda tem o seu cheiro - a maldita mistura de perfume importado com amaciante de neném - andei pela casa por várias vezes e só então tomei a coragem de ir até a boate.
Meu corpo sentia falta do corpo da morena e essa é a única solução para que eu consiga dormir direito. Vesti apenas um short jeans por baixo da camisa e pedi um Uber, levei comigo as chaves do meu carro, o celular e meus documentos. Quando o carro parou enfrente a boate eu paguei quase cem reais e me identifiquei pro segurança que sorriu de lado e liberou minha entrada. Passei meu olhar pelo bar reservado e não vi Ludmilla por ali, então levei meu olhar pelo resto da boate, encontrando apenas Isabelly.
Caminhei até a garota de programa, que quando me viu sorriu abertamente - como se tivesse acabado de ganhar na mega da cena - e antes fosse. Parei em sua frente e antes de perguntar pela dona da boate, novamente olhei para todos os lados, pra ter a certeza que não a encontrava.
- Boa noite, Gonçalves. - toca minha cintura - Vejo que você mudou de ideia, em relação a ter uma noite comigo.
- Boa noite, Isabelly. - suspiro - Eu não quero uma noite com você, eu estou procurando pela Lud.
- Lud? - questiona me olhando.
- Sim, a Ludmilla. - explico.
- Eu sei quem é, só não sabia que vocês eram tão íntimas a ponto de ter apelido. - sorriu forçado - Bom, Ludmilla não está.
- Mas como não? - respiro frustrada - Ela sempre está aqui.
- Eu não sei o que aconteceu, hoje quem está responsável pelas coisas é a Day. - conta.
- Quem é essa? - pergunto sem entender.
- A sócia da boate. - fala óbvia - Aquela ali.
Me virei para ver quem Isabelly estava me mostrando e vi a mesma mulher que Lud falou algumas coisas antes de me levar pra Santos. Como o Flash, eu fui em direção a mulher que me olhava com um pequeno sorriso.
- Boa noite, Brunna. - cumprimenta.
- Boa noite... - a olho - Day?
- Sim, Dayane. - aperta minha mão - O que aconteceu? Está precisando de alguma coisa?
- Eu estou procurando a Ludmila, ela sempre está aqui e hoje não está. - suspiro.
- Ela foi embora mais cedo, me disse que estava cansada - conta - Ela te esperou por algumas horas, mas como você não veio...
- Eu tive um imprevisto. - explico - Como eu faço pra encontrar ela?
- É caso de vida ou morte? - questiona me olhando.
- Eu não estou conseguindo dormir. E queria ficar com ela. - confesso.
- Já está muito tarde pra você sair por aí atrás da Ludmilla. - me entrega uma garrafa de água - Vá embora pra casa e quando amanhecer, você procura por ela.
- Quanto você quer? - pergunto rápida.
- Como assim? - pergunta confusa.
- Quanto você quer pra me dizer onde eu posso encontrar? - abro a conta digital do meu celular - Cinco mil?
- Qual foi, surtada?! - me olha brava - Eu não quero nenhum dinheiro seu, se Ludmilla souber que tu tá com esse papos, ela te coloca pra fora dessa boate pro resto da sua vida.
- Que caralho. - suspiro pesado.
- Vai embora, Brunna. O dia já está quase amanhecendo, toma um chá pra relaxar e tenta dormir. - aconselha - Amanhã a Lud vai estar aqui e você vem ver ela.
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brunninha mó surtada.
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