Capítulo 20
Pov Brunna - São Paulo 📍 17:50
Passei quase o dia todo ao lado da Ludmilla, fizemos as refeições do dia, conhecemos as praias mais famosas de Santos e por último, tomamos uma cerveja antes dela me deixar em casa e ir para seu apartamento - e mais uma vez meu carro ficou estacionado na rua da boate - Minha casa está toda arrumada, e as coisas do jantar estão sobre o balcão da cozinha. Só que muito diferente de todas as vezes, Caio apenas sorriu em minha direção e seguiu até seu quarto - e isso me fez ficar um tanto quanto intrigada de saber o que aconteceu com ele.
Decidido esquecer essa sua atitude por esses minutos e sigo até meu quarto. Separo meu pijama e retiro o mesmo vestido que eu usei na noite anterior, jogo ele no cesto de roupas sujas e adentro o box, ligando o registro do chuveiro. Deixei com que a água fria caísse sobre meu corpo por alguns segundos e só então comecei ensaboar meu corpo, senti alguns pequenos desconfortos ao passar as mãos por parte do meu corpo - resquícios da minha ótima noite.
Finalizei meu banho e vesti a roupa que eu havia separado, calcei o par de chinelos na cor branca e voltei pra sala de estar. Liguei a televisão em um canal qualquer e segui pra cozinha, para começar a fazer algo pra nós comermos. Vez ou outra eu escutava o que estava passando na tv, mas sem dar minha total atenção ali. Enquanto eu estava a fatiar bacon, escutei passos, seguidos de pequenos grunhidos da nossa cachorrinha.
- Nina! Eu te disse que era pra ficar do lado de fora. - Caio fala bravo e a pequena se esconde entre minhas pernas.
- Qual foi, Caio. Deixa ela se divertir. - peço.
- Você diz isso, porque depois que ela faz toda a bagunça, não é você que limpa. - fala resmungando e eu deixo a faca sobre a pia e viro meu corpo em sua direção.
- Se esse é o maior problema, pode deixar que eu limpo, caso ela faça alguma bagunça. - falo séria.
- Você sempre diz isso, Brunna. - ele abre a geladeira com força e pega uma garrafa de água - Mas depois fica dando voltinha por aí enquanto o bobo aqui tá fazendo tudo dentro dessa casa.
- Mas quando eu quis contratar alguém pra fazer essas coisas você não quis. - aumento meu tom de voz - Então não venha com esse papo de que você faz tudo.
- Eu faço muito mais que você. - me olha debochado.
- Faz porque quer, eu nunca te obriguei e nem te pedir pra fazer alguma coisa por mim, Caio. - falo alto.
- Diferente de você eu sou capaz de fazer as coisas sem que ao menos me peçam. - fala me olhando e eu suspiro cansada.
- Quer saber, já que você faz tudo, termina de fazer seu jantar, idiota. - grito - Depois não fica perguntando porque de tudo entre a gente estar desse jeito. Quando eu tento ser uma pessoa legal você faz isso.
- Tudo está assim por sua causa, Brunna.
- Está assim porque você. - coloco meu dedo em seu rosto - Não sabe escutar a verdade.
- E porque você é uma mimada do caralho que não serviu nem pra me dar um filho. - segura meu pulso com força.
- E porque você não fez com outra? - questiono.
- Porque eu não quero que meu filho seja pobre ou favelado. - fala entre os dentes.
- Então não jogue na minha cara o motivo da sua infelicidade. - com dificuldade retiro meu pulso da sua mão - Porque nem era pra eu estar casada com você. E eu também sou infeliz com isso.
Peguei a pequena cachorra no colo, que está um tanto quanto assustada com meus gritos e antes que Caio abrisse novamente a boca pra falar, caminhei, quase correndo até o meu quarto e bati a porta - na tentativa de me livrar da raiva - e a tranquei. Deixei com que a cachorra andasse pelo quarto e me deitei na cama de casal.
Em todos os meus três anos de casamento, é a primeira vez que eu e Caio brigamos dessa forma. Mesmo ele desconfiando ou sabendo de toda a minha infidelidade, ele nunca me questionou sobre isso e por muito tempo eu pensei que isso seria o maior motivo de uma briga entre nós - mas eu estava enganada - e isso me deixou aflita em saber como vai ser o dia em que ele resolver brigar por esse motivo.
Meu olhar foi em direção ao meu pulso que está vermelho e contém algumas marcas de seus dedos - provavelmente ficará assim por muito tempo - suspiro pesado enquanto encaro o teto branco tentando não deixar que as lágrimas caiem do meu olho e escuto o pequeno latido da cachorra que ainda está por ali. Me levanto apenas para a pegar no colo e volto a me deitar. Ela passa suas patas por meu braço e se enrosca na coberta.
Não estando disposta pra sair hoje, apenas ligo o ar condicionado do quarto e faço o mesmo com a televisão e com meu celular, hoje vai ser uma típica noite de uma pessoa normal.
Ludmilla - São Paulo 📍 22:10
Esperei pela presença da Brunna por algumas horas, mas quando percebi que ela não viria, apenas relaxei meu corpo sobre o banco do bar reservado. Em uma das minhas mãos está uma taça de vinho, enquanto na outra um cigarro que Dayane me ofereceu antes de ir até um dos quartos com Luisa. - de todos os clientes, ela é a que mais fornece lucro as garotas.
Resilvi os assuntos que estavam pendentes com Isabelly e agora apenas observando os clientes dançando ao som alto da música que ecoa pelas caixas de som. Minha mente está cansada e meu corpo está quase implorando para que eu vá embora, tome um banho quente e me jogue sobre minha cama.
Espero alguns minutos e vejo Dayane voltar de sua lua de mel, com um grande sorriso nos lábios e os cabelos bagunçados - nem pra disfarçar - pensei antes de lhe entregar as chaves da boate. Pedi a ela para fazer o pagamento das meninas e acionar o alarme antes de ir embora. Recebi algumas perguntas por eu estar indo embora tão cedo, mas apenas disse a verdade.
Enfiei minha mão no bolso e retirei a chave do carro, destravei o mesmo e quando iria enfiar a chave na fechadura senti uma forte mão segurar meu pulso, me causando uma dor.
- Você não vai embora tão cedo assim hoje, Oliveira. - me virei para encara o rosto da pessoa.
- Me solta. - pedi ao ver o homem - Antes que eu grite.
- Ninguém vai te escutar. - sorri irônico - Nós precisamos conversar.
- Eu não tenho nada pra conversar com você.
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Só depende de vocês, pra mim voltar ainda hoje!
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