Capítulo 2
Brunna - São Paulo 📍 07:45
Despertei sentindo os raios de sol entrar em contato com meus olhos e me praguejei por ter esquecido de fechar as malditas cortinas do quarto. Me levantei e caminhei para o banheiro, onde fiz todas as minhas higienes matinais. Procurei por peças de roupas mais quentes, já que a temperatura está baixa e as vesti. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto e sai do quarto, indo em direção a cozinha.
Provavelmente Caio já havia saído para trabalhar, já que algumas coisas do café da manhã estão sobre a mesa e as quartas são os seus plantões no hospital público de São Paulo. Preparei um suco de laranja e peguei algumas torradas que o homem tinha feito. Comi tudo lentamente enquanto lia algumas notícias na página online da cidade e quando finalizei, lavei algumas vasilhas que estavam sujas e as guardei em seus devidos lugares.
Me sentei no sofá da sala e liguei o ipad na minha série favorita. Ontem eu já havia resolvido tudo sobre a empresa dos meus pais, então hoje não há necessidade alguma de ir até lá, então irei aproveitar o dia em casa e a noite irei sair com as meninas. Eu já estava esperando por esse rolê a muito tempo, essa boate é bastante conhecida pelas garotas que fazem programa, mas também pelos ótimo shows que eles possuem.
{...} 18:40
O sol já começou a se esconder e como eu não fiz nada para almoçar, me apressei em começar minha produção e sair de casa um pouco mais cedo que as meninas, para conseguir comer algo antes da noite começar. Tomei um banho demorado e me enrolei na toalha de algodão branco. Puxei o pequeno banco para frente da penteadeira e soltei meu cabelo, para poder escovar. Optei por não fazer nenhum penteado, e comecei a maquiagem. Para finalizar, passei o batom vermelho e segui até o guarda roupa para pegar uma roupa.
Me vesti com uma calça branca que deixava toda a minha perna a mostra, um top branco com detalhes em prata, que cobre apenas meus seios e nos pés um tênis também na cor branca. Coloquei meus acessórios e peguei uma de minhas bolsas, na última gaveta do armário.
O relógio já marca aproximadamente sete horas da noite e eu recebo uma ligação do Caio, na qual faço questão de rejeitar. Envio apenas uma mensagem avisando que eu estava de saída e não saberia se voltaria ainda hoje, então não havia necessidade dele me esperar, seja para jantar ou para dar os típicos sermão de homem carente.
Peguei todas as minhas coisas, incluindo as chaves do carro e segui até a garagem. Apertei o botão para destravar o carro e o adentrei, liguei o ar condicionado e dei a partida em direção a boate que não ficava muito longe da minha casa. Como é um dia de semana, haviam muitas vagas disponíveis mas não fiz questão de estacionar muito perto dali, então tive que fazer parte do caminho andando.
Ainda está muito cedo, mas algumas pessoas já adentram o lugar. Abro meu celular mostrando o código do meu ingresso e sou liberada a entrar na boate, que estranhamente está tocando uma música clássica em um baixo volume.
Como eu nunca passei por aqui antes, fiz questão de observar o lugar e saber para onde ou não eu deveria ir. Percebi que havia um bar mais movimentado, com mulheres e homens conversando, então me afastei dali e fui até o bar que estava mais tranquilo, apenas com algumas pessoas bebendo. Me sentei em uma mesa com quatro lugares e passei o olho pelo cardápio. Segundos depois um homem alto veio me atender.
— Boa noite, senhorita! — ele sorri — Em que eu poderei lhe ajudar nessa noite?
— Não sei. — o olho — Nunca vim aqui antes e estou com fome, o que você me sugere?
— Temos diversas coisas em nosso cardápio, senhorita. Mas o que mais servimos durante a noite são as batatas picantes com molho.
— Ótimo, me sirva com isso. — falo simples.
— E para beber, a senhorita aceita alguma coisa? — pergunta anotando meu pedindo em seu papel.
— Por enquanto eu aceito apenas uma água com gás. — falo e ele me olha um tanto quanto curioso, mas não questiona.
O homem some de minha vista e eu volto a observar o lugar, muitos consideram aqui um tanto quanto vulgar, apesar de algumas pessoas virem apenas para se divertir com os shows - o que é o meu caso. A música clássica já tinha se encerrado e agora uma música eletrônica tocava enquanto algumas pessoas perdiam a vergonha de dançar publicamente.
Pov Ludmilla - São Paulo 📍 19:20
Hoje eu me permitir ter uns minutos a mais de paz, longe da minha vida corrida na boate. Passei na cidade vizinha e visitei minha avó, faziam meses que eu não ia até lá matar a saudade que eu estava sentindo.
Acabei perdendo o horário colocando as conversas em dia. E quando cheguei em casa era quase o horário que eu deveria estar saindo a caminho da boate, então apressei para me arrumar e ir até lá, embora não houvesse muita necessidade, pois é uma quarta feira e o movimento é muito baixo. Mas mesmo assim faço questão de ir.
Como eu já estava atrasada o suficiente não fiz muita questão de me arrumar. Vesti uma calça jeans na cor amarela, um top preto que cobre meus seios, no pé um tênis branco com detalhes pretos e soltei meus cabelos. Fiz uma maquiagem básica, coloquei minhas jóias e passei um pouco de perfume.
Peguei minhas chaves e sai como um tiro em direção a garagem do prédio. Destravei meu carro e o adentrei. Hoje fiz o trajeto mais rápido que os demais dias e quando cheguei entreguei as chaves para o manobrista estacionar a BMW para mim.
Entrei pela porta da frente da boate e segui até o bar que estou acostumada a ficar enquanto estou nesse andar. Pedi minha sagrada dose se whisky, e o barman me atendeu de imediato. Virei o líquido de uma só vez e senti a minha garganta queimar aos poucos.
Encarei um dos garçons que estava entretido em colocar em sua bandeja uma porção de batatas e um copo, que eu julguei ser vodka, pela cor, mas me surpreendi ao ver o líquido restante em uma garrafa de água com gás. O observei discretamente e vi que ele entregou o pedido em uma mesa que havia apenas uma mulher - que por sinal eu nunca havia visto por ali.
— Pitico de patricinha, achando que está em um restaurante. — penso alto e reviro os olhos.
— Qual foi, Lud?! Falando sozinha uma hora dessas? — Dayane me assusta.
— Me erra, pirralha. — bato em seu ombro.
— Do que estava falando? — ela pergunta abrindo sua inseparável caixa de cigarro.
— Aquela patricinha ali. — aponto — Deve estar pensando que está em um restaurante.
— A menina só está comendo. — ela fala óbvio — Acho que você está estressada.
— Não estou estressada. — pego um de seus cigarros — Aliás, onde estão as garotas?
— Dei folga para Patrícia e para Larissa hoje.
— Certo. — respondo simples — Isabelly está por aqui hoje?
— Não a vi, ainda. — responde levando seu olhar pelo salão — Provavelmente está com algum homem.
— Eu vou ficar por aqui essa noite, então se por um acaso você a achar, avise que eu estou a procurando. — peço.
— Vai colocar as aranhas para brigar, patroa? — ela pergunta divertida e eu a olho séria, até porque ela sabia que eu jamais faria isso com uma das garotas.
— Não, Dayane. Eu quero resolver outras coisas com ela. — suspiro — Coisas que não são do seu interesse.
— Estressada. — ela resmunga antes de se virar e sair andando em direção ao segundo andar.
Pedi ao barman mais uma dose, dessa vez de tequila e a virei junto com uma gota de limão, para disfarçar o sabor horrível que a bebida tem. Caminhei até o bar central e conversei com alguns dos meus clientes que estavam enfurecidos pela folga das duas melhores garotas que temos na boate.
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