Capítulo 15
Brunna - São Paulo 📍 10:33
Despertei ainda sentindo os braços fortes da Ludmilla apertando minha cintura, como se a qualquer momento eu fugiria - e eu nunca iria fazer isso. Com muito cuidado me virei na cama e peguei meu celular que estava um pouco abaixo do meu abdômen, vi que tinha algumas mensagens, sendo uma deles do Caio. O respondi com educação dizendo que passei a noite na casa de uma amiga e que não era para ele me esperar pro almoço.
Passei um de meus braços pelo pescoço da Ludmilla e repousei minha mão sobre suas costas que estavam começando a ficar nuas, devido aos primeiros botões de seu pijama estarem abertos, me dando um pouco mais de vista do seu corpo, coisa que eu jamais tinha visto antes - já que ela sempre está muito bem vestida. Deixo um beijo calmo em sua testa e consigo escutar sua respiração pesada ficar mais tranquila, demonstrando que ela estava se despertando.
Alguns minutos depois seus olhos pretos e um pouco inchados me olhavam com um certo brilho. Um pequeno sorriso nasceu em seus lábios e seus braços me deixaram mais a vontade - coisa que eu não queria. Como um neném, ela coçou os olhos e se ajeitou na cama, pra só então se comunicar comigo.
- Bom dia, Bu. - escutei sua voz rouca - Acordou faz muito tempo?
- Bom dia, Lud. - sorri simples - Acordei agora a pouco, não precisa se preocupar.
- Conseguiu dormir melhor depois que veio pro meu quarto? - questiona ajeitando seu pijama.
- Consegui. - falo encarando o teto pintado de cor branca - Peguei no sono um pouco depois de você. - explico.
- Estou morrendo de fome, vamos tomar um café? - pergunta se sentando sobre a cama e eu concordo com a cabeça - Só vou tomar um banho rápido.
- Fica a vontade, Lud. A casa literalmente é sua. - brinco e a vejo sorrir.
Ela se levanta da cama e antes de entrar no banheiro, passa pelo pequeno closet, que eu só fui perceber agora, ela pega algumas peças de roupa e adentra o cômodo. Minutos depois escuto o chuveiro sendo aberto e as gotas de água caírem no chão. A porta só é aberta trinta minutos depois, me revelando uma Ludmilla um tanto quanto diferente, de todas as vezes que eu já a vi, agora ela está usando um vestido branco colado e algumas partes do seu corpo está a mostra.
Passo o olhar por seu braço, analisando as suas tatuagens e ela sorri em minha direção como se gostasse do fato de eu tanto a observar. No pequeno armário ainda dentro do quarto ela retira um fraco de perfume e borrifa por seu corpo.
- Estou começando a ficar com vergonha. - falo enquanto ela está concentrada no tal ato.
- Porque, Brunna? - pergunta séria.
- Você está aí, toda arrumadinha, feito uma princesa. E eu aqui, com uma camisa duas vezes maior que eu. - resmungo.
- Você fica linda usando qualquer roupa, não precisa se preocupar com isso. - me olha atravéz do espelho do armário - Mas se quiser tomar banho e escolher uma roupa no meu closet, fica a vontade.
- Já estou te dando trabalho o suficiente. - me levanto da sua cama e tento arrumar as coisas por ali - Mas se eu puder pelo menos escovar meus dentes e pentear meus cabelos eu vou ficar muito feliz.
- Tem escovas novas dentro da segunda gaveta debaixo da pia e minha escova de cabelo está aqui. - ela me entrega - Pode ficar a vontade.
- Obrigada. - deixo um beijo no canto da sua boca.
Ludmilla - São Paulo 📍 11:10
Terminei de me arrumar e calcei o meu par de sandálias favoritas. Sentei sobre a cama que Brunna tinha terminado de organizar e tirei meu celular do carregador, por sorte não haviam nenhuma mensagem, apenas as notificações das notícias da cidade - mas com certeza posso deixar isso pra outra hora. Poucos minutos depois a loira sai do cômodo ainda passando a escova por seus cabelos que aos poucos iam se ajeitando. Quando ela finaliza deixa o objeto sobre o armário e me olha.
- Terminou, donzela? - questiono brincando e ela gargalha.
- Terminei, madame.
- Então vamos matar minha fome. - abro a porta do quarto e deixo com que ela passe na minha frente. Seguimos até a cozinha, onde a mesa do café já está posta. Net, minha funcionária, me olha um tanto quando curiosa quando vê a mulher ao meu lado. Por sorte ela não me fez nenhuma pergunta, mas sei que ela fará isso em uma próxima oportunidade.
- Eu amo esse cheiro de pão de queijo recém assado. - Bru fala ao se sentar do meu lado.
- Não gosto muito de pão de queijo, apenas quando não tem outra coisa pra comer. - falo me servindo com o pão francês.
- Você não é um ser humano normal. - ela se serve com o pão de queijo e meia xícara de café - Isso é a melhor comida do mundo.
- Só você mesmo, Bu. - sorrio e dou uma mordida no pão - O que vamos fazer depois de comer?
- Eu preciso resolver umas coisas lá da empresa. - ela suspira - Sinto muito.
- Está tudo bem. - falo simples voltando a comer.
Quando terminamos, ela volta para o quarto e pega suas coisas. Suspiro triste e me jogo no sofá da sala - eu me acostumei com a presença da loira - mas eu sei que ela precisa resolver suas coisas, e afinal das contas, não passamos de duas conhecidas, colegas e quase amigas. Ao voltar pra sala, ela me olha com um sorriso triste nos lábios.
- Eu preciso ir. - fala me olhando.
- Eu não quero que você vá. - falo sincera.
- Eu também não queria ir, mas preciso. - toca minha bochecha - Prometo que passo um dia todo com você em uma outra oportunidade.
- Tudo bem. - suspiro pegando as chaves do carro - Eu te levo.
- Lud, a empresa fica quase do outro lado da cidade, não precisa perder seu tempo com isso. Eu peço um Uber. - fala rápida.
- Qual foi, Bru?! - a olho séria - Acha mesmo que eu vou deixar você ir sozinha? A não ser que você queira se livrar de mim.
- Não quero me livrar de você. Só acho que eu estou abusando da sua boa vontade.
- Não gosto de quando você vem com esse papo furado. - abro a porta do apartamento - Eu já disse que gosto de estar com você, mesmo que eu precise rodar a cidade toda.
- Você é fofa. - sorri entrelaçando nossas mãos - E eu gosto disso.
- Você também é fofa, Bu. - faço um bico com meus lábios.
Aperto o botão do elevador e em segundos o mesmo abre as portas de metal, adentramos e eu novamente aperto o botão, mas dessa vez o que nos leva até a garagem. Caminhamos ainda de mãos dadas até o carro. Destravo para que ela entre no banco do passageiro e me sento no banco do motorista.
- Qual bairro? - questiono ao deixar o prédio.
- Itaim Bibi. - responde se ajeitando.
- Empresária renomada. - brinco ligando o ar condicionado do carro e fechando as janelas.
- Minha querida, eu tenho o poder de quase todo o Brasil sobre minhas mãos. - franze as sobrancelhas e solta uma gargalhada.
- Quando eu crescer quero ser igual você, Brunna. - sorrio.
Quarenta e cinco minutos depois meu carro estava sendo estacionado enfrente a empresa da loira. Algumas pessoas estavam entrando e saindo com seus notebook na mão e o celular na orelha, provavelmente em ligação. Todos muito bem arrumados o que me fez lembrar que Brunna só estava usando uma de minhas camisas.
- Você vai sair assim? - questiono.
- Todos vão achar que estou de vestido. - fala se livrando do cinto de segurança.
- Tem certeza? Eu posso te levar em casa pra você vestir outra roupa e depois te trazer de volta. - sugiro.
- Não, Ludmilla. - revira os olhos - Eu estou bem assim.
- Se você está dizendo. - levanto minhas mãos em rendição.
- Obrigada por tudo que você fez por mim ontem e hoje. Eu realmente estava precisando de um tempo assim. - sorri.
- Não precisa agradecer, eu também estava precisando. - selo nossos lábios - Voce vai na boate hoje?
- Você quer que eu vá? - pergunta.
- Quero. - falo simples.
- Então eu vou. - sorri - Tenho que buscar meu carro.
- Se quiser eu peço alguem pre deixar ele na sua casa. - sugiro.
- Por Deus, onde você aprendeu a sugerir tantas coisas assim, Ludmilla? - pergunta fingindo estar brava - Preciso ir.
- Não vai. - peço.
- Eu vou sair desse carro antes que você me prenda aqui. - ela abre a porta do carro e me manda um beijo - Até mais tarde.
- Até mais, Bru.
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Não sei se voltarei por aqui por agora, então quero desejar a todos um feliz ano novo! 🤍
Estou planejando fazer uma maratona!
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