Ludmilla - São Paulo 📍
03:20 da madrugada

O caminho de volta até São Paulo foi tranquilo, enquanto eu dirigia pelas ruas da capital em busca do meu AP, a minha playlist tocava em um volume baixo, se misturando com a voz baixa da Brunna que contava uma história aleatória de um dos seus clientes.

Assim que estacionei na devida vaga do prédio, a loira já estava um pouco mais a vontade - e normal. Ela mesmo conseguiu sair do carro e entrar no elevador. Eu apertei o botão do andar em que eu gostaria parar e quando isso aconteceu, segurei a mão da Bru e levei ela até meu apartamento.

Agora estamos aqui, de banho tomado e sentadas enfrente a televisão vendo um filme qualquer que está passando na tv aberta. Brunna está usando uma das minhas camisas e seus cabelos, recém lavados, entram em contato com meu pijama o deixando um pouco molhado - mas eu não faço questão de afastar o seu corpo do meu.

Minhas mãos fazem carinho em sua coxa, vez ou outra eu sento seus pelos se arrepiarem, mas como eu, ela finge que isso não acontece. Um balde de pipocas feito por mim está sobre seu colo e o nosso refrigerante em minha mão livre - que diabos de cena clichê eu estou vivendo. Sua respiração começa a ficar tranquila e percebo que o sono começa a lhe atingir.

Passo minha mão em sua nuca e faço uma simples massagem no músculo que estava rígido por causa da sua posição. Seu corpo se encaixa ainda mais no meu - se é que isso é possível.
Ela relaxa em meu ombro e deixa um simples beijo ali - e isso foi o suficiente pra me levar ao céu e ao inferno, no mesmo momento.

- Porque não vamos dormir? Você já está cansada e se a gente ficar aqui pelo resto da noite, nossa coluna vai doer quando amanhecer. - falo.

- Mas aqui está tão bom. - resmunga afogando sua cabeça no meu pescoço.

- Podemos terminar o filme amanhã, prometo pra você. - tento me ajeitar no sofá.

- Tudo bem. - suspira se afastando de mim - Você me venceu.

- Eu preparei o quarto de hóspedes pra você. - me levanto deixando os copos sobre a mesa de centro - É aquele que você ficou da outra vez que dormiu aqui.

- Vamos lá. - ela se levanta e deixa o balde de pipoca ao lado dos copos.

A lua ainda está no céu e ilumina o corredor do meu apartamento. Um pequeno silêncio se formou entre nós duas, mas é algo confortável. Abri a porta do quarto e dei passagem para que ela entrasse, assim que ela fez isso, se jogou sobre a cama de casal.

- Meu quarto fica aqui do lado, se precisar de alguma coisa é só me gritar ou ir até lá. - falo a olhando.

- Obrigada pela noite de hoje, Lud, eu estava precisando. - ela sorri fofa.

- Não precisa me agradecer por nada, Bru. - me aproximo de sua testa e deixo um beijo estalado - Eu gosto de estar com você.

- Eu também gosto de estar com você, Lud. - ela toca meu queixo e faz um breve carinho antes de deixar um selinho nos meus lábios.

- Boa noite, dorme bem. - me levanto ainda sorrindo com seu ato.

- Dorme bem também, boa noite.

Brunna - São Paulo 📍
04:00 da madrugada

Fogos de artifícios estão sendo lançados dentro do meu coração. Um grande sorriso está presente nos meus lábios desde o encostar de lábios entre eu e Ludmilla. Se eu fosse traficante eu estaria dando tiros pro alto, nesse exato momento - ótima comparação.

Me virei na cama por varias vezes na tentativa de encontrar o sono, mas é em vão. Desbloqueei meu celular e vi que já se passavam das quatro horas - se por algum acaso, um cinegrafista da Disney gravasse essa cena, eu seria a personagem principal de uma série infanto juvenil, devido ao meu surto de perder o bv na puberdade.

Desisti de dormir e me levantei, abri a porta do quarto e caminhei pelo longo corredor. Fui até a cozinha e tomei um copo de água gelado - com certeza eu estou me sentindo em casa. Quando estava voltando para o quarto me lembrei que Ludmilla disse que se acontecesse alguma coisa eu poderia ir até ela - e bom, perder o sono é um bom motivo.

Empurrei a porta que estava apenas encostada e adentrei o quarto. Não consegui observar a decoração, já que todas as luzes estão apagadas e apenas raios de luminosidade da lua atinge o quarto. Percebi que seu corpo estava espalhado sobre a cama e sua respiração estava pesada - um quase ronco.

Sentei na beirada na cama e encarei seu rosto, tentando achar uma forma de acorda-la. Decidi passar a mão por seu pé, que estava descoberto, mas ela apenas se afastou. Cutuquei sua perna e a mesma se manteve imóvel. Optei então por meu modo infalível - o mais fútil de todos - Comecei a fingir uma crise de tosse.

- O que aconteceu, Bru? - Ludmilla se meche na cama, abrindo os olhos aos poucos.

- Eu perdi o sono e tava passando por aqui e decidi entrar. - falo com vergonha.

- Você precisa descansar. - pede se ajeitando na cama - Deita aqui.

- Eu posso? - questiono.

- Eu estou mandando, Bru. - fala me olhando - Só fecha a porta, por favor.

Fiz o que ela mandou e com cuidado me deitei ao seu lado. Senti o cheiro de amaciante de bebê e um pequeno sorriso surgiu em meus lábios, seus braços percorrem a extensão da minha cintura e seu pescoço se afunda em minha nuca - nem na melhor fanfic isso aconteceria.

- Porque você não conseguiu dormir? - escuto sua respiração quente bater em meu pescoço.

- Não sei, talvez seja o dia estressante ou apenas porque me acostumei com minha cama. - falo segurando sua mão que está sobre minha barriga.

- Se quiser eu te levo em casa. - fala e eu rapidamente nego.

- Nem se eu estivesse louca iria pedir isso agora. - escuto ela gargalhar - Você tem cheiro de neném.

- É o amaciante do lençol. - explica.

- Eu sei, mas se misturou com seu perfume importado. - suspiro.

- Você também é cheirosa, como se fosse uma flor. - fala e eu sorrio.

- Gostei do elogio. - conto.

- Eu estou com sono, então não briga se eu dormir e deixar você falando sozinha, Bu. - pede e eu concordo.

Trocamos mais algumas palavras e só então voltei a escutar a respiração pesada da morena - próximo ao meu ouvido - fechei os olhos e como um passe de mágica o sono me atingiu.

--------------------------

Eu amei esse capítulo.

⚠️
Me respondem:
O aplicativo está notificando vocês?
Pois para mim voltou ao normal.