Capítulo 11
Brunna - São Paulo 📍 23:30
Estou jogada sobre o sofá da sala, e na televisão um documentário sobre a última passagem surpresa da cantora Beyoncé pelo Brasil, é contado. Vejo a porta de abrir e Caio aparecer com um pequeno sorriso no rosto e o terno levemente amassado. Ele deixa sua maleta pendurada no pequeno gancho atrás da porta e caminha em minha direção.
- Você está melhor, linda? - pergunta cuidadoso.
- Estou. Obrigada pelos remédios que você me passou. - agradeço e ele sorri orgulhoso.
- Ah! Antes que eu me esqueça. - ele tira seu blazer - Tinha uma colega sua aqui na porta de casa.
- Uma colega? - pergunto curiosa e me ajeito no sofá.
- Sim. Quando eu cheguei ela estava procurando pela campainha, aí eu perguntei quem ela estava procurando e ela disse seu nome. Perguntei se ela queria entrar, mas ela rapidamente deu uma desculpa e foi embora. - me conta.
- Mas como ela era? Eu não estou me lembrando de ter mandado ninguém vir aqui. - falo.
- Era alta, morena e estava usando umas roupas de marca. - fala me olhando - Parecia ser rica, talvez seja uma das suas amigas de café da tarde.
- É. - falo suspeita pois ainda não me lembro de quem seja - Eu fiz um pedido naquela lanchonete do centro, está dentro do microondas.
- Obrigada, bebê. Vou apenas tomar um banho e como. - sorri caminhando em direção ao banheiro.
Desliguei a televisão e caminhei até meu quarto, fazendo um grande - pra ser exagerada - mapa mental em minha cabeça, na tentativa de saber quem seria a tal "colega" que Caio havia encontrado na porta de nossa casa. Quando percebi que estava fracassando nessa missão, apenas me joguei na cama de casal e suspirei cansada - eu deveria ter escutado ele quando me propôs colocar câmera na entrada.
Tirei meu celular do carregador e abri a tela de notificações, não percebendo nada de interessante. Deslizei a tela para o Whatsapp e vi poucas mensagens, sendo uma delas de Mário Jorge, pedindo para que eu fosse até a empresa amanhã - ele se acha o dono, mas com razão. Confirmei minha presença e desliguei o aparelho, o deixando sobre a cama.
Dia seguinte - São Paulo 📍 9:45
Acordo com o barulho incessante do
celular, anunciando que alguém está me ligando, praguejei essa pessoa e deslizei o dedo pela tela, atendendo sem ao menos me dar conta de quem seria a pessoa.
📱
- O que foi? - pergunto ainda de olhos fechados.
- Bom dia pra você também Brunna Gonçalves. - escuto a voz mal humorada de Mário do outro lado da linha.
- Bom dia, Mario Jorge. Porque você está me ligando a essas horas da manhã? - resmungo.
- Talvez seja porque você está a quase três horas atrasadas pra uma reunião super importante. - fala bravo e meus olhos se abrem no mesmo instante.
- São quantas horas? - pergunto.
- Quase dez horas da manhã, Brunna.
- Que caralho. - xingo ao dar um pulo da cama - Eu chego aí em vinte minutos, prometo.
- Se você demorar mais do que isso, pode me considerar um ex funcionário da empresa. - ele desliga a ligação antes que eu me despeça.
📱
Jogo o celular na cama e corro pro banheiro, onde tomo um banho rápido e penteio meus cabelos. Abro a porta do guarda e retiro do cabide uma calça social cinza e um blazer na mesma cor. Visto tudo correndo e calço um par de saltos - não tão altos.
Quando chego na empresa todos estão me olhando, como se eu tivesse feito a pior coisa do mundo - e talvez para eles sejam - empurrei a enorme porta de vidro e me sentei na ponta da mesa, ao lado de Mário Jorge, que está anotando algo em seu notebook.
- Bom dia a todos. - raspo a garganta chamando a atenção dos homens e das mulheres que estavam ali - Peço desculpa por meu atraso, tive um pequeno imprevisto antes de sair de casa.
- Certo. - Mario fala se levantando e ligando a pequena televisão onde passa os dados da empresa - Podemos dar início a nossa reunião, que foi marcada por nosso representante.
- Qual o motivo? - pergunto olhando pro senhor de quase cinquenta anos.
- Senhora Gonçalves, a reunião foi marcada pois eu estou infeliz com a nossa parceria. - fala desapontado - Já fazem quase dois anos que nenhum de vocês vão até minha afilial resolver meus problemas.
- Senhor...? - pergunto o olhando.
- Joaquim, Joaquim Vilela!
- Certo, Senhor Vilela. Por um instante eu acho que o senhor se perdeu nos fatos. - abro meu notebook - Nós temos quase cinco mil microempreendedores espalhados por todo esse Brasil. Não seria um pouco egoísta o senhor fazer questão de uma fútil presença? - questiono.
- O que Brunna quis dizer. - Mario raspa a garganta - É que estamos muito ocupados resolvendo os maiores problemas. No mês passado fomos até uma pequena empresa do norte do país e ficamos por lá três meses, tudo para solucionar o problema. Na última semana tivemos uma pequena invasão nos dados e ainda estamos lidando com esse acidente.
- Mas eu não tenho culpa de vocês serem incapazes de solucionar os problemas. - ele franze as sobrancelhas.
- Ninguém aqui é incapaz, Joaquim Vilela. - aumento meu tom de voz - Mas se o senhor está tão insatisfeito, cancele seu contrato. Pague a multa de cinco milhões de reais e não se considere mais um membro da minha empresa.
- Não, senhora. - ele murcha na cadeira - Eu só quero dizer que preciso de ajuda.
- Pois bem. Mario Jorge, chame nossa equipe e resolva o problema desse senhor, antes que eu perca a última gota de paciência. - me levanto da cadeira - E quando terminar, vá até minha sala. Tenho outras coisas pra conversar com você.
Se minha vida fosse um desenho animado, nesse momento eu estaria vermelha e soltando fumaças pela cabeça. Entrei em minha sala e bati a porta com força, tentando me livrar daquela raiva. Me sentei na cadeira giratória e abri as persianas com o controle que está sobre mesa.
Quando eu iria colocar meus pés em cima da mesa, Mario adentrou minha sala com uma cara nada boa. Ele se assenta a minha frente e solta um alta risada ao perceber que eu ainda estou brava com toda essa situação.
- Qual foi, Bru. Relaxa. - pede.
- Eu quase nunca venho aqui, aí quando eu venho, um velho desses tira minha paciência. - resmungo fechando os olhos.
- É pra você ver o que eu sofro aqui.
- Que saco. - travo minha mandíbula.
- Sabe o que eu acho o motivo de todo esse seu estresse? - abro meus olhos o olhando para que ele prossigam com sua fala - Falta de sexo.
- Me poupe, Mario Jorge. - reviro os olhos.
- É sério Brunna! Você tá precisando ser bem comida pra ver se passa esse seu mal humor. - comenta - Você tem um baita homem em casa e não se aproveita disso.
- Eu quero me aproveitar de outra coisa. - me lembro da Ludmilla e um sorriso surge no canto da minha boca.
- Credo, safada!
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