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Capítulo 8


Maria

"Quando se manda embora o zombador, a briga acaba; cessam as contendas e os insultos." (Provérbio 22:10)

O beijo de Henry foi inimaginável. Eu não sabia qual palavra usar para expressar isso. Eu estava interessada nele e ele em mim. Jamais imaginei que poderia ser motivo de desejo de algum homem depois de Mateus, ainda mais com meu estereótipo.

Eu havia mergulhado na linda nascente de ambas as fazendas. Henry amava esse lugar e eu também. Eu buscava a paz de espírito em meio ao caos que estava a minha vida. Quando ouvi um galho se partindo, tive medo e emergi. O medo continuou esmagando meu peito, mas de um jeito diferente. Esse medo era do erro carregado de luxúria.

Eu não conseguia esconder o quanto Henry me afetava. Ele era bom com mulheres e sem pensar duas vezes, se jogou na água, me segurou pela nuca, e me beijou.

Seu corpo másculo prendeu-se ao meu acima do peso, que o amparava. Apesar de sermos tão errados, naquele momento de luxúria, nos completávamos. Seu beijo era forte, urgente e carregado de pecado. Ele mordia meus lábios, batíamos os dentes, as línguas se entrelaçavam e o corpo inflamava.

Nosso beijo gritava: pecado.

Nosso beijo gritava: desespero.

E nossos corpos gritavam: desejo.

Uma brisa passou por mim e como um interruptor que acaba de ser acionado, voltei a realidade e o empurrei.

— O que você está fazendo? – Me afastei. — Isso não está certo!

— Desculpe. Eu não sei o que deu em mim.

— Eu não sou esse tipo de mulher. Caso eu ainda fique em sua casa, saiba que não tolerarei isso.

Saí da água, me sequei e o ignorei indo embora. Foi o beijo mais incrível que eu havia tido na vida, mas o mais errado também. Tudo bem que eu estava divorciada e ele solteiro, mas ainda assim, eu estava na casa dele. O que pensariam de nós?

Pude ver, mentalmente, a repreenda da minha psicóloga mandando-me viver minha vida sem pensar no que os outros pensam sobre isso. Respirei fundo e entrei na casa. No fundo, meu maior medo era de mim mesma. Será que um dia eu conseguiria me enxergar como sou? Assumir os riscos pelas minhas próprias atitudes? Viver o que eu quero e não o que os outros pensam de mim?

Passei a tarde quase toda orando e tentando encarar minha vida e minhas responsabilidades. Eu precisava me encontrar e assumir meus atos. Fui meditando as palavras de minha psicóloga, da igreja, de Madá e revivendo mentalmente o que eu havia passado com Mateus, afinal, era isso que me trouxe ao que estava vivendo atualmente.

Pedi a Henry o telefone emprestado e liguei para o pessoal da reforma. Já estavam a caminho. Tomei banho e tempos depois desci as escadas. Henry estava ainda mais desejoso assistindo um jogo de futebol. Ele me ofereceu bebida, mas não vi Dalva ou Néia. Já era tarde e deviam estar em suas casas.

Fui com o pessoal da reforma para minha fazenda e os conduzi. Flávio era o responsável pela equipe. Ele, como eu, não gostou de ver os estragos. Foi anotando tudo e tirando uma foto ou outra. Segundo ele, havia muito o que fazer e demorariam, no mínimo, uma semana para o conserto da piscina, janelas, porta, fiação e etc. O serviço ficaria caro, já que, para entregar em uma semana, precisava de um grande número de pessoal. Por mim, tudo bem, pois quem pagaria seria Mateus.

Enquanto Flávio anotava tudo e seu assistente o ajudava, ouvi o barulho de um carro. Sorri pensando que poderia ser Henry preocupado com minha demora, mas meu rosto fechou no mesmo momento quando vi o Mercedes adentrando a propriedade e parando em uma derrapagem.

Eu quis me esconder, de início, mas sabia que seria tampar o sol com a peneira. Ele me encontraria na propriedade. Temendo que o pessoal da reforma ouvisse nossa iminente discussão, fui de encontro ao idiota do Mateus.

Eu sempre soube que ódio é um dos piores sentimentos e que não devemos direcioná-lo a um irmão, ainda mais de igreja. Mas com ele era impossível não sentir ódio, decepção, mágoa ou nojo.

— Esse lugar não o pertence mais. O que quer aqui? – esbravejei.

— Boa noite para você também, Maria – ironizou. — Eu paguei por isso e, inclusive, terei que pagar pelos serviços que esses caras estão catalogando. É justo eu averiguar. – Apontou com a cabeça para os homens que estavam medindo a janela.

— Eles estão bem ali, então vá lá falar com eles e depois saia – pedi. Eu não era forte o bastante para jogá-lo porteira afora, como queria.

— Aproveitei e vim te ver.

Ele se aproximou como um predador faminto avistando sua presa. Sem permissão alguma, cheirou o meu pescoço me causando arrepio de asco.

— Vejo que ainda sente algo por mim – zombou com arrogância.

— Sim. Isso é meu corpo repelindo você!

— Você não é a mesma Maria por quem renunciei minha vida boa e tranquila e me casei. Você está mais atrevida. Por um acaso seus modos ficaram no apartamento? Uma mulher não deve agir assim diante seu marido.

— Você bateu com a cabeça? Já estamos divorciados. Eu não sou a mesma Maria, você garantiu que ela se transformasse quando a traiu. Eu posso ter mudado a forma que me vejo como mulher, mas você também esqueceu o papel de marido quando não me respeitou e nem ao nosso matrimônio. Agora eu sou livre para fazer o que bem entender.

— Livre para fazer o que bem entender? De jeito nenhum! Eu sou um político e não quero meu nome associado a uma vagabunda. Você vai aprender a me respeitar. O que eu fiz foi um deslize. Chega dessa baboseira de fazenda. Você virá comigo!

— Senhora – pigarreou Flávio. — Já estamos indo. A senhora irá conosco ou com o Sr. Mateus?

— Com vocês – falei quase implorando.

— Comigo. Podem ir, eu a levo – garantiu Mateus e eles foram embora.

Meus olhos lacrimejaram, novamente pelo medo. Dessa vez o medo era do que Mateus faria comigo. Ele apertou meu braço e tentou me arrastar para o carro.

— Já disse que não vou com você, então pode me soltar. – Comecei a chorar amedrontada.

— Você já está com outro homem? – gritou voando saliva em meu rosto.

Ouvi barulho, mas o medo era tanto que não me concentrei. Mateus estava irreconhecível pela raiva. Seus olhos pareciam soltar faíscas. Engoli em seco.

— É claro que não! E mesmo se eu tivesse, não é da sua conta. Estamos separados e quem me traiu de forma vil foi você. Você tem uma ordem de restrição que não está cumprindo. Meu advogado saberá disso! Agora eu já pedi para me soltar. Você está me machucando.

Eu queria revidar e ser forte. Queria mostrar a ele o quanto ele não significava nada e em nada me afetava. Mas eu estava com medo, com dor e com angústia. Então, fraca como sou, continuei a chorar.

— Você não vai dizer nada a esse advogado de merda. Eu sou um deputado. Retire essa ordem o quanto antes ou vai se ver comigo – gritou.

Após suas palavras e ameaças, senti o que jamais imaginei sentir além do medo: dor da humilhação. O barulho do "plaft" fez meu rosto arder. Por um instante tudo pareceu suspenso enquanto meu cérebro raciocinava que ele estava me batendo.

Meu rosto queimou pelo tapa, pela vergonha, pela humilhação e pelo medo.

— Para! – pedi aos berros.

Coloquei a mão em meu rosto fumegante. As lágrimas que por ele rolavam, não eram frias o bastante para aplacar a ardência. Minha alma sangrava em meio a tamanha humilhação.

Sem me dar conta, apenas ouvi um "vup", com uma mão em punho passando muito próxima a mim, mas não me atingiu. O corpo de Mateus caiu no chão e Henry voou por cima dele. Mateus gritou algo inteligível, mas eu precisava parar com isso. Se Henry continuasse as agressões, poderia acabar com sua vida. Mateus era influente demais e poderia fazer o que quisesse com um simples cowboy.

Eu o puxei pela camisa, tirando-o de cima de Mateus que urrava de ódio e de dor. Nós dois estávamos com a mão no rosto. Pedi perdão a Deus, mas no fundo senti que ele mereceu.

— Tire as mãos dela, ouvindo? Se ousar fazer mais alguma coisa do tipo, é você quem vai se ver comigo! – gritou Henry já de pé e deu um chute no traseiro de Mateus.

Eu quis rir da desgraça alheia, mas em minha cabeça apenas chegava o questionamento: o que eu fiz para merecer isso? A quão errada eu sou?

— Vocês dois não perdem por esperar. Essa agressão será documentada, estão ouvindo? – disse Mateus e entrou no carro.

Voltei a chorar. Henry me abraçou e afagou meus cabelos sussurrando em meu ouvido palavras doces. Ainda assim, não me reconfortavam. Eu me senti suja em seus braços, ainda que como um abraço. Eu me senti impura, indigna e errada. Tudo estava errado e quanto mais eu pensava, mais eu chorava de soluçar. Mateus estava certo: eu era uma vagabunda. Meus pais estavam certos: eu era uma vergonha.

Henry beijou minha testa, minha bochecha ardendo e minha mão. Ele me conduziu até Homer e o mesmo pareceu me aceitar. Subimos os dois no cavalo, eu na frente e ele atrás de mim me abraçando.

Homer apenas trotava devagar. Olhei para o céu estrelado e meu choro se tornou baixo, mas constante. Henry continuava a murmurar palavras doces, mas quase não prestava atenção. A cena da traição e, agora do tapa, ficavam repetindo em minha mente e em todas eu notava um culpado em comum: eu mesma. Eu não fui uma boa mulher.

- - - - - - - - - -

— Maria, espere – arfou Henry correndo atrás de mim que subi os degraus de dois a dois.

Eu não queria ver ninguém, queria apenas limpar os vestígios do toque de Mateus. Henry me alcançou e me enlaçou com seus braços. Ele me abraçou por trás forte, quando eu já estava no meu quarto em sua casa. Eu tremia ao ponto de me debater.

— Preciso tirá-lo de mim – falei bobamente.

— Não há nada em você – falou baixo.

— Não é nada que se possa ver, mas que apenas eu sinto: repulsa.

Henry suspirou profundamente e me conduziu até a cama. Ambos nos sentamos e assumi minha postura submissa, olhando para baixo, apenas esperando ordens. Ele pegou meu queixo com seu dedo indicador e o elevou, fazendo-me encarar-lhe. Eu não queria ver sua pena refletida em seus olhos.

Demorei a focar a visão em sua íris escura, mas quando realmente prestei atenção, notei que seus olhos não estavam penosos. Havia algo mais ali, o qual não soube identificar.

— Vocês dois já não tem nada um com o outro. Ele pode ser forte e influente, mas eu também sou. Não se preocupe. Eu cuido de você.

Quis chorar de novo. Não de dor essa vez, mas por me sentir querida. Saber que alguém se importava comigo, que seria capaz de colocar sua vida – ainda que como carreira – em risco, por mim.

Comecei a sentir naquele momento, algo por ele que não soube nomear. Não era amor, não era orgulho, não era paixão. Era como se fosse uma amizade pura e confiável. Eu o queria sempre em minha vida, não importava com que titulação, pois naquele momento eu soube que no que precisasse dele, eu poderia contar. Ele foi melhor do que minha família e foi além de um amigo.

— Obrigada, Henry. Você não tem ideia do que isso significou para mim – falei, sorrindo pela primeira vez.

Meu sorriso não chegava aos olhos, pois ainda tinha espasmos involuntários no corpo, devido a carga de adrenalina causada pelo trauma.

Henry se aproximou mais, tirou uma mecha do meu cabelo que estava cobrindo parte do meu rosto. Delicadamente passou o dedo indicador e o médio, unidos e dobrados em minha bochecha. Uivei baixinho.

— Aquele desgraçado merece mais do que uma surra por ter feito isso com você. Violência não leva ninguém a nada. É ainda pior quando um homem bate em uma mulher. Desculpe ser indelicado agora, mas permita que eu tire uma foto disso? Assim você terá um bom registro para enviar ao seu advogado.

— Tudo bem – murmurei.

Henry pegou o celular e tirou algumas fotos focando no hematoma em minha bochecha. Em meio a tanta humilhação, nem havia pensado em colher provas.

— Agora preciso de um banho – comentei seguindo para o banheiro. Henry continuou no quarto.

Liguei a ducha, tirei a roupa mandando-a longe. Peguei o sabonete líquido, esguichei na bucha vegetal e entrei embaixo do jato quente. Cada passada da bucha em meu corpo, uma torrente de lágrimas descia. Tive que segurar a ânsia de vômito três vezes. Quando eu fechava os olhos via Mateus com Priscila, quando apertava os olhos para não ver a cena da traição, eu sentia seu tapa em minha face. Por fim, quando abria os olhos, percebia o quanto era vazio e solitário.

Sem perceber, soltei um grito esganiçado. Uma lufada de ar invadiu o banheiro e um Henry preocupado entrou. Agradeci a camuflagem criada pelos vapores no box. Apenas minha cabeça era visível. Eu o via em toda a sua glória, já ele, apenas o meu olhar vermelho choroso.

— Você precisa de ajuda. – Não era uma pergunta, então apenas assenti.

— O que posso fazer, bela, para aplacar sua dor? – perguntou visivelmente afetado.

Fechei os olhos mais uma vez e agradeci a Deus. Eu estava me sentindo solitária e vazia. Eu sabia que isso não duraria e sabia que ele estava apenas sendo gentil, mas me permiti um pouco da dose oferecida por Henry.

— Apenas, não me deixe sozinha – pedi.

Ele passou a mão por seus cabelos longos, sentou-se na tampa do vaso e fez o que pedi: ficou.

Meus olhos pararam de chorar por Mateus e passaram a brilhar meu homem íntegro, gentil e errado à minha frente. Éramos tão opostos e ainda assim, tão complementares...

Suspirei.

Eu estava com medo de me apaixonar, talvez o fundo, eu já estivesse.

*********

O final de semana chegou e com ele mais um capítulo do nosso cowboy cretino e a gordinha gospel.

Ela sofreu com a agressão de Mateus, mas Henry deixo claro que, se depender dele, ela estará protegida. Ela admite que está se apaixonando por ele. Será que ele quebrará as barreiras dele também.

Ela ainda é bem submissa, baixa autoestima e pensa muito no que "os outros vão achar", mesmo assim teve atitude diante de Mateus e coragem diante Henry. Ou seja, ela está amadurecendo e se encontrando.

No próximo capítulo Henry se mostrará um pouco cretino, como bem sabemos, ele também não iria mudar da noite para o dia. Mas também tem clima quente na fazenda e ao mesmo tempo, um humor. E aí? Façam suas apostas e até o próximo final de semana.

Gostou? Não esqueça de dizer o que está achando da história e deixar seu voto. Beijos.

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