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Capítulo 6

2894 Palavras

Os raios do sol atravessam a janela já faz algum tempo. O chalé continua mergulhado em seu silêncio matinal, rompido apenas pelo baixo som da televisão.

Toco meu peito por mais uma vez, gemendo baixinho. Apesar de estar bem menor, a dor persistiu durante a madrugada inteira, me fazendo esquecer qualquer chance de relaxar um pouco que fosse.

Por sorte, já estarei completamente recuperado daqui poucas horas.

Ouço o som de alguns passos arrastados, e Alana surge, esticando seus braços acima da cabeça – Bom dia... – Diz em um bocejo.

- Bom dia. Dormiu bem? – Digo me movendo devagar sobre o sofá.

- Até que sim, só achei ter escutado alguns barulhos. – Ela se joga no sofá bem ao meu lado, olhando fixamente a televisão.

- Tirando isso, dormiu bem mesmo? – Questiono, querendo saber se de alguma forma ela teve contato com o fantasma dessa madrugada.

- Mesmo, dormi bem... Só que me sinto mais cansada agora do que ontem... – Diz preguiçosamente, bocejando novamente – Sono...

- É, estou percebendo... – Digo, e ela dá um meio sorriso.

Alana assente devagar, esfregando os olhos – E você, como passou a noite? Ficou sem dormir mesmo?

Por um instante reflito sobre como responder essa pergunta. Não sei se conto sobre a aparição dessa noite, afinal isso poderia colocar a viagem em risco... Mas parando pra pensar melhor, aquela coisa era hostil, então ocultar isso pode nos colocar em um risco ainda maior.

- Preciso te contar uma coisa Alana. – digo a olhando.

- O que houve? – Ela diz, franzindo o cenho.

Pendo o corpo para frente, unindo minhas mãos – Apareceu um fantasma essa noite.

- Que?! – Ela levanta num pulo e me encara por longos segundos. Ergo as sobrancelhas em resposta, e Alana aparenta estar incrédula. – Sério? E você nem me acordou pra ver o fantasma?

- Foi tudo muito rápido. Te acordar foi a última coisa que passou pela minha cabeça naquela hora. – Ela aperta a boca e balança a cabeça em reprovação.

Ao invés de ficar preocupada, ela queria ser acordada para ver o fantasma. Minha irmã se supera a cada dia.

- E como é que foi isso?! – Ela se ajeita no sofá, focando toda sua atenção em mim.

- Foi estranho. Era um bicho todo pálido, sem expressão, parte do corpo era transparente, flutuava e atravessava as coisas, essas coisas que fantasmas fazem nas lendas... Ele apareceu de repente no meio da madrugada, e sem mais nem menos, começou a me atacar. – Resumo toda a história, relembrando cada momento. – Ele me deu trabalho. Enfrentar ele foi bem complicado.

- Só isso? Um fantasma apareceu, vocês brigaram, e você espantou ele? – Alana me questiona com o olhar.

- É, eu resumi a coisa toda, mas o principal foi o que acabei de contar. – Apoio os cotovelos nos joelhos, encarando o chão.

- Tá legal, estamos num chalé assombrado, estou achando isso o máximo... – Ela comenta, e definitivamente sei que ela não está sendo irônica. Desde que a conheci, sei que Alana adora qualquer coisa relacionada ao sobrenatural. Não é à toa que ela sempre procura sobre coisas de terror – Mas por qual motivo o fantasma te atacaria, e não a mim? Eu estava dormindo, então seria um alvo bem mais fácil.

- Boa pergunta... Também não faço ideia do porquê disso. – Respondo simplesmente.

Ouço um suspiro – De qualquer jeito, o bom é que conseguiu afastar esse fantasma.

- Só não foi tão fácil como aparenta. Aquela coisa me deu trabalho... – Lentamente levo a mão ao peito – Foi a primeira vez que fui ferido desde aquele dia.

- O que? Você foi ferido? – Apesar de mal se mover, seu tom foi mais afobado, tomado pela preocupação. – Está sentindo alguma coisa?

- Não, estou bem, não é o tipo de ferimento capaz de acabar comigo. E não é nem isso que me deixa pensativo... – Apoio uma mão em frente a boca, voltando a pensar sobre algo que me surgiu essa noite.

- E o que seria? – A olho de canto, Alana tem os braços cruzados.

- Lembra que quando chegamos nesta cidade, você teve a impressão de estar sendo observada? – Minha irmã acena afirmativamente – E lembra também que ontem, fomos avisados para estarmos dentro de casa até um horário?

- Sim, me lembro disso... – Alana baixa seu olhar, quando num estalo, ela parece entender onde quero chegar – Acha que a vendedora de ontem pode saber de algo?

- Talvez. Afinal, foi ela quem nos deu o aviso. – Ergo os ombros. – Um aviso bem vago se pensarmos bem.

- Precisamos voltar lá. – Alana diz, se colocando de pé.

- Concordo, mas nada de nos afobarmos. – Fico de pé também, alongando o corpo devagar – Vamos comer algo primeiro e descontrair, só então iremos lá na loja.

Minha irmã me olha por demorados segundos, assentindo e retornando ao quarto, enquanto que respiro fundo, passando uma mão pelo rosto devagar. Não quero que isso estrague nossa viagem.

Mas também, não posso deixar que algo assim coloque minha irmã em risco. Ela pode ter tanto poder quanto eu e saber se virar... Mas como irmão mais velho, irei cuidar dela em qualquer situação.

Não sei o que se esconde por trás dessa aparição, mas pretendo descobrir.

*****

Caminhamos pelas ruas calmas, já próximos da fatídica loja de ontem. Minha cabeça está fervilhando com as perguntas que tenho, mas estou decidido em perguntar apenas o essencial.

Entramos na loja, onde vejo a senhora de antes atendendo uma mulher, mas não vejo o que ela está comprando. Passo meu olhar pela loja, não encontrando a garota que me atendeu ontem.

- Quer ver mais algo hoje? – Questiono minha irmã.

- Hoje não, escolhi meus favoritos ontem. – Ela me sorri. – Não me faça cair na dúvida terrível do que levar outra vez.

Dou uma curta risada e avanço para o balcão. A senhora vira seu olhar a nós – Bom dia, como posso ajuda-los?

- Precisamos falar com a garota que nos atendeu ontem... Se me lembro bem, ela se chama Jessica. – Digo sem rodeios, recebendo um olhar confuso da senhora – É que quero encomendar um quadro novo, e ela disse que eu poderia procurar por ela.

- Ah claro, irei chama-la. – Ela diz, se afastando e entrando por uma porta próxima ao balcão, e retornando após alguns momentos, acompanhada da garota de ontem.

A garota nos olha um pouco surpresa. – Ah, são vocês. – Diz baixinho.

- Pelo visto, ainda se lembra de nós. – Alana diz com um sorriso.

- Claro, estiveram aqui na loja ontem. – Me responde, apoiando os cotovelos no balcão – O que precisam hoje?

- Podemos falar por um momento? – Digo, e ela me observa curiosa – Será rápido.

A garota olha para a senhora de relance, e confirma com um gesto, saindo detrás do balcão e caminhando para fora da loja, seguida por mim e Alana.

Paramos em frente à loja, e ela se volta a nós. – Minha vó disse que vieram para encomendar um quadro... Mas algo me diz que não é sobre isso que querem falar.

- Encomendar um quadro eu não sei, mas voltaremos para comprar mais algo antes de irmos embora. – Ela olha de mim a minha irmã, parecendo não acreditar muito no que eu disse – Mas no agora, precisamos te perguntar sobre outra coisa.

Ela encosta no batente da porta, cruzando seus braços – O que seria?

- Ontem você nos deu um conselho... – Alana começa a falar – Estarmos dentro de casa, e descansarmos cedo.

- Sim, eu disse isso. – Ela olha para nós repetidas vezes – Esse é um costume da nossa cidade.

- Apenas um costume? – Arqueio as sobrancelha. – Mas tem algum motivo?

- Sim, mas... Por que querem saber sobre isso? – Ela nos olha com curiosidade.

Passo os dedos pela testa, refletindo um segundo – Como é que vou explicar isso... É que essa madrugada, apareceu um fantasma na pousada onde nos hospedamos.

A garota nos olha com espanto, levando uma mão a boca como se reprimisse qualquer som que pudesse emitir. Eu e minha irmã trocamos um rápido olhar ao ver essa reação dela – Isso... Isso é sério?

- Sim... – Alana balança a cabeça – Eu estava dormindo e não vi nada na hora. Mas meu irmão o viu, e foi atacado pelo tal fantasma.

- Meu Deus... – A garota diz, desencostando da porta e andando de um lado ao outro em passos vagos. Ela parece desorientada, e balbucia algo em voz baixa – Um fantasma... Um fantasma apareceu mesmo... Então... Isso é mesmo real?

Alana e eu trocamos um olhar, e volto minha atenção a garota – Pelo conselho que nos deu ontem, imaginamos se você poderia saber de alguma coisa sobre isso.

Ela aperta a boca respirando fundo, e seu olhar cai por um instante, antes de retornar a nós – Não, eu só... Não sei de muita coisa, só o que sempre ouvi das pessoas que moram aqui na região...

- O que souber, já irá nos ajudar a entender o que houve essa madrugada. – Digo levando as mãos aos bolsos.

- Tudo bem... – Ela respira fundo, numa nítida tentativa de se acalmar – Existe uma crença local, dizem que nossa cidade tem uma incidência espiritual muito alta, e algumas pessoas dizem que já viram... Mas nunca acreditei nessas coisas, sempre achei que eram histórias usadas para assustar crianças.

- E a quanto tempo essa crença existe? – Alana questiona fitando a garota.

- Desde antes de eu nascer, a anos existem relatos de aparições de assombrações por toda a cidade durante as noites. – Ela explica pensativa.

- Então por isso nos aconselhou a não estar na rua quando anoitecesse? – Alana questiona, voltando seu olhar a mim.

- Sim, a crença da cidade diz que após o anoitecer, as almas dos atormentados vagam pela cidade buscando pessoas para carregar ao outro mundo. – Ela aperta os lábios, tendo um olhar preocupado – Por isso aconselhamos a se recolher antes do anoitecer, inclusive todo o comércio da cidade também fecha cedo.

Alana cerra seu olhar – Mas isso não explica o porquê de aconselhar as pessoas pra descansar tão cedo.

- Minha vó diz que seres atormentados não conseguem distinguir pessoas que estão dormindo, por isso as ignoram... – Ela ergue seus ombros – Então deitar e tentar dormir cedo é a maneira conhecida de afugentarmos qualquer assombração.

- Agora faz sentido eu ter sido ignorada, eu estava dormindo quando aquele fantasma veio... – Alana comenta pensativa, e por fim, me olha preocupada.

Acho que já sei o que minha irmã está pensando.

Torno a olhar para a garota – Você aparentou não acreditar nessa crença.

- E não acreditava mesmo, desde criança ouvi algumas pessoas falando que viam vultos e espíritos vagando pelas ruas, ou escutavam barulhos em casa... Só que nunca dava bola, achava ser brincadeira por nunca ter visto nada. – Ela tem o olhar baixo. – Mas vocês são visitantes, chegaram a pouco tempo na cidade e já tiveram um encontro com um ser desses, talvez esteja com minhas convicções abaladas.

Suspiro balançando a cabeça – Eu entendo, não é algo fácil de lidar.

- Mas espera, você esteve de frente com o fantasma, não é? – Ela se aproxima de mim, fitando meus olhos – Como ele era?

- Bem pálido, todo esquelético, tinha um olhar vidrado, vestia trapos, e ficava transparente a partir da cintura pra baixo... – Ergo os ombros – Não tem muito a dizer dele.

- Entendi... – Ela pisca algumas vezes – E o que você fez pra escapar?

- Muito simples, assustei ele. – Digo brincalhão.

- Muito engraçado, agora acho que está tirando uma com minha cara. – Ela desvia o olhar e balança a cabeça negativamente, mas pelo seu sorriso, parece ter achado graça na minha piada.

- Foi só para descontrair um pouco. – Mantenho meu sorriso – De qualquer jeito, agradeço pelas informações e pelo seu tempo, nos ajudou bastante.

- Está tudo bem, não precisa me agradecer. – Ela sorri com o olhar baixo, mas logo nos fita novamente – Sabem, alguns moradores dizem que nossa cidade é amaldiçoada, e evitamos comentar muito a respeito para não assustar os visitantes que fazem o comercio da cidade andar... Espero que isso não afaste vocês daqui.

- Não se incomode, eu e meu irmão estamos acostumados com coisas incomuns. Isso não afetará nossa estadia na cidade. – Alana comenta, e tenho que concordar.

- Isso é ótimo, fico contente em saber que as maluquices daqui não vai mandar vocês para longe. – Ela diz sorrindo, enquanto minha irmã e eu rimos – Desculpem, mas tenho que voltar ao trabalho.

- Tudo bem, agradeço novamente... – Ela nos da um aceno discreto, e vira para retornar a loja – Ah, espere. Lembrei de mais uma coisa...

A garota me olha sobre o ombro, com uma expressão de curiosidade.

- Precisamos falar sobre a encomenda... Vou querer que faça um quadro sim, afinal quero levar uma recordação única desta cidade, mas não tenho nada especial em mente. – Lanço um sorriso de canto – Me surpreenda.

A garota pisca algumas vezes, levemente boquiaberta com o que acabou de ouvir. Sua expressão surpresa desaparece, dando lugar a uma envolta em animação que aceitou o pequeno desafio que propus.

Ela dá uma curta risada e acena com a cabeça para mim – Pode deixar, irei te surpreender mesmo.

Gosto da animação dela, e da forma como ela reage frente a um desafio, por menor que seja. Algo me diz que gostarei do resultado.

- Tenho que te falar sobre os preços... – Ela começa, mas ergo uma mão levemente.

- Não é necessário, afinal valores não é um problema. – Sorrio de canto ao ver sua expressão.

- Bom, ai é você quem sabe... – Ela salta os ombros – De qualquer jeito, sei que estão de passagem na cidade, por isso quero dar uma dica a vocês.

Eu e minha irmã trocamos um olhar rápido. – Dicas sempre são bem vindas. – Alana me comenta, e voltamos a olhá-la.

- Primeiro quero explicar mais daqui. Visconde de Mauá é dividida em três vilas, e neste momento estamos em Mauá, a primeira vila. – Diz animada, unindo as mãos em frente ao corpo – As outras são Maringá e Maromba respectivamente. Recomendo que façam uma visita nas duas vilas, são lugares excelentes.

- É mesmo? – Ergo uma sobrancelha – Estou curioso, me conte mais.

- Maromba é onde estão a maioria das cachoeiras por ser bem próximo da nascente, enquanto que Maringá é o nosso centro comercial, lá tem bem mais lojas, restaurantes que são referência, além de muitos lugares para visitarem pela tarde. – Ela pausa por um segundo – Enquanto que seguindo aqui por Mauá, vocês tem a opção das trilhas, os mirantes e também passeios a cavalo.

Aceno com a cabeça cogitando a ideia – Hm... Me parece interessante. Acho que compensa darmos uma olhada a fundo em todas... E pra chegar nessas outras vilas, é muito complicado?

- Não, passa um ônibus na rua principal. – Jessica tem seu olhar voltado na direção da avenida – Ele faz o trajeto de uma ponta a outra das três vilas, não tem erro.

- Visitaremos esses lugares, obrigado pela dica. – Comento e ela acena a cabeça.

Observamos a jovem retornando a loja, enquanto que eu e Alana viramos para seguir ao nosso passeio do dia, avançando em passos silenciosos sem olhar para trás.

- E aí, o que você acha? – Pergunto olhando para Alana de soslaio.

- Acho que estamos numa cidade assombrada. – Ela esboça um sorriso – E você?

- Acho que estamos numa cidade assombrada. – Repito, e nós dois trocamos um sorriso. Pelo menos estamos numa cidade assombrada com bastante variedade.

- E eu me atrevo a dizer que você está dando em cima das garotas da cidade. – Ela diz com um sorriso brincalhão estampado no rosto.

- E eu me atrevo a dizer que vou cortar seu fornecimento de doces. – Rebato, e vejo seu sorriso se desmanchar, e sou fuzilado por um par de olhos fulminantes.

- Você não ousaria fazer isso comigo. – Murmura em uma careta.

- Duvida? – Ergo uma sobrancelha a fitando – Pois bem, então diga de novo que estou dando em cima de qualquer uma desta cidade.

Alana balança a cabeça negativamente – De jeito nenhum, sei muito bem que não teria tal atrevimento, isso renderia uma onda de fúria implacável da minha parte e sérios danos a sua parte, tudo devido à ausência de doces no meu dia... Por isso, pela sua própria segurança, prefiro não falar nada e manter meus doces intactos.

Pisco algumas vezes após tudo que minha irmã acabou de dizer. Apesar de não termos nenhum laço sanguíneo, somos realmente irmãos. Ambos sabemos usar as palavras ao nosso favor, e da forma mais maluca possível.

- Viu como me preocupo com você e seu bem-estar irmãozão? – Ela diz, com o olhar mais inocente do mundo.

Não me aguento, e solto uma gargalhada de puro divertimento, e ela acaba rindo junto. Minha irmã é demais em sei lá quantas formas diferentes – Certo, certo. Estou vendo como se preocupa comigo... Uma irmãzinha muito preocupada.

- De qualquer jeito, o que pretende fazer? – Ela muda seu tom, e entendo que o foco da conversa mudou. – Ainda temos que lidar com esse problema dos fantasmas.

Não reprimo um sorriso – Você verá, te adianto que precisamos de sal... Muito sal. Mas hora, vamos apenas aproveitar essa vila. Ainda temos alguns lugares para ver.

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