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Capítulo 33

3991 Palavras

~ Alana ~ 

Interrompo meu ritmo apressado de volta para a vila de Mauá, observando como o céu noturno assumiu um profundo vermelho muito de repente, sentindo as gotículas de uma fina garoa molharem meu rosto.

Não sei o que está havendo, mas isso não me parece uma coisa boa.

Apesar de ser um incidente tão anormal, que me faz lembrar muito como era o Abismo alguns meses atrás, não nego que o profundo brilho da lua e o cintilar das estrelas se destacando no não tão nublado céu avermelhado é uma visão bem marcante.

Mesmo instigada a permanecer olhando por muitos momentos pela nostalgia crescente em meu peito, sei que não posso, esse não é o momento.

Volto a seguir pelo meu caminho silencioso, preocupada com como todos estão. Espero que aquelas linhas de sal tenham mantido eles a salvo dos fantasmas.

Mas uma outra preocupação é Tadeu e sua família, afinal algumas linhas de sal não afastará nenhum deles. Desde que deixei aquela casa, nenhum deles apareceu em nenhum momento. Mas o calafrio que senti quando estive naquela casa permanece bem vivo nos meus pensamentos.

Espero que eles não tenham ido até o chalé e atacado a todos enquanto eu não estava lá. Torço para que eles estejam bem.

Não deixo de notar como existem várias rachaduras e grandes irregularidades pela pista, invadindo visivelmente para dentro da vegetação fechada.

Além disso, mesmo na penumbra percebo que vários pontos da vegetação está danificada, tendo muita terra, galhos, folhas, e até alguns pedaços grandes de árvores partidas ao meio espalhadas pelo asfalto. Parece até que houveram grandes explosões descontroladas por dentro do matagal.

Não estava assim quando fui para a casa das bruxas, isso aconteceu enquanto eu estava lá... Mas sendo bem sincera comigo mesma, não é difícil saber o que, ou melhor, quem causou tudo isso, ainda mais com essa escuridão pura presente ao redor.

Não levo tanto tempo caminhando em passos largos, e quando ao longe enxergo a entrada da vila e as luzes das várias ruas paralelas à avenida principal, enxergo uma figura estática na beirada de uma calçada, com seu rosto voltado para baixo. Um fantasma.

O que me incomoda é que esse é diferente dos demais.

Os fantasmas são pálidos ou cinzentos, e apesar de macabras, é possível enxergar alguns traços em suas feições, sejam humanos ou esqueléticos, e seus corpos são transparentes a partir de certo ponto, quase nunca possuindo pernas...

Já esse é completamente escuro, tendo seu corpo inteiro parecido com uma sombra viva, não tem nada em seu rosto, e uma estranha fumaça escura emana de seu corpo.

Procuro em volta, não enxergando nenhum outro fantasma nas proximidades. Está tudo muito quieto, não sei se isso é uma coisa boa ou ruim.

Me abaixo e evitando seguir pela rua, tento aproximar dele com o máximo de cautela para evitar ser percebida. Apesar de saber que consigo limitar seus movimentos, não tenho sal comigo para conseguir causar danos verdadeiros, por isso opto por evitar o confronto.

De repente o fantasma ergue seu rosto e o vira diretamente para mim, torcendo o pescoço num movimento tão brusco que me causa náuseas de tão antinatural. Se seu corpo fosse físico, tenho certeza que escutaria os ossos do seu pescoço se partindo.

Meu corpo paralisa sob seu olhar, e bem tensa, engulo em seco esperando por qualquer reação sua. Qualquer menção de ataque, eu atacarei primeiro. Porém a única coisa que acontece é uma luz próxima ligar e sua presença desaparecer de repente.

Sabendo que já fui vista, não tento mais passar despercebida. Levanto e começo a correr, seguindo na direção do chalé. Por sorte não estou muito longe, então sei que conseguirei chegar sem muitos problemas.

Atravesso a avenida principal, sendo vista por alguns fantasmas vagantes. Figuras pálidas e solitárias me olham por todos os lados, alguns cinzentos, outros emanando um brilho em seu interior, todos acompanhando cada um dos meus passos. Quanto mais avanço, mais deles estão presentes.

Alcanço a entrada do chalé, e entro apressada. Ao redor, escorados nos chalés ou parados atrás de alguma árvore, consigo enxergar algumas silhuetas ocultas pela baixa luminosidade. Nenhum deles ousa avançar, mas meus instintos gritam, me alertando que estou sendo observada de todas as direções.

Alcanço o chalé em que me hospedei, girando a maçaneta repetidas vezes, sem conseguir abrir. Está trancada.

O calafrio me percorre e por mais uma vez sou alertada pelos meus instintos. Lanço meus olhos sobre o ombro, e as figuras que antes se ocultavam, agora avançam silenciosos em minha direção.

Forço a porta por mais uma vez, sem sucesso em conseguir abrir, e percebendo que as assombrações estão muito mais próximas de mim, quase que me cercando por completo, abandono a porta da frente e corro para a porta do deque do chalé.

Alcanço a porta, porém a mesma também está fechada. Tento sacudir a porta numa vã expectativa que isso fosse funcionar, mas é claro que não. Que ótimo, as duas portas fechadas e eu cercada de fantasmas.

Até imagino que o chalé esteja vazio, só que escuto barulhos lá dentro, o que me faz mudar de ideia. Sem perder tempo bato na porta com bastante força repetidas vezes – Sou eu! Abram!

Alguns fantasmas se aproximam demais, e só me dou conta em cima da hora. Por muito pouco desvio da investida de um deles, recuando alguns passos, mas outros três já me aguardam logo atrás. Só desviar não vai me levar a lugar nenhum, precisarei enfrentá-los.

Como uma correnteza congelante percorrendo dentro do meu corpo, o ar frio se manifesta, liberado através das minhas mãos e em um instante, por toda a extensão dos meus braços.

Giro o corpo para confrontar os fantasmas que antes estavam atrás de mim, e erguendo ambas as mãos, largas pontas de lança se formam ao redor dos meus braços, atravessando o corpo espectral de dois deles.

A ponta de lança se parte e largos pedaços de gelo caem, se estilhaçando ao encontrarem o chão de madeira. Ao redor dos meus braços, uma camada de gelo se vê presente, e dessa forma golpeio o terceiro fantasma, afundando minha mão em seu peito e deixando o ar frio se expandir dentro do fantasma.

O contato direto com a criatura faz sensações mórbidas percorrerem todo o meu corpo. Invisíveis fios parecem serpentear minha pele e prendem não só meu corpo, mas também minha alma, de forma que sinto sufocar, não importando quanto ar eu inspire. Arrepios se espalham pela minha pele, tremores invadem meu interior, sinto o interior do meu peito doer de uma forma que não é física, e minha visão começa a apagar, conforme sinto como se as garras da própria morte estivessem me envolvendo cada vez mais.

Aperto os olhos e, mordendo o lábio com força o bastante para sentir o sabor do meu sangue, desperto rapidamente, me dando conta que a criatura afundou seus dedos nos meus ombros. Aperto os dentes de forma que consiga liberar o máximo de ar frio que puder, sendo o bastante para que o interior do fantasma se congele e parta de uma vez.

A criatura tira seus dedos dos meus ombros e imediatamente arfo de dor, sentindo como se várias pontas de facas acabassem de ser arrancadas do meu corpo.

Lanço meus olhos para trás e, focando nas criaturas que cada vez mais se aproximam prontas para atacar, ergo um dos braços em direção dos fantasmas, e da palma da minha mão alguns cristais surgem, flutuando suavemente no ar enquanto cintilam emitindo um som semelhante a um tilintar.

Os cristais aproximam dos fantasmas e tocam seus corpos espectrais, e de imediato seu brilho se intensifica, fazendo com que o gelo expanda envolvendo os fantasmas, fragmentando seus corpos em alguns pedaços que se separam de si.

Respirando fundo repetidas vezes, toco meus ombros buscando aplacar a dor de um ferimento inexistente em meu corpo, tentando resistir a dor latente causada pelo toque do fantasma. Meu corpo tonteia de leve, mas consigo me manter de pé e recobrar minha concentração.

Noto cada um dos fantasmas à minha frente recompondo seus corpos como se nada os tivesse acontecido, e os fantasmas que atravessei com a lança de gelo já estão com seus corpos recuperados. Meu ar congelado não funciona contra eles.

A porta do chalé abre de repente, iluminando grande parte do deque escuro. Uma figura aparece na porta, olhando diretamente para mim e sacudindo um braço – Vem Alana!

Olho rapidamente para os fantasmas, e disparo na direção da pessoa, passando pelo meio deles sem ser atingida, pulando para dentro do chalé sem nem olhar para trás. Tudo que ouço é o som da porta sendo fechada num estrondo.

Inclino o corpo para frente, apoiando ambas as mãos nos joelhos.

- Você está bem? – Rafaella questiona, parando ao meu lado.

Olho primeiro para a loira, e passo meus olhos por todos ao redor. Danilo está próximo, tendo sua atenção voltada a mim. Jackson está parado ao lado da porta, tendo um saco de sal em mãos, e Jessica está isolada no canto, sentada no chão e abraçando seus joelhos com firmeza, notavelmente tensa. Quando percebem minha presença, ambos também me olham.

- Fui atingida por um dos fantasmas, mas estou bem. – Respondo endireitando minha postura, olhando para cada um deles. – Tiveram problemas enquanto estive fora?

- Não, as linhas de sal funcionaram bem. Nenhum fantasma entrou aqui depois que saiu. – Danilo conta respirando fundo, trocando o apoio do pé e cruzando os braços com firmeza. – Mas não foi tranquilo, do nada tudo começou a tremer. Uma fumaça escura apareceu do chão e espalhou no lugar inteiro, o ar ficou muito pesado de repente, e além disso, escutamos barulhos de explosões lá fora...

Sou confrontada pelos olhares questionadores de Danilo e Rafaella. Eles se entreolham, e a garota dá um passo cuidadoso – O que está havendo lá fora?

- Eu não sei ao certo... – Murmuro balançando a cabeça, preferindo omitir que meu irmão foi o causador disso. – Muita coisa está acontecendo ao mesmo tempo.

- Entendi... de qualquer forma, conseguiu encontrar seu irmão? – A garota questiona ansiosa.

- Sim, consegui. – Respondo afastando da porta, me sentindo profundamente incomodada ao observar o nervosismo tão aparente de Jessica.

- E onde ele está? Não veio com você? – Danilo questiona inquieto.

- Não, ele ficou para lidar com as bruxas. - Abaixo meu olhar por um instante, lembrando do céu vermelho que vi momentos antes de chegar na vila. – É possível que ele esteja enfrentando elas agora mesmo.

- Sozinho? – Rafaella questiona com uma expressão surpresa – Isso é loucura!

- Sei disso, mas não me preocupo. Sei que meu irmão já está recuperado... Ele não vai perder. – Digo me afastando em passos lentos, confiando que meu irmão não será vencido dessa vez.

- Vamos confiar nisso. – A garota diz, mais para si mesma do que para mim. – Mas são cinco delas...

- Quatro. Nicole já foi derrubada. – Ao dizer isso, reparo como Jackson abandonou sua guarda e olhou diretamente para mim.

Ele não diz nada, nem mesmo esboçou qualquer intenção de se aproximar.

Mas apenas de olhar em seu rosto, posso entender o que passa em seus pensamentos. É visível que ele se preocupa com Nicole.

Meu irmão contou o que aconteceu naquele restaurante, quando conheceu todas as irmãs de Nicole. Sei que os dois se desentenderam, Jackson disse que já estava cansado e sei que pediu para Nicole não procurá-lo mais.

Mas mesmo assim, ele não consegue apenas ignorar quando se trata de Nicole. Ele claramente se importa muito com ela.

Danilo observa Jackson por alguns segundos, e então torna a me olha – O que fizeram com ela?

- Apenas a desmaiei. Meu irmão preferiu poupar ela. – Digo, olhando de relance para o até então ex-namorado da bruxa. Ele não disfarça o alívio que sente nesse momento. – Mas não posso garantir nada em relação as irmãs dela. Sei como meu irmão é, mas... Não faço ideia de como isso poderá se desenrolar.

Apesar de estar claro como querem me perguntar mais, ninguém o faz.

Volto meus olhos para Jessica, que está com as mãos segurando a cabeça com força. Ela sussurra algo sem parar – O que está havendo com ela? – Questiono.

- Não sabemos, ela ficou quieta de repente. – Rafaella começa. – Tentamos falar com ela por várias vezes, mas ela não nos responde.

Chego perto com cautela, me abaixando a sua frente, tentando ouvir o que ela está falando. – Ela está perto... Ela está perto... Ela está perto...

- Ela? Quem? – Pergunto, colocando as mãos nos ombros tentando ganhar sua atenção, contudo a garota não me olha – Quem está perto Jessica?

A garota não me responde. Ela sussurra o mesmo sem parar, enquanto observo esse comportamento estranho.

- Vê? Ela não responde. – Danilo comenta parando logo ao meu lado.

- Mas só agora ela começou a falar alguma coisa. – Jackson diz se aproximando, olhando em nossa direção.

- Só que não adianta se não entendermos o que ela quer dizer. – Fico de pé, soltando um suspiro.

- O que fazemos agora? – Rafaella pergunta abraçando a si mesma.

- Não temos como sair. A vila inteira está cheia de fantasmas. – Digo subindo para o quarto, querendo espiar como estão as coisas do lado de fora pela janela. – E não vamos esquecer que Tadeu e sua família ainda estão por aí.

Com a ponta dos dedos abro uma fresta na cortina e espio do lado de fora. Alguns fantasmas permanecem estáticos, virados na direção do chalé. Já outros vagam ao redor, e alguns outros desaparecem ficando opacos até sumir por completo.

As luzes do chalé começam a falhar de repente. Observo a energia oscilando, as lâmpadas piscam por algumas vezes, ficando fracas até por fim todas se apagarem, e mergulharmos num profundo silêncio, rompido apenas pela voz sussurrada de Jessica no andar inferior.

- E essa agora... – Ouço Danilo resmungar, enquanto todos nos entreolhamos.

- Como se já não estivesse ruim o bastante. – Rafaella diz logo em seguida.

Volto minha atenção para o lado de fora, percebendo que por entre os fantasmas, existe a silhueta de alguém parado, voltado em nossa direção.

Aperto os olhos tentando identificar o que pode ser, até mesmo o comparando com alguns fantasmas próximos, que mesmo no escuro é possível distinguir suas formas, quando por fim entendo. É a mesma criatura de quando cheguei na vila.

Ele fica ali parado por alguns instantes, quando as luzes do chalé religam novamente, e nesse instante o estranho ser desaparece. Passo meus olhos de um lado ao outro procurando por ele, mas não o encontro.

As luzes tornam a falhar da mesma forma que antes, e no instante que se apagam, a criatura ressurge, só que dessa vez, o vejo parado do lado de fora, com as mãos apoiadas no vidro da janela e seu rosto sem expressão voltado para nós.

Recuo de susto, enquanto ouço os gritos de todos logo atrás de mim. Encaro fixamente a criatura, que fica estática por alguns segundos e então desaparece novamente, só que desta vez, as luzes não religam.

- O que era aquela coisa? – Jackson questiona num sussurro.

- Não faço ideia. – Respondo os olhando – Estava na entrada da vila.

Escuto o som de passos pesados no andar inferior, seguido pelo barulho de algo pesado lançado ao chão e várias coisas se espalhando na cozinha.

Todos correm para o andar inferior para ver o que aconteceu, e ao entrar na cozinha, vemos Jessica no chão, com vários utensílios espalhados ao seu redor.

Jackson se aproxima, só que garota levanta de uma vez tendo uma faca em mãos, executando um movimento rápido, que pega de raspão no ombro do rapaz, rasgando a roupa e um pouco da pele dele.

- Por que fez isso Jessica?! – Jackson questiona com os olhos arregalados, se afastando quase que de imediato.

A garota não contém um soluço, e levantando seu braço devagar, ela aponta a faca em nossa direção. Qualquer um que poderia querer se aproximar, fica estático com a reação que ela acabou de ter.

- Por favor... – Jessica diz com a voz fraca, e lágrimas surgem e caem pelo seu rosto enquanto ela avança um passo – Por favor, não... Isso não...

- Jessica... – Danilo fala com cautela, erguendo suas mãos – Larga isso...

- Eu... – A garota diz, e vejo sua mão tremendo – Eu... Não consigo... Ela não deixa...

- "Ela"? Mas "ela" quem Jessica?! – Rafaella pergunta impaciente.

- A mãe... – Ela responde entredentes.

- A mãe? – Se perguntam em sussurros.

- Ela... Está aqui... – Jessica aponta um dedo trêmulo para sua cabeça – Está falando dentro da minha cabeça... A mãe está me mandando matar vocês... Eu não quero...

- Tente aguentar Jessica, não faça. – Rafaella diz com a voz fraca.

- Não consigo resistir... Não consigo desobedecer, ela... Ela me controla... Mãe... Eu... Eu não quero matar eles... Me peça qualquer coisa, menos isso... – A garota pede, apertando seus olhos com força. Ela sacode o rosto, e tenho a impressão de ver seu corpo tremendo – Por favor... Por favor...

Assistimos sem conseguir ter uma reação. Jessica apoia a mão livre no rosto, é possível ver em seu rosto como ela está lutando para tentar resistir, e um grito de profunda dor escapa da garota.

- Eu não consigo mais aguentar... – Jessica grita com todas as forças, já sem conseguir conter seu choro. – Por favor... Por favor, eu imploro, alguém me pare!

Ditas essas palavras, aponto a mão para o chão logo à nossa frente, liberando uma intensa corrente de ar frio no piso entre nós, que toma todo a cozinha por meio de um vapor branco. Apenas alguns segundos será o suficiente.

Jessica avança, mas nesse momento uma fina camada de gelo se formou, tornando o chão escorregadio. Jessica acaba se desequilibrando e caí, soltando a faca no momento que seu corpo bate no chão.

- Seguram ela! – Ordeno e eles o fazem de imediato, correndo para Jessica e segurando a garota que se debate tentando se libertar.

Mesmo com os três tentando conter Jessica, a garota consegue se desvencilhar deles, correndo em minha direção, passando por mim me empurrando para o lado, e sinto minha cintura batendo de forma bem dolorida na quina de um móvel.

Ignorando a dor como posso, vou atrás de Jessica. A vejo destrancando a porta e correndo para fora do chalé, e isso me desespera. – Jessica! Espera!!!

Bastou apenas poucos passos fora do chalé, para que um fantasma surgisse bem à frente da garota, atravessando seu peito com um braço.

O fantasma retira seu braço, e Jessica recua alguns passos, desabando ao chão, claramente desacordada. O fantasma se aproxima devagar, e outros ao redor também se aproximam dela.

Não tenho tempo de buscar sal, por isso acabo pegando um punhado que deixaram logo em frente a porta, e corro na direção da garota. Antes que o fantasma comece a roubar sua vida, lanço todo o sal contra ele.

A criatura se afasta de uma vez, tendo seu corpo queimado pelo sal que o atravessou, e parecendo ignorar minha presença por alguns instantes. Aproveito essa pequena oportunidade e puxo Jessica de volta.

Não tenho força o bastante para levantar ela nos braços, por isso a ajeito como posso para levá-la nas minhas costas, porém assim que levanto com dificuldade, aquele mesmo fantasma escuro de antes surge a minha frente.

Não tenho como enfrentá-lo enquanto seguro Jessica, e vários outros fantasmas já estão vindo na minha direção.

A criatura porém emite um ruído estridente muito do nada, seu corpo por inteiro treme, e ele desaparece. Logo atrás dele, vejo Jackson com um saco de sal em mãos, e me sinaliza para entrar.

- Rápido Jackson, refaça a linha de sal na frente da porta. – Ouço Danilo dizer enquanto passo por ele, seguindo na direção da sala.

Rafaella me aponta o sofá – Deixe ela aqui.

Me abaixo e solto Jessica no sofá, e enquanto observo Rafaella ajeitar a amiga no sofá, consigo sentir bem minhas costas comemorando de alívio por finalmente me livrar de tanto peso.

- Espero que quando ela acordar, tudo isso já tenha acabado. – Rafaella diz dando um suspiro, abaixando o rosto.

- Quem é essa tal "mãe"? – Danilo pergunta com o olhar ao chão, e Jackson se aproxima batendo uma mão na outra.

- Eleonor, a mãe das quatro bruxas. – Digo num sussurro. – Ela é a mãe que Jessica esteve falando todo esse tempo.

- E se essa mãe que ela esteve falando todo esse tempo não for você? – Rafaella diz de repente.

Ergo uma sobrancelha com a acusação que acabei de receber – O que?

- Você ouviu Alana... – Rafaella fica de pé, ficando a minha frente e olhando no fundo dos meus olhos – Eu pensei agora... E se essa tal "mãe" não for você?

- Como pode dizer isso Rafaella? – Danilo questiona.

A garota o encara raivosa, e então se volta para mim – Será que não percebe? Tudo isso começou desde que ela e o irmão apareceram aqui na região. Você também não acha estranho?!

O rapaz pisca algumas vezes – Se fosse mesmo isso, por que ela estaria nos ajudando até agora?

- Talvez para ganhar confiança? – Jackson diz, apertando os olhos e me encarando por alguns segundos. – Por acaso é isso?

Sacudo a cabeça negando – Não! É claro que não!

- Desde o começo achei você e seu irmão estranhos. – Jackson diz chegando perto devagar – Onde está seu irmão agora? Quem nos garante que não é ele quem está fazendo todas essas coisas surgirem? Quem nos garante que você não está fingindo?

- E por que eu faria isso?! – Questiono irritada, mas entendendo seus motivos para duvidarem de mim e meu irmão.

- Temos motivos para desconfiar Alana... Temos muitos motivos. – Rafaella diz, respirando fundo – E quanto mais penso, mais coisas me faz desconfiar de vocês... Cada vez mais, a voz na minha cabeça diz isso...

- Espera um pouco, voz na sua cabeça? – Danilo pergunta apertando os olhos.

Eleonor deve estar conseguindo afetar os pensamentos deles.

- Depois de tudo que vimos hoje, e vendo o que você consegue, como podemos confiar no que você nos diz? – Jackson questiona. – Como podemos confiar em você?

Me encontro sendo confrontada pelos olhares de todos, sem saber ao certo como explicar minha inocência, principalmente por saber que esse não é o melhor momento para ter esse tipo de discussão.

- Vo... Vocês... – Jessica sussurra de repente, roubando toda a atenção para si.

- Jessica! – Observo todos abaixando ao lado dela. Rafaella segura uma de suas mãos, a olhando preocupada – Você está bem?

- Vocês... Devem... Fugir... – Diz com a voz trêmula.

- Por que está falando isso? – Danilo pergunta.

- Fujam... Ela... Ela está aqui... – Ouço essas palavras com espanto, e nesse exato momento, sinto uma presença esmagadora bem próxima, capaz de fazer meu corpo inteiro tremer.

É uma presença assustadoramente poderosa. Como não senti algo assim antes?

De repente escuto um barulho vindo da porta da frente do chalé, e percebo um brilho amarelado passando por baixo da porta, seguida de uma forte explosão flamejante que arrebenta a porta ao meio de uma vez.

Olho incrédula na direção das explosão, vendo apenas uma silhueta parada em frente a porta do chalé. Meu corpo fica sem reação por saber quem está ali.

Se as coisas já não estavam ruins antes, acabaram de piorar muito.

- Pronto, achei ela para vocês. – Ouço a imponente voz da mãe – Agora capturem ela, somente assim terão o meu perdão.

A silhueta se afasta, e no lugar uma figura entra no chalé em passos firmes, seguida de algumas outras figuras que me são um tanto familiares.

As luzes religam, e encontro o semblante de Tadeu me encarando com um olhar e sorriso perverso e implacável – Sim mãe. Nós o faremos.

Logo atrás dele está sua aparente namorada e sua família, todos vestidos com um longo manto preto com entalhos avermelhados que cobre completamente seus corpos, uma faixa avermelhada na cintura, e capas com capuz negras cobrindo suas cabeças.

- Muito bem. Não me decepcionem novamente. – A voz de Eleonor ecoa no chalé, de forma majestosa de tão grandiosa.

Tadeu ergue seu rosto de leve aumentando seu sorriso, mostrando os dentes brancos bem alinhados – Vamos nos divertir Alana.

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