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Capítulo 32

3810 Palavras

De braços cruzados, observo a fenda aberta no segundo andar, e todos os danos causados no jardim desaparecendo, retornando ao que acredito ser seu estado original antes do conflito.

Suspiro preguiçosamente, sentindo um cansaço inicial recaindo em meus ombros. Apesar de não ser prudente utilizar meu poder da vontade com coisas tão pequenas, acho que não devo deixar quaisquer pistas de que estou livre...

Se bem que, depois de todo o barulho da luta que tive com Talita, talvez as irmãs já estejam cientes de que algo está errado.

Talvez tenha sido um desperdício de energia, e apenas isso... Bom, não me arrependo de ter feito.

Enfim, agora devo me preocupar em encontrar as irmãs que restam. Sarah e Mari... E será muito problemático encontrar Eleonor antes disso.

Entretanto, antes que eu tome qualquer atitude, sinto os pelos do meu corpo eriçarem, e meu corpo entra em total estado de alerta.

Estou sendo observado.

E dessa vez, é bem de perto.

Fecho meus olhos e cruzo os braços, passando a me concentrar ao máximo em tudo que me rodeia.

Ouço o som do vento, o chacoalhar das folhas das árvores, o canto dos grilos próximos. Não ouço nada que denuncie uma presença humana, sejam passos ou vozes. Nada disso é perceptível... Mas existe algo aqui.

Lanço meus olhos para trás, em direção ao denso jardim mergulhado na penumbra noturna. Posso ver as flores balançar serenamente com o vento, mas não há nada ali, além delas... Mas a presença está ali.

Ergo uma mão e, com uma rajada rápida, disparo uma lança de escuridão em meio às flores, atravessando rapidamente a curta distância e fincando no chão. As flores reagem ao vento repentino, logo retornando a sua inércia, e em meio a elas, não enxergo nenhum movimento.

Encaro por alguns segundos, apertando os olhos. Será que apenas imaginei coisas?

Abaixo meu braço, enquanto a lança de escuridão esvanece no ar. Apesar de não estar totalmente convencido, viro-me seguindo na direção da segunda casa, onde supostamente Sarah e Mari estão.

Alcanço a porta e a abro sem muita cautela, adentrando na cozinha escura. Por sorte a porta não é escandalosa, senão já teria denunciado minha presença.

Caminho medindo os passos, sentindo um aroma cítrico no ar. É um agradável perfume de incenso, intenso o bastante para facilmente ser sentida de longe, mas não a ponto de ser enjoativo.

Mal saio da cozinha, já consigo escutar uma voz abafada, concentro-me alguns instantes, me dando conta que é alguém cantarolando. Pela voz, acredito ser Mari.

Me guiando pela voz, chego ao corredor dor quartos, parando em frente a porta entreaberta por onde o aroma de antes encontra-se mais forte, e até mesmo um pouco de fumaça saindo do quarto.

Espio por um momento, vendo Mari cantarolando, dançando suavemente pelo quarto na ponta dos pés descalços, girando com os braços abertos e um sorriso suave estampado no rosto. Ela veste o capuz de seu vestido, e mantém seus cabelos soltos dando um conjunto muito bom a seu visual.

Percebo que a jovem bruxa tem alguns frascos transparentes em mãos com um líquido avermelhado em seu interior, e dele um vapor de mesma coloração está surgindo. Logo no canto, vejo uma penteadeira com mais alguns desses mesmos frascos, de tamanhos diferentes, e com coisas diferentes guardadas dentro do vidro, e bem ao centro potes e uma cumbuca de porcelana.

Decido aproveitar de seu momento de distração e entrar, porém assim que dou o primeiro passo, minha visão embaça quase que de imediato, a ponto de tudo se tornar um grande borrão sem forma. Uma forte tontura me atinge, fraquejando minhas pernas e sem ter onde me apoiar, acabo cedendo sobre os joelhos, batendo uma das mãos no chão para impedir minha queda completa.

Arfo alguns segundos, tentando focar minha visão na minha mão, porém tudo está tão embaçado que não consigo mais do que sofrer fortes náuseas.

- Agora entendi o motivo de todo aquele barulho minutos atrás. – Ouço a voz ecoada de Mari. Com dificuldades ergo meus olhos, encontrando a garota no batente, me encarando com um semblante repleto de malícia. – O que foi, Cria do Abismo? Se cansou de brincar com Nicole, e decidiu vir rastejar para uma mulher melhor?

Tento erguer meu corpo, mas a tontura é tamanha que tenho grandes dificuldades para isso. Tudo está girando, e a cada segundo parece ficar ainda pior.

- Pelo jeito já está fazendo efeito. – Mari diz de repente, caminhando de volta para o quarto – Imaginei que alguém que causou tanto interesse na mamãe pudesse resistir aos meus elixires, mas acho que me enganei.

Entendi. Existe alguma coisa nessa névoa que está causando esse efeito em mim, e pelas palavras de Mari, é devido a alguma poção que ela criou. Ela tem um estilo de ação muito diferente do da Talita.

Não quero fica recorrendo a isso, se o fizer acabarei me cansando rápido demais, o que pode ser um problema... Mas não tem outro jeito.

Condições negativas, desapareçam.

A tontura cessa de imediato, levando consigo o enjoo e o mundo inteiro girando ao meu redor. Sacudo a cabeça por uma vez e fico de pé, entrando no quarto e levando as mãos aos bolsos, observando Mari.

- E agora que você está aqui, eu posso... – Mari vira-se para mim, e em seu olhar posso ver a tranquilidade a abandonando – O que...? Mas como você...?

- Desculpe desapontá-la Mari, esse tal elixir não tem tanto efeito em mim quanto você imaginou. – Digo sorrindo calmamente e avançando um passo, ela recua.

Seu susto repentino é substituído por um pequeno sorriso. – Tudo bem, prefiro que seja assim... Estava ansiosa pela oportunidade de finalmente lidar com você.

Algo na cama da garota chama minha atenção, e logo percebo se tratar de Henrique, mergulhado em um sono profundo.

Agora que me lembro, elas falaram que o rapaz estava adormecido desde o momento que cheguei. E agora ele simplesmente não apresenta nenhuma reação, mesmo com um cheiro tão forte desses ou com os barulhos de antes... Isso não é um sono normal.

Mas infelizmente, agora não tenho tempo de ver se ele está bem.

Volto minha atenção a Mari, que ergue sua mão na altura do pescoço, tocando a pequena pedra existente no pingente de seu colar, e a pedra emite um brilho purpura, capaz de ofuscar um pouco minha visão.

- Profunda noite, traga o esplendor do crepúsculo sobre aqueles que se opõem a nossa família... – Mari recita calmamente, fechando seus olhos e juntando ambas as mãos no busto bem sobre a pedra – Com a singela luz pálida da lua, ilumine a todos com sua beleza e os cubra com seu terror gélido!

A luz intensifica, e de imediato toda a fumaça dos incensos começa a se aproximar de mim, entornando meu corpo numa densa parede opaca, a qual acredito ser possível cortar com uma faca. O cheiro forte incomoda meu nariz e faz com que meus olhos ardam, e Mari sorri se ocultando atrás de toda a fumaça;

A presença de Mari distancia-se de mim, a ponto de não conseguir mais ver sua silhueta bem a minha frente. Decidido a não deixá-la fugir, forço minhas pernas e com o braço esticado na direção da bruxa, avanço num pulo, entretanto ao romper a barreira que me envolvia, não me encontro mais no quarto de antes.

Meus pés tocam um piso de madeira escura, a qual parecem estar podres, junto de pedaços de pedra e muita sujeira. As paredes, também de madeira escura e apodrecida, possuem rachaduras e descascados profundos por onde baratas e moscas emergem, e boa parte do teto acima de mim está cedido.

O ambiente não possui quase nenhuma iluminação, os tons verde escuro prevalecem, existem o que parecem ser esporos flutuando no ar, e o lugar inteiro parece muito úmido por todos os lados, sendo possível escutar um gotejar contínuo não muito longe de onde estou no momento.

Que lugar é esse?

Olho de um lado ao outro, encontrando um longo corredor a minha frente, e atrás, um amplo cômodo com móveis antigos tombados no chão, alguns deles estão notavelmente apodrecidos pelo excesso de umidade.

Uma risada repentina ecoa de repente, e no meio do corredor surge uma silhueta feminina, trajando o que parece um longo vestido de barra rasgada. Apesar de oculta pela pouca luminosidade, meus instintos me dizem que está me observando.

Ergo uma mão e a recuo devagar, e entre meus dedos, manifesto minha escuridão como se fossem chamas, e sem demora as arremesso contra a figura misteriosa, que não esboça reações.

O golpe atinge em cheio, porém me surpreendo ao ver a escuridão dissipando no ar imediatamente, e a figura ainda permanecer ali, no mesmo lugar. Mal tenho tempo de ter uma reação, e com novas risadas ecoando no ar, a figura desaparece.

Pisco algumas vezes, captando tudo que acabou de acontecer, e principalmente analisando o longo corredor a minha frente. Para mim está óbvio o bastante que devo seguir por esse corredor, é a única suposta saída daqui.

Dou um primeiro passo cauteloso, seguido de outro, e mais outro. Meu ritmo aumenta, em passos cada vez mais rápidos, até que por fim meu caminhar transforma-se numa corrida, avançando por um espaço sombrio, a qual não encontro portas ou quaisquer mudanças de direção.

É apenas um longo corredor seguindo apenas em linha reta, sem portas, janelas, outras salas, nada. Lanço meus olhos para trás, a qual já nem mesmo consigo enxergar a sala onde estava antes, já que tudo está mergulhado na penumbra, e mesmo assim continuo em frente.

Ouço as risadas no ar novamente, e mesmo no escuro, algo toma forma à minha frente, e de imediato paro de correr, focando toda a minha atenção na figura adiante.

Porém antes que a figura se revele, um odor pútrido invade minhas narinas, uma respiração quente bate em meu pescoço e mãos duras tocam meus ombros. Meu corpo inteiro gela pela repentina presença que sequer percebi, e por um instante, não consigo me mover.

Giro sobre os pés assumindo uma postura de combate, erguendo um braço para desferir um golpe com as costas da mão com a intenção de desorientar e criar uma distância, e recuando o outro punho pronto para começar um embate lançando próximo ataque, mas diferente do que imaginava, não existe nada atrás de mim.

Encaro o corredor escuro por alguns segundos, tendo apenas alguns esporos pairando no ar. Sem esperar, viro-me e esbarro em algo, ou melhor, alguém, que me encara com um par de olhos brancos capazes de perfurar meu ser.

Uma Mari com a pele completamente pálida como a de um cadáver, profundas olheiras, lábios negros entreabertos, veias escuras presentes em seu rosto e cabelos opacos, me encara fixamente.

O susto me faz recuar um passo, e suas mãos vindo de encontro ao meu rosto aumentam meu susto. Ergo ambas as mãos afastando as da bruxa, dando um pulo para trás na tentativa de me manter distante dela e prevenir qualquer investida que ela possa tentar executar.

A distância me permite ter um vislumbre completo da Bruxa. Sua pele está branca, tendo apenas mãos e pés descalços com tons escuros e sujos do que parece ser terra e respingos de sangue. O vestido que usava antes, agora está sujo repleto de rasgados, sendo resumido a um grande trapo velho que de alguma forma cobre o corpo de um cadáver de pé à minha frente.

Existem algumas moscas rodeando seu corpo, e vários insetos caminhando em si. Moscas pousam em sua face, caminhando pela bochecha pálida até os olhos sem vida. Ver isso é agoniante.

A poucos minutos atrás Mari não estava assim. O que acabou de acontecer?

Um sorriso se manifesta no rosto dela, e abrindo seus lábios, uma nuvem de insetos saí de sua boca vindo em minha direção. Cubro o rosto tentando me proteger dos vários insetos que raspam continuamente em meu corpo e invadem minhas roupas, e ainda tendo pouca visão dos pés de Mari, percebo seu corpo inteiro se desfazendo em mais insetos, até que ela desapareça.

O barulho de tantos insetos ao mesmo tempo é terrível, o contínuo zumbido de tantas moscas e sei lá quais outros bichos maiores desorienta e confunde até meus pensamentos.

Eles continuamente batem no meu rosto e caminham pela minha pele, por mais que eu tente me cobrir de alguma forma. Aperto ambos os punhos com toda a força, e tencionando meu corpo por inteiro, a escuridão emana do meu corpo como uma chama, e sem me conter, faço expandir todo o poder acumulado como uma onda explosiva que percorre do mais profundo do meu peito para fora do meu ser, afastando e incinerando todos os insetos que antes irritantemente me rodeavam.

Respiro fundo, soltando todo o ar pela boca, mergulhando novamente no profundo silencio de outrora. Encaro primeiro o piso, e por fim as paredes, por todos os lados existem marcas dos insetos que acabei de eliminar.

Um chiado estranho pode ser ouvido. Não sei definir o que é, mas o barulho vem da mesma direção que estive vindo até agora. Encaro o caminho que percorri todo esse tempo, e rapidamente o barulho fica mais e mais alto, quando finalmente reconheço o barulho e enxergo o que estás gerando ele.

Uma parede de insetos vem voando rapidamente na minha direção. Ergo uma mão e, apontando o indicador para o teto, uma parede de trevas se ergue, fechando completamente a passagem, e é possível ouvir claramente a insana quantidade de insetos do outro lado.

Acredito que será o bastante para me fazer ganhar algum tempo, mas mal volto a seguir meu caminho, e fendas começam a surgir na parede, por onde alguns primeiros insetos passam.

Viro-me e torno a correr, escutando o som dos insetos logo atrás de mim. Tem alguma coisa errada, minha escuridão nunca foi tão ineficaz assim, muito menos atravessada dessa forma.

Espio sobre o ombro, vendo os insetos cada vez mais próximos. Ao que parece estou preso em algum tipo de labirinto sem fim, então continuar correndo é inútil, alguma hora essas coisas me alcançarão e provavelmente tentarão me devorar vivo.

Retorno meus olhos a frente, quando vejo um brilho púrpura bem a minha frente, e a silhueta de Mari volta a aparecer, vindo voando diretamente contra mim.

Apesar do susto que cresce em mim, aperto o punho o envolvendo com escuridão, me preparando para atacar assim que estamos bem próximos.

Mari está sorrindo enquanto meu punho atravessa seu rosto como se nunca estivesse ali, e com o brilho se intensificando ao extremo, minha visão é ofuscada e tudo mergulha no silêncio.

Abro os olhos devagar, me encontrando novamente no quarto de Mari. A diferença é que agora, o lugar inteiro parece abandonado há muitos anos. Tudo está coberto por poeira e teias de aranha, além de uma fria névoa baixa.

No local onde estava a cama e o corpo de Henrique, vejo um cadáver já seco com um punhal fincado no peito, e algumas poucas moscas pousadas... O cheiro é horrível, e trato de deixar o quarto o quanto antes. Mas estranho, tenho a impressão de ter escutado aquele cadáver agonizando.

Caminho pelo corredor até retornar a sala, vendo pedaços de vidro espalhados pelo chão. Além disso, o piso parece molhado com alguma coisa com cheiro forte.

- Ativar, selo de contenção! – Ouço uma voz, e de repente o símbolo de um pentagrama começa a brilhar abaixo dos meus pés, emanando um brilho branco que logo torna-se vermelho junto com o líquido espalhado.

Das linhas brilhantes, sigilos crescem ao redor do círculo e vão ao teto, e algo fluido emerge, grudando do meu corpo e invadindo minha pele.

De imediato sinto meu corpo queimando por dentro, várias marcas de queimaduras surgem na minha pele, e a dor cresce continuamente. Arfo pela dor, olhando de um lado ao outro buscando pela origem da voz.

Por trás da névoa que acabou de ficar mais densa, percebo um vulto passando de um lado ao outro. Figuras sombrias levemente transparentes caminhando lentamente ao meu redor e desaparecendo pouco depois. Vozes sussurradas ecoam no ambiente, uma sobressaindo sobre a outra, sem um único momento de silêncio.

- O que está achando do nosso momento juntos? – Ouço a voz de Mari de repente, seguido de seus passos.

Olho na direção da voz, e a vejo saindo da cozinha e vindo até mim, se destacando por entre os vários vultos de pessoas que insistentemente passam de um lado ao outro, com a mesma aparência macabra de momentos antes.

- Não está sendo agradável? – Ouço sua voz, mas dessa vez veio de outra direção.

Lanço meu olhar sobre o ombro, e uma segunda Mari vem caminhando do corredor onde estão os quartos.

- Você está gostando, não é? – Agora ela fala de um terceiro local diferente, e mais uma Mari está presente, levemente debruçada para frente com as mãos nos joelhos, sorrindo de forma provocante.

- Estou sendo bem melhor que a Nicole, não acha? – E uma quarta Mari acabou de surgir ao meu lado, apoiando o rosto na mão.

- Eu vou aproveitar cada segundo disso. – E uma quinta Mari se pronuncia, juntando suas mãos em frente ao colar, que emite seu brilho purpura.

Todas as outras repetem o gesto, e somente agora me dou conta que cada uma se posicionou em uma das pontas do pentagrama. Por fim as cinco fecham seus olhos e erguem uma de suas mãos na minha direção.

A névoa que antes havia espalhada pelo chão começa a se elevar dentro do pentagrama, tomando forma e transformando-se em vários cadáveres, que com seus corpos esqueléticos e podres tentam me prender.

Me debato tentando fazer com que me soltem, mas são tantos que por mais que consiga me livrar de um, outro surge da névoa e me segura novamente. E de fora do pentagrama, ouço as risadas debochadas de cada uma delas.

- Não sei o que você está tentando com todos esse cadáveres, mas colocá-los contra mim para me conter... É uma piada! – Reclamo empurrando alguns dos cadáveres para longe, conseguindo um pouco de espaço.

Fecho meus olhos e juntando os braços ao corpo, acumulo uma grande quantidade de energia de escuridão em meu corpo, deixando com que exploda em uma onda de escuridão por todos os lados, afastando cada um dos cadáveres de mim, os fazendo desaparecer transformando-se novamente em névoa.

Penso que isso já acabou, porém minha folga não dura um único segundo. A névoa se molda e novos cadáveres se lançam sobre mim, novamente tentando me conter a todo custo. Caramba, isso não vai acabar?

O peso dos vários cadáveres sobre mim, junto a dor do meu corpo queimando me fazem ceder por um momento, e por um segundo acabo tossindo sangue. Minha visão embaça por um instante, já deixando claro que estou ficando sem tempo.

Apertando os dentes, acabo sorrindo pela empolgação que isso está me causando. Bato a palma da mão contra o chão, e mesmo com meu corpo inteiro doendo, manifesto minha escuridão que se espalha a cada segundo, e a manipulando como fiz dias antes, crio um intenso turbilhão de sombras que envolve não só meu corpo, o espaço além do pentagrama e atingindo Mari.

Tudo fica quieto por mais uma vez, e ofegando bastante sentindo um familiar odor de mofo, passo meus olhos ao redor, não me encontrando mais no local de antes. Retornei ao mesmo corredor que estava momentos atrás.

Mas diferente de antes, existem quatro caminhos aos quais posso seguir, não apenas um, e me encontro bem ao centro deles.

Pelo visto, já tenho minha resposta. Isso não vai acabar nunca mesmo.

- Você não tem como deixar este lugar, Cria do Abismo! – Ouço a voz de Mari ecoando no ar. – Este labirinto que criei não tem não tem saída. Não importa o quanto corra, nem quanto tente me enfrentar, você seguirá em círculos e nunca achará uma saída, a menos que eu permita.

Fico de pé olhando primeiro para o alto, e por fim para os quatro corredores ao meu redor. A princípio não existe nada, porém logo no corredor a minha frente, o brilho purpura surge, e logo uma silhueta aparece escondida na penumbra.

- Neste espaço, posso brincar com sua mente o quanto eu desejar. – Ela diz em um tom bem sádico.

- Não importa para onde vá... – Sua voz vem de outra direção, e encarando de soslaio, a vejo aparecendo à minha esquerda.

- Eu estarei lá, vendo tudo... – E desta vez, sua voz vem da minha direita.

- Este é o poder da bruxa ilusionista. – Por fim sua voz surge detrás de mim.

Sorrio de canto, olhando sobre o ombro – Então, tudo isso é uma ilusão Mari?

- Sim, uma ilusão poderosa o bastante para ser capaz de enganar não só os olhos e a mente, mas também a própria realidade. – Mari diz com satisfação de todos os lados ao mesmo tempo – Um labirinto infinito que eu mesma criei.

- Bom, de qualquer forma isso facilita as coisas para mim. – Levo as mãos aos bolsos e ergo meu rosto – Você perdeu a valiosa chance de me atingir de uma forma muito eficaz... É uma pena, pois quebrarei suas ilusões nesse instante.

- Não se dê ao trabalho. – Ela diz, e ergo uma sobrancelha – Você não permanecerá aqui por muito mais tempo.

- Não faz sentido. – Cerro o olhar, olhando para as quatro uma a uma – Se sua intenção é de supostamente me conter, por que não me deixar aqui?

- É porque... – Mari solta um riso – Existe mais alguém que quer brincar com você.

- Mais alguém? – Questiono sem entender.

O brilho emitido pelo colar se intensifica por todos os lados. Tento me cobrir para evitar ter a visão afetada, quando meus pés perdem o contato com o chão, despencando num local cheio de água.

Meu corpo submerge por inteiro, e demora um tempo até que consiga me orientar e tirar pelo menos a cabeça da água.

Corro o olhar de um lado ao outro, me dando conta que estou dentro de um lago não muito grande, de um lado tem uma pequena cachoeira e bem nas bordas do lago existem muitas árvores bem altas. O som da água corrente junto do som dos insetos inundam este ambiente.

O local onde estou está bem escuro, e apesar das muitas nuvens no céu e de um pouco de chuvisco, de alguma forma a lua também se manifestava com um intenso brilho branco.

Meus pés tocam a margem com mais firmeza, e consigo me erguer, ficando com a água na altura da minha cintura. E ao me virar, encontro Mari flutuando sobre o lago, tendo um largo sorriso no rosto.

- Imagino que vocês estejam se divertindo. – Uma voz familiar pode ser ouvida, vinda da direção da cachoeira. Ali, vejo uma moça sentada, com as pernas cruzadas e com um livro em mãos – Será que posso me juntar a vocês?

- É claro minha irmã. – Mari responde sem se virar. – É mais do que bem-vinda.

O som do livro fechado com força pode ser ouvido, e nesse instante o céu lentamente tem seu véu sombrio tingido de um intenso vermelho.

Tal luz faz com que toda a água à minha volta se assemelhe a sangue.

Alguns fantasmas emergem tanto do chão quanto da água, ascendendo a uma grande altura e todos voltados apenas para mim.

A mulher se levanta, e lentamente seus pés deixam o as pedras da cachoeira. A vejo se aproximar e parar bem ao lado de Mari, me olhando de cima com um semblante e sorriso envoltos pela calma.

A irmã mais velha.

Sarah!

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