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Capítulo 31

4783 Palavras

Alcançamos o andar superior, onde minha irmã se despede de mim apressadamente e parte de volta ao chalé.

Ela me explicou resumidamente que esteve investigando junto de Rafaella e Danilo, e tudo o que encontraram a levou para a casa de Tadeu, onde havia uma sala de rituais com fotos das irmãs, o que a fez ligar os pontos e entender que Nicole e sua família são as responsáveis por essa bagunça inteira.

Acho que de certa maneira, nós dois já sabíamos que elas eram as responsáveis. Só estávamos buscando algo que pudesse confirmar nossas suspeitas.

Na verdade, vendo minha situação agora, sinto-me satisfeito em poder lidar com as irmãs sozinho. Provavelmente minha irmã não gostará dos métodos que utilizarei para lidar com cada uma delas.

A questão agora é encontrar elas. Por mais que no meu estado atual eu consiga fazê-las surgir na minha frente ao mesmo tempo, não acredito que seja inteligente enfrentar as três irmãs restantes de uma vez.

Afinal, ainda restará Eleonor... Somente pela sua presença sei que ela é uma ameaça muito maior que suas filhas, e mesmo assim ainda não faço ideia do quão poderosa ela pode ser.

Ela é alguém que preciso lidar com cuidado, e prefiro não ter interferências.

Existe uma porta oposta ao que minha irmã saiu, e em uma rápida espiada, vejo ser um grande salão de festas vazio. O lugar é imenso e muito bem cuidado, tendo um padrão bem diferente do quarto a qual estava acorrentado momentos atrás.

Como não existe ninguém aqui, fecho as portas e sigo pelo corredor em direção as escadas do próximo andar.

Enquanto subo, não deixo de prestar atenção no quanto essa casa é bem arrumada e possui muitas decorações. Por onde olho encontro vasos com plantas bem distintas, algumas com flores, outras com muitas folhas, mas todas bem diferentes. Isso traz um ar muito suave para a casa... Eleonor e suas filhas acertaram e muito na decoração dessa casa, isso não tem como negar.

Ao chegar ao andar superior, encontro um longo corredor, vazio e silencioso até demais, contendo apenas janelas de um lado e algumas portas do outro.

Dou meu primeiro passo, ouço o rangido da madeira sob meus pés, e de imediato torço a boca por tamanho ruído, e volto a caminhar com mais cuidado.

Adeus elemento surpresa.

Alcanço a primeira das portas e espio dentro, achando apenas uma discreta sala de reuniões. Ela inteira tem um ar rústico bem forte, as paredes e piso combinam tons escuros na madeira. Vejo dois sofás de dois lugares posicionados um em frente ao outro, um armário de portas duplas igualmente escuro, e do outro lado desta sala, tem outra porta entreaberta.

Avanço para o local e entro com cautela, vendo uma espécie de mezanino com vista para o salão do andar inferior. Mas o que mais me chama a atenção é quem vejo em uma porta do outro lado do Mezanino. Talita.

Ela não me percebeu, está com sua atenção voltada a alguma coisa que não consigo ver daqui. Percebo algo estranho circulando seu corpo lentamente, algo branco esverdeada e meio transparente serpenteando suavemente pelo ar, mas dessa distância não consigo distinguir ao certo o que é.

Me apresso em deixar a sala onde estou, me certificando em não ser percebido por ela. Alcanço o corredor novamente e sigo por ele, até a sala onde a bruxa se encontra.

A porta está entreaberta, e espio dentro de canto de olho. A sala é do mesmo tamanho da anterior, porém possuindo um clima bem menos pesado.

Vejo a jovem bruxa concentrada em seu livro, passando o indicador por algumas linhas, claramente lendo bem rapidamente.

Aquilo que vi envolvendo o corpo de Talita momentos atrás é uma estranha névoa fluida. Ela percorre suavemente em torno do corpo da bruxa, fazendo seus cabelos voarem graciosamente pelas costas e ombros nus, e seu vestido acompanha o movimento, com sua barra flutuando e se mantendo firme apenas nas pernas de Talita.

Com o mover de suas mãos, essa mesma névoa acompanha o movimento, abraçando alguns frascos sobre a mesa, fazendo os mesmos serem arrastados e flutuarem para próximos dela.

Talita abre sua mão em direção de um dos frascos e o mesmo vai até ela. A bruxa pega um pequeno pó amarelado levemente cintilante em seu interior e o solta sobre uma vasilha a sua frente. Como se não precisasse mais do frasco anterior, ela o solta sem sequer desviar os olhos de seu livro, e como imaginei, o frasco permanece flutuando.

- Mari tinha razão... – Ela fala de repente, e percebo um sorriso se formando em seu rosto – Você gosta de observar os outros.

O que? Ela sabe que estou aqui, mas como?

- Vamos, pode parar de se esconder. – Talita diz calmamente, apoiando uma mão na mesa a sua frente e olhando diretamente em minha direção.

- Como soube que eu estava aqui? – Questiono sem me mover, nem mesmo desviar meu olhar dela. – Aquele rangido de agora pouco foi o que me entregou, né?

- Não, não foi isso. – Talita solta uma curta risada de diversão – As plantas me contaram.

- As plantas? – Sussurro para mim mesmo, encarando alguns dos vasos no corredor, onde flores agora encontram-se abertas e voltadas a mim. Ela possui algum tipo de conexão com a natureza?

- Entre. – A ouço convidar de repente, e volto minha atenção a Talita. A jovem bruxa está voltada a mim, se encosta na mesa e continua me olhando. – Gostaria de falar com você.

Isso é sério? É claramente uma armadilha. Assim você me ofende Talita.

Meu olhar vai de encontro ao dela. A jovem bruxa está consideravelmente tranquila, e nem de longe isso não me parece uma coisa boa... Interessante, isso pode ser mais divertido do que imaginei.

Certo Talita, vou entrar no seu jogo.

Levo a mão a maçaneta empurro a porta, mas antes que eu sequer consiga entrar na sala, uma nuvem preta passa pela fresta da porta e avança sobre mim.

Várias figuras pequenas me rodeiam num piscar de olhos, movendo-se freneticamente sem me dar chance de entender o que são. Protejo o rosto com ambos os braços quando começam a investir contra mim.

Ouço o bater de várias asas simultaneamente, diversos pequenos olhos com um vermelho sangue pulsante estão voltados a mim, as pequenas garras e dentes afiados fincam em mim, rasgando boa parte de minhas roupas, e causando arranhões incômodos e ardidos na minha pele.

Antes que eu consiga repelir eles com minha escuridão, vejo um objeto imenso sendo projetado contra mim, me atingindo em cheio.

O impacto arranca todo meu fôlego, e consigo apenas sentir meu corpo sendo projetado para trás e atravessando algo duro, quando por fim, encaro o céu noturno enquanto sinto cair por dezenas de metros de uma vez.

Minhas costas batem contra o gramado molhado da casa, que não aliviou em nada o impacto da queda. Arfo repetidas vezes enquanto finas gotas de chuva molham meu rosto, e com o corpo bem dolorido, ergo os olhos para o buraco por onde meu corpo atravessou.

Fui mesmo arremessado para fora da casa e despenquei do segundo andar?

Ergo o corpo me sentando no gramado, enquanto diversas das criaturas de antes passam pela fenda aberta e voam acima de mim numa grande nuvem escura, chiando sem parar. Uma delas dispara solitária contra mim, porém consigo aparar seu ataque com uma das mãos, e antes se esmagá-lo por entre meus dedos com toda a força, consigo ver o que se trata essa criatura.

É um morcego.

Encaro a figura morta, que antes me atacava e se debatia tanto, desaparecendo por entre meus dedos como se nunca houvesse existido.

A silhueta de Talita surge no buraco da casa, tendo uma mão apoiada na cintura e a outra próxima ao rosto, segurando um livro e tendo um dos morcegos pousado nas costas de uma da mão. Apesar da distância e da pouca luz em seu rosto, sei que ela sorri de forma afrontosa.

A névoa que vi antes envolve seu corpo, e dessa forma ela caminha para o lado de fora da casa. Para minha surpresa, seu corpo paira suavemente no ar, e devagar ela desce ao chão.

- Eu estava certa em desconfiar de Nicole. Sabia que ela conseguiria estragar tudo de alguma forma. – Talita diz com certo desprezo na voz, enquanto seus pés descalços tocam o chão – A noite estava boa demais para ser verdade.

- O que quer dizer com isso? – Me ponho de pé, batendo as mãos na roupa por algumas vezes – Esperava que Nicole falhasse em me conter?

- É claro. Eu sabia que minha doce irmãzinha caçula iria falhar, e deixaria você escapar. – Talita suspira num falso sorriso compreensível – Desde que nasceu, falhar é o que ela mais faz. Nicole nunca nos passou confiança, e sempre nos envergonha.

- Por que fala assim da sua irmã? – Questiono, genuinamente curioso. Não acho que conseguiria falar algo assim da minha irmã mesmo se ela fizesse algo terrível.

- Porque ela é uma falha, sempre causa problemas para nossa família e nunca cumpre com o que deve fazer. Ela é um incômodo constante a qual nunca me importei... Então, que diferença faz se uma inútil como ela é minha irmã? – Talita abre o livro que traz consigo, ergue uma de suas mãos em minha direção, e com um olhar perfurante ela sorri – Agora se não se importa, irei capturá-lo de novo "Cria do Abismo".

A nuvem de morcegos que incessantemente voava sobre mim, dispara num novo ataque em conjunto como se obedecessem uma ordem silenciosa de Talita.

- Veremos. – Rebato com calma, erguendo uma das mãos e libertando minha escuridão em uma suavidade silenciosa.

A aura sombria rodeia meu corpo torna-se mais densa, erguendo-se de uma vez contra as várias criaturas em diversas agulhas, que atravessam seus corpos sem chance de escapar.

Apesar do meu ataque, muitos conseguiram escapar e passaram a voar ao meu redor sem um padrão certo, tornando a tarefa de acompanhar seus movimentos e me defender deles ainda mais complicada do que já é.

- Mãe de toda a vida, atenda o clamar de sua humilde filha... – Ouço Talita pronunciar de repente. Lanço meu olhar a ela, e a vejo focada em seu livro que contém um estranho brilho em seu interior – Sob as sombras da noite, através do soprar frio dos ventos, traga sua fúria implacável sobre aqueles que nos desafiam... Venha a mim!

Mesmo com tantos morcegos ofuscando minha visão e obrigando que eu esteja a todo tempo tentando me defender, consigo perceber um círculo repleto de símbolos surge no chão de repente, emitindo um ofuscante brilho branco capaz de iluminar boa parte do lugar.

Do círculo, uma criatura bestial começa a emergir, adormecida dentro de uma espécie de âmbar fino.

É ser bem maior que um humano, seu corpo inteiro é coberto por uma pelagem cinzenta e desenhos brancos parecendo símbolos mágicos, sua cabeça lembra a de um felino de grande porte, orelhas compridas e pontudas, dentes bem afiados e um olhar enlouquecido. Seu corpo é pesado, tem patas dianteiras que mais parecem braços, tendo garras no lugar que deveriam ser dedos. Ele tem uma longa e grossa cauda, e consegue se manter de pé sobre as grossas patas traseiras.

- Contemple o poder da bruxa invocadora! – Talita diz com em um sorriso e olhar selvagem, fechando seu livro com força, e numa varredura explosiva, a contenção da imensa criatura se rompe. Seus pés batem no chão, e ele emite um rugido que esclarece toda sua ferocidade.

Os vários morcegos que me cercavam se afastam com o forte vento, voando apressados de volta para Talita, que abaixa-se devagar, passando ambas as mãos no gramado lentamente.

A criatura dá um passo pesado em minha direção rosnando baixo, atraindo minha atenção para si, e em sua clara intenção de atacar, me permito sorrir.

O ser bate ambas as patas dianteiras no chão e se impulsiona contra mim, numa investida destrutiva. Libero minha escuridão e, moldando minhas asas o mais rápido que consigo, desvio por muito pouco dando um pulo.

Um vulto preto passa rapidamente próximo ao meu rosto de repente a qual não consigo desviar, e sinto o arder de um corte que me causa leve incômodo. Em segundos sou rodeado por vários morcegos que voltam a me circular numa chuva de novos ataques.

Juntos ambos os braços frente ao peito, forçando minha escuridão a se concentrar ao meu redor. Minha pele arde e arrepios me percorrem, suaves ondas percorrem por meu corpo se concentrando num único ponto, e quando reúno energia o suficiente, permito que tudo se expanda de uma vez, causando uma explosão de escuridão ao meu redor, afastando todos os morcegos de mim.

Mal tenho tempo de novas reações, e percebo que alguma coisa está me prendendo. Olho para baixo, vendo a cauda da criatura invocada enlaçada na minha perna, e puxando meu corpo para trás com toda a velocidade, e tudo que sinto é o impacto do meu corpo batendo contra o chão.

Apertando meus olhos arfo com o impacto, ouvindo o rugido da criatura já perto de mim. Quando percebo, a invocação saltou em minha direção, me dando tempo apenas de rolar para o lado e saltar para trás, tentando abrir alguma distância entre nós.

A fera bate suas patas no chão e me olha mostrando seus imensos dentes seguido de um novo rugido. Pelo menos tive tempo de me equilibrar, já que a invocação não atacou.

Essa coisa junto dos morcegos é um problema maior do que parece, seus ataques possuem uma boa combinação. Um completa o outro muito bem.

Terei que deixar Talita pra depois.

Tudo bem... Pelo que estou vendo, isso será divertido.

Desfaço minhas asas e, no lugar, dou forma a braços sombrios, bem a tempo de segurar uma nova investida pesada da invocação da Talita, e o tranco causado pelo peso de seu corpo me empurra para trás, mas consigo permanecer de pé.

A criatura tenta abocanhar meu rosto por algumas vezes, e como contra ataque giro o corpo e arremesso a criatura para trás, a fazendo bater contra o chão.

Aproveitando a brecha criada, guio grande parte do meu poder para meu punho liberando fagulhas que crescem a uma intensa labareda negra, e disparo para um golpe direto, saltando sobre a invocação e enterrando meu punho esquerdo em seu peito, acreditando ter encerrado esse embate.

A criatura se debate rugindo, e diferente do que imaginei, ele me encara ferozmente e começa a se erguer, lançando suas garras contra mim e empurrando meu corpo contra o chão.

Não sinto dor alguma, mas o impacto me desorienta por um curto segundo. Sem ter tempo de me recuperar, meu corpo é erguido do chão e jogado para longe, e apesar de bater no chão, consigo me recompor e voltar a ficar de pé, empolgado e já preparado para continuar o confronto.

Os morcegos disparam contra mim, todos de uma vez. Aperto os punhos, liberando uma boa dose de escuridão ao meu redor, criando uma aura tão intensa que todos os morcegos que se aproximam são imediatamente engolidos pelas trevas ao meu redor, indo ao chão e tendo seus corpos consumidos em segundos.

A invocação já está sobre mim, direcionando suas garras contra meu peito, porém permaneço no lugar, de braços cruzados e com um sorriso tranquilo.

A proximidade do meu corpo faz com que suas garras e parte de seu braço sejam engolidas pela escuridão. Ele ruge me atacando novamente, mas o resultado é o mesmo e seu outro braço, e logo em seguida a boca, são envolvidos pela escuridão que espalha e consome boa parte de seu corpo, tudo sem conseguir tocar meu corpo.

A violência da intensa aura de trevas atravessa o corpo da criatura, o perfurando por repetidas vezes e o fazendo cair em poucos segundos, sem esboçar novas reações.

Observo o corpo desfalecido da criatura e paro de liberar tanto poder de uma vez, sentindo meus cabelos caindo devagar nas minhas costas e minha roupa parar de se agitar. Respirando fundo, uma leve fadiga por tal esforço recai em mim.

Deixar vazar tanta escuridão continuamente como fiz agora e em vezes anteriores é bem eficaz, porém requer certa concentração, além de cansar um pouco.

Não posso usar essa habilidade de escuridão muitas vezes... Pelo menos, não sem praticar antes.

Viro-me na direção de Talita, porém tudo acontece muito rápido. Um borrão muito grande e de tonalidade branca já está executando um ataque, atingindo meu peito com algo que parece um grande e pesado chicote.

O forte vento e meu corpo arrastando pelo gramado molhado deixou claro que fui lançado para bons metros de distância. Resmungo de dor e, ao abrir os olhos, me assusto com o que vejo.

Uma criatura imensa caminha sobre mim, possuindo características de vários animais. A princípio parece ser a mistura de uma aranha com uma barata, tendo ela grandes olhos avermelhados, presas grandes e afiadas, as oito patas de uma aranha, um par de imensas asas de barata, muitos pelos, e o mais diferente, um pontudo bico cheio de dentes e também tem uma cauda que lembra a de um escorpião.

Tento me erguer, mas a aranha ou o que quer que seja isso, abre seu bico e dispara um intenso jato sobre mim, que logo percebo se tratar de vários fios de teia, limitando meus movimentos. O peso que sinto sobre meu corpo é imenso, de forma que é difícil fazer qualquer coisa.

Passos pesados chamam minha atenção, e me esforçando para ver o que se aproxima, encontro um grande lagarto bípede de escamas brancas, e desenhos tribais que formam vários símbolos cinzentos destacados que vão do seu pescoço até a cauda.

Ele tem uma longa boca com muitos dentes grossos e pontudos, pequenos olhos amarelados, possui braços frontais compridos que servem de apoios, junto de longas garras nos dedos. Existe uma fileira de pequenas barbatanas da cabeça até sua cauda. Além disso, ele chega a ser maior que as outras duas invocações. Bem maior.

Sempre quis ver um dinossauro ou algo próximo disso quando criança, e apesar de achar essa invocação surpreendente, agora isso não está me agradando nem um pouco.

- Vi que a primeira invocação que fiz não seria o bastante... – Escuto as palavras de Talita. Procuro ao redor a origem da voz, e a vejo sentada sobre os galhos de uma árvore – Por isso, invoquei mais dois para te fazer companhia.

- É muito gentileza de sua parte! – respondo me debatendo, apertando os punhos e tentando romper as teias que me prendem, porém quanto mais tento, mais sinto que elas se prendem ao meu corpo, limitando mais meus movimentos.

O imenso lagarto se aproxima de mim, e antes de descobrir o que ele pretende, volto a manifestar minha escuridão, conseguindo romper parte da teia que me envolve, e com dificuldade pulo para longe, abrindo certa distância das invocações.

A aranha gigante mira a ponta de sua cauda em mim, lançando um potente jato de um viscoso líquido verde claro. Me abaixo e, batendo ambas as mãos no chão, libero meu poder para criar uma parede sombria bem a minha frente.

O líquido bate violentamente na parede de escuridão, mas sinto o impacto como se fosse no meu corpo. Percebo o forte odor que queima minhas narinas, e percebo que uma névoa quente está presente, espalhando-se pelo lugar.

Me dou conta que partes do meu sobretudo e calça já rasgados começam a se desfazer lentamente, e uma ardência incômoda começa por toda a minha pele. Com isso fica claro que essa névoa e o líquido que a aranha lançou é corrosivo.

Os passos pesados e o chão tremendo indicam a aproximação do lagarto, quando de repente a parede de escuridão que fiz é rompida com o repentino impacto do mesmo, que avança com a boca aberta contra mim.

Até penso em me esquivar, porém ele já está próximo demais, não vou conseguir desviar dessa vez, e forçando o máximo do poder que reside em mim, tento conter seu avanço. Libero uma intensa quantidade de escuridão das minhas mãos, que atingem o rosto da criatura e a obriga a se afastar de mim.

Ao longe olho para a aranha, que já lançou mais teias na minha direção. Contra ataco com a mesma rajada que lancei contra o lagarto, conseguindo atingir a aranha e a desestabilizar, mas tendo alguns vários fios de teia caindo sobre mim, mas nada que impeça meus movimentos.

Encaro as duas criaturas que já tornam a se levantar, e batendo minhas mãos contra o chão, faço minha escuridão avançar até eles, serpenteando pelo chão numa grande mancha negra, e assim que as sombras estão abaixo deles, ergo várias estacas negras que atravessam seus corpos, sem chances de que consigam escapar.

Faço a escuridão se dissipar, e ambas as criaturas tombam pesadamente sem demonstrar quaisquer novas reações. Seus corpos desaparecem em questão de segundos.

Quando estou para me virar para Talita, escuto sons estranhos bem perto, e ao olhar, dou de cara com uma nova criatura tomando forma bem a sua frente.

Essa, porém, eleva-se do chão, sendo formado por grandes placas de pedra, troncos e raízes retorcidas, não tendo nenhum aspecto de ser uma criatura de carne como as demais invocações. E de seu interior, é possível ver que uma luz verde brilha intensamente, e uma forte energia emana de si.

Mas essa criatura... Tem algo muito diferente. A sensação que me transmite não é a mesma das demais invocações.

Olho para a bruxa de relance, que sorri e me dá um leve aceno de mão enquanto continua me observando como se estivesse em um espetáculo.

Isso está divertido. Bastante divertido, mas não posso perder mais tempo.

Acabar com essas invocações não me levará a nada. Talita continuará trazendo novas criaturas assim que eu vencer as anteriores.

Meu alvo tem que ser ela.

Avanço correndo, moldando uma lâmina de escuridão em uma mão e chamas negras na outra. Meu foco está em Talita, porém o imenso ser entra na frente numa velocidade maior do que eu imaginava para ele, direcionando um de seus punhos contra mim.

Desvio do ataque e lanço uma onda de chamas negras contra ele, porém meu poder parece não ter surtido nenhum efeito, o ser mal se abala.

Apontando sua outra mão a mim, algo emerge do chão de repente, envolvendo meu punho e o puxando para baixo, interrompendo meu ataque.

Encarando esse "algo" que me prende, percebo se tratar de um tipo de raiz de uma planta. Ergo minha lâmina e parto essa raiz, porém diversas outras emergem do chão ao meu redor, envolvendo meus braços, pernas, cintura, ombros, e pescoço, e por mais que eu tente, não consigo me mover.

- Até que você durou bastante, Cria do Abismo... – Ouço a voz de Talita, e a vejo se aproximando em passos serenos no gramado, fechando seu livro e já bem próxima, ela agarra meu rosto – Mas acho que já chega. Irei te levar de volta, e me certificarei que não escape novamente... Não cometerei o mesmo erro da tapada da Nicole.

- E porque toda essa fixação em me manter preso? – Questiono me debatendo, sem sucesso em me libertar.

- Você é o prêmio que nossa mãe deseja. Como Cria do Abismo, sua alma vale muito. Deve possuir poder o suficiente para alimentar todas nós. – Talita solta meu rosto e sorri maldosamente. – Mamãe ficará orgulhosa de mim quando souber que o capturei.

- Receio que não... – Sussurro fechando os olhos, liberando minha escuridão na forma da aura de antes, que consegue desfazer todas as vinhas que prendiam meu corpo quase que imediatamente.

Talita recua imediatamente ao ver isso, e o grande golem avança sobre mim, com a mão aberta e lançando uma poeira amarelada, que imediatamente nubla minha visão, e começo a espirrar sem parar.

Sinto a mão da criatura batendo no meu peito e me empurrando contra o chão. Percebo que seus dedos crescem ao redor de mim, envolvendo meu tronco completamente e me suspendendo no ar.

Moldo uma lança de escuridão e disparo um ataque no peito da criatura, perfurando parte das pedras e madeira, criando uma grande rachadura e perfurando superficialmente, mas ele novamente não se abala. Não consigo causar nenhum dano verdadeiro nele.

Essa coisa é resistente demais.

A criatura torna a me erguer se preparando para desferir mais um ataque, mas antes que o faça, toco as raízes que me envolvem, tentando fazer com que se partam da mesma forma que as anteriores.

Com o som de estalos os dedos do golem se rompem, porém antes que eu esteja liberto, os dedos da criatura se recompõem quase que de imediato, anulando minha escuridão. Mal tenho tempo de raciocinar o que acabou de acontecer, e sinto meu corpo bater contra o chão por mais uma vez.

O fôlego me abandona e sinto o corpo amolecendo por um segundo, conforme sou erguido do chão novamente, e mais desses ataques são feitos, e sinto-me a beira de desacordar por mais uma vez.

Ao ser erguido mais uma vez, com a visão embaçada, encaro a criatura, e logo seguida Talita que está parada pouco atrás dela.

Não tem jeito, precisarei apelar para isso.

Que seu grande corpo de pedra se quebre em pedaços!

Apenas encarando as raízes, as visualizo se partindo de imediato, me deixando livre de seu aperto. Assim que meus pés tocam o chão, meus olhos vão para a criatura, e com uma onda invisível, seu corpo é atingido e se parte em vários pedaços, desaparecendo no ar.

Talita se protege dos fragmentos que desaparecem no ar, abaixa seus braços e me encara com semblante incrédulo enquanto toco o chão – Mas... Mas o que você...?

- Reconheço seu poder Talita. É uma bruxa e tanto, e tem um talento admirável. – A dor dos meus ferimentos diminui até finalmente desaparecer. Ergo uma das mãos, lançando uma contínua rajada de escuridão em sua direção, fazendo seus cabelos e vestido voarem violentamente junto ao corpo. Talita tenta se proteger, mas é sem sucesso – Adoraria continuar com isso, mas ainda tenho que lidar com suas irmãs... Por isso, não posso mais te fazer companhia.

A rajada de escuridão causa alguns pequenos cortes superficiais na pele e vestes de Talita, a empurrando para trás, quando por fim cedo o ataque. A fita em sua cintura se solta, e seus cabelos caem bagunçados em torno de seu rosto.

A jovem bruxa arfa, passando as costas da mão pelo rosto, afastando alguns fios de cabelo. Ao mesmo tempo que ela se mostra irritada, também vejo que o medo abala sua expressão.

Caminho em sua direção calmamente, e a vejo engolir seco. Talita abre seu livro, porém antes que consiga trazer mais uma invocação a vida, ergo uma das mãos, e lanço uma nova onda de escuridão, essa mais forte com o intuito de derrubá-la, o que consigo sem dificuldades.

A garota bate suas costas no chão, e gemendo um pouco, tenta se erguer. Uso de minha escuridão novamente para avançar, e parar bem acima de Talita. A bruxa fica estática, me olhando com desespero.

- V... Vai me matar? – Ela diz com a voz falha, tentando se arrastar para longe.

- O que? Não. – Sorrio balançando a cabeça negativamente – Não vou te matar, por isso peço que não se preocupe.

Todos as grandes invocações feitas esta noite por Talita, ressurjam agora!

Observando a garota se afastando, o cansaço recai em meu corpo devido a mais uma ação do meu poder, seguido pelo som de pesados passos bem atrás de mim. Mal me dou ao trabalho de virar, pois sei bem a quem esses passos pertencem, e o olhar incrédulo da jovem bruxa foca no que surge logo atrás de mim.

- Apenas te deixarei com novas companhias. – Sorrio de canto erguendo o rosto levemente, levando as mãos aos bolsos de calça.

- Não... Minhas invocações... Como você...? – Talita se arrasta para trás, enquanto as criaturas que antes eram meus oponentes, passam ao meu lado, rumando na direção da garota – Não... Não, sou sua mestra, vocês devem me obedecer! ... Fiquem longe!!!

- Sinto muito, eles não a obedecem mais. – Digo calmamente.

- Não... Não... Isso não pode estar acontecendo! Fiquem longe de mim! – Ela continua tentando se afastar em desespero, sua feição mistura tantos sentimentos que é complicado ver qual delas se sobressai mais. – Alguém... Sarah... Mamãe... Alguém me ajuda!

Antes que as criaturas toquem Talita, ergo levemente uma das mãos, fazendo com que as criaturas se dissipem, e imediatamente minha escuridão surja em torno da jovem bruxa.

Ela olha de um lado ao outro assustada e claramente confusa, enquanto as trevas a envolvem cada vez mais.

- Desculpe Talita. – Digo, e seu olhar vem a mim, e aumento meu sorriso ao ver sua confusão – Só queria te dar um pequeno susto. Por favor, não fique brava.

Talita não tem tempo de responder, a escuridão a cobre completamente, e por fim se dissipa no ar, não deixando nenhum vestígio da presença da garota.

De fato, não a matarei... Jamais faria isso, não sou um assassino.

Mas também, não poderia me dar ao luxo de deixa-la livre assim como fiz com Nicole. Certamente Talita viria atrás de mim, talvez junto das irmãs.

Por agora, durma dentro da minha escuridão, jovem bruxa invocadora.

Irei atrás de suas irmãs.

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