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Capítulo 3

2327 Palavras

Risadas ecoam distantes, confundindo meus sentidos. Abro meus olhos num estranho, porém familiar, lugar.

Um quarto. Um quarto bem iluminado.

Não lembro deste quarto, mas ele é muito familiar. Me transmite tranquilidade.

Encontro-me sozinho na grande cama de lençóis azul claro, tendo um suave cobertor branco sobre meu corpo.

Sento na cama, olhando de um lado ao outro repetidas vezes, buscando desesperadamente por alguma coisa que nem mesmo sei o que é.

As risadas permanecem, e ouvi-las faz nascer uma ansiedade em meu peito, somada a uma estranha animação que mal posso conter em mim. Dando mais atenção, percebo se tratar de vozes de crianças.

Ouço uma voz diferente das anteriores, essa é adulta e feminina. Essa voz é seguida do que acredito ser passos, cada vez mais próximos de onde me encontro.

Uma figura entra devagar e para ao lado do batente, me fitando com seus tímidos olhos escuros assim que me vê.

A figura me olha, sorrindo amavelmente.

Nossos olhares permanecem conectados por um instante que parece eterno.

Esse rosto... Essa pessoa...

Meu peito se agita cada vez mais conforme ela se aproxima, e pegando minhas mãos, me puxa para fora da cama. Suas palavras, apesar de ecoadas e incompreensíveis, parecem melodia para mim.

Uma melodia que acalenta o mais profundo do meu ser.

Me permito ser puxado para uma cozinha, onde outras pessoas já se encontram. São dois adolescentes de pé, um rapaz e uma garota, uma moça de cabelos brancos um pouco mais velha que os adolescentes, e duas pessoas mais idosas sentados... Todos tão familiares para mim...

Em meio a sorrisos animados, os adolescentes vem apressados na minha direção, assim que seus olhos param em mim. O rapaz passa o braço em volta do meu pescoço, e a garota passa seus braços ao meu redor, e os dois me abraçam sem me dar a mínima chance de escapar.

E para completar a situação, um par de crianças entram correndo, passando seus pequenos braços em torno da minha cintura e me olhando com seus olhos brilhantes e cheios de sua energia infantil.

Eles dão risadas, me puxam de um lado ao outro, debatem e logo tornam a rir, enquanto que eu me sinto sem chão nesse instante. Confuso com tudo, mas profundamente acolhido.

Viro meu olhar para a figura feminina quem me trouxe do quarto, pedindo para que ela me tire dessa situação tão inesperada. Ela, porém, apenas da risadas agradáveis ao lado da jovem moça de longos cabelos brancos, ambas se divertindo com a minha situação.

Não nego que isso me atinge de certo modo, de uma forma tão boa, que sequer sei o tamanho da minha surpresa. E num riso curto, me deixo contagiar pelo clima ao meu redor, passando meus braços em volta tanto do rapaz quando da garota, deixando que meu riso se uma ao deles.

Esse clima, tão agradável. Me permito ser contagiado por ele, pela leveza de cada uma dessas pessoas. Não tenho porque resistir a algo tão bom.

Mas ao fechar meus olhos, um forte odor surge, acompanhado de um ruído estranho.

Um sufocante odor queimado.

Abro meus olhos novamente, e todo o ambiente ao meu redor se transformou.

A casa de antes agora está tomada pelo vermelho ardente e o escuro da densa fumaça. As labaredas tomam tudo ao redor, e o chão tem marcas vermelhas espalhadas por todos os lados.

O fogo intenso se espalha por todos os lados, ouço o choro ecoando no ar, cada um dos gritos desesperados implorando por ajuda...

E uma palavra sendo repetida em meio a um sussurro assombroso...

Monstro... Monstro...

Meu peito arde e mal consigo respirar, sufocando cada vez mais pela fumaça.

Quero agir, impedir esse caos e ir até aqueles que pedem por ajuda, mas meu corpo não me obedece, não consigo me mover, apenas tremer com o choque. Estou impotente, completamente impotente frente a tudo isso.

Tudo que consigo fazer, é assistir tudo e todos a minha volta arder em chamas.

*****

Abro os olhos de uma vez e levanto num pulo, olhando o cômodo iluminado em que me encontro por repetidas vezes. Pisco algumas vezes, sentindo meus olhos marejados, meu corpo por inteiro trêmulo, a respiração descompassada e meu coração acelerado.

Arfo desesperadamente, e somente após longos segundos, quando finalmente entendo o que aconteceu, me permito respirar aliviado em um longo suspiro, esfregando uma mão no rosto na tentativa de espantar o sono que ainda permanece em mim.

Eu entendi...

Foi um pesadelo... Mais um pesadelo...

Mais um dentre tantos que venho tendo...

Francamente... Vim deitar apenas para relaxar o corpo já que não consegui no sofá, e estava no celular para me manter desperto. Como foi que ainda me permiti dormir?

Meu olhar cai na manta sobre meu corpo, apertando o tecido entre meu dedos com força conforme a frustração toma espaço em meu peito. Fecho os olhos com força e aperto os dentes, tentando ao máximo conter tamanho desconforto dentro de mim.

Eu preciso esquecer... Preciso esquecer.

Meus olhos vão para a janela e vejo um pouco de luz entrando no lugar.

Já está amanhecendo.

E pelo visto, esqueci de fechar as cortinas antes de deitar.

Olho para o lado, vendo que Alana ainda dorme serena, e de cara fico contente por não tê-la acordado com meu surto... E principalmente, fico aliviado por vê-la bem.

Passo a mão gentilmente em sua cabeça, sentindo os dedos mergulharem devagar em seu cabelo branco, acarinhando com cuidado para não acordá-la... Se bem que não acho que conseguiria, já que ela tem o sono bem pesado.

Gostaria de poder descansar com toda a calma que minha irmã consegue, pelo menos por mais uma vez... Apenas mais uma vez.

Boa parte de seu cansaço deve ser minha culpa, por preocupa-la tanto. Que belo irmão mais velho venho sendo nos últimos tempos.

Saio da cama e me afasto devagar, ajeitando as cortinas para que Alana não desperte tão cedo quanto eu, e tomando o máximo de cuidado para não fazer barulho, vou para a sacada, aproveitando a bela vista das montanhas e do horizonte. As nuvens baixas por entre as montanhas, o céu aberto e a luz do amanhecer compõe uma vista memorável. Uma composição perfeita.

Uma das poucas coisas que escapa do monótono monocromático que enxergo em todo esse mundo tedioso. Tudo ao meu redor é sempre tão sem graça, tão desinteressante... Tudo é tão vazio.

Essa é uma consequência de abraçar a escuridão.

É raro encontrar algo com alguma cor diante de mim, e ver tal beleza. É raro, mas ainda consigo... E talvez por ser tão difícil encontrar algo assim, que eu valorize tanto essa sensação.

Enquanto meus olhos correm de um lado ao outro, inspiro o ar puro e leve daqui, soltando em um longo suspiro, e me permito desfrutar deste ambiente.

A calma e silêncio matinal presente nesse instante é incrível, quase única. Transmite conforto e tranquilidade de uma forma inalcançável para quem está na cidade, e reparando agora, está completamente diferente da noite anterior. Aquele silêncio de ontem era incomodo de forma que não sei ao certo como descrever... Hoje é o total oposto.

Meus pensamentos retornam na busca que fiz ontem e na sensação que minha irmã teve. Mesmo não tendo encontrado nada, não consigo apenas ignorar. Quando chegamos, tive uma sensação estranha, e os instintos da Alana não costumam ser alarmes falsos.

Alguma coisa não se encaixa, mas o que estou deixando passar?

Prometi para minha irmã não usar meus poderes, principalmente o poder da vontade, e irei manter o que disse. Eu gostaria, afinal poderia descobrir o que houve noite passada em poucos segundos, mas infelizmente ainda estou sem força o bastante para isso sem me pôr em risco.

Simplificando a coisa, acho que cumprirei minha palavra, seja por bem ou por mal.

Uma fria brisa matinal toca meu rosto, carregando para longe tantos pensamentos e me trazendo de volta ao presente. Meus olhos focam no horizonte, admirando a paisagem natural a minha frente, distante do toque dos humanos, e por fim enxergo a beleza deste lugar. A escolha de Alana não foi ruim.

Me pergunto porque nunca fiquei sabendo desta cidade enquanto era humano. Isso ainda não está se encaixando... Mas tudo bem, não faz diferença agora.

Melhor deixar esses devaneios para outro momento. Por hora, quero curtir a viagem como minha irmã propôs, e não estragar tudo procurando pelo em ovo.

Retorno para dentro da casa, vendo que Alana se esticou por inteira e tomou posse de toda a cama nesses poucos minutos. Seguro meu riso com a cena, enquanto olho as horas no celular.

- Ei Alana, acorde... – digo ao me abaixar ao lado da cama, cutucando sua bochecha.

Ela reage franzindo a testa por um momento – Que horas são? – Murmura sonolenta, sem sequer abrir seus olhos.

- Seis horas, como o combinado. – respondo apoiando o queixo no colchão.

- Seu chato... – rebate, agora abrindo um de seus olhos – Era brincadeira...

- Eu sei. – Dou meu melhor sorriso, e recebo uma careta em troca. – Vamos lá comer alguma coisa, temos que experimentar a gastronomia local. E o café da manhã da pousada está incluso.

- Tá bem... Eu já estou levantando, me dê só alguns minutos... – Resmunga revirando na cama, enquanto que fico de pé novamente.

- Te dou uma hora. – Comento me virando e deixando o quarto.

Vou para a sala, me jogando no sofá e espero minha irmã ter seus minutos para despertar o bastante pra sair da cama. Apesar de ter dito uma hora, tenho minhas dúvidas se ela irá aproveitar esse tempo extra.

Por fim minha irmã aparece após uns vinte minutos, arrastando os pés e esfregando seus olhos. Ela senta ao meu lado, esticando os braços acima da cabeça por longos segundos, e olha fixamente para frente logo depois, claramente não tendo despertado ainda.

E para completar, Alana ainda está de pijama.

- Eita noite longa irmãzinha... – Brinco e recebo uma encarada feia de Alana. Pelo visto ainda não me desculpou por tê-la acordado tão cedo.

- Noite longa e cama confortável. – resmunga preguiçosamente, bocejando longos segundos e olhando fixamente para frente. – Queria aproveitar para dormir só mais um pouco... Mas é uma pena que um certo irmãozão me acordou.

- Que coisa mais feia né? – Faço-me totalmente de desentendido, me divertindo com a situação. – Isso lá é coisa que se faça?

Ela me encara com olhos cerrados – É né? Como alguém pode ter tamanha ousadia de fazer algo assim?

- Vamos fazer assim, amanhã é certo que te deixo dormir bem mais tempo. – Digo afagando seu cabelo, e ela encosta no meu ombro. Por um segundo acredito que ela irá dormir novamente e fazer meu ombro de travesseiro.

- Eu queria hoje... – Resmunga baixinho – Não pode ser hoje?

- Você já está acordada hoje. – digo aos risos.

- Seu chato, está me impedindo de ter meu sono de beleza... Não tem vergonha de fazer isso com sua irmãzinha? – Ergo os ombros em resposta – Você é mau, de um jeito que não encontra limites.

- Eu sei, afinal sou seu irmão mais velho e um dos meus trabalhos é ser um chato bem malvado sem o menor motivo aparente. – Assim que termino de falar, começamos a gargalhar de toda essa situação.

Sempre é divertido e nos acabamos em risadas.

- Se eu ficar feia por não ter minhas trinta horas de sono, a culpa será sua. – Rebate.

- Te garanto que só um dia não fará tal estrago. – Murmuro rindo.

Ela respira fundo, fechando os olhos numa expressão serena – Você dormiu?

Hesito com sua pergunta – Sim... Dormi...

- E como foi? – Questiona – Dormiu bem?

Contenho minhas palavras a primeiro instante, lembrando das imagens do pesadelo desta noite. Decido não contar sobre isso, e vestindo o máximo de leveza que consigo, a respondo – Sim, tive uma boa noite.

- Mentiroso... – Ela sussurra num tom compreensivo, e dou um sorriso fraco.

Ela sabe como são minhas noites e como sou atormentado em cada vez que me cometo o erro de me permitir dormir. E também sabe que sempre digo ter uma boa noite para tentar dizer que estou bem, e não preocupa-la ainda mais.

É uma coisa que não sei se funciona com outros irmãos, mas faz sentido conosco.

Alana fica de pé, erguendo seus braços e espreguiçando. – Vou lá trocar de roupa. Já eu volto para irmos comer.

- Tudo bem, te espero por aqui. – Digo e ela se afasta devagar.

Levanto levando as mãos aos bolsos da minha bermuda, caminhando devagar ao banheiro. Ao entrar, abro a torneira e junto um punhado de água gelada nas mãos, lavando o rosto repetidas vezes para tentar afastar qualquer resquício de sono, e por consequência, afastar qualquer chance de me lembrar daquele maldito pesadelo.

Encaro meu reflexo no espelho, enquanto gotas escorrem pelo meu rosto e fios do meu cabelo grudam na testa, observo minhas olheiras de várias noites em claro. Passo as mãos pelo cabelo o prendendo num coque firme, passo as mãos na minha camisa e por fim ajeito meu sobretudo ao corpo.

É, acho que estou minimamente apresentável.

Alana retorna já trocada, e deixamos a casa rumo a entrada da pousada. Avançamos para a o largo refeitório da pousada, onde mais pessoas do que eu imaginava já estão presentes, tanto que tem poucas mesas livres.

Eu e minha irmã nos apressamos para conseguir algo para comer e conseguir uma mesa para nós. Acabei por pegar uma porção de pães de queijo para mim, e Alana traz consigo um belo pedaço de bolo.

Nos sentamos e começamos a comer, ambos olhando curiosamente para todos ao redor, como uma tentativa mútua de descobrir cada detalhe desta pousada tão única.

- Quais os planos para hoje? – Me questiona de repente.

"Andar o dia inteiro" é o que penso responder a princípio, mas pondero um segundo e decido por falar uma coisa menos cansativa – Conhecer a cidade.

Ela me assente, bocejando bons segundos. – Algum lugar em especial?

- A cidade inteira? – Ergo uma sobrancelha, e ela esboça um sorriso.

- Um pouco menos abrangente. – Diz mordiscando seu bolo.

- Bom... Estamos em uma cidade turística no meio das montanhas... – Apoio o queixo na mão, erguendo meus olhos ao teto em busca de ideias – Podemos começar pelos principais pontos daqui.

- E você conhece algum ponto turístico dessa cidade? – Me ergue uma sobrancelha.

Minha resposta é apenas um erguer de ombros.

- Antes de nos aventurarmos por aí, darei um jeito nisso. – Ela me sorri.

A partir desse instante, curtimos o café da manhã observando as pessoas a nossa volta, e fico contente por finalmente estar me distraindo.

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