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Capítulo 1

3605 Palavras

Encontro-me na sala do meu até então apartamento que divido com minha irmã quando não estamos no Abismo, largado no confortável sofá branco, com os braços apoiados no encosto do mesmo.

Meus pés descansam sobre minha imensa mala de viagem azul marinho, e tenho ao meu lado uma mochila preta levemente estufada. Meus olhos encaram o teto por longos minutos.

No momento, aguardo pacientemente que minha irmã termine de arrumar sua mala.

Tenho que admitir que a ideia da Alana é muito boa, apesar de ser tão repentina. Alguns dias de férias para relaxar um pouco. Fazer algo diferente, conhecer lugares novos, e qual a melhor maneira de fazer isso, senão viajando?

Talvez eu esteja mesmo precisando... Desde aquele maldito pesadelo de alguns meses atrás, minha cabeça não tem estado muito legal...

Ou melhor, nunca esteve. Mas as coisas pioraram bastante depois daquele pesadelo.

Aquilo reviveu uma lembrança dentro de mim. Uma que lutei muito para esquecer, e acreditei ter enterrado para sempre dentro de mim, mas me enganei.

E infelizmente, uma lembrança puxa outras.

Franzo o cenho, apertando os olhos com força. Lentamente levo a mão ao rosto, esfregando os dedos pela testa, deixando escapar um suspiro carregado de pesar.

Saco, tenho que esquecer isso de uma vez por todas. Mas em qualquer pequena brecha, todas essas imagens retornam em meus pensamentos quase que imediatamente. Lembranças envolvendo pessoas, momentos, sentimentos...

Não... Eu não posso mais pensar nisso.

Eu não posso mais pensar, isso tudo já ficou para trás. Não me abala hoje, não pode me abalar de jeito nenhum.

Tudo acabou. Tudo ficou para trás.

O barulho de algo caindo ao chão toma minha atenção.

Tudo que ouço são alguns barulhos vindos do quarto da minha irmã, enquanto ela termina de ajeitar suas coisas para a viagem, cantarolando alguma música que até agora não consegui decifrar qual é.

- Terminei! – Ela diz de seu quarto, e viro a cabeça para o corredor.

- Pegou tudo que precisa? – Questiono preguiçosamente, sem esboçar o menor sinal que irei levantar do sofá.

Alana surge no corredor, empurrando a grande mala de rodinhas até a sala. – Uhum, tenho tudo pronto! – Sua animação é contagiosa, e sorrio serenamente ao olhar ela.

Minha irmã tem uma jaqueta preta, uma regata rosa com um desenho de caveira branca na altura do peito, calças jeans também preta, e um par de botas. Além de manter seus longos e ondulados cabelos brancos presos num rabo de cavalo alto.

- E você, já está pronto irmãozão? – Me questiona erguendo uma sobrancelha.

- Estou... – Tiro os pés de cima da mala, espalmo as mãos nos joelhos e fico de pé, ajeitando minha camisa ao corpo, e alinhando meu longo sobretudo. Sacudo a cabeça algumas vezes, permitindo que meu longo cabelo caia pelas costas – Podemos ir?

- Claro, estou pronta! – Ela diz animada, repetindo a frase que o Bob Esponja sempre diz. Não contenho meu riso ao ver isso, é divertido.

Pego minha mochila, a lançando no ombro, já puxando minha mala. Alana se aproxima de mim, e pouso a mão em seu ombro.

Fecho meus olhos por um instante, tendo o lugar que desejo ir junto a minha irmã surgir em meus pensamentos. A característica leveza de quando utilizo isso cresce dentro de mim, indicando o que está para acontecer. E dessa forma...

Nós partimos.

*****

O barulho de incontáveis vozes inicia-se de repente ao meu redor, e um pequeno cansaço recai em meu corpo. Porém, estou tão acostumado com isso que já não me incomodo mais.

Abro meus olhos novamente, me encontrando na entrada do local desejado segundos atrás. Não muito longe ouço o som do motor de alguns ônibus de viagem.

Várias pessoas passam de um lado ao outro. Vejo algumas entrando na rodoviária, outras saindo e seguindo em direções aleatórias, cada uma arrastando suas bagagens e confirmando passagens em suas mãos.

Ainda não entendo completamente... Se a ideia dela é viajarmos para um lugar distante, e eu podendo nos levar a qualquer lugar deste mundo num piscar de olhos... Então, o que estamos fazendo numa rodoviária de São Paulo?

- Já te vi fazer isso algumas vezes, mas ainda continua dando uma surpresinha de leve. – Alana comenta ao meu lado.

- É tudo uma questão de se acostumar. – Sigo o ritmo de seus passos, a olhando de soslaio, reavaliando sua ideia – Sabe que eu poderia ter nos levado diretamente para alguma cidade, não é Alana?

- É claro que sei, mas que graça teria isso? – Ela volta seus olhos violeta a mim – A ideia aqui é fazermos uma viagem de verdade do começo ao fim, como os humanos fazem. De embarcarmos num ônibus, pegar a estrada, e conhecer uma cidade nova.

- É, mas isso continua não sendo distante. – Constato, querendo entender o que se passa na cabeça de minha irmã.

- A partir do momento que se pode ir a qualquer lugar que quiser num piscar de olhos, realmente tudo torna-se um passeio entre cômodos de uma mesma casa. – Ela me olha de canto, enquanto entramos na rodoviária – Mas, ao fazermos uma viagem convencional, você experimentará a sensação da distância outra vez.

Não digo nada a princípio. Mantenho meus olhos voltados a Alana por longos segundos, encontrando certo sentido no que ela me diz.

De fato, desde que me tornei o que sou, muitas coisas caíram na insignificância. Qualquer distância é trivial para mim, igual a quase todas as outras coisas... Uma viagem assim pode mesmo me fazer experimentar certas sensações novamente.

- E aliás, faz tempo que quero andar de ônibus de viagem, sabia? – Alana comenta, levando uma mão ao bolso da jaqueta – Estou curiosa pra saber como é. Vai me deixar curiosa?

Assinto sem hesitar – É, acho que vou fazer isso.

- Você é mau! – Me acusa, e acabo gargalhando de tão espontâneo. – Querendo deixar sua irmãzinha curiosa, sua maldade não tem limites!

- Eu sei. – Dou um largo sorriso a abraçando de lado. – Vamos, temos que comprar nossas passagens.

- Tá bem, mas... – Ela faz uma pausa – Com qual dinheiro?

- Ah... Hm... Sabe, essa é uma boa pergunta... – Passo uma mão pelo queixo, torcendo levemente a boca – Bom, resolverei isso.

Vamos ver, estamos em uma rodoviária. A quantidade de pessoas aqui é imensa, e muitas delas, senão a esmagadora maioria, levarão dinheiro em suas carteiras. Duplicar tudo de todos os presentes nesse amplo espaço, e trazer esses excedentes a nós, e é isso que farei, com a vontade de apenas um pensamento.

Uma nova onda de cansaço recai sobre meu corpo, e dessa vez não consigo conter um profundo bocejo. Levo a mão ao bolso e encaro minha carteira, que está praticamente estourando de tantas notas, e imagino que a carteira da minha irmã esteja na mesma situação. Provavelmente, a quantia que essas pessoas tem será o bastante para alguns dias fora.

Acabo bocejando uma segunda vez. Mesmo após meses tendo essa habilidade, usar a "Vontade" continua sendo cansativo, mesmo para coisas pequenas. Não posso abusar disso.

Na verdade, precisei recorrer muito a isso ultimamente. Acho que esse foi meu último uso sem desmaiar. Já estou cansado demais para usar essa força por mais uma vez, precisarei de um tempo até estar recuperado por completo.

- Quero colocar uma regra na nossa viagem. – Alana diz de repente, enquanto esfrego os olhos para espantar o sono. – Nada de poder da vontade. Combinado?

- Nada? – Questiono, já próximos dos guichês – Nem poder da escuridão?

- Nem isso! – Ela rebate. – Será uma viagem de férias normal, para irmãos normais.

- Não sei se você lembra, mas não somos muito normais irmãzinha. – Alana não me responde com palavras, mas sim com uma careta – Tá bom, irei me comportar.

Nem tenho outra escolha mesmo, então não pretendo forçar a vontade mais do que já tenho feito, usar esse poder com pouca energia é arriscado. Preciso me recuperar.

E sabe-se lá quanto tempo vou levar para estar plenamente recuperado.

Seguimos em passo calmo para os guichês, desviando de algumas pessoas que transitam por aqui nesse horário. É impressionante como lugares como este estão movimentados mesmo em horários tão aleatórios.

Minha irmã passa os olhos da tela de seu celular aos guichês por repetidas vezes, até me sinalizar um guichê e específico. Entramos na pequena fila e levo as mãos aos bolsos da calça, aguardando nossa vez chegar. Não demora muito até sermos atendidos, e deixo com que Alana escolha o lugar da viagem.

- Pronto, agora é só esperar. – Ela diz, me mostrando nossas passagens.

- Qual o horário de embarque? – Questiono passando os olhos rapidamente pelas passagens – Daqui... Três horas?

Minha expressão de agora deve ter deixado claro o tédio que sinto por precisar esperar tanto tempo, já Alana mal parece se abalar com isso. Na verdade, ela parece bem empolgada.

Não sei ao certo se a empolgação é genuína, ou se ela está fazendo um excelente trabalho de esconder o tédio por precisar esperar tanto.

- Não reclame, afinal ainda embarcaremos bem cedo. – Ela diz, guardando as passagens no bolso da calça – E por enquanto, temos tempo de dar uma volta e comprar algumas coisas.

- É uma boa ideia. As coisas nas paradas costumam ser caras. – Penso na última vez que viajei. Qualquer parada serve como um verdadeiro incentivo a buscar um custo-benefício alimentício ideal.

- Claro, afinal, tempo não nos falta. – Ela só pode ter dito isso pra me provocar.

- Apesar que, nós devemos aproveitar a parada por um motivo. – Incito sorrindo.

Seu olhar entrega sua curiosidade – E qual seria?

- É que apesar de controversa, comida de estrada é muito boa. – Suas sobrancelhas saltam com o que eu disse – Ela alimenta a alma... Imagine um café lotado de açúcar, ou um salgado pingando óleo, e que mesmo assim, por alguma obra desconhecida do universo, consegue ser muito bom e não manda quem aproveita para o hospital.

Alana pausa um segundo, piscando repetidas vezes como se absorvesse o que acabei de comentar – Você sabe que me deixou curiosa, e que agora serei obrigada a descer na parada e experimentar algo, não é?

- Se vamos fazer isso, vamos fazer direito né irmãzinha? – Digo com um sorriso divertido, e Alana acaba rindo.

- Concordo nesse ponto. – Me responde assim que contém o riso. – E você irá comigo!

- E você acha que eu não iria? – A olho com as sobrancelhas bem no alto – Estou cheio de saudades de tomar uma boa dose de café açucarado de estrada.

Minha irmã acaba gargalhando, me olhando de canto – Só que ainda assim, não dispenso a ideia de comprarmos algumas coisas por aqui.

Sem outra alternativa no momento, partimos para andar pela rodoviária, tanto para comprar coisas para comermos, como também matar o tempo até o embarque.

*****

Nosso ônibus está parado, e estamos na fila para guardar nossas malas. Se eu achava que Alana estava empolgada antes, agora então está muito mais.

- Não está com calor usando isso? – Ela pergunta logo após entregar sua mala, segurando na manga do meu sobretudo.

- Nem um pouco. – Respondo de imediato, já imaginando o frio por causa do ar condicionado.

Mas faz sentido ela sempre perguntar. É uma vestimenta que uma pessoa comum só utilizaria nos dias mais frios do ano... Imagino o incomodo que devo causar nas pessoas ao usar isso todos os dias do ano, faça chuva ou faça sol.

Entrego apenas minha mala, mantendo minha mochila comigo, onde por sinal, estão todas as coisas que compramos para comer durante a viagem. Vou até Alana, que já apresentou nossas passagens.

Por um instante acredito que ela pegou lugares normais, mas mudo meu pensamento quando a vejo entrando nas cabines leito.

Alana senta-se em sua poltrona ao lado da janela, e sento-me em seguida, puxando o descanso para os pés e me aconchegando. A poltrona é bem mais confortável do que eu esperava, ela parece abraçar meu corpo.

Ajeito minha mochila entre os bancos, a abrindo e puxando uma manta para mim, e já jogo a segunda no colo da minha irmã. – Ué, pra que isso?

- Quando o ônibus sair, você vai entender. – Respondo olhando ao redor, me adaptando ao local onde estamos, acompanhando a maioria das pessoas indo ao andar superior.

Levam bons minutos até terminar o embarque, alguém passar nos indicando as instruções seguido de refrigerantes, e finalmente o ônibus sair da rodoviária. Minha irmã está acompanhando tudo pela janela com um sorriso no rosto, enquanto levo as mãos atrás da cabeça e encaro a tela a minha frente, dando um longo suspiro. Se colocarem um filme, definitivamente será bem agradável.

- Esqueci de perguntar, são quantas horas na estrada? – Digo voltando meus olhos para minha irmã, que está aconchegada e de olhos fechados.

- Sei lá. – Arqueio as sobrancelhas. – Umas nove, dez horas de viagem...

Antes que perceba, já estou boquiaberto. Deixo o cotovelo no descanso de braço, apoiando a cabeça na mão – Aiaiai... Será uma longa viagem...

Ela começa a rir de repente – Estou brincando. São cinco horas no máximo, não escolhi um lugar tão longe assim.

- E qual lugar escolheu, que por sinal, até agora não faço ideia de qual seja. – Minha irmã se ajeita no banco com um largo sorriso no rosto, já se envolvendo na manta que trouxe para ela.

Pouco minutos de ar condicionado ligado, e ela já se cobrindo inteira.

- Um ponto turístico no alto da Serra da Mantiqueira... Um lugarzinho chamado de Visconde de Mauá. – A olho de soslaio, curioso com sua escolha. – E por se tratar de um povoado, e estarmos indo fora de qualquer temporada, estará bem vazio.

Esse ponto é algo que me agrada bastante.

Admito estar um pouco curioso para ver o que esse tal povoado tem a oferecer.

Olho para o lado, minha irmã pegou seu celular e, já usando seus fones, coloca uma música para tocar, alta o bastante para que eu também consiga ouvir. Já que não tenho muito a fazer, me aconchego no banco e saco meu celular do bolso, buscando me distrair na internet e fazer o tempo passar até chegarmos ao nosso destino...

Afinal, dormir está fora de cogitação.

*****

Após longas sete horas de viagem devido ao trânsito antes de sairmos de São Paulo, finalmente desembarcamos. Já está anoitecendo, além de eu sentir uma ventania bem fria assim que botei meus pés para fora do ônibus.

Sinto as costas doerem depois de tanto tempo nesse banco. Por mais confortável que aquela poltrona seja, e também mesmo tendo levantado quando chegamos na parada, não impediu que as dores me atingissem, sem contar da fadiga acumulada.

Ergo os braços para me espreguiçar por longos segundos, sem conseguir impedir que um profundo bocejo preguiçoso me escape – Nossa, como aqui está frio... – Ouço Alana murmurando.

- É, está mesmo. – Respondo risonho, erguendo os olhos ao céu por um instante. – Já gostei do clima daqui... Por mais que, talvez, seja por causa da minha presença.

O céu está coberto por pesadas nuvens de tons purpura acinzentada, além de uma cerração também estar presente por todos os lados. Não somente isso, estar ventando sem parar, de forma que as arvores ao redor balancem violentamente. Pelo visto, essa será uma noite bem fria.

Olho ao redor com certa atenção. As luzes amareladas dos postes já estão presentes, e vejo muito pouca movimentação ao redor, sejam de poucas pessoas transitando, e praticamente pouquíssimos carros.

A julgar por todos que estão na rua estarem com roupas leves e abraçando a si mesmos, dá pra dizer que foram pegos de surpresa por essa frente fria tão repentina...

Pelo jeito, independente do poder da vontade estar totalmente enfraquecido, somente minha presença já é capaz de afetar o ambiente, mesmo que de forma mais leve.

Nem quero pensar o que vai acontecer quando retornarmos para São Paulo com meu poder total a disposição...

Voltando a olhar o lugar, fico reparando como a arquitetura daqui é bonita. Muito bonita. Tanto as casas quanto os vários estabelecimentos me lembram uma arquitetura bem germânica, muito parecida com a de várias outras cidades brasileiras, especialmente as do sul. As pinturas de todos os lugares são bem cuidadas, parecem até mesmo serem recentes.

A via principal é asfaltada muito bem cuidada, diria até que é nova, e pelo que consigo ver daqui, todas as ruas paralelas são de paralelepípedos e parecem muito bem preservadas no geral. É um verdadeiro local turístico com um ótimo padrão, e deve ter muito mais a oferecer. Imagino como deve ser movimentado no meio das temporadas de férias.

Agora, porém, está tudo bem quieto e com pouquíssimas pessoas presentes.

Curioso que um lugar com essa estrutura esteja tão vazia.

Curioso também que um lugar desses seja "apenas" um povoado. A primeira vista, me parece mais do que isso.

E não sei o motivo disso, mas... Algo neste lugar me incomoda um pouco.

- Vamos, precisamos achar um lugar para ficar. – Digo ao sair dos meus devaneios, buscando algum lugar bom para nos hospedarmos.

Avanço alguns passos, mas estranhando a falta de respostas, encaro minha irmã sobre o ombro. Sua animação parece ter desaparecido, isso sem falar que ela está olhando apreensivamente de um lado ao outro.

- Algum problema? – Questiono, abrigando uma das mãos nos bolsos.

- Não, é só que... – Ela pausa um segundo. Seus olhos vão ao chão por um instante, logo focando em mim – Tive uma sensação esquisita... Mas já passou.

Ergo uma sobrancelha e observo minha irmã por alguns instantes. Ela não diz mais nada, e segue avançando pela calçada em passos firmes.

Acho que não terei nenhuma explicação. Dou de ombros e a sigo, pensando no que pode ter causado essa sensação em nós.

Caminhamos por alguns momentos arrastando nossas malas, buscando por algum hotel, mas não encontramos nenhum a princípio. Após algumas quadras caminhando, o que me permite dar uma olhada no lugar, encontramos um hotel diferenciado... Ou melhor, uma pousada.

Ela tem um terreno bem amplo e inclinado, cortado por uma longa rua de terra batida que se divide por todo o lugar, e a hospedagem é feita em grandes chalés particulares, conectados por meio de um caminho de pedras largas. Além disso, seja lá qual lado que o chalé esteja, é possível ter uma visão privilegiada das montanhas ao redor.

Basta apenas um olhar trocado entre mim e Alana, e concordamos com o lugar. É a escolha perfeita.

Avançamos a recepção e, após alguns minutos, temos em mãos a chave de um dos chalés, e avançamos para guardar nossas coisas.

Aproveito dessa oportunidade para olhar melhor o lugar que ficaremos. Apesar de conectados por uma mesma rua, os chalés tem uma distância considerável entre si o que já garante certa privacidade. Eles são de madeira, tendo uma pequena sacada e paredes de vidro no segundo andar. Atrás dos chalés existem deques também de madeira, e ao que tudo indica... Eles tem banheiras a céu aberto com vista direta para as montanhas.

- Ainda está cedo... – Alana comenta de repente – O que acha de irmos olhar a cidade depois de guardar as coisas?

- Por mim tudo bem, mas trate de se agasalhar um pouco melhor. – Concordo rindo, olhando para o número marcado na chave e então para um dos chalés – É esse.

Entramos no chalé sem demora, revelando um lugar bem mais confortável do que eu esperava. A sala de estar conta com um largo sofá e uma ampla televisão, os moveis são de madeira clara como todo o restante do lugar.

A cozinha é minúscula e praticamente divide espaço com a mesa de jantar. É bem apertada, mas ainda assim tem sua beleza e conforto, devido a tantas coisas novas e muito bem cuidadas.

Não vejo nenhuma cama ao redor, e erguendo os olhos, já entendo onde esteja. Pego minha mala e da minha irmã, e num impulso natural moldo asas de escuridão, saltando para o andar superior para dar uma olhada.

A sorte é que parte do chalé tem espaço livre no alto. Caso contrário, não teria como fazer isso aqui dentro.

Cesso meu movimento e pairo no ar deixando minhas asas bem abertas, podendo olhar bem como é o quarto. Tem apenas uma imensa cama de casal, um largo armário logo em frente, uma outra televisão, uma janela bem acima da cama, e as paredes de vidro que vi lá fora possuem uma porta de correr e uma fina cortina em frente.

- Ei! – Ouço Alana esbravejar logo abaixo de mim – O que eu te disse mais cedo?

Balanço a cabeça negativamente, pousando no andar superior e fazendo a densa escuridão se dissipar no ar – Já sei, nada de manifestar poderes por aqui, se bem que eu fazer isso é uma coisa quase automática... Aliás sobe aqui, vem dar uma olhada em como é quarto.

Deixo as malas no chão e cruzo os braços, olhando minha irmã chegando. Apesar de poder chegar até aqui com a mesma facilidade que eu, Alana acaba optando por vir pelas escadas.

Ela está mesmo levando a ideia de "uma viagem normal" a sério.

- Uma cama só. – Ela comenta, passando um dedo pela testa.

- É... Pelo visto, alugamos um chalé para casais. – Viro meus olhos a ela, ergo os ombros com a situação – Bom isso não me parece um problema, afinal não irei dormir... E mesmo se fosse, não é como se essa fosse a primeira vez que precisamos dividir uma cama, não é?

- Realmente. – Alana puxa sua mala para perto da cama, a abrindo e procurando por algo dentro – De qualquer jeito, pensamos nisso depois.

- Claro, o plano agora é dar uma olhada nessa cidade. – Comento, tirando a mochila das costas e deixando sobre minha mala. – Estarei te esperando lá embaixo.

Tenho um gesto afirmativo de Alana, e desço para olhar as coisas com mais calma. Ainda não sei quantos dias ficaremos nesta cidade, mas ao que parece poderemos relaxar bastante durante os próximos dias.

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