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Chapter Eight




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Capítulo Oito: ATÉ QUE PONTO VALE IR POR AMOR?

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Adhara Black

6° Ano de Hogwarts


RÉGULOS BLACK, VULGO MEU IRMÃO MAIS NOVO, tinha um talento natural para ficar emburrado, algo extremamente irritante na maioria das vezes.

— Isso já está ridículo! Ele não pode me ignorar para sempre.

Sirius soltou uma risada amarga.

— Rég me ignora desde que entrei na Grifinória, então eu realmente acho que ele pode sim te ignorar para sempre — murmurou — então…

O encarei desanimada.

— Mas eu sempre fui a irmã favorita.

— Na nossa família, só somos os favoritos enquanto seguimos todas as regras e estamos dentro das expectativas — retrucou — e sejamos sinceros, até você já percebeu isso.

Olhei para o pacote de bolachas em meu colo como se fosse tudo culpa dele.

— Pensei que estando em Hogwarts, a gente teria uma pausa em todos os dramas familiares.

Meu irmão gargalhou.

— Ah, doce ilusão. 

Fiz uma careta quando James saltou da vassoura e andou tranquilamente pelos assentos da arquibancada até chegar onde a gente estava. Sempre que ele estava fazendo qualquer coisa relacionada a quadribol, um sorrisinho irritante surgia em seu rosto.

— Sirius, pensei que viria ao treino para treinar.

— Era o plano, mas a minha gêmea está quase chorando porque Rég recusou o chocolate de reconciliação e continua a ignorando.

James arqueou a sobrancelha.

— Já faz quase um mês, ele ainda está nisso?

— Ele e Narcisa — resmunguei — e recebi uma carta da mamãe dizendo que a Andy foi expulsa da família e é para cortar contato imediatamente, o que é uma droga enorme.

Ele sentou do meu outro lado e roubou uma das bolachas.

— Régulos idolatra você, daqui a pouco ele esquece isso e volta a olhar para você como se fosse a pessoa mais incrível do mundo — James diz, tranquilo — E se tudo continuar dando errado, você pode se juntar ao Sirius e fugir para a minha casa, tem colchões sobrando lá.

— E a mãe dele faz biscoitos incríveis — Sirius comentou — Sério, você precisa provar aquilo.

Suspirei desanimada.

— Não quero biscoitos, quero que meu irmão volte a falar comigo.

James me encarou por um momento e então surgiu um sorriso em seu rosto que imediatamente me preocupou.

— Tenho uma ideia.

O encarei desconfiada.

— Que ideia? 

— Faça biscoitos para ele te perdoar! Posso te levar até a cozinha, tenho a receita da minha mãe, então a gente prepara biscoitos do perdão.

Sirius começou a gargalhar.

— Adhara? Na cozinha? — perguntou, como se fosse a coisa mais engraçada do mundo — Ela não sabe nem esquentar uma água. Na nossa família, cozinha é lugar dos Elfos, a minha irmã só sabe ir até lá para pedir.

Uma careta surgiu no meu rosto.

— Infelizmente, não é mentira — murmurei.

James franziu a testa.

— Cozinhar é como poções, que você é ótima, então vai ser tranquilo, qualquer coisa, vou estar lá para te ajudar.

A ideia ainda parecia péssima para mim, mas considerando que no momento, eu não tinha outras opções, então decidi concordar com aquela loucura que provavelmente iria dar errado.

— Se isso der errado, eu vou azarar você.

— Nada fora do comum então.

O capitão do time da Grifinória apitou, fazendo com que Sirius e James tivessem que levantar de onde estavam e irem para o gramado com suas vassouras.

— Te encontro depois do jantar — James disse, animado — para fazer os melhores biscoitos da sua vida.

Revirei os olhos.

— Seja atingido por um balaço, por favor.

Ele gargalhou.

Juntei minhas coisas e saí do estádio, ficar vendo o treino seria entediante e eu não conseguiria desviar os olhos de James, o que tornaria tudo muito constrangedor e alguém poderia perceber, afinal, havia vários alunos da casa dos corajosos observando o treino.

Ajeitei meu cachecol e suspirei cansada.

No caminho para dentro do castelo, vi minha prima, Narcisa, pintando suas unhas embaixo de uma das enormes árvores que havia nos terrenos de Hogwarts, para a minha alegria, ela estava sozinha, então tomei coragem para me aproximar.

Uma careta surgiu imediatamente no seu rosto ao me ver.

— Oi.

Ela me ignorou, me fazendo bufar e me jogar ao seu lado na grama.

— Você não pode me ignorar para sempre, Çissa — resmunguei — Eu não te contei porque não confiava em você ou sei lá, mas sim porque Andrômeda não se sentia preparada para ter essa conversa ainda e…

Narcisa me encarou mortalmente.

— Talvez você ainda não tenha descoberto, mas agora eu só tenho uma irmã, então não me importo — sussurrou furiosa — Eu ainda poderia ter duas se você tivesse me contado ou tivesse dado um jeito naquilo com suas próprias mãos.

Respire fundo.

— Andrômeda ainda está viva, não fale como se ela tivesse morrido — resmunguei — Ela se apaixonou de verdade, o que queria que eu fizesse? Matasse o cara? 

A loira apontou o pincel do esmalte na minha direção como se fosse uma arma.

— Talvez! Ou tivesse contado para alguém, como Bellatrix ou sua mãe, então elas teriam feito algo e Andrômeda teria voltado ao normal, ainda sendo a minha irmã.

— Do que adiantaria? Se alguém machucasse Ted, ela nunca iria perdoar ou sequer olhar na cara da nossa família novamente! Você não percebe? 

Ela revirou os olhos.

— Daqui a pouco vai dizer que sangues-ruins não são nojentos ou que sei lá, está apaixonada por um mestiço horrível — resmungou — então também vai ser expulsa da família.

Olhei diretamente para Narcisa.

— Eu só acho que nem tudo é como a nossa família acha, Çissa! A gente também tem direito de fazer escolhas e decidir nosso futuro.

A loira levantou, furiosa.

— Eu não escolheria um futuro que me levasse para longe da minha família — retrucou — Talvez você seja mais parecida com Sirius do que percebe, sinto pena da tia Walburga.

Fiquei incrédula com aquilo, mas antes que pudesse retrucar, ela já tinha se afastado a passos furiosos.

Considerando tudo o que estava acontecendo na minha família nos últimos dias, eu estava cada vez mais temerosa que alguém descobrisse a minha relação com James, aquela coisa tão especial que nós dois tínhamos.

O que minha família seria capaz de fazer se soubessem?

Me deitei na grama e observei o céu, se eu pudesse escolher a família que nasci, definitivamente não teria escolhido a família Black.

Levantei o pulso e balancei a pulseira que James havia me dado, era verde com um pequeno pingente de prata, em forma de cobra. A gente era especial, certo? E ele era um traidor de sangue, o que não era tão ruim quanto ser um sangue-ruim ou um mestiço, então talvez a minha família não me expulsasse.

Até que ponto vale a pena lutar contra a família por amor?

Andrômeda havia sido deserdada por se apaixonar pela pessoa errada, havia perdido nossa família, várias pessoas que conheciam, o respeito, o prestígio que o nosso sobrenome trazia e todo o dinheiro, assim como a herança.



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