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nine. the attitudes of a fool

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Rhysand estava vomitando novamente, suas mãos se agarravam com tanta força nas laterais frias da latrina que Demetria temia que, em algum momento, ela se partisse. Ela continuava deslizando suas mãos pelas costas do macho, para cima e para baixo, enquanto as golfadas apenas se intensificava cada vez mais.

A feérica não sabia o que habitava nos sonhos de Rhys, não sabia se ele revivia os horrores que diariamente passava, se via aquele Círculo Íntimo que tanto amava, se enxergava os rostos dos feéricos que matou em nome de Amarantha nos cinquenta anos que se passaram ou...se ouvia os murmúrios que sempre ecoavam em suas costas.

"Vadia de Amarantha" Todos diziam, Rhys podia ignorar eles mas Demetria não o fazia, na verdade, ela decorava cada feição e prometia a si mesma que os faria se engasgar com cada palavra que haviam direcionado ao seu parceiro, ao homem que se desgraçava cada vez mais para que ela continuasse viva, pagando por erros que não cometeu e sendo condenado pelo que fazia para continuar respirando.

Ela balançou suavemente sua cabeça, fios castanhos atingiram seu rosto mas não se importou, não quando Rhysand já havia parado de vomitar, mas continuava inclinado sobre a latrina, continuando segurando-se nela como se ela fosse a única que não o impedia de quebrar em mil pedacinhos, de desabar por completo.

─ Rhysand?─ Soprou baixo, franzindo o cenho diante da quietude do Grão-Senhor. Ela recebeu um murmúrio como resposta. As sobrancelhas se franziram suavemente quando o murmúrio se repetiu, ainda mais baixo.─ Se você não falar mais alto, não vai ter como eu te ajudar.

Uma cabeça se ergueu, olhos violetas lhe encararam por um momento com seriedade e piscaram de forma lenta. Demetria guiou uma de suas mão até o rosto do feérico, acariciando as bochechas com o polegar.

─ Faltam dois dias até a terceira e última tarefa.─ Falou, antes de afundar uma mão em seus fios preto-azulado, a outra continuando segurando na latrina e com uma força além da necessária pelo que Demetria estava vendo, os nós dos dedos estavam brancos.─ Realmente confia que a humana irá cconseguir terminar com todas elas? Que conseguirá matar por... Tamlin?

Demetria balançou os ombros, abrindo um sorriso suave.

Por mim, você o faria.─ Afirmou, fixando suas orbes verde-prata nas estrelas vagando no céu púrpura daquele olhar.─ E por você, eu faria. Então, por qual motivo ela não faria?

Rhysand piscou os olhos, deslocando a mão que estava em seus cabelos para emcima das costas da palma da grã-feérica.

─ Você faria, mesmo que isso a quebrasse por inteira?─ Questionou em um tom baixo, um quase murmúrio. Aquela que foi a Dama dos Pesadelos inclinou sua cabeça para o lado, os olhos cintilaram por um momento e seu sorriso aumentou lentamente.

─ Bom, mesmo que isso me quebrasse, você estaria para me fazer inteira denovo do mesmo jeito que vem fazendo durante cinquenta anos.

Rhysand balançou a cabeça, negando. Durante os cinquenta anos que estiveram ali dentro daquela montanha, tudo que ele havia feito era ser fudido até ser capaz de esquecer quem era, a quem pertencia. Era ela que o fazia lembrar de seu passado, presente e futuro. Era ela que sempre estava esperando-o para dar o conforto que necessitava, não importa o quanto quebrada estava por dentro. Aquela fêmea que, um dia, acreditou fielmente que o odiava estava ali para ele em todos os momentos que estava perto de quebrar. Estava ali todas as noites quando memórias de seu constante tormento surgiam em seus sonhos e revirava seu estômago em um ponto que, quando se dava conta, já estava debruçado na latrina.

O feérico fechou os olhos por um momento, sentindo sua bile se elevar novamente. O polegar de Demetria se movimentou levemente na pele que já possuiu uma coloração bronzeada. Um mensagem clara: "Não pense nisso"

Ah, sim, não deixar que seus pensamentos sejam envenenados pelas palavras que Amarantha ousava dizer em uma forma de provocá-lo, de cutucá-lo e testá-lo. Ele não deveria, mas se tornava uma tarefa difícil quando...

─ Tem mais perguntas ou podemos voltar a dormir?─ Ela virou sua palma e permitindo que seus dedos se entrelaçassem com os dele, o Grã-Senhor abriu os olhos.─ Temos apenas só mais uns poucos minutos.

Rhysand abriu um sorriso puramente felino, os olhos  brilhando de malícia quando se inclinou na direção da feérica que lentamente erguia uma de suas sobrancelhas.

─ Bem que podíamos aproveitar esses poucos minutos para não apenas dormir.

Bem que você deveria limpar sua maldita boca, ─ Ela se aproximou ao ponto que seus narizes se encostaram e farejou o ar, em seguida, franzindo-o rapidamente.─ está fedendo a vômito.

Rhysand balançou os ombros, ainda mantendo o brilho malicioso em seus olhos.

─ Acredito que esse fato não vai fazer muita diferença quando ver o que posso fazer sem minha boca.─ Demetria e Rhysand se fitaram por um momento, até que a fêmea soltasse uma risada de sinos em seu rosto, erguendo suas mãos unidas e depositando um beijo nas costas da mão do macho.

─ Por enquanto, não precisarei das suas incríveis e magníficas habilidades na cama.─ Esclareceu. Rhysand abriu sua boca, mas rapidamente foi cortado por sua parceira.─ Mas, quem sabe em um futuro próximo, certo?

Vamos ver quanto tempo você aguenta ficar sem saber o que sei fazer.─ Sussurou ele, cheio de malícia. Demetria soltou outra risada e se levantou, puxando o macho em direção do quarto, da cama que os esperava.


Era mais uma festa qualquer, mesmo que fosse a última que ela frequentava. Feéricos bebiam, conversavam e dançavam aos risos, às vezes cantando músicas obscenas e etéreas. Não havia nada, nenhum lampejo de antecipação pelo que aconteceria amanhã, era como se Feyre não estivesse próxima de libertar todos eles, de mudar o mundo deles. Também soubessem que ela morreria.

À espreita em uma parede, esquecida pela multidão, na espera de Rhysand a chamar para beber o vinho e ela poder esquecer o mundo por um momento. Seu corpo estava coberto por um vestido transparente em um tom rosado, como o pôr-do-sol. Aquela cor parecia alegre demais para o que lhe aguardava no dia seguinte. Feyre continuava aguardando Rhysand, e talvez devesse ser por causa da feérica de corpo flexível em seu colo, acariciando os cabelos preto-azulado. Ele se cansaria dela em breve.

Ela não ousou olhar para Amarantha, fingir que ela não estava ali era uma habilidade que aprendeu recentemente. Lucien jamais falava com ela em público e Demetria se mantinha próxima ao Grão-Senhor da Corte Diurna, quem Feyre descobriu ser o responsável por vigiar a feérica para Amarantha. Sobre Tamlin... Era difícil olhá-lo ultimamente.

Feyre só queria que tudo terminasse logo. Queria que Rhys oferecesse aquele maldito vinho e a levasse até a inconsciência. Tão determinada em antecipar a ordem do Grão-Senhor que nem reparou na pessoa ao seu lado, até que o calor de seu corpo chegasse nela. Ela permaneceu quieta, sentindo aquele cheiro de chuva e terra, não ousando virar para Tamlin. Lado a lado de seu amado, encarando a multidão, tão parados e inconspícuos quanto estátuas.

Os dedos de Tamlin roçaram nos seus, uma linha de fogo percorreu seu corpo, queimando tanto que seus olhos se encheram de lágrimas. Feyre desejou. Desejou que ele não tocassem minha mão manchada, que seus dedos não precisassem acariciar os contornos daquela tatuagem desprezível.

Sua vida ficou linda de novo durante os poucos segundos que suas mãos se encontraram, mas seu rosto continuava uma máscara de frieza. O mundo se obscureceu novamente quando Tamlin abaixou sua mão e tão rapidamente quanto veio, se afastou, andando entre a multidão e quando ele olhou por cima dos ombros, inclinando muito levemente a cabeça que Feyre entendeu o que ele queria.

Seu coração batia forte em seu peito, se forçando parecer o mais entediada possível enquanto se afastada da parede e casualmente seguia seu Grão-Senhor, tomando um caminho diferente mas ainda assim, ela seguiu para uma pequena porta escondida por uma tapeçaria, ao lado da qual ele estava parado.

Minutos. Era isso que tinha até Rhysand começar a procurá-la, mas era mais do que suficiente para passar um tempo com Tamlin, sozinha.

Tão ansiosa que mal conseguia respirar conforme a entrada se aproximava mais e mais, além da plataforma de Amarantha, além de um grupo de feéricos gargalhando... Tamlin sumiu do outro lado das portas, tão rápido quanto um raio, e os passos da humana se reduziram para uma caminhada distraída. Como ninguém prestava atenção em Feyre até que se tornasse brinquedinho de Rhysand, foi fácil sumir na escuridão daquele cômodo quando a porta se abriu silenciosamente para deixá-la entrar.

Um borrão de verde e dourado antes que o calor do corpo de Tamlin se chocasse contra o seu e os lábios se encontrassem.


Desprezível. Se existia alguma palavra para a cena que estava testemunhando, Demetria acredita que desprezível seria ideal. Não, na verdade, talvez imbecilidade em sua forma física seja uma frase mais exata para o que estava se desenvolvendo.

Sinceramente, já esperava alguma atitude tola vindo da humana, afinal ela havia decidido ir até ali por conta própria. Aceitou todas as tarefas de Amarantha e o acordo com Rhysand, apenas em nome do amor que sentia por um feérico, um Grão-Senhor. Um macho que, agora, estava bem perto de perder suas calças por conta dos dedos atrevidos de Feyre.

Demetria não pensou muito quando fechou a porta atrás de si com a força que lhe restava, confiando que Helion cumpria seu papel de servir como distração para todos ao ponto de ninguém sequer notar o que estava acontecendo ali. Seus olhos verde-prata se deslocaram indo da humana que a observava com choque atravessando seus jovens olhos azul-cinzentos até o feérico de longos cabelos dourados que lhe fitava com seriedade, as mãos apertando ainda mais a pele já manchada por resquícios daquela pintura azul-petróleo que foi feita em cada pedaço de seu corpo.

─ Me perdoem por ter atrapalhado um momento tão, ─ Ela gesticulou, dando passos para dentro do quarto, parecendo buscar palavras. Feyre engoliu seco e olhou para Tamlin, mas o macho continuava com seus olhos verdes na grã-feérica que lentamente se aproximava.─ Ah, sim!─ Estalou os dedos, abrindo um sorriso que revelou boa parte de seus dentes.─ Deplorável.

Ofegantes, nenhum dos dois a respondeu. Os olhos verde-prata cintilaram em uma fúria implorando para ser liberada sobre o casal de amantes.

─ Você.─ Demetria ergueu uma mão e um dedo foi apontado na direção do rosto másculo.─ Abotoe as malditas calças e tenha o maravilhoso cuidado de arrumar suas lindas roupas antes de voltar a ser o pequeno e adorável troféu. E você ─ O dedo deslizou no ar e se fixou no rosto da humana.─ vem comigo.

Tamlin não demorou muito para olhar nos olhos azulados de Feyre e começar a seguir as ordens ditas pela grã-feérica. Demetria viu horror atingir as feições da humana quando ainda com os olhos em seu rosto, o Grão-Senhor ajustou sua túnica e os cabelos, recuperando seu cinto, fechando-o rapidamente. A tinta em suas mãos e roupas ─ tinta vinda da humana apaixonada ─ sumira.

─ Aproveite o trabalho de estátua com cores.─ Cantarolou ela, um de seus dedos agora apontando para a porta. Os olhos verde de Tamlin brilharam conforme ele continuou encarando. O macho disse, baixinho:

─ Amo você.─ E sem direcionar um olhar para Demetria que se ocupava em revirar suas orbes verde-prata com tédio, ele saiu.

─ Cinquenta anos atrás, amar não significava "só vou atrás de você para fuder que nem um maldito cachorro sarnento".─ Resmungou a feérica em tom baixo, os olhos presos na porta.─ E se, um dia, considerei você em uma coisa melhor de que uma maldita tola, esqueça.

Feyre não respondeu nada; continuando a porta pela qual Tamlin ultrapassou sem nem ao menos lançar um último olhar para ela. Demetria estalou a língua no céu de sua boca.

─ Continuará com essa cara de tola ou irá se levantar? Temos uma maldita festa para marcar presença, caso tenha se esquecido.─ Uma de suas mãos alisou o tecido branco que lhe vestia naquela noite; uma das cores principais da Corte Diurna.

─ Sou livre.─ Respondeu ela, a feérica piscou os olhos por um momento, chocada, antes de soltar uma risada sarcástica.

─ Você é uma maldita tola.─ Rosnou Demetria.─ Poucas noites atrás, eu confiei em você. Lhe disse tudo que planejava, permiti que você soubesse sobre tudo. Mas ainda assim, eu a encontro se esfregando em Tamlin como uma maldita cadela e quase fodendo com tudo!

Diante do olhar minimamente assustado da humana, ela respirou fundo, as mãos indo até os cabelos sem brilho e os puxando com tanta força que Feyre pode ver alguns fios sendo arrancados. E então, atrás dela, a porta se abriu levemente e silenciosamente. Chamando a atenção das duas, belos cabelos ônix reluziram na luz fraca vindo da fresta que se abriu na porta e olhos âmbares brilharam quando foram postos em Feyre, analisando sua pele manchada pela tinta.

─ Bem, Tamlin fez um bom estrago nela.─ Ele se virou para Demetria, um sorriso malicioso em seus lábios enquanto adentrava no quarto e fechava a porta atrás de si.─ Tem certeza que dará certo?

A grã-feérica balançou os ombros e se aproximou da humana que se afastou levemente dela, mirando seus olhos desconfiados nela.

─ O que você vai fazer?─ Questionou, os olhos azul-cinzentos indo até o Grão-Senhor que ergueu a mão e acenou levemente para a humana.

─ Digamos que temos que ter alguma desculpa ─ Ela gesticulou para os borrões nos seios e na barriga.─ Já que, se Amarantha descobrir quem fez isso, ela não irá só cortar sua garganta, como arranjar uma forma de destroçar sua família também.

Feyre lançou um olhar para o macho feérico e olhou para Demetria novamente. Seus pensamentos indo até sua família; Nestha e Elain... Por elas, ela poderia...

─ O que você vai fazer?─ Falou na direção do feérico que piscou, trocando um olhar com a feérica de cabelos longos sem brilho.

─ Vou tocar em você.─ Respondeu.
Feyre abriu sua boca e antes que pudesse proferir mais uma palavra, Helion agarrou seu braço e rapidamente recuou. A mão, do Grão-Senhor, agora estava manchada com uma tinta preto-azulada.

─ Viu, simples assim.─ Ronronou para a humana e então, virou-se, caminhando até a porta, abrindo-a rapidamente.─ Vamos, Demetria, nós não podemos desaparecer.

Parecendo relutante, olhos verde-prata se viraram para a humana, dentes brancos foram afundados em lábios pálidos antes de um suspiro ser solto.

Feyre sempre havia lhe parecido uma loba, mesmo quando estava terrivelmente machucada, ela mantinha aquele brilho feroz em seus olhos azul-cinzento, foi aquele brilho que fez com que Demetria confiasse no amor da mortal e esse brilho não estava naqueles olhos. A loba que habitava ali dentro se fora. E, a feérica sabia muito bem o que isso significava.

─ Iremos sair na frente e você vai atrás. Deixe com que encarem seu corpo, não tente se mostrar muito incomodada.─ Feyre se encolheu, ela sabia muito bem o que Demetria estava fazendo. Ela estava consertando o seu erro. Também sabia o que iria sair das bocas feéricas ao seu redor, a certeza que surgiria nas feições de Amarantha quando notasse a tinta que manchava a pele escura do Grão-Senhor. A humana balançou a cabeça de fios castanhos-aloirados, mostrando que estava entendendo.─ E não aja mais como uma tola.

A feérica se distanciou, caminhando em passadas rápidas até o macho que lhe esperava na porta. Ela entrelaçou seu braço no dele e então, saíram do quarto. Nem sem olhar para trás deixando uma Feyre afundada em vergonha para trás, com o coração dilacerado. Demetria ignorou todos os olhares maliciosos que dançaram sobre Helion, se dando conta de quem aquela tinta manchando uma das mãos do macho que sorria, como se estivesse satisfeito com algo ou alguém. Olhos violetas se destacaram na meio da multidão e foi necessário apenas uma troca de olhar com aqueles olhos para que o Senhor da Noite deslocasse pela multidão, atraindo a atenção da Grã-Rainha em seu trono e um riso de corvo soou por todo o salão quando uma humana saiu do quarto, mostrando sua pele pintada borrada. Antes que Demetria pudesse escutar toda a humilhação que se desenvolveria ali, Helion e ela adentraram em um corredor escuro, se afastando do salão do trono.


Feyre não soube que horas eram, mas, quatro horas depois, passos soaram dentro de minha cela. Sobressaltada, ela se sentou no chão e Rhys saiu de uma sombra.

A humana ainda se lembrava da forma que ele havia a olhado quando viu os borrões em sua pele, a forma que disse "Se estava tão desesperada por alívio, deveria ter me pedido" fazendo com que todos soltarem os feéricos ao seu redor rirem com aquela frase.

Sua túnica estava desabotoada no alto, e Rhysand passou a mão pelos cabelos preto-azulados antes de encostar, sem dizer nada, contra a parede diante dela e deslizar até o chão.

─ O que você quer?─ Disparou.

─ Um momento de paz e silêncio.─ Indagou, esfregando as têmporas. Feyre franziu o cenho.

─ De quê?

Rhysand massageou a pele pálida, o que fez com que os cantos de seus olhos subissem e descessem, aparecendo e sumindo. Ele suspirou.

─ Dessa confusão. Aquela cadela desgraçada está acabando comigo  ─ Falou, abaixando as mãos das têmporas para recostar a cabeça contra a parede.─ Você me odeia. Imagine como se sentiria se eu a obrigasse a me servir no quarto. Sou o Grão-Senhor da Corte Noturna... não a meretriz de Amarantha.

Feyre sentou-se mais esticada sobre a cama de feno, ela nunca o vira tão sincero. Os boatos eram verdadeiros, ela conseguia imaginar com muita facilidade o quanto odiaria e o que faria consigo ser escravizada por alguém daquela forma.

─ Por que está me contando isso?─ A arrogância e grosseria havia desaparecido.─ Por que não está contando isso para... Demetria?

Rhysand piscou os olhos, parecendo levemente surpreso antes de erguer suavemente os lábios em sorriso triste.

Porque, Feyre, tem certas coisas que você não deve compartilhar, nem mesmo para as pessoas que confia.─ Ele passou uma de suas mãos por seus fios.─ E também porque você é a única pessoa que posso falar sem me colocar em perigo.─ Rhys deu uma gargalhada baixa.─ Que absurdo: um Grão-Senhor de Prythian e uma

─ Pode sair se vai simplesmente me insultar.─ Interrompeu a humana.

─ Mas sou tão bom nisso.─ Lançou um de seus sorrisos típicos. A garota olhou para Rhys com raiva, ele suspirou.─ Um movimento em falso amanhã, Feyre, e estamos todos condenados.

Aquelas palavras lhe atingiram com tanta força que a humana mal conseguiu respirar.

─ E se você falhar, ─ Continou ele, mais para si que para ela.─ então Amarantha vai governar para sempre.

─ Se ela capturar o poder de Tamlin, de todos vocês uma vez, quem dirá que não é capaz de fazê-lo de novo?─ Era a pergunta que jamais ousava fazer.

─ Não seremos tão tolos novamente.─ Argumentou Rhysand, encarando o texto.─ A maior arma dela é que mantém nossos poderes contidos. Mas ela não pode acessá-los, não completamente. Embora possa nos controlar por meio deles. Por isso, jamais consegui destruir a mente dela. Porém, o que importa é que ela não será capaz de capturar nossos poderes novamente se estiver morta e se tudo der errado, a ira de Tamlin será tão grande que nenhuma força no mundo o impedirá de esfacelar a rainha contra a parede.

Calafrio percorreu o corpo da humana.

─ Por que acha que estou fazendo isto?─ Ele indicou Feyre com a mão, sua pele pintada.

─ Porque é um monstro.

Rhysand gargalhou.

─ Verdade, mas também sou pragmático. Provocar Tamlin até que alcance uma fúria irracional é a melhor arma que temos contra ela. Ver você firmar um acordo de tolos com Amarantha foi coisa, mas, quando Tamlin viu minha tatuagem em seu braço... Ah, você deveria ter nascido com minhas habilidades, nem que fosse só para sentir o ódio que emanou dele.

─ E quem disse que ele também não vai destroçar você?

─ Talvez tente, mas tenho a sensação de que matará Amarantha primeiro. É a isso que tudo se resume mesmo: até mesmo sua servidão a mim é culpa dela. Então, Tamlin a matará amanhã, e eu estarei livre antes que ele possa me envolver em uma briga que vai reduzir nossa montanha, que um dia foi sagrada, a escombros.─ Rhysand limpou as unhas.─ E tenho algumas outras cartas na manga.

Feyre ergueu as sobrancelhas em uma pergunta silenciosa.

─ Feyre, pelo Caldeirão. Eu drogo você, mas não imagina por que jamais a toco além da cintura e dos braços? É a única forma de eu alegar inocência, a única coisa que fará Tamlin pensar duas vezes de entrar em uma batalha comigo que causaria a perda catastrófica de vidas inocentes. É o único jeito de eu poder convencer Tamlin de que estava do seu lado.

Um minuto de silêncio surgiu. Feyre espreitou seu olhar por um bom tempo na direção do Grão-Senhor, até se pronunciar:

─ Por que Amarantha atacou você?─ Ousou questionar.─ Por que tornar você a vadia?

─ Além do óbvio?─ Rhysand indicou o rosto perfeito. E quando a humana não sorriu, ele suspirou.─ Meu pai matou o pai de Tamlin... e os irmãos dele.

Feyre se calou, chocada. Tamlin nunca... ele jamais dissera que a Corte Noturna tinha sido responsável por aquilo.

─ É uma longa história, e não estou com vontade de entrar nisso, mas digamos que, quando ela roubou nossas terras, Amarantha decidiu que queria dar uma punição especial ao filho do assassino de seu amigo, decidiu que me odiava o suficiente pelas ações de meu pai e que eu deveria sofrer.

Poderia ter estendido a mão para ele, poderia ter oferecido desculpas, mas todos os pensamentos tinham secado de sua mente humana. O que Amarantha fizera com ele...

─ Então, ─ Disse Rhysand, um pouco cansado.─ aqui estamos, com o destino de nosso mundo imortal nas mãos de uma humana analfabeta.─ Ele soltou uma gargalhada desagradável quando abaixou a cabeça, apoiando a testa em uma das mãos, e fechou os olhos.─ Que confusão.

Parte de Feyre procurou palavras para feri-lo naquele momento vulnerável, mas, independentemente dos motivos ou dos métodos, Rhysand lhe manteve viva. Ele o fazia ao lado de Demetria desde que ela havia chegado naquela montanha maldita.

─ Contei demais.─ Disse Rhysand, se levantando.─ Talvez devesse tê-la drogado primeiro. Se fosse esperta, encontraria uma forma de usar isso contra mim. E, se tivesse estômago para crueldade, iria até Amarantha e contaria a verdade sobre sua vadia. Talvez Amarantha desse Tamlin a você por isso.─ Ele enfiou suas mãos nos bolsos da calça preta, mas, mesmo enquanto o feérico se dissolvia em sombras, algo a respeito da curvatura dos ombros de Rhys lhe fez falar.

─ Quando você curou meu braço... Não precisava ter negociado comigo. Poderia ter exigido todas as semanas do ano.─ Minhas sobrancelhas se franziram quando ele virou-se, metade do corpo já consumida pela escuridão.─ Todas as semanas, e eu teria dito sim.─ Não chegava a ser uma pergunta, mas ela precisava de uma resposta.

Um meio sorriso surgiu nos lábios sensuais de Rhysand.

─ Eu sei.─ Respondeu ele, e sumiu.





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