Capítulo 5
Cassian encarava o rosto de Enya adormecido, sua cabeça se inclinando ao perceber ao pálpebras tremerem levemente, como se a mesma estivesse prestes a acordar de uma noite dormida.
Enya arregalou seus olhos, seu peito afundando para dentro junto de uma lufada de ar que seus pulmões tomaram, as correntes escorriam por suas mãos, a mesa de ferro se aquecia, cedendo ao calor de seu corpo que já se esquentava como chama viva.
Todos prenderam a respiração quando a viram, assustados com sua reação repentina. Seus olhos queimaram ao abrir, mas ela não os fechou, não se permitiria ficar na escuridão novamente.
Não olhará para o teto dessa vez, apenas esperando o ruim acontecer em sua vida. Ela virou seu rosto, impulsionando seu corpo para fora do alcance do metal gelido que tanto a irritava.
Era uma reação.
Ninguém ousou dar um passo em sua direção, não quando eles ainda tentavam raciocinar os acontecimentos repentinos. Nunca havia sido Feyre e sua magia, nunca havia sido Amren e sua sabedoria e nunca havia sido Helion e seu conhecimento que retirará Enya de seu tormento particular.
Tinha sido somente ela. Tinha sido a coração de fogo.
Agora, livre de novo ela estava, como uma fénix do fogo apagada, renascendo sobre suas cinzas até que a chama pudesse queimar novamente. Enya estava totalmente e finalmente livre de seus pesadelos.
Um suspiro quebrado saiu de sua garganta seca, arranhando ao movimentar sua língua a procura de uma pequena gota de saliva. Seus olhos se abaixaram e piscaram rapidamente em uma tentativa de se acostumar com a escassa iluminação da sala.
Seus sentidos estavam aguçados novamente, conseguia sentir o fogo que dentro de si queimava, sua respiração contra o vento e seu coração batendo com vida novamente.
Seus sentidos que antes adormecidos por muito tempo, começaram a trabalhar, sentia as movimentações e os sons dentro de sua cabeça.
Enya estava livre.
Cassian arregalou seus olhos no momento que ouvirá o som desesperaro por ar que Enya soltará do fundo da garganta, suas mãos se fechando com o movimento assustado.
A pele tão pálida agora estava corada, os cabelos não estavam soltos sobre a mesa, agora estavam caídos em castanhas escuras pelas costas de Enya, seus lábios secos agora estavam molhados por sua língua.
Enya ouvirá quando seu nome foi perto demais, a voz parecia queimar sua cabeça, distribuindo seus pensamentos quebrados.
Mas seus olhos se concentravam nos seus pulsos, lembrando das correntes que antes ali estavam. A aprendendo, a machucando, a destruindo.
Nada mais ali existia, nada mais que sua pele nua e crua.
Enya estava livre.
Lentamente levantou a cabeça, testando os movimentos de seu corpo que pareciam suspirar de alivio cada som de seus ossos se estalando.
Quando seus olhos todos viram, reconheceram de longe a força que ali dentro de suas íris vermelhas queimavam.
Sua primeira visão não era alguém conhecido. Não, Enya teria se lembrado.
Ele era alto, forte e impotente com seus músculos marcados sobre a vestimenta de couro, as asas eram belas e erguidas no ar, ostentando seu orgulho e beleza, em cada cicatriz que ele ganhará e vingará. Os olhos castanhos assombrados a observando, cabelos longos o suficiente para chegar até seus ombros. Ele era alguém marcante, Enya teria o reconhecido.
Cassian fechou sua mão, ao sentir o formigamento constante que irradiava nos nós de seus dedos, a vontade de toca-lá era grande, experimentar a textura de sua pele, alisar as bochechas rosadas e contar uma por uma suas sardas, ele desejava estar mais perto dela.
Mas isso ele não poderia ou ousaria fazer, pois as pupilas dilataram, e se desfocaram de Cassian, agora, os olhos vermelhos hipnotizantes o abandonaram e seguiram para Eris.
Seus lábios se entre abriram, movendo-se ao tentar emitir qualquer som, sua língua parecia se enrolar no meio do ato e sua garganta queimar a impedindo.
Eris levantou suas mãos no ar, Enya parecia um animal acuado, aquele que por muitos anos ficou enjaulado, preso em sua própria escuridão, assustado com a ideia de ver a luz novamente.
Ele derá mais um passo a frente, quando Enya não moveu um músculo e continuava a o olhar atentamente com seus olhos vermelhos.
A Enya que um dia conhecerá, teria sorrido sarcasticamente, teria passado a mão entre os cabelos, e então. Só então ela ameaçaria arrancar seus olhos por a olharem por tanto tempo.
Mas ela não era a mesma Enya.
Não foi a mesma quando forçou suas mãos ao chão, impulsionado suas coxas a sustentar seu peso e se levantar. Mesmo que tivesse se esquecido como se era andar, ou se mover corretamente, ela o fez.
Ela se levantou e só não sorriu em vitória, pois não se lembrava mais o que era sorrir.
Eris parou de se aproximar, todos na sala pararam de respirar. Era como se esperassem, que após tanto tempo presa, fosse explodir em seus sentimentos a qualquer momento.
Mas isso ela não faria.
Ela impulsionou seu corpo para frente, forte o suficiente para que se desiquilibrasse, mas não cairá, pois Eris agora estava a sua frente.
Ele agarrou seus braços, segurando o corpo trêmulo de Enya em pé, ela parecia lutar para realmente não cair.
Enya levantou seus braços para cima, lentamente enganchando no pescoço de seu amigo e irmão, o puxando para mais perto até que estivesse pressionado contra seu corpo.
Ela não se importou com a nudez de seu corpo, não quando se colocou na ponta dos pés, aproximando seu rosto na curvatura quente do pescoço de Eris, ela respirou, o cheiro familiar enchendo suas narinas. Enya não chorou, mas quando mais forte se agarrou a ele, Eris perceberá o quão desesperada ela estava.
Enya queria ir para casa.
Ele tocará seus cavelos negros, alisando as mechas que se estendiam por suas costas.
— Vamos para casa, Enya. — Ele sussurrou deixando um pequeno beijo em sua testa.
Enya não disse nada, apenas o apertou mais forte, não desejando se soltar do único que sua casa conseguia lembrar.
Eris não se importou com a força que ela o apertava, se agarrando a ela com a mesma força bruta e selvagem.
E ela só sentia que precisava se agarrar a algo bom para que não se afundasse.
Eris passou um braço por debaixo de suas coxas, o outro por suas costas que ficaram tensas ao toque, mas não fez nenhum sinal de que queria se afastar.
Seu corpo pequeno se encolheu no colo de Eris, enquanto ainda permanecia sentindo o cheiro suave do outono.
Eris olhou para cima, quando Cassian entendeu o manto que usava, os olhos castanhos pareciam dizer tudo, mas seus lábios não disseram nada. Eris assentiu em agradecimento, quando pudera finalmente cobrir Enya de sua nudez.
Em nenhuma momento ela fechou os olhos, em nenhum momento ela o soltou.
Finalmente.
A coração de fogo estava voltando para casa.
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