Cassian a olhava atentemente, observando e ouvindo as respirações calmas e longas enquanto Enya dormia,  quando seus olhos passaram por suas costas, o general sentiu algo descrito como admiração, a fêmea tinha ficado horas deitada aguentando dores, e agora, possuía uma bela tatuagem em suas costas, a fênix erguia as asas com orgulho, como Enya. Ela parecia se sentir mais segura agora, já que conseguiu dormir sem precisar de promessas de que estaria sendo protegida, e mesmo que fosse pouco, ainda significava uma conquista.

Depois dos beijos trocados nas florestas outonais, ele a levou para fazer a tal tatuagem, e então, logo depois estavam indo para o único lugar de paz do general Cassian. Era uma pequena cabana no meio do nada, entre neve das montanhas illirya, era simples e aconchegante, tinha tudo o que precisavam para ficarem bem.

lentamente, Cassian se levantou da cama, retirando seu corpo do calor e conforto que Enya proporcionava para seu corpo e alma. Ele sabia que tanto quanto ela, ele tinha coisas a se resolver, e não achava justo só ela ter dado um ponto final em sua tristeza.

Ele também precisava disso.

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Cassian pousou sobre a varanda da Casa do Vento, esperando encontrar quem ele queria nesse lugar, para que não precisasse ir até a Casa do Rio e responder milhares de perguntas curiosas de Feyre e Rhysand. Estranhamente, Cassian se sentia bem e tranquilo consigo mesmo, ele então, seguiu até a biblioteca da casa, parando em frente a porta enquanto via por entre a pequena fresta. Lá dentro, estava Nestha, sentada em uma poltrona no canto do cômodo, perto de onde a janela a proporcionava luz, seus olhos azul-acinzentados liam cada página e cada palavra com atenção.

Cassian respirou fundo ao entrar, tomando fôlego quando observou Nestha escolher ignorar sua presença, de imediato, ela não tinha o percebendo, mas quando percebeu a presença tão marcante de Cassian, preferiu negar qualquer coisa. Ela esperava que ele desse meia volta e voltasse de onde veio. Mas Cassian não planejava a agradar nesse instante, ele estava ali, e precisava resolver suas questões.

— Precisamos conversar. — Ele disse.

A voz dele se chocou contra os ouvidos dela, que lentamente levantou os olhos e o viu.

— Não tenho nada para falar. — Nestha murmurou. — Apenas vá embora.

Cassian balançou a cabeça negando, o que de certa forma, a irritou profundamente.

— Se não existe nada que queira falar, não fale. — Pronunciou ele. — Mas você terá que me escutar.

Nestha o ignorou, e pegou novamente o livro, voltando a ler enquanto desejava poder se infiltrar entre as páginas, somente com o desejo que ele partisse para longe.

— Eu realmente pensei que conseguiríamos funcionar, que você poderia com ajuda superar os traumas no seu ritmo. Eu pensei que eu poderia aguentar tudo isso. — Cassian disse, nada de nervosismo em suas palavras. — Mas, infelizmente, estavamos atrasando apenas o inevitável. Eu acho que mereço mais do que brigas e reconciliação com sexo, tenho certeza absoluta de que mereço muito mais do que isso, porque é pouco, e eu sou bom demais para lamber as migalhas que você derruba pelo chão. E sobre o laço de parceria...

— Vai rejeita-lo? — Nestha finalmente se levantou, e pela primeira vez ignorou o livro. — Vai empurrar para baixo do tapete como se fosse apenas sujeita em seu caminho?

— Entenda, que nunca e em nenhum momento foi uma sujeira em meu caminho, mas eu cansei, realmente cansei de me lamentar e deixar minha vida passar diante de meus olhos, eu finalmente entendi, que não posso ajudar quem não quer ser ajudado. Não posso e não irei me machucar para tentar fazer você ficar bem.

Nestha sabia, no fundo ela sempre soube disso. Mas um laço de parceria, sempre seria isso, e ter um laço rejeitado, sempre seria doloroso, por melhor que fosse para ambos.

— Eu passei muito tempo ouvindo bobagens e idiotices sobre esse maldito laço de parceria! — Ela gritou. — E agora ele não é nada?

— Ele se transformou em nada quando você decidiu que não valia a pena ficar ao lado de um bastardo.

— Podemos tentar de novo. — Ela se aproximou. — Podemos tentar superar essa fase.

Era normal, os dois sabiam. Antigamente, era Cassian quem dizia isso. Podemos tentar de novo. Ele pedia antes com esperança, podemos superar. Era completamente normal, alguém ainda tentar salvar o relacionamento morto.

— Não podemos Nestha, eu não posso mais me machucar, e não posso afogar a mim mesmo tentando te acompanhar. — Ele suspirou. — Eu rejeito esse laço...

— Não termine essas malditas palavras! — A voz de Nestha trovejou.

— Rejeito tudo o que ele representa para mim e para a Mãe. — Cassian a olhou. — Isso acabou aqui, e agora. Vai doer, pode doer por muito tempo, mas eu prefiro me colocar como prioridade, por pelo menos uma vez na minha vida. Eu estou me amando a cima de tudo.

O choro de Nestha foi intenso e dolorido, a dor no peito parecia ser sufocante, Cassian entendia, ele sabia como era, mas sabia que ela iria superar. Nestha Archeron era uma mulher forte e corajosa, que nunca deixaria ninguém a derrubar, mas infelizmente, ela mesmo se derrubou, Nestha se perdeu.

Nestha um dia iria se encontrar, se não fosse com ajuda de outra pessoa, seria por ela mesma.

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Cassian só pensava que precisava partir e pensar em si mesmo, agora, voltando para a pequena cabana aconchegante, ele adentrou e caminhou até o quarto. Encontrando em sua cama, uma bela mulher sentada, com os cabelos bagunçados e olhos ainda meio fechados, as bochechas coradas e um pequeno sorriso no rosto, pelo sonho bom que acabara de ter.

Ele andou rapidamente até ela, a acordando totalmente com o beijo que depositou em sua testa. Enya suspirou, se agarrando ao corpo musculoso do general, e o beijou, Cassian a retribuiu com a mesma vontade.

E Enya então poderia realizar o sonho que acabará de ter.

Outra fanfic de Cassian, disponível no meu perfil. ❤