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Corrupção

Não há mais nada em meu ser... Nada em minha existência. Não desde quando pisei pela primeira vez nas tábuas podres desta maldita casa. Estou registrando os últimos momentos de um homem condenado à morte. A trágica história de um infame detetive, Vittore D'Angelo.

Há seis dias, recebi a visita do Raphael, que trazia um jornal com a notícia de mais um desaparecimento em uma casa abandonada, famosa por ser lar de aventuras de jovens inconsequentes e pelos relatos de acontecimentos sobrenaturais - que não podem ser reais, porque aqueles que entram nessa casa jamais saem para compartilhar os horrores testemunhados aqui, que ultrapassam essas meras invenções.

Repleto de incredulidade acerca de todos os relatos, opinião que meu amigo também possuía, decidimos investigar esse caso, na esperança de encontrar um ser humano ou explicação por trás de tudo isso e encerrar as mortes. Avisei aos seguranças de minha casa que eu iria me ocupar com um novo trabalho e os desejei boa sorte para impedirem que meu filho Edward matasse alguém ou se matasse como consequência de uma de suas ideias loucas. Vesti meu sobretudo negro, me despedi do Edward... Não sei como terminar essa frase. Aquela foi a última vez que conversei com ele em minha vida, ou melhor, a última vez que conversei com ele antes de sua morte.

Na mesma noite, eu cheguei com o Raphael nessa casa. A porta estava destrancada e a entrada era de uma casa comum do século dezenove, que foi consumida pelo tempo. Estava frio e escuro. O odor da casa era insuportável, a poeira dançava no ar com a podridão exalada pelos cadáveres que jazem em suas tábuas. Acendi uma lanterna. Não havia nem insetos na sala, somente os restos de uma caveira próxima da escada que, pela posição, deduzi que a causa da morte foi despencar dos incontáveis degraus.

Enquanto eu calmamente analisava os ossos diante de mim, ouvi o grito do Raphael. Ele havia se assustado com a forma repentina que a porta se fechou. Verificamos e ela estava trancada. Confortei meu amigo com palavras otimistas e prosseguimos a investigação.

Tentamos subir as escadas, cautelosos devido a fragilidade das tábuas dela. Um degrau que Raphael pisou se quebrou, prendendo a perna dele na escada. Despendemos por volta de uma hora para retirar a perna dele do degrau sem feri-lo ainda mais. Durante esse tempo, aparentemente ainda não havia vida aqui além da nossa.

Retornamos ao térreo e tentamos abrir a porta de entrada com os equipamentos que trouxemos, entretanto eles foram inúteis. Desistimos e subimos a escada, encontrando um corredor com vários cômodos. Entramos na última porta, à esquerda. Era o quarto de uma dama, que estava maculado pelo sangue espalhado na parede, formando frases incompreensíveis que talvez foram escritas em italiano arcaico, porque as poucas palavras que li soaram como o vocabulário dos mais velhos.

Quando me aproximei da cama, percebi que nela jazia um esqueleto aparentemente feminino junto de um bilhete que clamava por socorro. A porta se fechou e, em instantes, Raphael e eu perdemos a consciência. Este foi o primeiro dia.

Acordei desnorteado, com a bateria de minha lanterna próxima do fim porque acidentalmente dormi com ela acesa. Desliguei a lanterna e acordei o Raphael. Conversamos sobre nossas suspeitas, em voz baixa, para evitar que nos espionassem, entretanto sem se preocupar com a possibilidade de terem colocados escutas em nossas roupas, porque a porta não foi aberta durante a noite.

Concluímos que há uma mente, ou já houve, por trás dessa casa e que existe a possibilidade de cada canto daqui ser a encenação de mensagens - sejam para qualquer um ou, especialmente, para nós. Eu receava que o que vimos no quarto era o aviso de que não seríamos capazes de salvar ninguém com essa investigação, como não fomos capazes de salvar a moça cujo os ossos jazem ao lado de um clamor por socorro.

Ao decorrer das horas, ainda preso naquele quarto, comecei a acreditar que aquilo não era somente um aviso, mas um presságio que se cumpriria. Este foi meu primeiro indício de loucura.

Provavelmente à tarde, abrimos a porta. A esperança nos inundou novamente. Pensamos que, se abrimos aquela porta, poderíamos abrir a porta de entrada. Acendi a lanterna, descemos e tentamos, sem sucesso, pelo restante do dia. Desistimos da ideia de abri-la antes de encontrarmos o responsável por este lugar, que nós o obrigaria a nos libertar. Acendi a lanterna novamente, subimos e dormimos no corredor. Este foi o segundo dia.

Abrimos a porta ao lado do cômodo que ficamos presos no dia anterior. Desta vez, a porta não se trancou. Encontramos o quarto de um homem que, apesar de antigo, era agradável. O Raphael se deitou na cama, reclamando sobre sua ferida, que inflamou. Ele estava com febre e pouca energia, o que era agravado pelas privações que estávamos sofrendo porque não imaginamos que ficaríamos presos na casa, por isso, não trouxemos suprimentos.

Não fui capaz de fazer nada pelo meu amigo. Não havia nenhum equipamento ao meu alcance e nossos celulares estavam sem sinal. As horas se passavam e ele piorava. Ele estava quase morrendo, mas eu também. A sede me assolava e a desidratação arriscava a minha vida. Desesperado, peguei a minha faca e cravei no peito do meu amigo. Com o auxílio dos cortes que minha lâmina desferiu, bebi o sangue dele.

Quando terminei, percebi que a imagem desse quarto era semelhante à do anterior. Era como um presságio. Mais cedo, o Raphael se deitou na cama ainda vivo, assim como os ossos da moça estavam, mas agora ele está morto, como ela.

O sangue não me satisfez por muito tempo. Pelo sabor dele, parece que havia sal na composição, o que fez minha sede aumentar. Já sem forças, me deitei no chão, sem ousar estar ao lado do cadáver do meu amigo na cama, e adormeci. Este foi o terceiro dia.

Acordei com um som estrondoso. A porta de entrada havia sido aberta e logo se fechou violentamente. Não acendi a lanterna e desci cautelosamente, evitando emitir qualquer ruído. Eu acreditava que aquele só podia ser o desgraçado por trás desta casa! A luz do sol ainda entrava pelas frestas das tábuas, permitindo-me visualizar uma silhueta próxima da porta. Eu atirei, várias e várias vezes, determinado a encerrar com esta tragédia.

Acendi a lanterna e vi o cadáver. Era o Edward. O meu filho. O meu filho. O meu filho. O meu filho. O meu filho. O meu filho. O meu filho. O meu filho. O meu filho. Eu deveria ter imaginado que ele me procuraria por preocupação quando minha ausência se tornasse demasiadamente longa. Antes de eu adotá-lo, após aquele incêndio, cujo nós dois carregamos cicatrizes, ele era um criminoso que ameaçava imergir toda a Itália em chamas, apesar de ser somente um adolescente! Despistar os seguranças que o vigiava devia ser algo fácil para o Edward, ele apenas não fez isso antes porque não tinha motivos. Eu fui incompetente e ingênuo. Quanto mais precipitado em atirar no primeiro que atravessou a porta!

Desnorteado, andei pelos corredores da casa e parei ao entrar no terceiro quarto. Era o quarto de um garoto. Essa maldita casa prevê o futuro! Não, ela é quem faz o futuro! Sem possuir consciência de exatamente o que estava fazendo, peguei o Edward e o coloquei na cama deste quarto. Ele havia trazido suprimentos. Eu me fortaleci e, logo em seguida, dormi no chão, ao lado da cama dele. Este foi o quarto dia.

Quando acordei, entrei no quarto ao lado, aguardando o presságio de minha morte ser trazido por ele. O cômodo estava vazio. A casa não dizia nada. Investiguei mais cautelosamente e encontrei papéis e uma caneta. Eu passei o quinto dia caminhando desoladamente pela casa, sem encontrar nada relevante, então retornei para o cômodo vazio e dormi.

Hoje, ainda cedo, peguei os papéis e a caneta para escrever este registro. Não sei se novamente sentirei o sol acariciando a minha pele. Não, eu não sentirei. Somente esperarei pacientemente a minha morte.

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