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23. Gosto de Liberdade

Noa foi o último a chegar ao telhado. Ele vira as nuvens carregadas se formando sobre sua cabeça condizendo com a atmosfera tenebrosa em que se encontravam.

Ele fechou o alçapão de acesso assim que passou, trancando-os do lado de fora com um cadeado enferrujado que não duraria muito.

Os baques da porta de metal começaram logo.

- Estamos encurralados, cacete! - Lodi gritou, chutando um pedaço de tijolo largado aos seus pés.

Eles olharam para todos os lados a procura de ajuda, desesperados por encontrar qualquer luz no fim do túnel enquanto as batidas na porta os apressavam.

Beto chorou abraçado à Sabrina. Aquilo era demais para a criança, ainda mais distante dos pais que ele nem sabia onde estavam ou se ainda viviam.

Nina sentiu o coração saltar pela boca junto com suas lágrimas que travavam-lhe a fala de maneira inexprimível. Ela não olhou em volta, ela olhou em frente, para a fábrica abandonada distante demais para pular e próxima demais para desistir.

Noa aproximou-se dela a passos largos, mas Nina não o olhou.

- Eles foram embora. - A garota sussurrou, deixando um soluço escapar. - É cada um por si nessa merda.

Ela levou as mãos à cabeça, puxando os cabelos claros do couro cabeludo.

- Não podem ter ido sem nós... - Noa segurou a mão da garota, que aceitou a tentativa de consolo, agarrando-se ao breve conhecido como se aquele fosse ser seu último contato humano.

- Caia na real, Noa. - Nina sussurrou olhando para cima, para o dia funesto que se formava. - Estão sobrevivendo.

Nina deu um passo à frente. Ela olhou lá para baixo, para a queda que a seduzia. Nunca pensou na morte como algo que ela mesma fosse trazer a si, mas aquela parecia uma boa maneira de morrer. O cadeado não aguentaria muito tempo.

Pensou que não teria coragem, mas a mão de Noa apertou a sua com força.

- Espere!

Nina olhou em frente. Daquele prédio escuro rodeado pelo horizonte cinza que brevemente se formara ela viu uma movimentação. Não eram seus inimigos subindo ali. Não eram os soldados e nem mesmo as criaturas.

Ela deixou os soluços de alívio escaparem quando viu o rosto de Thiago surgir, com um sorriso esperançoso.

Os quatro estavam ali e estavam munidos. Os Moon, Thiago e Pitt, mas sem sinal de Lúcio, Luana e os Hernandez.

Caubi atravessou uma barra de metal entre a porta do telhado e a fechadura, ganhando a eles mais tempo do que os do outro lado.

- Como vamos passar? - Sabrina se aproximou, ganhando esperança pela primeira vez.

Sua resposta veio sem palavras.

Ela viu quando Pitt levantou a escada retrátil.

- Caralho. - Mendes exclamou, mancando. - Isso chega aqui?

Pitt e Thiago esticaram a escada no máximo. Seguraram em uma das pontas e miraram a outra para o outro lado.

A ponta da escada alcançou o beiral do telhado, deixando ali uma ponte de metal enferrujada que mais parecia uma miragem em meio ao deserto de desesperança.

Nina segurou a ponta da escada daquele lado, fixando-a no chão o máximo possível, assim como Pitt fazia do outro lado.

Os prédios não tinham o mesmo tamanho. Até lá seria uma descida pequena, mas apavorante.

Ela olhou para o lado.

Sabrina tremia, olhando para a ponta de seus pés no beiral. Ela encontrou os olhos da amiga.

- Vai! - Nina ordenou, passando confiança. - Eu não vou te deixar cair.

Sabrina balançou a cabeça, deixando uma lágrima escorrer junto com ela. A garota segurou a mão de Beto e se abaixou ao lado do menino, tentando esconder o medo.

- Eu vou primeiro pra ver se é seguro e quando eu chegar do outro lado, quero que você venha, tá legal? - Ela limpou as lágrimas do garoto. - Não olhe pra baixo, olhe pra mim. Eu vou estar te esperando do outro lado. Ok?

Ela esperou a confirmação da criança, que balançou a cabeça em concordância, mordendo o lábio para ser forte.

Sabrina se levantou. O próprio gesto a causou tontura.

Ela sabia que não tinham tempo a perder. Cada segundo era valioso.

A morena pisou no primeiro degrau daquela escada na horizontal, seguindo seu próprio conselho - não olhar para baixo. Ela se abaixou, segurando no degrau da frente. Seu corpo tremia tanto que chegou a pensar que não conseguiria.

Por algum motivo, pensar em Beto lhe deu forças. Aquela pequena grande criança esperava que ela chegasse a salvo do outro lado. Se ela chegasse, ele chegaria. Carregar essa responsabilidade lhe deu mais forças para atravessar. Engatinhando, andando de degrau em degrau, Sabrina atravessou, sentindo o pavor a cada batida na porta de metal atrás de si, a cada chacoalhar da escada.

Ela só se permitiu olhar para baixo quando faltava apenas meio metro. O momento decisivo. Sabrina viu sua morte lá embaixo, mas seu maior presente foi ver a mão de Thiago estendida a ela quando olhou para frente. A garota se agarrou a ela com todo seu ímpeto, completando a travessia e jogando-se nos braços de Thiago, longe da beirada. Ela o abraçou com tanto querer que tirou o ar do amigo. Em seguida, voltou-se para o outro lado onde Beto a olhava, pronto para atravessar. O menino a olhou com os olhos embargados e deu o primeiro passo.

Eles atravessaram um por um. Sabrina, Beto, Lodi, Mendes. Do outro lado, Noa, Nina e Mori, ferido, se entreolharam.

- Vá, Mori! - A garota gritou, ainda segurando a escada.

- Não. - Sem forças, o garoto pronunciou. - Eu vou por último.

- Mori, não temos tempo pra isso! - Noa clamou, apressado pelo som do cadeado cedendo aos poucos atrás deles.

- Vá, Noa, porra! - Ele bradou, segurando o abdômen ferido. - Eu vou por último!

Noa bufou. Queria discutir. Queria discutir também com Nina e mandá-la na frente, mas conhecia a garota bem o suficiente para saber que ela era teimosa.

Ele atravessou, mais rápido do que qualquer um, como se não tivesse medo de altura, medo de cair, medo de morrer.

Assim que o garoto pisou do outro lado, Mori abaixou-se ao lado de Nina.

- Anda, Nina. Sua vez.

- Mori, você está ferido... - Durante todo o tempo que atravessaram, a garota pensou em quem seria o último. Em quem ficaria sem o apoio da escada do outro lado. Por mais egoísta que fosse, ela não queria que fosse ela. Mas não deixaria Mori, com a costela baleada, o sangue escorrendo e as forças se esvaindo para ser o último.

- Nina, - Mori quase gritou, mostrando o restante de suas forças. - Eu sou forte e rápido, não importa se estou ferido ou não. Agora atravesse essa merda antes que mate nós dois!

Nina olhou nos olhos puxados do garoto. Mori era forte, sim, mas estava cansado. Ela não quis discutir.

- Promete?

- Prometo. Vá!

O garoto tomou seu lugar e Nina deu o primeiro passo antes de abaixar-se para segurar no degrau da frente, enfrentando seu grande medo - a altura, de onde minutos atrás ela pensou em saltar.

Nina sentia o contraste do medo e a pressa, a calma e a afobação.

Ela engatinhou de degrau em degrau, sem olhar para baixo por um segundo. A chuva começou a cair, fraca, como uma anunciação do fim. Do fim daquele trajeto, do fim daquele teste, daquela prova, daquele dia.

A garota estava próxima. Próxima demais. Ela viu as duas mãos estendidas para ela - a de Thiago e a de Sabrina, que a esperavam afligidos do outro lado.

Ela suspirou de alívio, cedo demais. O tempo congelou quando ela ouviu o estalo do degrau em que se apoiava se estilhaçando, desgastado. O degrau caiu, assim como os três ou quatro em que ela se apoiava.

Nina gritou, segurando com as duas mãos no degrau seguinte.

Ela ouviu os urros de desespero das pessoas do outro lado. Ela estava próxima, mas suas mãos escorregavam com o suor e a água da chuva.

A garota realmente pensou que aquele seria seu fim.

Menos de um metro, ela pensou.

Seus dedos começaram a escorregar.


- Me segurem! - Noa gritou, para ninguém em especial.

O garoto não esperou resposta de ninguém. Pendurou-se no beiral ao som de protestos antes de sentir as mãos firmes de Caubi o segurarem pelas costas da camiseta. Noa pendurou-se, esticando um dos braços em direção à Nina, seguro apenas por uma das mãos e o apoio dos pés no parapeito, confiou que sua camiseta - e Caubi - o segurariam caso caísse.

Nina não alcançaria o próximo degrau, mas alcançaria a mão de Noa. Seu problema era soltar uma das mãos, por qualquer que fosse o tempo, e alcançá-lo.

- Anda, Nina!

A garota balançou a cabeça em negação.

O sentimento era de estar encurralada. Ou cair, ou cair.

- Confia em mim!

Ela fechou os olhos por um segundo, sentindo a chuva ríspida começar a cair mais intensamente.

Nina não tinha escolhas.

Ela se balançou, porque quando soltasse as mãos dali, não queria ir para baixo, queria ir para a frente, para a segurança.

Com o corpo em pêndulo ela segurou na mão de Noa, soltando a outra em seguida quando ele a firmou. A garota entrelaçou suas pernas no tronco de Noa e ambos se agarraram ao beiral da fábrica.

Os dois foram puxados por todos os pares de mãos que conseguiram.

Tudo parecia ter acabado.

Foi quando Pitt se levantou, olhando fixamente para frente.

Os outros fizeram o mesmo.


Mori os olhava, em pé.

O garoto segurava o abdômen ferido nas mãos.

Todos pensaram a mesma coisa - como ele atravessaria sem o apoio do outro lado, ferido, sangrando e sem boa parte dos degraus na porção final da escada?

Antes mesmo que pudessem se prontificar, Mori fez o inesperado - chutou a escada, que mergulhou no vão entre eles até finalmente se estilhaçar no chão.

Os sobreviventes fixaram o olhar em frente boquiabertos, todos olhando para o outro lado, para o amigo deixado ali.

Mori soube antes mesmo de deixar Nina ir que ele não conseguiria atravessar.

Sentiu em seu âmago que seu corpo não resistiria, que aquela bala direcionada a ele viera por um motivo maior do que ele entenderia em vida.

Ele foi o último a segurar a escada e o fez com prazer.

O som do cadeado se estilhaçando por completo o fez fechar os olhos, não sem antes direcionar o olhar a Nina, desculpando-se por ter quebrado a promessa de que atravessaria logo atrás dela.

Do outro lado, apenas ouviu os gritos dos amigos.

Ele sabia como queria morrer.

Não deixaria que uma criatura sequer encostasse nele. Antes mesmo que a mais furiosa delas roçasse os dedos em Mori, o garoto soltou o corpo para frente com toda a sua coragem, abraçando a morte com gosto de liberdade.

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