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17. Supermercado

- Mel, feijão, shoyu, arroz branco, deixa eu ver... acho que até leite em pó vai servir. - Nádja despejou a lista mental contando os alimentos nos dedos. - Deem preferências pro que tiver embalado a vácuo! Dá até pra pegar uns grãos tipo grão de bico, se for o caso.

- E água? - Mori perguntou.

- Toda a água que conseguirem carregar! Talvez seja legal procurarmos sacolas pra levar tudo isso e algumas roupas. É um supermercado grande e um shopping maior ainda.

Caubi ergueu as sobrancelhas, mas não conseguiu deixar de sorrir. Sua irmã saberia sobreviver sozinha muito melhor que ele. O garoto segurou uma gargalhada quando ouviu Thiago perguntar, baixo o suficiente para apenas ele e Sabrina ouvirem:

- Onde acharam essa garota?

- Caralho! - Lodi levantou os shampoos caros da prateleira empoeirada voltando-se para Mori, o único naquele corredor com ela. - Que desperdício! Isso deveria ser crime.

Mori riu, caçando nas prateleiras de enlatados tudo o que ainda poderia ser comestível.

- Você não parece do tipo vaidosa.

Lodi prendeu os cabelos suados e curtos com um rabo de cavalo alto, deixando as tatuagens que subiam pelo seu pescoço ainda mais a mostra.

- Eu sou bem cuidada. E olha, há vinte anos eles custavam quase dez reais mais barato! - Ela guardou os shampoos há muito vencidos e caminhou na direção de Mori. - E aí, o que está procurando aí?

- Proteína.

Ela viu quando ele passou os olhos pelas latas de atum esquecidas.

- Cara, vai realmente morrer de intoxicação alimentar?

Mori bufou.

- Não quero morrer de fome.

- Não vamos morrer de fome. Ouviu a menina lá, tem algumas coisas que dá pra pegar e eu não acho que vá achar nesse corredor.

Ela pegou o celular das mãos do garoto - percebendo o quanto estavam geladas - e iluminou as placas que dividiam os labirintos dos corredores.

- Vem aí. - Pediu.

Lodi guiou e Mori seguiu. Eles viam as insinuações das luzes dos outros, mas não cruzaram com ninguém no caminho.

Clara Lodi pensou em verbalizar o quanto aquele lugar era assustador no escuro, mas guardou os devaneios para si.

Ela adentrou um corredor cheio de grãos e cereais.

Virou para trás à procura de Mori e o viu se aproximando no escuro.

- O que pretende encontrar aqui? - O garoto perguntou.

Lodi sorriu e lhe devolveu o celular.

- Se me achar uma panela e algum lugar pra fazer uma fogueira, eu te faço um belo de um risoto.

Thiago deslizava pelos corredores sobre as rodas traseiras do carrinho velho de supermercado. Sabrina ia dentro do mesmo, rindo como se pudessem se esquecer por um momento que não estavam vivendo o momento mais propício para diversões.

Ela pulou do mesmo quando chegaram ao corredor que queriam.

- Nunca achei que comida embalada à vácuo me daria tanto tesão. - Thiago comentou de modo desinibido, despejando as embalagens de arroz e grãos dentro do carrinho.

Sabrina gargalhou.

- O pior é que eu entendo.

- Como vamos comer isso aqui? Cru? - Ele revirou o pacote de arroz integral nas mãos.

- Pensei em uma fogueira. - Caubi falou, virando no corredor em que estavam.

- Cara, se tiver alguma livraria aqui, pega qualquer livro de sobrevivência. - Sabrina propôs. - Não se faz fogueira quando se quer ser discreto.

- Eles já sabem que estamos aqui. Prefiro cozinhar e ter uma refeição decente do que passar fome ou ficar triturando grãos de arroz cru na minha boca.

- Nada de fogueira. - Lúcio comentou, aproximando-se da escuridão.

- Ah, qual é!

Sabrina e Thiago seguraram uma risada com tom triste. Também queriam ter mais opções para comer algo além de bolacha cheia de açúcar e arroz cru.

- Ei! - A voz de Pitt os chamou, distante. - Venham aqui!

Os quatro pararam o que estavam fazendo e caçaram a voz de Pitt pela escuridão, encontrando-o em um corredor especialmente bom para alguns dali.

Pitt degustava do mais caro whisky da prateleira. Fez uma careta após um demorado gole do líquido com essência de álcool e mel.

- Ei, chefe, a gente vai morrer aqui? - Ele perguntou à Lúcio, estendendo a ele a garrafa. - Porque se eu soubesse que vou morrer, eu só ficaria enchendo a cara de graça nesse mercadinho.

Lúcio bufou e pegou a garrafa das mãos dele, aceitando uma trégua. Deu um bom gole, como há muito tempo não fazia, aproveitando que Luana descansava tranquila com os Hernandez.

- Não ligo se ficar pra trás, garoto. A ideia não parece tão ruim, na verdade.

Cansado, Lúcio se sentou no chão daquele corredor cheio de bebidas. Como se fossem crianças a imitar um adulto, os outros se juntaram a ele aos poucos, cansados. As horas ali dentro se arrastavam e voavam ao mesmo tempo.

- Que horas são? - Sabrina perguntou, encostando a cabeça no batente das prateleiras.

- Quase cinco da tarde. - Caubi respondeu, olhando o relógio no punho. Ele experimentava uma das bebidas com gosto de vinagre que encontrara, apenas pelo preço alto que ela tinha.

- Estou com fome.

- Tínhamos que ter como cozinhar. - Thiago deitou-se no chão, percebendo que ainda não tinha desligado a câmera que carregava presa à camisa. Apertou o botão de cima e a desligou, pensando quais atrocidades conseguira gravar.

- Não acredito que estão bebendo sem a gente! - Mori apareceu no corredor, trazendo o restante dos outros com ele.

- Sirvam-se. - Pitt abriu os braços, mostrando a infinidade de possibilidades que eles tinham. - Menos você, Nádja. Menor de idade não bebe.

Nádja ergueu uma das sobrancelhas.

- Cidade fantasma não tem lei. - Ela alcançou um vinho branco de uma das prateleiras e sentou-se ali. - E não acho que alguém vá vir me censurar na situação que estamos.

- Você fala complicado pra uma menina de dezesseis anos. - Lodi comentou, rindo.

- Ela é toda nerd assim desde pequena. Desde menor, né? - Caubi zoou da irmã.

- Imbecil. - Nádja replicou.

- Ok, deixem a menina. Podemos aproveitar que estamos todos aqui... bom, grande parte, - Nina lembrou-se dos Hernandez e dos feridos no piso de cima. - e ainda sóbrios os suficiente para discutir: precisamos de uma fogueira.


Lúcio levou as mãos à cabeça.

- Olha, eu entendo. Só me expliquem como acham que vão fazer uma fogueira em um lugar fechado e não nos matar intoxicados.

- No telhado. - Lodi comentou, dando de ombros. - Não acho que seja difícil a gente achar um acesso.

- Ok, o telhado. - Lúcio concordou. - Você vai subir em cima de um edifício e fazer uma fogueira em uma cidade que não tem luz pra atrair aqueles merdas pra gente como se fossem insetos?

- Eles já sabem que estamos aqui. - Nina se levantou, impaciente. - Eu vi quando eles nos olharam, como eles nos olharam. Essas coisas não são idiotas. Já sabem onde estamos.

- Além do mais, vamos perder aquele tal de Mendes lá em cima se o cara não comer nada. - Thiago comentou, baixinho, um pouco mais sério do que se costume.

- Será que só eu percebo o quanto essa ideia é imbecil?! - Lúcio pronunciou com sua voz grave, fazendo todos se calarem.

Um silêncio arrastado se instalou ali.

Lodi respirou fundo.

- São cinco em ponto agora. Ainda temos luz. Eu vou subir e vou fazer uma maldita fogueira. Vou levar essas panelas e vou fazer uma bela de uma refeição antes de escurecer. Coma quem quiser. - Ela se levantou, evitando olhar para Lúcio. - Não sei quando e como vamos sair daqui. Essa parte não é comigo. Mas eu quero ter energia pra correr pela minha vida.

Os quinze subiram atrás de Lodi quando a mesma, acompanhada de Mori, disseram ter encontrado acesso ao estacionamento do último andar, ao ar livre em uma parte e coberto em outra, já que a chuva ameaçava cair em breve.

A garota montou sua fogueira com certa dificuldade. Pouco mais de meia hora depois, serviu aos presentes uma bela refeição.

Dispondo das melhores louças que encontrou pelas lojas do shopping, montou pratos com arroz e feijão e uma colherada de mel ao lado dos mesmos, além das taças finas com vinho branco.

A chuva começou a cair forte como esperada e os sobreviventes se abrigaram na parte coberta, deixando que a água apagasse o fogo da fogueira e os encobrisse novamente, segundos antes do sol se pôr por completo.

Lúcio não quis admitir, mas a ideia fora brilhante. Ele esperava não ter a oportunidade de comer um prato de comida tão cedo.

- Você me prometeu um risoto, Clara Lodi. - Mori arregalou as sobrancelhas, encostado em um dos carros abandonados no estacionamento.

- É, ué. Arroz e vinho, risoto, a mesma coisa! - Ela deu de ombros, abocanhando uma colherada de seu prato preferido.

Ela ouviu a risada de Mendes ao lado dela, agora mais acordado. Subira ali pelos braços de Pitt, que já ameaçava cobrá-lo em dinheiro caso saíssem dali.

- Como está, platinado? - Ela perguntou, voltando-se para ele.

- Melhor do que esperava. - Mendes sorriu, ainda com uma aparência péssima. Sua perna estava encoberta pelas ataduras feitas por Carla. Ele não ousara ver como estão, por mais que Carla monitorasse periodicamente. - Fez um belo arroz e feijão!

- Pois é, minha especialidade. - Ela brincou. - Gostei das tattoos. Mendes, não é?

- Sim. Mas elas não se comparam às suas, Clara.

- Lodi.

- Clara é mais bonito.

- Mas eu gosto mais de Lodi.

Mendes riu.

- Onde fez? - Ele perguntou. - Suas tatuagens.

- Bom, a maioria foi um amigo meu que trabalha comigo. A outra parte fui eu.

Mendes arregalou os olhos.

- Você? Em você mesma?

- É!

- Deve ter doído pra caralho!

- Mulher tem muito mais resistência pra dor que homem.

- Não posso discordar. Mas é isso, então? Você é tatuadora?

- Há três anos, sou sim.

Ele simpatizou com a garota, julgando-a até então pela aparência de durona que transmitia. Mendes viu que Clara Lodi era bem mais do que seus olhos podiam ver.

- Clara?

- Lodi.

- Clara Lodi, quero pedir um orçamento.

- Caralho, até aqui? Achei que parariam de me pedir orçamento no apocalipse.

Mendes gargalhou.

- Se sairmos daqui...

- Quando sairmos. - Lodi corrigiu.

- Ok. Quando sairmos. Quero tatuar um gerânio.

Lodi o olhou com olhos desentendidos.

- Gerânio tipo a flor?

- É.

- Mas por que vai tatuar um negócio que vai te lembrar pra sempre da pior experiência da sua vida?

- Se eu sobreviver, - Mendes olhou para a própria perna. - quero lembrar o quão capaz eu sou pro resto da minha vida.

Lodi sorriu, procurando as palavras.

- Quando sairmos daqui, eu fecho essa sua perna de gerânios, se quiser.

Mendes concordou com um sorriso, mas logo se perdeu na visão da chuva. A água corria até chegar ali, ao lado dele, encontrando seus pés descalços. Ele viu quando Lúcio abriu a boca para pronunciar-se, mas foi cortado pelo som distante que os fez empalidecer. O som dos tiros. Eles souberam na hora que boa coisa não seria.

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