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16. Feridos

Carla ainda apoiava as mãos nos móveis que os dividiam do lado de fora, das criaturas que incessantemente forçavam a barricada para entrar.

A garota Sabrina parou ao seu lado, colocando as mãos em seus ombros. Carla sentiu um leve peso sair dali.

- Eles não vão entrar. - A garota confirmou.

- Como sabe disso, menina?

- Porque eu não vou deixar. Não vamos deixar.

Carla olhou para o caos ao redor, tirando as mãos dos móveis, achando estar parecendo insana  e temendo realmente estar ficando.

- Querida! - Ela ouviu a voz do marido a chamando e o distinguiu ali, naquele quase completo breu. Ela se aproximou rapidamente sem questionar.

Antes mesmo de perguntar o que acontecera, ela sentiu o líquido por baixo dos calçados. O líquido vermelho e com cheiro forte característico de ferro.

À sua frente, seus olhos distinguiram aos poucos o garoto, Mendes, gritando em agonia com a dor na perna. Lodi rasgava a calça do mesmo na altura de seus joelhos, deixando a perna esquerda à mostra.

- Acendam alguma luz. - Carla pediu calmamente colocando-se ao lado de Lodi, que se afastou rapidamente ao ver que a mulher estava mais calma que ela.

Thiago tirou o celular do bolso - agora quase sem bateria - e acendeu a lanterna, apontando para a perna do garoto.

Em uníssono, todos exclamaram de pavor ao ver os ferimentos profundos de Mendes. Lodi levou as mãos à boca e saiu dali de perto. Ela tinha costume em ver sangue, mas não conseguiu ficar ali, olhando.

- Eu... eu preciso de água. - Carla gaguejou. - Água pro ferimento e pro menino, deixem ele hidratado e acordado!

A água logo chegou à suas mãos por meio de Lúcio.

- Sabe o que está fazendo?

- Fui enfermeira por um bom tempo da minha vida.

Carla não tirou os olhos da ferida do garoto. Derramou um pouco de água potável para limpar o sangue ao redor e ver as profundidades das feridas. Mendes sentou-se com a dor agoniante que sentiu, tentando segurar os gritos de dor. O suor escorria por todo o seu corpo.

Ele deu um longo gole da água que a mulher alcançou a ele.

- Do que precisa? - Sabrina tentou manter a sanidade mental naquele momento. Eles estavam em um shopping. Com sorte encontrariam algo para ajudar.

Carla encontrou os olhos da garota. Pensou rapidamente em como poderia ajudá-lo com tão poucos recursos.

- Preciso de panos limpos, água, gaze e algum antisséptico.

Sabrina concordou com a cabeça e voltou-se para a escuridão, correndo o mais rápido que sua exaustão física e seu tornozelo torcido permitiam.

- Sabrina! - Ela ouviu a voz de Carla a gritar de novo. - Ele vai precisar de pontos!

Já longe, Sabrina viu quando alguém a alcançou com uma lanterna de celular em mãos.

- Tá maluca? Aonde pensa que vai sozinha? - Nina colocou-se do lado dela.

- Fazer alguma coisa útil.

As duas se perderam shopping adentro, virando de esquina em esquina, até encontrarem a mina de ouro.

Nina voltou correndo na frente com apenas o top na parte de cima do corpo e a blusa vermelha transformada em uma sacola cheia.

Ela alcançou Carla e jogou o conteúdo da mesma no chão. Os olhos de Carla brilharam ao ver exatamente o que ela pediu.

- Abençoada seja, garota!

Sabrina chegou logo depois e jogou-se ali mesmo, no piso frio ao lado deles, sentindo o tornozelo queimar de dor. Ela viu quando Nina se distanciou daquele aglomerado ao redor de Mendes e juntou-se à figura solitária no outro canto do corredor.


Noa estava sem a camisa, limpando sozinho o sangue do próprio arranhão profundo no peito.

Nina sentou ao lado dele, tentando neutralizar de sua mente os sons dos gritos de Mendes ecoando pelo extenso corredor e tirou pedaços limpos de gaze do bolso.

Noa forçou um sorriso quando a garota se aproximou para ajudá-lo, acendendo a luz do próprio celular.

- Onde arrumou isso? - Ele perguntou com uma careta ao sentir o tecido encostar em sua pele ferida.

- No andar de cima tem uma farmácia que veio a ser bem conveniente agora. - Nina brincou, tirando o excesso de sangue que escorria pelo corpo do garoto. - Talvez seja bom Carla dar uma olhada nisso quando ela terminar ali.

- Não foi nada demais. - Sua careta o contradizia. - Só é bem doloroso e aflitivo, mas se uma garota bonita me ajudar a limpar e fazer um curativo, acho que eu vou sobreviver.

- Quer que eu chame alguma?

Noa riu, arrancando um sorriso travesso de Nina. Ela aproveitou do momento de distração para limpar ao redor do ferimento, vendo o quão profundo se encontrava.

- E antes que eu me esqueça, obrigado. - Noa se pegou dizendo, caçando a atenção daqueles olhos azuis.

- Pelo que?

- Por me salvar agora a pouco. Me senti uma donzela indefesa.

Nina riu. Por algum motivo evitava olhar em seus olhos escuros.

- Não há de quê. Foi a primeira vez que eu disparei uma arma, acredita? - Ela brincou.

- Mira certeira!

- Mira péssima.

Ambos sorriram, seus olhos finalmente se encontrando.

Nina quebrou a conexão ao levantar-se, olhando-o de cima.

- Acho que vai sobreviver, mas eu colocaria uma blusa. Opção aqui dentro não vai faltar! - Ela apagou a lanterna do celular, mas o flash de seu rosto continuou na mente de Noa. O garoto pensou que aquele sorriso aliviava mais a dor que um anestésico.

- Merda! - Os palavrões escapavam da boca de Mendes um atrás do outro. Mesmo sentado, o garoto sentia a tontura causada pela perda de sangue.

Carla era uma boa enfermeira antes de aposentar-se para criar Beto. Mas ela lidava com um hospital esterilizado, materiais de primeira mão e anestesia nos casos como o de Mendes.

Ali estavam no chão de um shopping imundo e abandonado com medicamentos vencidos e um paciente mergulhado em dor.

Ela pegou o álcool que Nina trouxera e passou nas mãos. Viu pelo canto do olho a platéia que se formara.

- Ei, garota! - Chamou por Lodi. - Me ajude aqui!

Mais pálida do que de costume, Lodi ajoelhou-se ao lado dos ferimentos de Mendes.

- Estanque esse sangue antes que o menino apague. - Carla pediu, entregando os panos limpos trazidos por Nina da farmácia.

Mesmo com mãos trêmulas, Lodi a obedeceu sem questionar. Ela cobriu os ferimentos de Mendes e os pressionou, fazendo-o tentar chutar o ar.

- Mori! Mori, é isso? - Carla chamou o garoto. - Segure a perna dele.

Mesmo enjoado, Mori obedeceu.

- Cadê o menino forte? - Ela gritou, olhando para trás até Pitt entrar em seu campo de visão. Ela esperou-o se aproximar antes de pedir. - Segure-o parado. As coisas não vão ficar menos dolorosas.


Mendes chorava como uma criança inconsolável. Seus gritos poderiam ser facilmente ouvidos de qualquer lugar daquele edifício.

Aos poucos pararam.

- Ele apagou. - Pitt falou, suando por segurar o tronco do garoto contra o chão de modo a deixá-lo imóvel.

- Às vezes a dor é tão insuportável que o mais fácil é apagar. - Carla limpou as gotas de suor da testa. - Ele vai ficar bem, o sangue está estancado.

- Essas feridas são profundas pra caralho. - Thiago comentou, ainda segurado a lanterna do celular em cima deles. - Eu não sou especialista, mas...

- Sim, ele teria que levar pontos.

- Você me pediu o material e eu trouxe. Encontrei no kit de emergência nos fundos da farmácia. - Sabrina aproximou-se deles tão devagar que ninguém sequer a notou. Ela apontou com a cabeça para o kit de primeiros socorros ao lado dos joelhos de Carla.

- Eu não tenho mais estômago pra isso, garota.

- Como assim?! - Sabrina perguntou, indignada. - Essa merda precisa ser fechada.

- É, eu sei, menina! - Carla se exaltou, tentando manter a calma. - Mas eu não faço isso há tempo demais, o moleque está inconsciente e... e se eu atrapalhar mais que eu ajudar?

- Carla, - Lodi, ainda sentada do lado dela, colocou uma das mãos sobre a da senhora. - ele precisa tomar pontos. Se você não der, alguém vai ter que dar, e vai ser feio.

- A Sabrina borda. - Thiago deu de ombros, tentando descontrair o clima, mas levando uma cotovelada da amiga ao invés disso.

- A não ser que queira que eu borde uma borboleta na perna dele, eu não faço ideia de como fazer isso.

- Borde a porra de uma borboleta então. - Com os olhos semicerrados, Mendes cochichou. Mal viram quando ele acordou. - Só feche essa merda, por favor.

Eles viram nos olhos dele. Mendes queria viver.

Sabrina abriu a boca para dizer que seria impossível, mas Carla já abrira o kit, para o alívio de todos.

- Vai doer, garoto, eu não vou mentir. - Ela balançou a cabeça em negação, preparando a agulha e linha cirúrgicas. - E se você não aguentar?

- Que escolha eu tenho? - Mendes jogou a cabeça novamente para o chão e fitou o teto. Não aguentou nem o primeiro ponto dado pelas mãos delicadas de Carla antes de apagar novamente.

Quando Mendes se mostrou estável, Pitt o puxou para um canto do corredor e apoiou sua cabeça em uma pilha de roupas limpas. Tirando sua pele pálida e o suor incessante que escorria de sua testa, Mendes parecia estar apenas dormindo tranquilamente.

- E agora? - Lodi sentiu a barriga roncar, aproveitando para cortar o silêncio mórbido ali instalado ali há vários minutos.

- Agora esperamos. - Lúcio propôs.

- Esperamos o quê? - Pitt perguntou, impaciente.

- Antes de começarem, - Sabrina, com a cabeça apoiada na parede gelada, intrometeu-se. - acho que encontrei uma coisa interessante.


A garota seguiu seu ritmo, levando metade dos dali com ela e deixando os Hernandez com Mendes e Noa, os feridos que precisavam de repouso.

Ela desceu até o subsolo e as luzes das lanternas atrás dela se acenderam.

- Sabri? - A voz familiar de Thiago a chamou por cima de seu ombro.

- O que foi?

- Está nos levando pra onde?

Sabrina preferiu mostrar-lhes ao invés de dizer. Ela chegou aos pés da escada e fez-se ser iluminada. Ali, uma porta de metal de garagem fechava um estabelecimento.

Thiago iluminou a fachada do mesmo.

- Supermercado Família? - Nina leu o nome apagado pelo tempo.

- Vai servir. - Lodi esfregou uma mão na outra e pegou o celular das mãos de Thiago sem pedir.

Clara Lodi iluminou ao redor até encontrar o que procurava - o cadeado que fechava a porta.

Ela tirou a arma da bainha da calça e atirou no mesmo, feliz por não ter como errar a mira de tão perto. O cadeado estilhaçou-se.

Com a ajuda de Mori, levantaram a porta que se enrolou como um tapete sobre eles.

Os sobreviventes adentraram com pelo menos cinco celulares a iluminar o local. O cheiro de podridão foi o primeiro que invadiu suas narinas, mas Nádja sorriu. Ela sabia exatamente o que procurar.

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