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12. Apartamento

-  Eu vi eles virarem aquelas coisas. - Mori esfregou os olhos, encostado em uma das paredes do recinto. - Meus amigos.

Eles andaram por pelo menos uma hora até chegarem àquele edifício. O acesso foi fácil e eles se recusaram a entrar até chegar ao último andar, utilizando a escada de incêndio.

Não sabiam o que a escuridão podia guardar a eles, achando que talvez o último andar fosse o mais seguro.

Era um prédio residencial, perceberam.

Com certa dificuldade, abriram uma das janelas de um dos apartamentos.

Era grande, com dois quartos, mas pequeno para os quinze. O cheiro de lugar abandonado era indescritível, mas nada cheirava a morte. Eles procuraram por perigo em todos os cantos daquele pequeno cafofo - estava em ordem, então se acomodaram, depois de empurrar os móveis velhos para as entradas, sendo janelas ou portas. Passariam uma primeira noite segura, acreditavam.

Depois do dia mais exaustivo - física e psicologicamente - de suas vidas, os quinze sentaram-se onde conseguiram, reunindo-se na sala e se encarando pela primeira vez, pouco iluminados pela luz da lua.

- Como foi? - Caubi perguntou timidamente, sentado de frente para Mori.

O garoto balançou a cabeça, procurando uma resposta que não vinha à língua.

- Foi... eu vou ter pesadelos com isso pro resto da minha vida, cara, ela acabando aqui ou não. - Mori soube deixar o clima mórbido. - Eu tava enchendo a cara com uns amigos ali nas Ruínas e aquela coisa apareceu do nada, do bosque. Eu não entendi o que era, até achei que fosse alguma zueira... mas ele quase arrancou o pescoço do Gus. Eu andei pra trás até cair e... eu olhei pro Gus. Ele tava me olhando, mas os olhos não eram mais os dele. Eram brancos, sem íris, sem nada, e as veias dele tinham aquela cor escura, preta. Ele cambaleou um segundo, como se ainda estivesse super bêbado e... me atacou. Foram segundos, cara, segundos.

Mori apertou os olhos, como se isso o ajudasse a esquecer de uma cena que nunca mais esqueceria.

Mendes olhou ao redor, vendo que o cansaço batia nos corpos de cada um, encostados em camas, sofás velhos ou mesmo no chão de tacos descolando.

- Devíamos fazer turnos, não? - O garoto dos cabelos brancos perguntou.

- Começa aí, bonitão. - Pitt deitou no sofá, ocupando-o só para si.

- Cara, eu to exausto! - Mendes revirou os olhos.

- Parabéns, todos estamos, mas alguém tem que ficar de olho pra ver se aquelas coisas não vão nos comer enquanto dormimos.

- Ei! - Mário protestou. Sendo essa sua primeira sentença no meio do grupo, todos pararam para olhá-lo. - Está assustando as crianças, imbecil!

Beto e Luana estavam ambos deitados em uma das camas que fora puxada para a sala, para os manter perto. Aqueles pares de olhos estavam arregalados e as faces contorcidas em pavor, mas não foi com isso que Pitt se importou.

- Imbecil? - Pitt arregalou as sobrancelhas. - Fica na sua aí, vovô.

- Não fala com meu pai assim! - Beto levantou-se da cama, gritando indignado para o mais velho.

- Calem a boca. - Noa não precisou gritar para ser ouvido. Ele apenas massageou as têmporas, irritado. - Eu fico de guarda, agora deitem e por favor, calem a boca.

O garoto do rabo de cavalo soube como deixar todos em silêncio.

Um por um, acomodaram-se na pequena casa. Um por um, os murmúrios sumiram, e Noa se viu sozinho na escuridão, esperando não se arrepender da decisão.

Os sonhos de Nina não foram bons. Eram agitados e confusos, pesados e assustadores.

A garota acordou assustada na escuridão, tentando se lembrar do motivo de estar em um chão duro e frio e não em sua cama quentinha. Sentiu vontade de gritar quando se lembrou onde estava.

Nina olhou no relógio - 02h37.

A sala não estava apenas silenciosa. Era um silêncio mortal, não o mesmo que ela estava habituada em Ouro Cinza. Não tinham carros passando, não tinham pássaros cantando e nem vizinhos com insônia perambulando pelo apartamento tarde da noite no andar de cima. Era um silêncio que podia ser ouvido, o silêncio de uma cidade morta há tanto tempo.

Ela se levantou, perturbada pelos próprios pensamentos.

Olhou ao redor e não encontrou Noa, o garoto moreno que se dispusera a tomar aquele turno.

Com cuidado para não pisar em nenhum dos que dormiam esparramados pelo chão, Nina caminhou apenas com as meias pelo piso até entrar em um dos quartos. O mesmo estava vazio, sem a cama e os móveis que eles tiraram para fazer uma barricada nas portas. O pequeno quarto tinha uma varanda que dava para a cidade de Gerânio, escura e solitária. Ali, com as pernas pendendo por entre as grades da varanda, Noa olhava para baixo, para a imensidão escura deixada lá.

O garoto sobressaiu-se ao ouvir um dos passos de Nina em um taco solto. Ele olhou para trás, agora com os cabelos soltos esvoaçando no vento. Deu um sorriso aliviado para a garota.

- Me assustou.

Ela fez uma careta de vergonha.

- Desculpa. Posso sentar?

- Por favor.

Noa abriu um espaço para que Nina sentasse ao seu lado. Ela não deixou as pernas se aventurarem do lado de fora do prédio, como ele.

- Não consegue dormir? - Noa perguntou.

- Fico impressionada de ver que eles conseguem. É Noa, certo?

- Sim. E você?

- Nina.

- Lindo nome.

A garota sorriu, fitando o horizonte com seus olhos claros, agora mais tristes.

- E então, Noa, achou que seria assim que terminaria o dia?

- Nem fudendo!

A garota soltou uma gargalhada baixa.

- É, nem eu!

- Caralho, o que eu não daria pra estar na minha cama, de boa, com uma ressaquinha leve e... pedindo uma pizza, sei lá, jogando alguma merda no pc a essa hora.

Nina confirmou com a cabeça.

- Seria meu primeiro dia de veterinária formada. Ia comemorar com a minha família. - Ela sentiu o aperto ao lembrar dos pais e do irmão, rezando para que estivessem bem, de algum modo. Balançou a cabeça para afastar os pensamentos. - Mas e você, se formou em que?

Noa sorriu.

- Não me formei na UOC.

- E fazia o que então naquela festa?

- Não sabia que era exclusiva, não!

Nina riu.

- Não era. Me conta a sua história, então.

Noa tirou as pernas de entre as grades e se encostou na parede da varanda, olhando diretamente para Nina. A garota se acomodou na parede oposta.

- Vim visitar minha família nesse fim de semana. Eu estudo em Cecília. Minha mãe mora aqui também, eu moro sozinho desde que passei em Direito na Universidade de lá.

- Que péssima sorte ter vindo esse fim de semana.

- Pois é. - Ele tentou rir com a ironia, mas falhou. - Meu primo me convidou pra sair e beber um pouco. Aí me levou até as Ruínas e... o resto já sabe.

- Acabamos aqui.

- Acabamos aqui.

A garota respirou fundo, puxando as pernas para o peito.

- Acha que eles estão bem?

Noa não soube como responder à pergunta.

- Nossas famílias?

- Sim.

- Eu espero que sim.

Ele viu quando Nina desviou os olhos para o nada. Não era essa a resposta que ela queria.

- Você acredita em Deus, Nina?

Nina surpreendeu-se com a pergunta. Encolheu os ombros.

- Não sei bem no que acredito.

- Bom, eu acredito em Deus. Tava conversando com o cara agora mesmo. Acho que... se a gente pedir com jeito, ele dá seus corres.

A garota sorriu. Realmente, nunca fora de orar. Talvez o momento fosse propício para se conectar com esse lado seu que nunca despertara.

De repente, Nina sentiu uma vontade de ficar sozinha. Ali mesmo, naquela varanda, fitando as estrelas e rezando, conversando com o céu e com seu âmago.

- Por que não entra? - Perguntou ao garoto. - Acabou seu turno.

Noa sorriu, um sorriso de tirar o fôlego.

- Obrigado, Nina.

- Eu que agradeço, Noa.

O garoto se levantou e fitou duas coisas antes de entrar: a imensidão de Gerânio à noite, convidativa e sombria, e a garota bonita de cabelos ruivos e olhos azuis que lhe trouxera um pouco de paz à noite.

(ilustração autoral - Noa)

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