℘. ࣪ ׅ 07 ' ❍
: : ❲肉体と精神❳ : :
𝅄 ׁ ˳♱ 𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟽 ࣭ ֹ 𖤝
▙▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▜
୨୧
【過去】Speak in tongues
I don't even recognize your face
- Black Out Days
— Por que você me trouxe para uma balada, Kento? — Ania gritou por entre o som de batidas descompassadas e pessoas gritando e pulando conforme eles iam para os fundos de onde a festa acontecia. Este era o tipo de lugar que Ania costumava gostar de ficar durante a adolescência… p̶a̶r̶a̶ ̶s̶e̶r̶ ̶s̶i̶n̶c̶e̶r̶a̶,̶ ̶e̶l̶a̶ ̶a̶i̶n̶d̶a̶ ̶s̶e̶n̶t̶i̶a̶ ̶p̶r̶a̶z̶e̶r̶ ̶n̶o̶ ̶b̶a̶r̶u̶l̶h̶o̶ ̶e̶s̶c̶a̶n̶d̶a̶l̶o̶s̶o̶,̶ ̶a̶s̶ ̶l̶u̶z̶e̶s̶ ̶n̶e̶o̶n̶ ̶e̶ ̶a̶ ̶f̶u̶m̶a̶ç̶a̶ ̶a̶d̶o̶c̶i̶c̶a̶d̶a̶.̶ Por outro lado, Nanami claramente estava desconfortável,e̶l̶e̶ ̶s̶e̶m̶p̶r̶e̶ ̶t̶i̶n̶h̶a̶ ̶p̶r̶e̶f̶e̶r̶i̶d̶o̶ ̶p̶a̶s̶s̶e̶i̶o̶s̶ ̶m̶a̶i̶s̶ ̶t̶r̶a̶n̶q̶u̶i̶l̶o̶s̶ ̶q̶u̶a̶n̶d̶o̶ ̶e̶l̶e̶s̶ ̶s̶a̶i̶a̶m̶ ̶.
O que mais impressionava Ania naquele momento não era a balada, nem mesmo o fato de Nanami estar dentro de uma festa, mas a forma como ele conseguia se destacar no meio da escuridão, rodeado por adultos bêbados. Bom, de qualquer forma, era quase impossível que um homem de um metro e oitenta e quatro vestindo um terno, que a lembrava muito o corte de um Zegna, passasse despercebido, p̶r̶i̶n̶c̶i̶p̶a̶l̶m̶e̶n̶t̶e̶ ̶q̶u̶a̶n̶d̶o̶ ̶e̶l̶e̶ ̶e̶r̶a̶ ̶b̶o̶n̶i̶t̶o̶.̶
— Tá legal, eu sei que esse tipo de lugar atrai várias maldições, — Ela tagarelou, seguindo Nanami. Os olhos dela correndo de um lado ao outro, procurando por alguma maldição forte demais para aquele lugar. Algo que se destacava. — mas estamos a mais de três quilômetros de onde fica o cinema. A maldição não está aqui, e você sabe. — Ela estendeu o braço, colocando uma de suas mãos em seu ombro rígido, obrigando-o a voltar‐se para ela. O̶ ̶d̶e̶s̶g̶r̶a̶ç̶a̶d̶o̶ ̶a̶p̶e̶n̶a̶s̶ ̶a̶j̶e̶i̶t̶o̶u̶ ̶o̶s̶ ̶ó̶c̶u̶l̶o̶s̶.̶ — Então, quem estamos procurando, Kento?
Ele inspirou profundamente, desviando os olhos dela.
— Se lembra da nossa missão em Nakano?
Ela se lembrava muito bem, estavam investigando uma intensa atividade de maldições na cidade. Ao final, descobriram algum tipo de máfia que traficava monstros. Claro que como qualquer outro “jogo” de apostas as criaturas eram obrigadas a matar umas as outras, mas a investigação nunca foi concluída porque diziam que a gangue tinha sido derrotada por rivais. Era obviamente mentira. Os dois estavam mexendo com cargos, dentro da própria escola, que eram altos demais.
— Alguns meses atrás encontrei um carregamento com maldições…
— Que merda, Kento. — Interrompeu a cubana, massageando as têmporas. Uma parte dela já imaginava onde aquela história iria terminar. — Me diz que você matou o desgraçado…
— Eu não queria que você viesse. — Rebateu com os braços cruzados.
— Eu não queria que você mentisse tanto, Kento! — Ela gritou, para que pudesse ser ouvida com clareza mesmo sob o barulho pesado das caixas de som a apenas alguns metros deles. A feiticeira ergueu um dedo incriminatório para o homem como se jogasse uma maldição, mas seus olhos estavam turvos quando ela prosseguiu, desta vez, um pouco mais baixo. — Você é um velho desgraçado e arrogante! É como se eu nunca tivesse te conhecido de verdade!
Nanami estendeu o braço, abaixando a mão de Ania quando voltar a falar, com a mesma indiferença de sempre n̶ã̶o̶ ̶f̶o̶s̶s̶e̶ ̶o̶ ̶o̶l̶h̶a̶r̶ ̶p̶e̶s̶a̶d̶o̶ ̶q̶u̶e̶ ̶e̶l̶e̶ ̶c̶a̶r̶r̶e̶g̶a̶v̶a̶ ̶p̶o̶r̶ ̶d̶e̶t̶r̶á̶s̶ ̶d̶o̶s̶ ̶ó̶c̶u̶l̶o̶s̶ ̶e̶s̶v̶e̶r̶d̶e̶a̶d̶o̶s̶.̶
— E não conheceu.
Ania piscou, a boca entreaberta.E̶l̶a̶ ̶e̶r̶a̶ ̶c̶o̶m̶o̶ ̶u̶m̶a̶ ̶g̶o̶t̶a̶ ̶d̶e̶ ̶c̶h̶u̶v̶a̶,̶ ̶s̶e̶ ̶q̶u̶e̶b̶r̶a̶n̶d̶o̶ ̶a̶o̶ ̶t̶o̶c̶a̶r̶ ̶o̶ ̶c̶h̶ã̶o̶.̶
— Olha só, se não são os feiticeiros mais poderosos da escola jujutsu. — Cantarolou uma jovem parada a apenas alguns metros deles, os cabelos perfeitamente divididos em duas cores. A metade direita era branca e o lado esquerdo era negro, quase azul sob a luz pálida de um dos holofotes. — Só está faltando Satoru Gojo para completar essa festa.
— Ryoshi? — Sussurrou Ania, agitando levemente a cabeça conforme as memórias corriam pela sua mente. Então, agora ela comanda o submundo jujutsu?
Ryoshi sorria para eles, capangas bem equipados guardavam suas costas. Ela parecia ainda menos desde a última vez que se viram, não parecia ter mais que um metro de cinquenta e cinco, ainda assim, era um antigo membro do clã Haka, o mesmo clã que sua mãe, e isso apenas fazia a cubana odiar ainda mais as duas.
— Estou vendo que precisam da minha ajuda. — Os olhos bicolores da garota, uma característica comum ao clã, se demoraram um tempo sobre as roupas de Ania. — E você precisa de uma roupa mais apertada.
Outros dois capangas, um homem alto e uma mulher com tranças azuis, surgiram por detrás deles, ambos usando ternos pretos que escondiam perfeitamente a arma presa à cintura.
— Venham, vamos conversar em particular. — Disse a garota, acenando para que a seguissem, seus cabelos curtos revelando uma cicatriz fina no pescoço.
Um dos homens de Ryoshi envolveu a mão ao redor do braço de Ania. Como resposta, ela fechou os punhos e esmurrou o rosto do homem de cabelos verdes, que soltou um grunhido enraivecido com a mão cobrindo o nariz quebrado.
— É sério? — Bufou Ryoshi. — Você continua estressadinha.
— E você ainda trabalha com incompetentes.
— Chega disso, Ania. Venham. — Repetiu a mulher, desta vez em um tom mais sério conforme as pessoas ao redor gritavam ao ver o segurança com o colarinho da camisa sujo de sangue.
Eles não tinham muitas escolhas agora, estavam cercados e não poderiam arriscar que algum civil se ferisse acidentalmente, então seguiram a mulher.
No final do salão havia uma escada em espiral preta, subiram ela até chegarem em um corredor pálido, Ania piscou tentando acostumar os olhos a aquela luz branca. Nanami ao seu lado, analisava o lugar com extrema cautela, vez ou outra esfregando a manga da camisa na testa. E̶l̶a̶ ̶t̶i̶n̶h̶a̶ ̶m̶u̶i̶t̶a̶s̶ ̶p̶e̶r̶g̶u̶n̶t̶a̶s̶ ̶p̶a̶r̶a̶ ̶e̶l̶e̶.̶ Ryoshi os guiou até um escritório, ou a um lugar que lembrava um. A mesa estava lotada com pilhas de papéis ao redor de um computador velho e a estante ao fundo estava desorganizada. O estofado de couro do sofá estava rasgado e manchado.
— ¿Follando con tus clientes?— Hernández perguntou irónicamente, sentando-se em uma das cadeiras giratórias, Nanami ao seu lado repetindo o movimento.
— Sabe como é, — Ela sorriu, ainda em pé, do outro lado da mesa. — coisa de família né? Não foi assim que seus pais se conheceram?
Eu vou cortar sua garganta até sua língua sair pra fora. Pensou a cubana, seus dedos formando nós brancos ao redor do braço da cadeira.
— Precisamos achar a maldição que fez isso. — Interrompeu Nanami deixando uma foto do corpos encontrados no cinema. Ryoshi analisou a figura, um sorriso irônico nos lábios. Ela sabia onde a maldição estava, mas não diria a eles de graça. O coração da mulher batia contra o peito com força, como se tentasse escapar daquele lugar, conforme a raiva consumia-a. Ela mataria Ryoshi. ̶M̶a̶s̶,̶ ̶t̶a̶l̶v̶e̶z̶ ̶p̶o̶r̶q̶u̶e̶ ̶c̶o̶n̶h̶e̶c̶e̶s̶s̶e̶ ̶A̶n̶i̶a̶,̶ ̶N̶a̶n̶a̶m̶i̶ ̶s̶e̶g̶u̶r̶o̶u̶ ̶o̶ ̶p̶u̶l̶s̶o̶ ̶d̶a̶ ̶f̶e̶i̶t̶i̶c̶e̶i̶r̶a̶,̶ ̶p̶o̶r̶ ̶d̶e̶b̶a̶i̶x̶o̶ ̶d̶a̶ ̶m̶e̶s̶a̶.̶ ̶E̶l̶e̶ ̶n̶ã̶o̶ ̶a̶p̶e̶r̶t̶a̶v̶a̶ ̶s̶e̶u̶ ̶p̶u̶l̶s̶o̶ ̶c̶o̶m̶o̶ ̶s̶e̶ ̶m̶a̶n̶d̶a̶s̶s̶e̶ ̶e̶l̶a̶ ̶s̶e̶ ̶c̶o̶n̶t̶r̶o̶l̶a̶r̶,̶ ̶m̶a̶s̶ ̶t̶o̶c̶a̶v̶a̶ ̶g̶e̶n̶t̶i̶l̶m̶e̶n̶t̶e̶ ̶c̶o̶m̶o̶ ̶s̶e̶ ̶t̶e̶n̶t̶a̶s̶s̶e̶ ̶d̶i̶z̶e̶r̶ ̶“̶e̶s̶t̶o̶u̶ ̶a̶q̶u̶i̶”̶.̶ ̶
O gesto causava repulsa na feiticeira, m̶a̶s̶ ̶u̶m̶a̶ ̶p̶e̶q̶u̶e̶n̶a̶ ̶p̶a̶r̶t̶e̶ ̶d̶e̶ ̶s̶i̶,̶ ̶í̶n̶f̶i̶m̶a̶,̶ ̶p̶a̶r̶a̶ ̶s̶e̶r̶ ̶m̶a̶i̶s̶ ̶e̶x̶a̶t̶a̶,̶ ̶a̶p̶r̶e̶c̶i̶o̶u̶ ̶o̶ ̶t̶o̶q̶u̶e̶ ̶d̶e̶l̶i̶c̶a̶d̶o̶ ̶c̶o̶n̶f̶o̶r̶m̶e̶ ̶o̶ ̶d̶e̶d̶o̶ ̶d̶e̶l̶e̶ ̶t̶r̶a̶ç̶a̶v̶a̶ ̶c̶í̶r̶c̶u̶l̶o̶s̶ ̶a̶o̶ ̶r̶e̶d̶o̶r̶ ̶d̶a̶ ̶p̶e̶l̶e̶ ̶d̶e̶l̶a̶.̶
— Mitsuko, preciso das roupas da coleção de verão da Chanel de 1995. — Ela pediu para a guarda costas de cabelos anil que estava parada a porta, a mulher apenas acenou em confirmação e os deixou as sós.
Assim que a porta bateu em um som oco, Ryoshi se sentou, analisando a imagem das câmeras de segurança ainda mais de perto.
— Não vou mentir para você, Kento Nanami. — Ela começou, se inclinando para trás enquanto abria uma das gavetas da mesinha. — Estou de olho nessa maldição faz um tempinho. Sei onde está.
— Por que não a pegaram? — Perguntou a cubana, ajeitando os cabelos atrás da orelha. — Essa maldição com certeza deve valer muito mais que as maldições de nível quatro que você vende. — Concluiu Ania, sem poder perder a oportunidade de alfinetar a garota de cabelos divididos.
Ryoshi sorriu irônica, colocando a imagem de volta sobre a mesa conforme ela apoiava os ombros no tampo escuro e se inclinava mais para frente.
— Sabe como assumi os negócios do meu pai, Ania? — Começou a mulher, afastando os cabelos do pescoço, onde a cicatriz pálida cortava desde a nuca até a clavícula e se escondia por debaixo do vestido preto colado. — Eu sempre fui uma boa filha, você se lembra, não? Estava sempre preparada para o pior. É como diziam os líderes do clã Haka. “Os problemas não avisam quando vem.” Mas um dia, eu cheguei cansada demais de uma missão em Zurique.
Ela tirou de dentro da gaveta uma espoleta com o cabo perolado, era linda, mas não tinha energia amaldiçoada. Ania deixou que a mão esquerda escorregasse discretamente para as costas, onde a arma do homem com nariz quebrado estava escondida.
— Quando cheguei em casa, minha mãe estava morta. E meu pai estava a um passo de ter a cabeça decepada por uma maldição de nível dois. Era patético que ele estivesse prestes a morrer para algo tão baixo. — A mulher ergueu a arma até as têmporas de Ania. Nanami ao seu lado retesou e sua mão ficou imóvel perto das costelas, p̶r̶o̶n̶t̶o̶ ̶p̶a̶r̶a̶ ̶m̶a̶t̶a̶r̶ ̶R̶y̶o̶s̶h̶i̶ ̶c̶o̶m̶ ̶a̶ ̶l̶â̶m̶i̶n̶a̶ ̶a̶m̶a̶l̶d̶i̶ç̶o̶a̶d̶a̶,̶ ̶s̶e̶ ̶f̶o̶s̶s̶e̶ ̶p̶r̶e̶c̶i̶s̶o̶.̶ — Eu só precisava de um tiro e meu pai ficaria vivo. Mas então, eu vi potencial naquela coisa. — A garota engatilhou a arma.
Ania tirou a pistola do bolso em um gesto rápido e levantou até que estivesse na mesma altura que a cabeça de Ryoshi.
— Foi uma péssima ideia apontar uma arma para mim. — Ania puxou o gatilho e Ryoshi gritou.
N̶a̶d̶a̶ ̶a̶c̶o̶n̶t̶e̶c̶e̶u̶.̶
A̶n̶i̶a̶ ̶a̶p̶e̶r̶t̶o̶u̶ ̶o̶ ̶g̶a̶t̶i̶l̶h̶o̶ ̶d̶e̶ ̶n̶o̶v̶o̶ ̶e̶ ̶d̶e̶ ̶n̶o̶v̶o̶.̶ ̶
Puta!
— Você ia mesmo me matar!
Ryoshi tossiu uma risada animalesca, a espoleta ainda apontando para Ania enquanto ela tentava recuperar o fôlego.
— Acha mesmo que meus funcionários iriam ser tão burros a ponto de não perceberem que você roubou uma arma? — Gargalhou a garota, limpando as lágrimas que brotavam nos olhos. — Nem ouse tocar na sua lâmina cega, Nanami. — Advertiu a garota ao notar a estranha movimentação do loiro.
Nanami expirou pesadamente, colocando as mãos cruzadas em frente ao corpo, s̶e̶u̶s̶ ̶o̶l̶h̶o̶s̶ ̶s̶e̶ ̶p̶e̶r̶d̶e̶n̶d̶o̶ ̶p̶o̶r̶ ̶u̶m̶ ̶s̶e̶g̶u̶n̶d̶o̶ ̶a̶ ̶m̶a̶i̶s̶ ̶e̶m̶ ̶A̶n̶i̶a̶.̶
A cubana apertou os lábios com raiva, jogando a arma em um dos cantos da sala, inutilmente. Tudo isso tinha sido uma encenação muito bem arquitetada.
— O que foi? Ainda acha que só trabalho com incompetentes?
— Desgraçada com cabelo napolitano.
Três batidas na porta fizeram Ryoshi desviar o olhar para o monitor.
— Pode entrar, Mitsuko.
A porta se abriu com um rangido metálico e a garota entrou, deixando uma pilha de roupas e um par de sapatos sobre a mesa da chefe. “Precisa que eu mate eles?” Ela perguntou educadamente sem desviar os olhos de Ryoshi.
— Não será necessário. — A mulher de cabelos divididos abaixou a arma, e se inclinou para o lado para pegar uma flanela cinza para limpar o revólver. — Pode sair agora. — A azulada curvou-se e então desapareceu no corredor novamente. — Bom, continuando minha história: Meu pai foi morto naquela noite, e eu deixei a maldição fugir. Esperei que ela ficasse forte e quando ela estava madura o suficiente, eu mesma fui enjaular ela. Ganhei essa cicatriz no processo. Agora minha maldição vale mais dinheiro do que você jamais vai poder imaginar.
— É uma bela história de superação. — Ania bufou, ajeitando-se na cadeira, jogando os cabelos lisos para trás. — Você deveria estar nos guinness, conseguiu infringir todos os humanos em menos de uma noite. Você está sempre se superando.
— Onde está a maldição? — Nanami exigiu saber, o tom de voz ficando mais duro. S̶e̶ ̶a̶n̶t̶e̶s̶ ̶e̶l̶e̶ ̶n̶ã̶o̶ ̶e̶s̶t̶a̶v̶a̶ ̶n̶e̶r̶v̶o̶s̶o̶,̶ ̶a̶g̶o̶r̶a̶ ̶e̶l̶e̶ ̶p̶a̶r̶e̶c̶i̶a̶ ̶p̶r̶e̶s̶t̶e̶s̶ ̶a̶ ̶a̶r̶r̶a̶n̶c̶a̶r̶ ̶o̶s̶ ̶g̶l̶ó̶b̶u̶l̶o̶s̶ ̶o̶c̶u̶l̶a̶r̶e̶s̶ ̶d̶e̶ ̶R̶y̶o̶s̶h̶i̶ ̶c̶o̶m̶ ̶a̶s̶ ̶p̶r̶ó̶p̶r̶i̶a̶s̶ ̶m̶ã̶o̶s̶.̶
A mulher de cabelos curtos sorriu, deixando a arma de lado e apoiando a cabeça nas mãos.
— Faz três meses que encontrei essa maldição, eu e meu pessoal fomos atrás dela. Já era forte naquela época, mas não a capturamos porque aquela coisa ainda tem muito potencial. — Ela suspirou cansada clicando no monitor pálido do computador. — Ele se escondia no esgoto. Vou te enviar as coordenadas pelo celular.
Nanami acenou em confirmação, ajeitando os óculos esverdeados.
— O que você quer? — Perguntou o loiro, impaciente.
Ryoshi franziu o cenho, fazendo beicinho enquanto tamborilava os dedos na mesa.
— Sabe, existem rumores… sobre um hospedeiro de Sukuna.
— Ele está morto. — Adiantou-se Ania, cruzando as pernas. — Sukuna o matou.
— Ninguém morre assim, não de verdade. — Replicou a de cabelos divididos. — Você veio para treiná-lo, não? Porque sinceramente, eu duvido muito que você tenha voltado por Nanami e Gojo.
Ania ergueu uma das sobrancelhas ao ouvir o nome do feiticeiro de cabelos brancos pela segunda vez em menos de uma hora.
— O que foi? Ainda pensa muito sobre quando Gojo te deu um fora? — Caçoou a mais velha, enrolando uma mecha de cabelo despreocupadamente. — Não leve pro pessoal, a única pessoa por quem ele já se interessou foi ele mesmo.
Ryoshi estava enfurecida. O rosto de porcelana estava contorcido e com as bochechas rosadas.
— Mas se você quiser, posso arrumar um encontro para vocês dois. — Alfinetou a morena alisando a camiseta preta.
— Quero conhecer o portador de Sukuna.
“Por que você não vai terminar de pintar seu cabelo? Acabou a tinta?” Sugeriu Ania tombando a cabeça para o lado.
— Fechado. — Replicou Nanami.
— Pera, o que? — Ania se ergueu da cadeira rapidamente com o rosto pálido como a morte. — Você está louco?
Merda, Kento, me diz que você tem um plano. Você não seria tão idiota né? É̶ ̶c̶l̶a̶r̶o̶ ̶q̶u̶e̶ ̶s̶e̶r̶i̶a̶,̶ ̶v̶o̶c̶ê̶ ̶a̶t̶r̶a̶s̶o̶u̶ ̶m̶e̶u̶s̶ ̶d̶o̶c̶u̶m̶e̶n̶t̶o̶s̶.
— Daremos o local para se encontrarem quando a maldição for exorcizada. — Nanami se levantou, junto com Ryoshi, ajeitando as janelas do paletó claro.
Ania fechou as mãos em punho, seus ombros semi encolhidos. “Nanami, o que você está fazendo?”
— Confie em mim dessa vez. — Ele pediu, ajeitando os óculos.
— Fica difícil depois de você me trair e mentir para mim.
Nanami abriu a boca para responder, mas foi cortado por Ryoshi que estendia para Ania um punhado de roupas.
— Vai precisar disso. — Ela avisou, com seu tom irônico enquanto um sorriso astuto manchava seus lábios vermelhos. — Essa maldição é poderosa e eu sei muito bem como sua energia amaldiçoada funciona, Ania.
A cubana se aproximou, tomando aquelas roupas. Eram de um tecido firme, mas parecia ser leve. “Shalom Harlow desfilou com essa roupa.” Era uma blusa azul claro que não chegava ao umbigo, tinha as mangas compridas, adornadas com costuras pretas que destacavam os cortes retos. A saia de cintura alta era escura e quase chegava aos joelhos, e tinha costurado um cinto dourado. Mas o que mais encantava a mulher eram os sapatos pretos com laços cravejados com pedrarias brancas da Versace. Ryoshi não faria aquilo à toa, deveria existir alguma piada de mal gosto por trás. “Qual é o seu jogo?”
— Apenas volte com as minhas roupas intactas. — Ela explicou tirando um maço de cigarros da estante e acendendo um deles bem ali, naquela sala fechada. — Ou da próxima vez eu não vou hesitar em puxar o gatilho e estourar seus miolos, você usando Chanel ou não.
— Da próxima vez, Ryoshi, avise seus homens para carregarem as armas, caso contrário, vou ter que fazer um buraco no seu peito com minhas próprias mãos e eu odiaria quebrar minhas unhas no processo.
— Tenham uma boa noite. — Disse por fim, com um risinho sarcástico e ambos os feiticeiros saíram da sala escoltados por dois capangas.
Ryoshi deu um trago no cigarro com as mãos trêmulas. Demorou apenas alguns segundos para que Mitsuko surgisse pela porta, com as mãos ao redor do braço de um dos homens dela. Ele tinha os cabelos esverdeados e o nariz estava quebrado, além de novos cortes terem surgido no abdômen.
— Você deixou sua arma descarregada em serviço. — Ela declarou, voltando a se sentar na cadeira. — Mas pior que isso, deixou que a bastarda estrangeira roubasse sua arma. — A mulher expirou, a fumaça formando desenhos amorfos no ar. — Mata ele, Mitsuko.
A mulher de cabelos azuis puxou a própria arma da cintura e atirou na cabeça do homem. Sangue espirrou no sofá de couro e o corpo dele caiu, batendo na quina na mesa antes de se chocar contra o chão. Uma massa roxa surgiu dos cabelos esverdeados e sangue manchava o tapete de Ryoshi, mas ela não dava a mínima. Ela gostava, na verdade, do sangue, da brutalidade e da morte.
— Você vai deixar que matem sua maldição? — Perguntou a azulada guardando a arma no coldre. Ela era uma das poucas pessoas que podia falar diretamente com Ryoshi, até porque, já eram quase melhores amigas. Se conheciam desde a infância, mesmo que fossem de clãs diferentes.
— Essa maldição está me causando problemas. — Explicou a mulher, esticando as pernas sobre a mesa. — Matou trinta dos meus homens quando tentamos capturá-la da última vez.
— Achei que tinha dito que estavam deixando ela maturar.
Ryoshi negou com a cabeça, tragando o cigarro.
— Não havia o que esperar. — Ela se lembrou, com os olhos fixos em um dos cantos do escritório. — Essa maldição é diferente, é poderosa, perigosa. — Aquela maldição era uma aberração. Tinha matado a todos em menos de segundos. Ryoshi nem mesmo sabia como tinha escapado. — Aquela coisa precisa ser eliminada, não comercializada como seu imaginava.
. ◌ ׅ ⩇⩇:⩇⩇ ׅ _ Olá, tudo bem?
Demorei para postar esse
capítulo porque eu me animei
e escrevi mais. Agora tem
personagem nova na área,
acho que vou refazer a estética
dessa história e adicionar a Ryoshi.
Mas espero que gostem. ♡
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