℘. ࣪ ׅ 04 ' ❍
: : ❲肉体と精神❳ : :
𝅄 ׁ ˳♱ 𝙲𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟺 ࣭ ֹ 𖤝
▙▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▜
୨୧
【挑発】I'm aggressive, just one thought ain't close enough
You got me stressing, incessantly pressing the issue
— SOS
O clima de Tóquio era tão instável quanto Yuji. Ania conseguia ver todo o potencial que ele carregava, mas ainda assim era sufocante ver a mistura entre duas coisas tão antagônicas que eram Sukuna e o garoto. Ainda assim, isso não parecia afetá-lo. Isso encorajava-o a continuar.
Itadori bocejou, piscando os olhos pesados, enquanto caminhavam por um dos corredores do cinema. Era antigo e as paredes altas eram de um preto desbotado e desgastado, sem janelas. O ar era abafado e empoeirado, quase opaco. A polícia havia evacuado a área, e não tardaria até que a perícia chegasse.
— Não apareceu ninguém na câmera? — Indagou Itadori se jogando sobre uma das poltronas vermelhas amarronzadas.
O cheiro doce de sangue se misturava com o azedo enferrujado dos corpos. Não tinham conseguido entrar a tempo de analisarem os corpos, mas pelas fotos — roubadas de um dos corajosos que tinha se aventurado a entrar na cena do crime antes que a polícia fosse contactada — ela podia dizer, com certeza, que a maldição em questão não estava no sistema.
Ela analisou mais uma vez o celular. O corpos eram deformados, as bocas sufocadas em um grito e os olhos profundos, pareciam vazios e sangue escorria por todo o uniforme. Era como se toda a criação do ser humano tivesse sido reconstruida em cima de algum tipo de sentimento tortuoso e animalesco. Ania guardou o celular antes que Itadori pudesse pedir, novamente, para ver as imagens. N̶e̶m̶ ̶m̶e̶s̶m̶o̶ ̶e̶l̶a̶ ̶q̶u̶e̶r̶i̶a̶ ̶t̶e̶r̶ ̶v̶i̶s̶t̶o̶.̶
— Só mais um garoto. Estava sem uniforme, mas pela blusa, deveria ter a mesma idade que você. — Explicou a morena ajoelhando-se no carpete escuro, sua coluna sussurrava uma vibração estranha vinda de uma das portas, era claro que havia algo. Era frio, úmido e silencioso. A vista cansada de Ania procurava com cuidado qualquer vestígio da maldição, mas ela sempre teve maior dificuldade nesta parte. — Itadori, venha aqui. — Pediu a mulher acenando com uma das mãos, as pulseiras prateadas tilintaram sobre o pulso como pequenos sinos.
“Não é perigoso sermos pegos aqui?” Indagou Yuji se aproximando com passos pesados.
— É sim, por isso quero ir o mais rápido possível. — Ania replicou, se erguendo do chão gorduroso. Se continuasse assim, seus sapatos não sairiam vivos. — Consegue ver algo? — Apontou para uma das entradas laterais, a porta estava arrombada, mas isso poderia ser trabalho do tempo. Não havia como ter certeza.
O rosado abriu as pernas, se posicionando com cuidado ao lado da morena. Semicerrou os olhos fazendo uma careta e dobrou os joelhos. As mãos estava uma de cada lado do rosto fino, como se aquilo pudesse ajudar de alguma forma.
— Eu vi um banheiro lá fora se você precisar. — Ironizou a mulher, apoiando uma das mãos na cintura. Yuji franziu o cenho, cruzando os braços como uma criança birrenta. Toda sua postura já havia se desfeito em instantes. — Precisa concentrar sua visão. Maldições sempre deixam um rastro para trás, mas eu…
“H̶e̶r̶n̶á̶n̶d̶e̶z̶?”
Era uma voz conhecida. Calma e leve como um riacho perdido entre as montanhas. A mesma voz que tinha a acalentado e a abalado a tempos atrás. O próprio coração a sufocava a cada batida audível a quilômetros de distância.
É̶ ̶i̶n̶c̶r̶í̶v̶e̶l̶ ̶c̶o̶m̶o̶ ̶a̶ ̶v̶i̶d̶a̶ ̶é̶ ̶f̶e̶i̶t̶a̶ ̶d̶e̶ ̶m̶o̶m̶e̶n̶t̶o̶s̶.̶ ̶E̶m̶ ̶u̶m̶ ̶v̶o̶c̶ê̶ ̶e̶s̶t̶á̶ ̶p̶l̶a̶n̶e̶j̶a̶n̶d̶o̶ ̶u̶m̶a̶ ̶v̶i̶d̶a̶ ̶i̶n̶t̶e̶i̶r̶a̶ ̶a̶o̶ ̶l̶a̶d̶o̶ ̶d̶e̶ ̶s̶e̶u̶ ̶a̶m̶a̶d̶o̶, ̶q̶u̶e̶ ̶é̶ ̶a̶ ̶p̶e̶s̶s̶o̶a̶ ̶m̶a̶i̶s̶ ̶c̶a̶l̶o̶r̶o̶s̶a̶ ̶e̶ ̶a̶m̶á̶v̶e̶l̶ ̶d̶o̶ ̶m̶u̶n̶d̶o̶.̶ ̶E̶n̶q̶u̶a̶n̶t̶o̶ ̶n̶o̶ ̶o̶u̶t̶r̶o̶,̶ ̶v̶o̶c̶ê̶ ̶é̶ ̶i̶m̶p̶e̶d̶i̶d̶a̶ ̶p̶o̶r̶ ̶s̶e̶u̶s̶ ̶a̶m̶i̶g̶o̶s̶ ̶d̶e̶ ̶m̶a̶t̶á̶-̶l̶o̶ ̶c̶o̶m̶ ̶u̶m̶a̶ ̶f̶a̶c̶a̶ ̶d̶e̶ ̶o̶s̶t̶r̶a̶, ̶p̶o̶r̶q̶u̶e̶ ̶a̶g̶o̶r̶a̶ ̶e̶l̶e̶ ̶e̶r̶a̶ ̶a̶p̶e̶n̶a̶s̶ ̶u̶m̶ ̶f̶i̶l̶h̶o̶ ̶d̶a̶ ̶p̶u̶t̶a̶ ̶a̶r̶r̶o̶g̶a̶n̶t̶e̶.̶
“Ué, quem é esse carinha?” Itadori questionou com as sobrancelhas erguidas, apontando para algum lugar atrás de Ania.
Talvez se ela não se virasse ele fosse embora, como um espírito zombeteiro ao perceber que não conseguiria assustar ninguém. Mas ele não era um espírito, porque ela sabia que ele não iria a ignorar.
— Kento? — Suspirou a mulher com a mão dolorosamente branca ao redor do celular. Sentiu um medo genuíno quando girou sobre os calcanhares e percebeu que era ele parado com as mãos em punho ao lado do corpo. — O que você está fazendo aqui?
“̶P̶o̶r̶ ̶f̶a̶v̶o̶r̶.̶ ̶V̶á̶ ̶e̶m̶b̶o̶r̶a̶.̶”̶ ̶E̶r̶a̶ ̶o̶ ̶q̶u̶e̶ ̶q̶u̶e̶r̶i̶a̶ ̶d̶i̶z̶e̶r̶.̶
Até mesmo o cheiro dos cadáveres tinha desaparecido e por um momento ela se sentiu i̶n̶d̶e̶f̶e̶s̶a̶, mas se sentir e transparecer eram coisas diferentes.
— Gojo pediu que eu viesse. — Explicou sem muita enrolação. E̶r̶a̶ ̶a̶l̶g̶o̶ ̶q̶u̶e̶ ̶e̶l̶a̶ ̶c̶o̶s̶t̶u̶m̶a̶v̶a̶ ̶g̶o̶s̶t̶a̶r̶ ̶n̶e̶l̶e̶.̶ Ele ajeitou os óculos com uma das mãos, os olhos ainda fixos nos dela. — Estou encarregado de orientar Yuji Itadori.
“Eu?” Soltou o garoto apontando um dedo para si mesmo com a boca torcida e os olhos arregalados.
O homem acenou em confirmação. U̶m̶ ̶h̶o̶m̶e̶m̶ ̶q̶u̶e̶ ̶e̶l̶a̶ ̶n̶ã̶o̶ ̶r̶e̶c̶o̶n̶h̶e̶c̶i̶a̶ ̶m̶a̶i̶s̶.̶ ̶U̶m̶ ̶h̶o̶m̶e̶m̶ ̶q̶u̶e̶ ̶e̶l̶a̶ ̶c̶o̶s̶t̶u̶m̶a̶v̶a̶ ̶s̶a̶b̶e̶r̶ ̶a̶ ̶c̶o̶r̶ ̶f̶a̶v̶o̶r̶i̶t̶a̶,̶ ̶a̶ ̶c̶o̶m̶i̶d̶a̶ ̶p̶r̶e̶d̶i̶l̶e̶t̶a̶,̶ ̶a̶s̶ ̶d̶o̶r̶e̶s̶ ̶q̶u̶e̶ ̶e̶l̶e̶ ̶t̶i̶n̶h̶a̶ ̶s̶e̶n̶t̶i̶d̶o̶ ̶d̶u̶r̶a̶n̶t̶e̶ ̶a̶ ̶e̶s̶c̶o̶l̶a̶ ̶d̶e̶ ̶j̶u̶j̶u̶t̶s̶u̶.̶ Nem mesmo a aparência era a mesma. Os cabelos estavam mais curtos, usava um terno claro e parecia mais cansado. Linhas de expressão já contornavam seus olhos e bochechas — parecia ser mais velho do que realmente era.
Ela não entendeu como pode reconhecê-lo tão rapidamente. Até porque, aquele não era Nanami. A̶o̶ ̶m̶e̶n̶o̶s̶ ̶n̶ã̶o̶ ̶e̶r̶a̶ ̶s̶e̶u̶ ̶N̶a̶n̶a̶m̶i̶.̶ ̶N̶ã̶o̶ ̶m̶a̶i̶s̶.̶
— Kento… — Ania começou, a voz estava tranquila, mas os olhos queimavam em raiva e ódio. Alguns dizem que a agressão é a defesa do medroso. Que fosse, ela estava irada e não deixaria que sua emoção fosse reprimida. — Escucha aqui. — Ordenou a morena aumentando o tom da voz, com um dedo incriminatório apontado para o feiticeiro. — ¡Te arrancaré la cabeza antes de ponerle un dedo encima al niño, su boludo hijo de puta!
Muitos costumam dizer que quando alguém se vai, tudo o que resta é desconforto. Alguns dizem sentir um vazio no peito, outros falam que é como uma fogueira queimando lentamente o coração. Ela não sentiu nada disso quando foi embora, mas agora o coração parecia reclamar uma dívida antiga. Uma dívida que ela pagaria com o máximo de palavrões que pudesse soltar em um minuto.
“¡Quiero que usted palo su guía su cuelo! Jódete! ¿Qué crees que estás haciendo aquí?.” Ela continuou, dando um passo apressado para mais perto do homem.
“Mas o que é que ela tá falando?” Yuji tremeu com as mãos para o alto como um foragido assim que apreendido pela polícia.
— Está basicamente mandando que eu fique longe de você. — Explicou o loiro inexpressivo conforme ajeitava a gritava amarelada.
“Você fala cubano?” Surpreendeu-se o rosado.
— É castelhano, Itadori.
“Quero que você vá para o inferno, de onde não deveria ter saído!” Ralhou a mulher jogando o próprio telefone sobre o homem.
Ela mal pode perceber a trajetória quando o lançou com toda a sua força. Rápido como um tiro de sniper. Tão rápido que o feiticeiro mal notou o gesto até que estivesse perto o suficiente. A mão se ergueu e agarrou o telefone a milímetros do espaço entre seus olhos. T̶e̶r̶i̶a̶ ̶f̶e̶i̶t̶o̶ ̶u̶m̶ ̶e̶s̶t̶r̶a̶g̶o̶ ̶b̶o̶n̶i̶t̶o̶ ̶s̶e̶ ̶e̶l̶e̶ ̶n̶ã̶o̶ ̶f̶o̶s̶s̶e̶ ̶t̶ã̶o̶ ̶r̶á̶p̶i̶d̶o̶.̶
Nanami sibilou e abaixou o celular, seus olhos se encontraram ao da mulher assim que ele o descartou em um dos assentos do cinema.
— O que é que você fez para ela? — Itadori exigiu saber, seus olhos vagando de Ania para Kento com medo reluzente.
— O que ele fez? — Cuspiu a mulher desviando o olhar para o mais jovem. — Ele me atrasou 5 anos! Me fez pegar apenas maldições de grau 3! Este pajero invalidou meus documentos!
Os olhos do estudante estavam estupefatos e a boca entreaberta como se quisesse dizer algo, mas som algum, além de um gemido doloroso, saia de seus lábios.
“Eu cansei.” Suspirou a cubana esfregando a testa em uma dor latejante e invisível. “Vou ligar para Gojo, ele com certeza tem uma explicação para isso.”
Se aproximou de Nanami, sentindo a espinha se enrijecer e os braços falharem. Ania contraiu a mandíbula com força, como se aquilo pudesse diminuir a tensão insuportável que já se espalhava pelo corpo como veneno. Se abaixou apenas para procurar o aparelho entre as várias cadeiras.
Ele ainda tinha o mesmo cheiro, e isso embrulhava seu estômago de tal maneira que ela desejou poder vomitar, de uma vez por todas, e acabar com aquilo. Não surpreendentemente era um aroma amendoado de colônia cara.
Tateou pelo banco até que encontrou um retângulo com pedrinhas roxas e o puxou para si, discou para o̶ ̶m̶a̶l̶d̶i̶t̶o̶ ̶f̶e̶i̶t̶i̶c̶e̶i̶r̶o̶ ̶d̶e̶ ̶c̶a̶b̶e̶l̶o̶ ̶b̶r̶a̶n̶c̶o̶ Gojo. Ania se levantou rapidamente, mudando a ligação para o viva voz com as mãos trêmulas. O telefone chamou por alguns segundos antes de uma voz açucarada atender entre risadas.
“Olá, Ania-kun! Problemas com a maldição?”
— Não, Gojo. Problemas com um certo feiticeiro de Grau 1, que se veste como meu avô. — Trovejou a mulher com sotaque carregado na voz mansa. Nanami replicou algo, mas ela não lhe deu atenção.
“Isso se você tivesse um.” Gargalhou o homem consigo mesmo.
— O que ele está fazendo aqui, Gojo? — Ania chiou com os olhos concentrados na tela escura. Não suportaria encarar Kento por nem mais um segundo.
“Ah, ele… juntos… trabalho…Itadori.” Respondeu o homem, com cortes entre as falas como se houvesse algo atrapalhando o telefonema.
— Podemos ouvir o barulho dos carros. — Nanami suspirou com a voz apertada. — Pare de fingir que a ligação está ruim.
“Não… falando…som…” Continuou o homem até que a ligação foi cortada abruptamente. Foi a partir daquele momento, que qualquer resquício de afeição que ela tinha por Saturo se dissipou.
— Ah, eu mato ele. — Cantarolou a mulher guardando o celular no bolso.
“Pelo amor de Deus.” Bufou Yuji com os punhos cerrados. “Será que vocês podem parar com isso? Tem uma maldição à solta e vocês estão aí perdendo tempo. ”
A mulher cruzou os braços como se aquilo pudesse abafar o som de seu m̶a̶l̶d̶i̶t̶o̶ coração, seu motivo para desejar Nanami o mais longe possível, não era fútil. Era, como ele gostava de se expressar, baseado em fatos e ações passadas.
— Será que vocês conseguem parar de agir como… — Continuou Yuji, mas foi interrompido pelo guinchar de uma voz feminina.
“Bebê…”
— Eu ia dizer criança… — Yuji retrucou, coçando a cabeça com o cenho franzido para a morena.
“Não fui eu quem disse isso, Itadori.” Ania sussurrou colocando-se à frente de Yuji.
— O que? — O rosado Indagou com os ombros tensionados.
— Foi uma maldição. — Explicou Nanami, puxando uma lâmina das costas cobertas por um terno bege.
Ania esticou o braço em frente a Itadori, impedindo-o de avançar. Um sorriso presunçoso se formou em seus lábios rosados. “Fique atrás de mim.” Ela ordenou, estralando o pescoço.
— Eu tava amarradão em você. — Rebateu o mais jovem entristecido, odiando ser tratado como um peso morto. — Mas tô começando a achar que você tá me subestimando.
“Sua técnica é parecida com a minha.” Explicou a mulher girando o punho. Os olhos vagavam por entre o amontoado de cadeiras, um leve som de passos ecoavam como se a criatura estivesse indecisa se deveria, ou não, avançar. “Observe e aprenda algo.”
A maldição surgiu das sombras, rápida como uma estrela cadente. Era uma mistura grotesca entre um cachorro e um tubarão. Sangue roxo cobria seus dentes e um cheiro horrível de esgoto invadiu o ar, apunhalado Ania. A criatura pulou sobre as ancas com a boca aberta.
“Vem grandão.” Sussurrou para si mesma com a voz firme. A energia amaldiçoada corria ao seu redor em uma vibração violenta e concentrada como uma grande cachoeira. Ania era poderosa. Seu nível de energia era muito maior do que qualquer feiticeiro comum. E̶s̶t̶e̶ ̶e̶r̶a̶ ̶s̶e̶u̶ ̶c̶o̶r̶i̶n̶g̶a̶.̶
As grandes garras chegaram antes do focinho comprido. Ania curvou os braços, arrastando uma das pernas para trás. Ela desviou da mordida por um triz, escorregando para o lado, e aproveitou a brecha para contra-atacar. A mulher passou os braços ao redor da criatura. O monstro rugiu preso entre os braços fortes de Ania. Uma onda estranha cobria a pele da maldição, ela percebeu enquanto tentava puxar a criatura para mais longe de Itadori. Ela parecia mais quente que o normal, para uma maldição.
“Caramba, ela é demais…” Suspirou Yuji, estático. Seus olhos estavam arregalados para a maldição imobilizada a apenas alguns centímetros de si. Ele não podia acreditar. Ania tinha prendido uma maldição em questão de segundos e com uma facilidade impressionante. A de cabelos castanhos parecia estar se divertindo, ele notou, enquanto a criatura se debatia em vão.
“Quando eles avançam…” Chiou a mulher, apertando o pescoço, coberto por um couro duro, da maldição. “Ficam vulneráveis. Ataque quando eles atacarem.” Ela explicou com naturalidade. Como se fosse uma simples professora e não estivesse segurando um monstro como se fosse um cachorro.
A criatura grunhiu, com suas garras tentando alcançar o corpo de Ania. Ela não se intimidou e riu da maldição. “Quer fazer carinho?” Provocou a mulher apertando as unhas compridas contra uma das fendas ao redor do pescoço.
A maldição soltou um guincho de dor, mas então, sangue explodiu atrás de si e o corpo do monstro ficou fraco e tombou. O impacto levantou uma nuvem de sangue.
“Mas que saco, Kento.” Bufou a mulher largando o corpo da criatura que fez o chão vibrar assim que caiu com um baque seco. Ela limpou o suor da testa com a manga do casaco n̶ã̶o̶ ̶m̶a̶i̶s̶ ̶t̶ã̶o̶ branco e se voltou para o homem de terno que a observava com uma expressão severa. “Não atrapalhe as minhas aulas.”
“Você não é professora, Hernández.” Argumentou Nanami, guardando a arma amaldiçoada, novamente. Era uma espada curta, envolta em um pano branco e preto. “E isto não era uma aula. Você estava apenas se exibindo.”
— Ficou tão na cara? — Sorriu a mulher com uma das mãos na cintura.
Não houve resposta. Kento se limitou a fita-lá como se ela tivesse acabado de quebrar uma das várias regras dos feiticeiros. Ela não sabia dizer se era verdade, Ania nunca se deu ao trabalho de estudá-las, diferente do loiro, que passava dias decorando cada uma delas.
— Tá certo. — Continuou a feiticeira dando tapinhas no ombro no hospedeiro de Sukuna. — Vamos dar uma olhada lá na outra sala, garoto.
“Os rastros vão para fora.” Admitiu Nanami ajeitando os óculos. “A maldição foi por ali.” Continuou acenando com a cabeça para uma das portas.
Ania engoliu em seco, s̶e̶n̶t̶i̶n̶d̶o̶-̶s̶e̶ ̶u̶m̶a̶ ̶i̶d̶i̶o̶t̶a̶.̶
— Vou acompanhar vocês. — Nanami prosseguiu com as mãos no bolso da calça.
— Não vai ser necessário. — Disse Ania arregaçando as mangas do casaco.
“Estou em serviço. Bato ponto apenas às seis horas.” Contou Nanami verificando o relógio prateado.
Ania suspirou pesadamente se voltando para Yuji. Ele parecia animado com a ideia. Odiava ceder para Kento, mas sabia melhor do que ninguém o quanto ele seguia a risca as ordens. Ele não iria embora. E̶l̶e̶ ̶n̶u̶n̶c̶a̶ ̶i̶a̶.̶
— Vamos lá! — Gritou Yuji batendo as mãos.
— Menos. — Disse Nanami cortando a alegria de Yuji pela raiz. — Isso exige apenas um esforço moderado.
Kento seguiu por uma das saídas da sala de cinema junto com Yuji, deixando para trás uma mulher com as mãos em punho. Aquilo só podia ser um pesadelo. Um pesadelo do qual ela não acordaria.
. ◌ ׅ ⩇⩇:⩇⩇ ׅ _ Escrever sobre o Nanami é muito complicado, juro ksks.
Mas espero que gostem. ♡
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