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Entrada para Oceanyla

26

Voltamos para o quarto junto de Cobalto que continuou dormindo encostado no meu peito, olhei para o pequeno animal pensando em tudo o que Daila falou, por algum motivo aquele mundo parecia estar esperando por mim, como se soubesse quem eu era mais do que eu mesma.

—Você está muito quieta.

A voz da raposa ecoou pelas paredes.

—Só estou pensando no que ouvi.

Com cuidado deixei o cachorrinho em cima da cama. Daquele tamanho parecia mais com um brinquedo.

—Tenho a sensação de que tudo isso ainda é um sonho, mesmo sabendo que não...

Encarei os olhos prateados.

—Acha que eu posso ter alguma relação com esse mundo?

—Não sei, mas não vamos descobrir nada sobre isso agora.

Eylef passou por mim indo até a cama, seu perfume deixando um rastro enquanto eu o encarava da escuridão.

—É grande o suficiente para nós dois.

Foi a única coisa que ele disse.

—Certo...

Um pouco sem jeito me deitei no lugar vago deixando o silêncio preencher o cômodo. No começo encolhi o corpo ao máximo para evitar tocar em qualquer outra coisa que não fosse as mantas ou Cobalto, mas a presença da raposa era marcante, quase como se eu pudesse vê-lo mesmo estando de costas, porém, depois de alguns minutos eu estava me virando de todos os lados possíveis tentando achar uma posição confortável para dormir. Aquela cama era macia, muito macia, chegava a ser um pouco incômodo. Fiquei me perguntando se aquilo era o resultado do tempo que passei dormindo no chão. Consequentemente pensei em Eylef, e os longos anos dele preso no poço.

—Eylef...

Sussurrei ouvindo minha voz ecoar como um sopro, mas eu sabia que ele tinha escutado.

—Vai conseguir dormir?

—Só se você ficar quieta.

Deixei um suspiro escapar.

Tudo bem...

Voltei a me virar na cama, dessa vez encarando o teto e os pontinhos brilhosos na casca da árvore, pareciam estrelas minúsculas, acendendo e apagando conforme eu olhava para elas.

Só queria dizer que é estranho pensar em como nos acostumamos com algo ruim ao ponto de nos sentirmos desconfortáveis com coisas boas...

O som das nossas respirações era a única coisa que se escutava pelo quarto. E assim foi por longos minutos até que eu finalmente caísse no sono.

...

Meu corpo estava pesado, muito pesado, como se algo me segurasse, me puxasse de volta enquanto eu lutava para continuar em frente, ao redor as estrelas brilhavam na escuridão do céu infinito.

Eu estava voando.

Mas não era livre.

Senti algo molhado no meu rosto fazendo com que eu abrisse os olhos.

O que é isso?

Com a visão turva a única coisa que consegui ver foi um borrão azul até que os contornos de um cachorrinho ganhassem forma.

—Cobalto...

Acariciei o pequeno que balançava a cauda felpuda.

—Vejo que acordou cheio de energia.

Eu estava tão entretida com o filhote que não percebi que Eylef continuava deitado na cama. Os longos fios escuros do cabelo se espalharam no colchão enquanto a máscara permanecia no rosto.

Como ele conseguiu dormir com isso?

Me aproximei um pouco para observar o desenho na testa da raposa. Em comparação aos bordados na roupa que ele usava, minhas flores não passavam de algo mixuruca, na verdade, olhando para ele agora, até mesmo o tecido parecia algo simples. As roupas finas, o longo cabelo preto, o corpo esguio e alto. Eylef estava completamente deslocado, como se sua beleza combinasse com a noite, mas ao mesmo tempo a luz da manhã fazia algo emanar de forma mágica dele. Aquela era a primeira vez que observava isso, tanto que estava hipnotizada. Inconscientemente estiquei uma das mãos para tirar uma mecha escura da máscara quando algo segurou meu pulso.

—O que está fazendo?

Encarei os olhos prateados.

—Eu...

Cobalto nos observava com as orelhas em pé e a cauda balançando de um lado para o outro.

—Tinha uma aranha na sua cara...

Foi a única coisa que consegui pensar.

—Aranha?

—Sim...

—Falei para não tocar em mim.

—Bom, da próxima vez eu deixo ela picar você.

Eylef esticou o corpo de forma rápida e agil levantando da cama, olhei para a cascata de fios negros que caiam pela suas costas antes do mesmos olhos prateados me encararem de volta.

—Está esperando o quê?

Revirei os olhos.

—Um bom dia talvez.

—Muito engraçado...

Deixei Eylef ir na frente o seguindo logo atrás com Cobalto nos meus pés, por sorte ele parecia saber o caminho. Se fosse eu, já teria me perdido nos inúmeros corredores e passagens daquele lugar.

—Vamos nos despedir da Daila?

A raposa não parou.

—Seria falta de educação ir embora sem falar nada...

—A ninfa que conhecemos não está mais aqui.

Encarei suas costas sem entender.

—Como assim?

—Olhe ao redor.

Observei as paredes feitas no próprio tronco da árvore, estavam estranhas, secas e sem cor, o mesmo também acontecia com as flores.

—O que aconteceu?

—No caminho eu explico, agora vamos.

Continuei seguindo Eylef até o enorme galho em que pousamos ontem, ali perto duas bolsas estavam penduradas, o doce aroma de frutas emanando de cada uma delas assim como o cheiro das tortinhas que recusei ontem.

—Daila está bem?

Não consegui disfarçar a preocupação, ainda mais quando olhei para a floresta lá embaixo, até o mar laranja pareceu ter perdido a exuberância dos tons do outono.

—Cobalto, nos leve para o Leste.

Em um salto, o cachorro tomou a forma gigantesca de antes me erguendo no ar junto de Eylef pouco antes de se jogar do galho e sair flutuando no céu cinzento. Lá atrás observei uma enorme árvore se distanciando até sumir de vista.

—Ninfas de estação só vivem em suas estações.

Levei um susto com a voz repentina.

—E pelo visto ontem foi o último dia de outono nesse lugar.

A paisagem ao nosso redor parecia ainda mais cinzenta.

—Quer dizer que ela morreu?

Senti um aperto no peito.

—Ninfas como ela não morrem, pelo menos não da mesma forma que a gente.

Cobalto continuou flutuando pelo céu.

—No começo do próximo outono Daila vai ressurgir, mas não se lembrará de nós, tudo o que terá serão fragmentos de algumas memórias.

—Parece horrível...

Fiquei pensando no que Eylef disse, morrer e nascer dentro de algumas semanas e mesmo assim viver por centenas de anos sem lembrar de quem já foi, isso parecia um castigo.

—Se eu soubesse que aquele era o último momento dela teria agradecido melhor pela hospitalidade...

Senti os olhos da raposa sobre mim, mas como de costume, Eylef não disse nada. Aproveitando o silêncio, deixei minha atenção se perder na vasta floresta embaixo de nós. Com a morte de Daila as árvores também perderam seu esplendor, o que me fez pensar que haviam muitas coisas na qual eu ainda desconhecia daquele mundo, e comparando minha vida a dos feéricos eu não chegaria a descobrir nem metade dos mistérios e encantos desse lugar.

—No que está pensando?

Mantive os olhos na paisagem.

—Nada de mais.

—Você mente muito mal.

Sorri.

—Assim como você finge se importar comigo?

Um breve silêncio fez o vento ecoar mais alto. Depois de longos segundos decidi mudar o rumo da conversa.

—Estamos indo atrás do sábio que Daila mencionou?

—Sim.

—Será que é muito longe?

—Vamos continuar seguindo para o leste, se avistar alguma coisa avise.

—Ok.

Voamos nas costas de Cobalto por longas horas, sempre de olhos nas árvores lá embaixo, porém, depois de tanto tempo vendo apenas a mesma coisa senti meus olhos pesarem, e se não fosse o medo de despencar eu teria dormido facilmente ali mesmo.

—Cobalto, desça.

A voz de Eylef me despertou. Quando olhei para baixo me surpreendi ao ver um enorme arco de pedras em uma clareira no meio das árvores, porém, ao invés da cor laranja, aquele círculo era de um azul celeste, quase da cor do próprio Cobalto. Assim que aterrissamos me surpreendi ao ver que aquilo era grama.

Nossa...

A sensação era estranha, toda vez que pisava sobre elas ao invés de ficarem amassadas imediatamente voltavam ao normal.

—Isso é...

—Incrível? Já sei, agora vamos.

Ainda encarando o chão atravessei o portal sentindo um formigamento no corpo, em questão de segundos o ar frio do outono desapareceu abrindo espaço para o calor do verão. Como da outra vez a paisagem mudou completamente, estávamos agora em uma imensa planície cheia de grama azul além de lagos cristalinos com dunas de areias brancas.

—Onde estamos?

—Na entrada de Oceanyla.

Aquele lugar parecia uma pintura, o azul do céu se misturava ao azul da grama enquanto os lagos criavam espelhos das nuvens. Tudo era tranquilo e pácifico. Minha vontade era de ficar ali, apenas observando a paisagem quando um focinho tocou minha mão. Cobalto me encarava com os olhos brilhando, seu pelo azul quase o deixando invisível.

—O que foi?

Foi então que percebi que Eylef estava a bons passos de distância.

—Ei, espere por mim!

Assim que o alcancei paramos em frente a uma rocha. Sua cor branca lembrava o mármore, porém, ela tinha um brilho idêntico ao das pérolas que as nobres da minha cidade usavam. Não sabia dizer que material seria aquele, mas era bonito. Muito bonito. Olhando com mais atenção vi que havia alguma coisa escrita sobre ela, as letras estranhas brilhavam em uma luz azulada.

Quem navega pelo mar, arrisca a ti e a teu futuro incerto, porque mesmo com uma bússola e o mapa das estrelas, continuará sendo levado pelas ondas.

—É uma frase bonita...

Continuei olhando a pedra enquanto Eylef levava uma das mãos ao queixo.

—O que foi?

—Não faz sentido...

—É claro que faz — apontei para os símbolos — Isso fala do destino, e de como não temos controle sobre ele.

"Muito bem..."

Assustada olhei para trás.

—Ouviu isso?

Eylef encarou a paisagem antes de se voltar para mim.

—Isso o quê?

—A voz — continuei procurando por alguém mas não havia nada ali — Eu ouvi uma voz...

—Sei...

—É sério!

Eylef já estava indo embora quando a rocha começou a brilhar, imediatamente ele voltou para ler o que estava escrito.

O coração do oceano se encontra no coração do rei.

—Tudo bem, agora eu confesso que não faço a mínima ideia do que isso significa..

Pensativo vi a raposa olhar para a rocha por intermináveis segundos até uma voz distante ecoar pelas planícies chamando nossa atenção.

—Ouviu? Me diga que dessa vez ouviu!

Os olhos prateados encararam o horizonte.

—Sim, eu ouvi.

—Há! Eu sabia que não estava louca!

Me ignorando Eylef foi na frente enquanto eu seguia logo atrás com Cobalto, porém, por algum motivo, tinha a certeza de que aquelas vozes não eram as mesmas.

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