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Alie

15

O sol mal havia nascido e eu já me encontrava de pé, na minha frente estava uma casca de árvore e dentro dela várias ervas medicinais na qual eu esmagava com o auxílio de uma pedra, assim que acabei enchi minha perna com o emplastro verde até cobrir a marca da mordida e amarrei com outras tiras da minha roupa. Não era o melhor curativo que eu já havia feito, no entanto, ia servir para a ocasião. Depois que recolhi o que sobrou das folhas e raízes fui até a caverna, me certifiquei de deixar as frutas que sobraram do outro dia sobre a rocha oculta e parti em direção ao ponto de encontro dos dois irmãos. Eu estava determinada a conhecer mais sobre aquele mundo, e não havia melhor forma de começar se não com a ajuda de Minir e Dimir.

Quando cheguei nas árvores de frutas amarelas me surpreendi ao ver que os dois irmãos já estavam lá, Minir com um casaquinho de lã vermelha e Dimir com um de lã verde.

—Crianças, o que fazem aqui a essa hora?

Olhei para a copa das árvores, era de dia mas ainda não deixava de ser cedo.

—Não conseguimos dormir a noite de tão ansiosos, então viemos mais cedo para te esperar Sophie!

Enquanto a irmã falava, o pequeno garotinho correu para abraçar minha cintura.

—Já falamos com a mamãe, ela deixou você ir!Podemos brincar de pique esconde quando chegarmos!

—Vamos Sophie!

Me abaixei para fazer um rápido carinho nos fios lisos de Dimir pouco antes de me colocar de pé.

—E só mostrarem o caminho!

Com o som de gritos de alegria segui as duas crianças em direção a estrada de pedras onde eles saltitavam a cada passo dado, tanto que precisei caminhar com um pouco mais de pressa assim que percebi que estava ficando para trás, porém, depois de pouco mais de alguns minutos a primeira construção do vilarejo surgiu.

—Chegamos Sophie!

Mesmo que as crianças fossem na frente correndo, não conseguia simplesmente passar reto pelas casas sem admirar as construções.

O vilarejo ficava na orla da floresta, cheio de casinhas coloridas com telhados de barro vermelho e janelas de madeira onde algumas cortinas brancas balançavam com a brisa suave. O caminho de pedras havia ficado para trás e agora eu pisava em terra batida demarcada por algumas cercas e canteiros de flores, ao longe campos verdejantes ondulavam sob o vasto céu azul onde nuvens brancas flutuavam calmamente. Ver aquela paisagem aqueceu um pouco meu coração, como se não houvesse nenhum outro lugar no mundo que pudesse emanar a mesma paz e tranquilidade.

—Sophie!Aqui!

Dimir e Minir me esperavam em frente a uma casinha de dois andares com uma pequena varanda.

—Vêm!Vamos te apresentar a mamãe!

Conforme eu avançava pelo quintal até o sobrado não encontrei com mais ninguém, o que de certa forma foi um alívio já que eu não havia me preparado para conhecer outras pessoas com chifres andando normalmente por ali, no entanto, só quando eu subi o pequeno lance de escadas e cruzei a varanda em direção a pequena sala de estar que fui me dar conta de que também não estava preparada para encontrar com a mãe dos dois irmãos. De qualquer forma já era tarde demais para voltar atrás, eu já estava parada dentro de uma cozinha ampla, Minir e Dimir na minha frente onde uma mesa de madeira nos separava de uma mulher baixinha que estava de costas, seu cabelo liso e ruivo despencava abaixo dos ombros enquanto o par de chifres retorcido surgia no alto da sua cabeça. Sem que eu quisesse senti meu sangue gelar.

—Mamãe!Voltamos!

—E trouxemos a Sophie!

—Crianças, quantas vezes vou ter que dizer para vocês pararem com essas brincadeiras...

Ouvi um baixo suspiro.

—Não é legal ficar inventando essas coisas...

—Mas mamãe...

—Já chega, tratem de ir para o quarto e terminar a tarefa da escola, ou vou deixar os dois de...

Assim que a pequena mulher virou na nossa direção, seus olhos verdes se arregalaram e a tigela que segurava firme caiu com um baque surdo quebrando em vários pedaços.

Pelas águas do grande rio...

Seus lábios se moveram devagar enquanto me analisava de cima a baixo. Eu não sabia se olhava para seu rosto pálido ou a massa colorida que manchava suas sandálias.

—Viu mamãe!Não estávamos mentindo!

—Essa é a Sophie!

Completamente sem jeito dei um passo à frente.

—Me desculpe pelo incomodo — olhei para a tigela em pedaços — Eu não queria assustá-la...

Aqueles olhos verdes continuavam arregalados, então me dei conta que a essa altura minha aparência não deveria ser a das melhores, a dias eu não penteava o cabelo e mesmo com o banho no riacho minha pele ainda estava suja e cheia de hematomas, sem contar o vestido que agora não passava de um trapo velho.

Ela deve achar que sou uma ladra...

Estava prestes a me explicar, na esperança de diminuir o clima tenso no ambiente quando, sem mais nem menos, ela veio na minha direção segurando firme meus punhos.

—Eu achei que era coisa da cabeça de Minir e Dimir, e que a velha já estava ficando senil com a idade...

As duas esmeraldas me encaravam de cima a baixo com um brilho de espanto e alegria.

—Mas veja só... eles estavam certos, aqui está você!

Um sorriso surgiu naqueles lábios rosa enquanto eu tentava entender o que estava acontecendo.

—Me desculpe, mas acho que está me confundindo com outra pessoa...

—Não, não, não, eu é que peço desculpas por agir assim.

Ainda com o sorriso ela se afastou, só então me dei conta do quão pequena ela era, creio que sua altura não alcançava meus ombros.

—Me chamo Alie, e você deve se chamar Sophie não?

—Bom, sim...

—É um belo nome!Venha Sophie, que tal comer um pouco?Você parece tão magrinha...

Ainda sem entender continuei parada ao lado das crianças.

E se for uma armadilha?

Ninguém era acolhedor assim com um estranho, ainda mais um maltrapilho que aparece do nada em sua cozinha.

Como se lesse meus pensamentos Alie sorriu, um sorriso menor do que o outro mas cheio de calma e tranquilidade, assim como a paisagem daquele lugar.

—Não se preocupe Sophie, pode parecer estranho, mas já haviam me alertado que você viria.

—Mas como?Eu nem sou...

—Desse mundo?

Prendi a respiração. Alie no entanto não parecia nem um pouco abalada.

—Podemos conversar sobre isso, imagino que tenha muitas perguntas, mas que tal um banho e uma refeição?Crianças, por favor preparem a tina para a Sophie.

—Claro mamãe.

—Aí podemos brincar depois?

Estava tão chocada com tudo que demorei para perceber o garotinho que segurava firme a minha mão.

—É claro Dimir, vamos brincar sim...

—Oba!

—Vêm com a gente, vamos te mostrar onde a tina fica!

Com um último olhar para Alie segui as crianças pelos cômodos da casa com a cabeça a mil.

Como assim ela já esperava por mim?

Pelo espanto da pequena mulher tenho certeza que isso não tinha ligação alguma com o aviso de Dimir e Minir.

Mas ela sabia...

Com perguntas e mais perguntas se emaranhando dentro da minha cabeça só fui perceber que havia chegado ao banheiro quando os dois irmãos pararam em frente a uma grande tina de madeira que acomodava facilmente uma pessoa.

—Água quente ou morna Sophie?

—Quente...se não for problema.

Vi Minir abrir uma espécie de torneira de ferro, segundos depois um jato d'água começou a jorrar para dentro da tina erguendo vapor e preenchendo o cômodo.

—Se preferir um banho morno é só abrir a outra torneira — vi seu dedo apontar para o objeto que passou despercebido por mim — Aquela é de água fria.

—Obrigada...

—Os sais de banho estão ali, pode usar à vontade.

—Vamos ver com a mamãe se achamos alguma coisa limpa para você vestir!

—Aproveite o banho Sophie!

Sem me dar tempo de fazer qualquer pergunta, os dois irmãos sumiram fechando a porta atrás de mim.

O que foi isso?

O vapor da água preenchia o banheiro enquanto eu deslizava a mão pela borda da tina.

É real...

Respirando fundo deixei que meu vestido escorregasse pelo corpo caindo no chão. Haviam coisas demais ocupando meus pensamentos desde que cheguei a esse mundo, e mesmo que eu estivesse na casa de uma estranha com chifres de carneiro que, pelo visto, já esperava pela minha visita, sabia que um banho quente não iria fazer mal algum.

De frente a um pequeno espelho oval analisei as manchas no meu corpo e o emaranhado de nós em meu cabelo.

Na verdade, um bom banho parece ser tudo o que eu mais preciso.

Levei um bom tempo para dar um jeito no ninho de pássaro que minha cabeça havia se tornado, porém, assim que consegui um resultado satisfatório sai da banheira quando uma batida ecoou da porta.

—Sou eu Sophie, posso entrar?

—Claro...

Alie apareceu com uma toalha e uma muda de roupas nas mãos, seus olhos passearem pelo meu corpo, talvez analisando as marcas e hematomas até que sua atenção parou em meu rosto, depois de alguns segundos a vi sorrir.

Acho que eu realmente estava precisando de um banho...

—Não sei se vai ficar muito bom em você...

Ela estendeu a toalha para mim enquanto mostrava uma blusa com mangas de algodão branco e um vestido azul.

—Essas foram as maiores peças que encontrei no meu guarda roupa, normalmente eu mando apertarem as roupas que compro e ajustarem a barra depois.

—Não precisa Alie, eu tenho meu vestido...

—Como se eu fosse deixar você usar esse trapo de novo, pelos céus, olhe para ele, parece que você participou de uma guerra!

Aquela roupa tinha marcas de lutas sim, marcas de sobrevivência de dias difíceis, mas achei melhor não comentar.

—De qualquer forma experimente, aliás, o almoço está pronto, pode vir comer e depois conversamos, que tal?

—Tudo bem.

Mesmo depois que Alie me deixou sozinha eu ainda permaneci alguns minutos parada em frente ao espelho, apenas organizando um pouco os pensamentos até finalmente tomar coragem de pegar a toalha e vestir a nova muda de roupas.

Vamos lá Sophie, hora de conseguir informações...

Quando sai do banheiro dei de cara com Minir que me aguardava com um largo sorriso no rosto, ela havia tirado o casaquinho e agora mostrava uma linda blusa rosa onde um colar de pedras coloridas pendia em seu pescoço, inconscientemente levei a mão por cima do tecido da minha roupa sentindo a protuberância do pingente.

—Uau!Você está muito bonita Sophie, aqui — ela me estendeu um pente de madeira com o entalhe de asas de borboleta — Pode ficar para você, eu tenho outros.

—Obrigada Minir.

—Vêm, mamãe está nos esperando.

Segui a garota até a cozinha onde a mesa estava disposta com uma longa toalha de renda branca junto de vários pratos e uma grande panela de barro na qual emanava um cheiro delicioso que fez minha barriga roncar.

—Sophie!

Dimir foi o primeiro a me ver seguido pela mãe.

—Ah!Que bom que as roupas serviram!E ficaram muito boas em você querida.

Alisei a longa saia azul sem saber o que falar.

—Está com fome?Fiz um ensopado com legumes e batata, também temos pão para acompanhar, venha sente-se e coma à vontade!

Mesmo que no fundo eu ainda tivesse meus medos e receios, não resisti ao cheiro maravilhoso da comida, quando dei por mim já estava acomodada ao lado de Minir e Dimir devorando um prato de ensopado com um pãozinho inteiro. As crianças apenas riram e me acompanharam logo em seguida. Assim que terminei fechei os olhos respirando fundo, fazia tanto tempo que não tinha uma refeição como aquelas que eu poderia facilmente chorar de emoção.

—Gostaria de mais um pouco?

Olhei para a panela e depois para o meu prato.

—Sim, por favor.

Com um sorriso Alie me serviu outra concha do ensopado antes de se virar para os filhos.

—Crianças, Sophie e eu precisamos conversar, enquanto isso tratem de terminar seus deveres e depois podem sair para brincarem.

—Ah mamãe...

—Queremos ficar com a Sophie...

—Primeiro o dever de casa.

—Mais mãe...

—Sem mais, vamos, vamos!

—Tudo bem...

Os dois levantaram da mesa contrariados mas, assim que passaram por mim cada um me deu um abraço apertado.

—Quando acabar vai brincar com a gente né?

—É claro que vou.

—Nosso quarto fica lá em cima!

—Crianças...

Com um último aviso Minir e Dimir saíram da cozinha deixando Alie e eu a sós.

—Peço desculpas pelos meus filhos, eles são bem agitados às vezes.

—Não tem porque se desculpar, os dois são uma graça.

—Sim, eles são sim, e meus grandes amores.

Um curto silêncio se abateu sobre nós.

—Então Sophie? — Alie foi a primeira a falar — O que gostaria de saber?

Olhei para seu sorriso dando de ombros.

—Não sei, acho que tudo...

Ela riu.

—E o que gostaria de saber primeiro?

Deixei o prato de lado me concentrando nas várias perguntas que surgiram na minha cabeça.

—Todo mundo aqui tem chifres? 

Tantas coisas para saber e eu vou perguntar logo sobre isso?!

Afundei na cadeira levando uma batata fria até a boca, por sorte Alie não pareceu se importar com minha pergunta idiota.

—Por aqui sim, mas em outros lugares nem tanto, difere muito de região para região.

—Como assim "difere"?

—Bom, em alguns lugares as pessoas podem ter outras características mais marcantes como a cor da pele, rabos, asas.

—Asas?

—Sim querida, asas, mas essas são as mais difíceis de encontrar.

Me recostei na cadeira tentando imaginar uma pessoa voando por aí.

—Me diga Sophie — a voz de Alie me trouxe de volta — Você é humana, não é?

A encarei com espanto.

—Como você sabe?

—Suas orelhas são redondas.

Levei a mão até a cabeça lembrando de quando ela me encarou no banheiro. 

—Sim, mas o que isso tem haver?

Sem dizer nada Alie puxou uma mecha do longo cabelo ruivo revelando uma orelha pontuda bem abaixo do chifre retorcido.

—Nossa... isso é...

—A principal forma de reconhecer um feérico.

—Um o quê?

Ela riu, como se minha dúvida fosse uma pergunta ingênua de criança.

—Acho que só estou confundindo mais a sua cabeça — a vi organizar os pratos que estavam sobre a mesa antes de prosseguir — Que tal deixarmos essa para outro dia?

—Eu vou poder voltar aqui?

—Mas é claro!Vai ser um prazer!E então?Qual é a próxima?

—Você disse que já esperava que eu viesse... 

—Ah sim, bom, essa é uma história um pouco longa...

Alie levantou para levar a louça até a pia, de onde eu estava fiz o mesmo para ajudar.

—Já ouviu falar em magia Sophie?

—É claro...

Foi justamente por isso que eu acabei vindo parar aqui. Pensei enquanto voltava até a mesa para pegar a panela vazia.

—No meu mundo a magia é algo terrível.

—Sério?! — seus olhos se arregalaram, como se não acreditasse no que falei.

—Sim, coisas horríveis são associadas a ela.

—Hmn...

Assim que coloquei a panela em cima da pia ao lado dos pratos estiquei a mão para alcançar a torneira, o mínimo que eu podia fazer depois do banho e do almoço era deixar tudo limpo mas, antes que eu pudesse abrir a torneira levei um susto quando um brilho azulado surgiu na ponta dos dedos de Alie enquanto ela pegava algumas frutas que estavam do meu lado.

—Já ouvi falar que a magia não existe no mundo humano, mas não imaginei que vocês considerassem como algo ruim...

Estava tão chocada ao ver a maçã ganhar um tom mais viçoso e brilhante que mal prestei atenção no que ela dizia.

—Por aqui a magia flui abundantemente e faz parte de cada ser vivo, além é calro de ser uma mão na roda em alguns afazeres do dia a dia!

A vi estender a fruta na minha direção com um sorriso alegre no rosto.

—Vendi os últimos bolinhos na feira hoje de manhã e não tem mais nada para a sobremesa, mas acho que você vai gostar!

Ainda olhava para a maçã que parecia uma joia antes de pegá-la com as duas mãos.

—A magia não é algo ruim Sophie...

Alie fez uma pausa e pude ver algo preocupante surgir naqueles olhos gentis.

—Na maioria das vezes o problema está nas pessoas que a usam...

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