Capítulo - Final
-De pouco essa terra era fértil até tua chegada, eis mesmo sagrada. –A pobre mulher diz com os joelhos fincados a terra.
-Eu de pouco fiz para está terra, deves se ajoelhar diante do cristo com tamanho fervor, não de uma princesa.
-Se é o que vossa graça ordenas o farei.
Há poucos dias estou em Santa Maria de las Gracias, mas isto foi o suficiente para mudar os semblantes dos demais menestréis.
A água santa de Gregório de muito me foi útil.
Em meio ao breu de minha segunda noite a espalhei sobre a terra em que cultivam as ervas que mantem a enfermaria funcionando.
Hoje já me resta muito pouco da água, aos montes viajantes veem a procura de uma cura e o que começou com apenas uma onda transformou-se em um diluvio.
-Sou tão tola por não ter previsto isto.
-De muito tu falas em tolice, por ventura há um erro que cometeu? –Há compreensão em sua voz e de muito ela me lembra Emma.
-Sabes de muito sou esperta, desfrutei durante minha vida toda de elogios quanto a minha esperteza, mas acho que acabei passando a perna em mim mesma e caindo de cara na lama.
-De pouco lhe conheço e de pouco entendo o que diz, mas se sente que errou, concerte.
-Concertar...
Tal palavra brinca em minha mente enquanto o calor do sol aumenta com o passar dos minutos.
Até que os enfermos e lamurias vieram a mim, de muita sorte tive quando os lamentos que ouvia eram os que saiam de minha boca.
Não disponho de espirito tão obsuto como a graça dos santos. Neste quesito sou uma mera farsa.
Servir ao senhor não é tão fácil quanto em teoria.
Para um grande pecador é mais fácil esquecer-se do pecado do que o confessar.
Não julguei ser pecado tramar tal fuga de meu compromisso, mas enganar a todos trouxe-me a desonra.
- De muito sou levada em conta, mas de pouco sou abençoada. Estimada apenas pela ilusão de ser santa, de muito mudei em apenas duas cartas escritas por ele, como prova disto devo-lhe uma resposta? Perceber que tal como eu, ele foi levado à contra gosto a se unir a mim, e as releituras constantes de suas cartas fizeram-me então enxergar a verdade. Que infortúnio sofremos.
Por ventura assim que tirei meus joelhos do chão e sai do altar ele já estava ali, tal qual o destino havia me reservado.
-Esqueci-me de dizer, algumas de minhas respostas já foram enviadas. –Sussurrei piscando para a imagem pintada de Cristo.
-Dizei que estou a alucinar. –Estendo o braço e o toco.
-Não sei dize-lhe, mas se isto e um sonho permaneceria feliz se me diagnosticassem em coma-profundo.
-Nada amo no mundo como a vós, não é estranho?
-Se tivesse menos ardência em teu sangue do que Vênus de certo estaríamos casados a meses, mas se fosse assim não seria mais você, de modo que não poderia dizer com toda a certeza que tenho por neste momento e nós demais de minha vida de que a amo.
-Não cultive ilusões de que me casarei contigo. –Um mero sorriso brinca em meu rosto.
-Não tenho tanto controle de minha mente.
-Irritante. –Digo tão baixo quanto o possível.
-Perdão...? –Ele já esta mais próximo do que antes de mim.
-Inconstante, meu sentimento por você é inconstante.
Mas suas mãos já estão deslizando por minha cintura.
Não possuo mais firmeza na voz, nem em minhas pernas.
-Assim como a lua que altera seu curso todo o mês, sendo assim devo lhe confessar algo.
Estando assim tão perto e possível ver um pouco do verde em seus olhos que pareciam a mim tão castanhos antes.
-Por Deus homem, diga logo de uma vez! Estas me deixando banhada em aflição.
-Desde que deixei minhas terras para vir ao teu encontro sabia que não cairia aos meus pés. –Meus olhos acompanham com fascínio os movimentos de seus lábios enquanto fala. –Mas a certeza de que me receberia é o suficie-
Em algum momento minhas mãos ganharam vida e eu segurei seu rosto e o beijei.
Eu estou o beijando!
Devo ter perdido minha sanidade por está gostando do toque quente de seus lábios.
E assim eu que um dia trocei e desdenhei do mundo, passei a deitar todas as noites com o mesmo homem que um dia disse ser pecado amar.
Fim.
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